03. caminho sombrio.
﹙ capítulo três !﹚
NO MEIO DA NÉVOA, Alice via uma estrada vazia que se perdia na distância. O pálido luar cobria o mundo, mas não conseguia diluir a solidão e o silêncio absoluto em torno dela. Era apenas Alice, a estrada e o silêncio.
Enquanto Alice viajava na rodovia, o anoitecer já estava deixando tudo coberto pela sombra. A via estava deserta, e a escuridão das árvores no lado da estrada pareciam cada vez mais negras. De repente, a linha do horizonte distorcia-se, e do lado de fora da autopista, um vulto se formava, parecendo um espectro que projetava negrume muito mais escuras do que as da floresta.
Alice tentava enxergar melhor, mas não havia nada além das sombras, e o vulto vinha em direção ao carro. Com medo, ela tocou no freio, e o automóvel imobilizou as luzes apontando para a imagem, que parecia mover-se. O som dos passos daquilo que se aproximava era cada vez mais forte, reverberando no interior do carro. Ao mesmo tempo, Alice sentia um frio súbito que a todo momento lhe cortava a pele, como se ela estivesse sendo espiada. Com medo, ela fechou os olhos, não querendo enxergar ou ver nada mais do que estava acontecendo.
Um grito ensurdecedor, parecendo um guincho, ecoou na estrada. Ela não conseguia abrigar o medo. A estrada parecia mais deserta ainda, e aquele berro ecoou novamente e novamente, até ao ponto de a fazer tremer. Quando ela abriu os olhos, não havia nenhum sinal daquilo. A estrada continuava abandonada, apenas com a luz do carro, que parecia ter rematado de se ligar, nada mais.
Uma menina estava ao lado do carro quando Alice olha para trás. Era uma jovem da sua idade, com um olhar vago. A menina ergueu o rosto, a mente de Alice caiu em um vazio. As orbes da menina pareciam escuras e sem vida. Eles eram opacos e desprovidos de qualquer outro sentimento. Já não havia nada. Nenhum brilho.
O carro fica imóvel, parado em qualquer pedaço da estrada, e ela não consegue se mexer. A mente dela desesperadamente luta para sair do buraco em que está, mas é como se tivesse um peso em cada parte do corpo.
O rosto da garota permanece desguarnecido, como se fosse um branco apagado. Alice sente que as coisas não são bem como ela esperava, e a sua pele começa a arrepiar-se. Quando observa a jovem, sua cara parece ter algo diferente.
Seu rosto parece ter um brilho nos olhos, como se houvesse um resplendor pálido. Quando ela olha para a árvore mais próxima, os ramos das folhas estão se mexendo, mesmo que não haja vento. As folhas ondulam e parecem dançar, como se estivessem se agitando, como se uma mão invisível estivesse movendo-as.
Ao vislumbrar a jovem, ela está com um olhar que parece se arrastar para cima, como se estivesse sendo puxada. Ela parece um pouco demasiadamente transparente, como se não estivesse ali totalmente.
Tudo se torna em serenidade, como se o mundo ao redor se dissolvesse. A voz da garota não sai de sua boca, e sim do ar, em um tom sussurrante, mas claramente com um ruído de menina.
━ Você não foi chamada para aqui. - diz a voz, sendo o tinido de uma simples respiração parecendo quase cuspir a palavra 'você' como se fosse um insulto.
O mundo parece ficar ainda mais silencioso, quase como se tudo o que havia de bom estivesse sendo tragado em um buraco negro. O que parece estar atrás daquela garota parece de alguma forma poderoso e assustador, parecendo uma fome insaciável.
Ela tenta se virar para manter a jovem de cabelos loiros no seu campo de visão, mas a garota simplesmente não existe no local. Onde estava a menina está um vazio negro, o mesmo limpo que estava envolvendo tudo. Não há sensação de qualquer movimento, como se tudo estivesse suspenso, e a única coisa que há é a pressão do silêncio.
Alice sente a terra tremer e levantar-se do chão, como se todo o deserto em que estava, estivesse de repente se levantando, fazendo a terra ter vibrações e estremecimentos de forma violenta, como se algo inimaginável estivesse acontecendo.
Uma cinza súbita e densa se aproxima dela, ela tenta correr, mas não consegue se mover, como se estivesse sendo imobilizada por um poder superior, um poder que sobrepõe todas as suas habilidades e conhecimentos.
A estrada ao seu redor se transforma em uma espécie de campo branco e densa cinza, tudo parece ser um vazio e uma textura de areia. De repente, ela sente um frio profundo, e sente uma voz fria e morta nas suas costas, como se ela fosse um monstro e, todavia, tudo que há em sua volta se dissolve, como se tratasse de pó ou de poeira.
