A flor que não desabrochava!
— Não acredito que te aceitaram outra vez! — Luís andava atrás de Kaique com a arma mirada no rapaz.
— É bom te ver outra vez também, Luís! — Kaique também andava em direção ao armário e falara com viril tranquilidade, olhando de esguia para trás.
O armário era um lugar grande, recheado com armas brancas, de fogo e outros diversos tipos. As lâmpadas verdes tornavam tudo um pouco mais sombrio.
— Escolha suas armas! — Luís ficara parado na porta.
— Não jogaram meu martelo e minha pistola fora, não é? — Kaique varrera o armário com os olhos e se virou para encarar Luís.
— Está ali! — O homem apontou para uma mala em cima da mesa. — Deveriam tê-las incinerado.
Kaique não respondeu, correu em direção a mala e a abriu, lá estava seu martelo; fechado, parecendo uma lança, e a sua pistola. O rapaz colocou um cinto e prendeu o martelo. A pistola ele colocou no coldre.
— Estou pronto! — Kaique anunciou e partiu na frente de Luís.
— Para onde você está indo? — Luís ficara parado encarando Kaique.
— Pro meu carro. — O rapaz se virara. — Tenho uma missão se você não lembra.
— Você não vai no seu carro...
Luís mandou Kaique seguir para o outro lado e em segundos estavam no estacionamento, um carro preto os aguardava.
Luís ficou olhando Kaique de longe, o rapaz entrou no carro e partiu para San Pelou.
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Kaique chegara ao 112 da Rua das moças por volta das 04:00 horas da manhã, estacionou o carro do outro lado da rua, de frente para o 112 — um espaço vazio. O rapaz se perguntara se aquilo era alguma brincadeira quando de repente no rádio falou a voz de Elisa:
— Kaique, já chegou?
— Estou na frente de um espaço vazio, isso é alguma brincadeira? — Kaique parecia estar ficando irritado.
— Não... Dentro do porta-luvas você vai encontrar um ponto e um óculos, coloque-os. — A voz de Elisa cortava.
Kaique obedeceu aquelas ordens, abriu o porta-luvas e assim como Elisa falara, viu um óculos e um ponto. Ele os colocou, olhou para o 112 outra vez e além de ver tudo num tom azulado, também vira um enorme prédio com duas pessoas na frente, as quais faziam a segurança do lugar. Essas pessoas tinham chifres e asas, e como arma usavam lanças.
— O que é aquilo? — Kaique estava boquiaberto.
— Fadas... Agora vá... E pegue a flor! — ordenou, por fim, Elisa.
Kaique achava tudo aquilo uma loucura, fadas!, aquilo era novidade.
Ele saiu do carro e correu na direção do 112, mas não conseguiu passar, era como uma parede invisível.
O rapaz pegou seu martelo e o ativou, tinha o cabo com uma ponta afiada. Ele desferiu um golpe e quebrou a parede que nem vidro. As fadas ficaram surpresas com aquela invasão.
Kaique tirou os óculos e não conseguiu ver nada, colocou-os outra vez e viu as fadas correndo em sua direção, ele atirou, gastou toda a munição e as balas não surtiram efeito. Desviou de uma lança que voará em sua direção e acertou uma das fadas com o martelo, ela caiu no chão, gemendo. A outra viera feito louca correndo na direção de Kaique, o rapaz apenas usou a ponta afiada do martelo para furar o coração da fada. Agora as duas jaziam no chão e o caminho estava livre para que Kaique pudesse continuar.
Assim que entrou no prédio ele se deparou com um elevador.
— Qual andar? — Kaique colocou a mão no ponto.
— 12° — respondeu Elisa na mesa hora.
Kaique pediu o elevador, não demorara muito e ele chegou, o rapaz entrou, subiu rapidamente, mas ao chegar no sexto andar o elevador se soltou dos cabos.
Usando toda a sua habilidade Kaique abriu a grade de ventilação, subira e, usando a parte pontuda de seu martelo, se segurou na parede, abaixo o elevador pousou com um estrondo.
Kaique fora subindo com a ajuda do martelo até o 12° andar, a entrada era do outro lado, mas ele conseguiu ver quem estava dentro da sala.
— São crianças?! —o rapaz perguntou à Elisa.
— Continue — respondeu a mulher secamente.
— Eu não posso... — Kaique estava sendo sincero, ele não podia matar crianças. — Elas são apenas crianças.
— E sua mãe é apenas uma inocente que não tem nada a ver com essa história... — Ameaçou Elisa. — Ela está na mira da minha arma, cujo gatilho pode ser puxado a qualquer momento.
Kaique ficara relutante, mas tinha de fazer aquilo se quisesse salvar a mãe.
Com o martelo em mãos ele pulou dentro da sala e pousou no chão, o qual se quebrou, derrubando todos. As crianças gritaram e aquilo deixou Kaique um pouco perturbado.
Ele descera planando, usando o martelo como o guarda-chuva da Mary Poppins, e pousara no meio dos corpos e do sangue que jorrava como um rio.
Kaique olhara envolta e vira que uma criança segurava uma cúpula de vidro com uma flor dentro, uma tulipa vermelha a qual ainda não havia desabrochado, contudo, aquela tulipa era relativamente grande se comparada as outras que Kaique conhecia.
— Pegue-a! — Elisa falara em seu ouvido.
Kaique deu passos cuidadosos, para não pisar nos corpos das crianças, foi até aquela que segurava a flor e arrancou a cúpula das mãos da pequena.
A criança agarrou o braço do rapaz e com os olhos brilhando e fazendo força, suplicara:
— Não dê a elas... As consequências seriam irreversíveis.
A criança largou o braço de Kaique e caiu desacordada, aquilo só reacendera a dúvida que o rapaz tinha quanto aos efeitos daquela flor.
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