Quando Kaique chegara em casa, Marcelo, de imediato, se sentiu aliviado por ver o namorado, mas depois ficou preocupado por vê-lo totalmente ensanguentado.

— Kaique! Onde você estava? O que houve? — perguntou Marcelo correndo para ajudar o namorado.

— Eu preciso te contar uma coisa... E não importa o que eu fale... Ainda serei o mesmo. — Kaique olhou fixamente nos olhos do namorado, como se estivesse pedindo para Marcelo ver sua alma e não julga-lo pelo que estava preste a falar.

— Você está me assustando... — Marcelo parou de fazer cafuné em Kaique.

O rapaz olhou para o ferimento e depois voltou a olhar para o namorado.

— Eu sou... Eu sou um ex-membro da C.O.R! — Kaique ficou relutante ao falar. Marcelo ficara surpreso com o que ouviu. Kaique viu a expressão de decepção no rosto do namorado —, não te contei antes porque tinha medo do que você fosse fazer, sendo um policial...

— Não importa a minha profissão... — Marcelo interrompeu Kaique. — Nem se você pertencia a uma organização criminosa...

A pior organização criminosa — pensou Kaique.

— Só importa que você é doce, carinhoso e que eu te amo — continuou Marcelo. Ele tirara aquelas palavras do fundo do coração e Kaique sentiu isso.

O rapaz reservaria um tempo para chorar e beijar o namorado, se não estivesse preocupado em lhe contar sobre a flor.

— Marcelo... Eu preciso que você fique com isso... — Kaique entregou a cúpula com a flor ao namorado. Marcelo não perguntou o que era, apenas a pegou. — Aquela mulher que encontramos no restaurante é, agora, uma das cabeças da C.O.R... — Kaique suspeitava que Elisa fosse a nova Srta. Fur, mas não tinha muitas provas, ou nenhuma. — Ela raptou minha mãe e me mandou pegar isso... — Kaique apontou para a cúpula. — Eu preciso que você proteja isso... Não deixe ninguém pegar, você me promete?

Marcelo assentiu com a cabeça.

— Eu te amo, Marcelo. — Kaique levantou a cabeça e beijou o namorado.

O rapaz voltara ao carro aos tropeços. Marcelo queria levá-lo, mas Kaique o fizera jurar que não sairia daquele apartamento até que ele voltasse.

A mãe de Kaique dera partida no carro assim que o rapaz bateu a porta. Já no hospital, Kaique foi atendido assim que chegou, levado para a sala de cirurgia... A última imagem que teve foi a de um médico colocando uma máscara nele.