Ela parece estar flutuando em uma neblina, parece estar mexendo os braços e as pernas e não está conseguindo ir para a frente ou para trás, como se estivesse imobilizada. Há uma luz muito distante, mas parece desfocada. Parece-lhe que não importa o quanto a mesma tente ir para ela, isso é inatingível, ou como se estivesse fora de seu alcance.
Há ainda uma voz que parece estar se aproximando, mas não é uma voz que ela consiga compreender, não há a menor noção do que está sendo dito. Alice olhou para o canto do carro, quando percebeu que havia um vulto ao longe.
Era um contorno, nada mais do que um contorno de uma forma humana, e ela podia sentir o frio que ela estava transmitindo. Entretanto, ela se perguntava se aquilo não podia ser apenas um efeito da sua imaginação, mas, não importava, o vulto parecia estar se aproximando.
Ela sentia uma sensação de pânico ao tomar o seu corpo, mas era uma sensação estranha, como se estivesse a caminhar sobre ovos, mas também sentia um pouco de curiosidade, como se quisesse saber mais sobre aquilo.
Nesse momento, ao longe, ao fundo da floresta, viu um vulto atravessando pelas árvores. Era uma mulher, mas parecia estranhamente alta e larga. Ela andava com uma velocidade inusitada, e parecia estar se movendo como se estivesse se arrastando.
Enquanto Aurora corria pela floresta, Alice corria atrás dela, mantendo-se no máximo de sua velocidade vampírica, tentando não perder a fantasma. A menina loira corria rapidamente pela floresta, enquanto Alice tentava se manter em seu ritmo, seguindo-a. O rosto de Aurora é frio e distante, como se ela estivesse concentrada em algo mais profundo, enquanto Alice está assustada, mas perseverante.
A jovem de cabelos loiros parecia de alguma forma familiar, mas tinha um ar misterioso, impenetrável. Tinha olhos pretos como as nuvens negras do céu, como se a escuridão, o vazio, ou nada, estivesse dentro de suas orbes.
Tinha rosto enrugado, como se tivesse vivido cem vidas, e apesar de ser jovem e bonita, tinha um ar pesado, um ar cansado, como se tivesse levado todas as dores, todas as preocupações, todas as tensões do mundo.
Era como se toda a noite cinzenta, toda a escuridão do universo, estivesse sobre sua pele, seus olhos, e em todos os seus músculos. Depois de alguns segundos, Aurora parou, e Alice se aproximou. A garota se virou, olhando para a Alice com seus olhos profundos, sem expressão nenhuma.
Ela avançou na direção da morena com cabelos espetados, não com passos, mas com um movimento esvoaçante, como se estivesse flutuando. Quando estava próxima de Alice, ela levantou a mão, tocando-a com uma pele fria, gelada, que não tinha a textura de uma pele humana.
Aurora, a fantasma que não era apenas uma visão alucinatória, estava como uma sombra que corria pela cidade, uma presença incerta, que nunca poderia ser verdadeiramente capturada.
Ela parecia ser tão rápida que não poderia ser vista, mas sua presença poderia ser sentida, como se o ar estivesse carregado. Alice não sabia se isso era uma ilusão, ou se realmente estaria acontecendo. Ela sentia o ar frio ao redor da sua pele.
Assim que Alice a toca, a mesma passa a se desvanecer, como se fosse vapor, até que se torna um pouco de névoa e começa a se dissipar pelos ramos das árvores, que se movem como se fossem se apertar sobre ela, como se ela estivesse ficando presa naquele lugar, ao mesmo tempo que o local pareceu parar.
O vento soprava, com uma força imensa. A neve caía, numa tempestade furiosa. Ao redor, tudo ficava escuro e cinzento, como se o mundo inteiro fosse triste e ténue. E a garota desapareceu, há uma distância curta. O tempo de Alice parecia ter congelado. Ela procurava a resposta com medo e ansiedade, com a mente cheia de dúvidas e interrogações que buscavam por algo mais explícito.
Mas a resposta só poderia vir de outro. O sábio Carlisle, poderia elucidá-la, a fim de aclarar a mente dela e trazer a resposta que buscava. Com a mente se enchendo de curiosidade, Alice foi até Carlisle, para lhe perguntar se ele conseguiria esclarecer o mistério da garota, que ela viu desaparecer.
001. E chegou a notícia que o mundo estava esperando a séculos!! Finalmente postei.
002. Peço perdão pela demora, estou com um bloqueio gigantesco.
003. Me perdoem pelo capítulo curto, irei tentar me esforçar mais na próxima vez!
004. Votem e comentem, isso me motiva bastante.
005. O que vocês acharam desse capítulo? Eu achei tudo!! Ansiosa para escrever elas se encontrando mais vezes.
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