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Coração de Aço

A realidade daquele mundo tende a ser perversa e inóspita, mascarada pelo falso senso de segurança que facilmente sufocava quem embarcasse nesse sistema. Meu instinto aconselhava sensatamente que não submetesse ao show de violência gratuita exibida na tela da sala que eu, meus colegas e All Might jazíamos. No entanto, não pude desviar, ansiosa pelo desfecho, embora atormentada pelo desenrolar. Entre assistir um anime, em uma crucial e emocionante batalha de dois personagens que rivalizam um ideal em comum, e ver a mesma situação pessoalmente, podendo sentir todo peso do embate em suas entranhas, havia um verdadeiro abismo gritante de diferenças que mal concebia.

Um grito asfixiado na garganta com os golpes trocados, as explosões e a ira volátil e virulenta que Bakugo exalava direcionada a um alvo: Midoriya. Entrelacei meus dedos em um gesto esperançoso que terminassem o quanto antes.

Olhei desesperadamente para All Might que também parecia tenso, mas sabia o que a interferência dele significaria para Izuku, e respeitar a coragem e confiar na capacidade dele fazia-se necessário. Claro que ter ciência disso não anulava a preocupação.

Mordi o lábio inferior com o final e a vitória do time do Midoriya, mesmo que ele estivesse ferrado no processo. A tentação de correr para verificar o estado dele quase ofuscou minha razão, porém expulsei a mera sugestão da ideia. Precisava focar no meu time, que por conta do número ímpar, designaram-me como suporte para o que Momo e Mineta participavam. Acompanhar o desempenho, um por um, dos meus colegas renovou minha determinação, tanto que quando chegou nossa vez, obedeci às instruções de Momo para executar a missão, ignorando a existência irritante de Mineta, na qual fomos bem para minha sorte.

Terminando a aula proposta pelo All Might, aproximei-me dele um pouco insegura.

— Eu posso ir com você? — perguntei após ele informar sobre ir contar os resultados do Midoriya. Para poupar tempo, considerando que logo perderia a forma musculosa, colocou-me comicamente de baixo do braço, indo em alta velocidade para enfermaria, onde sua figura bombada se desfez com uma cortina de fumaça. Cheguei meio zonza — de bônus com o cabelo bagunçado e as roupas abarrotadas, bem ao contrário de elegante — com a corrida e cumprimentei Recovery Girl, fazia um tempo que não a via desde que fiquei sob a responsabilidade do herói número um. Andei direto até o leito de Midoriya, observando-o dormir e não prestando atenção na conversa dos veteranos.

— Você não deveria estar em aula? — Recovery Girl perguntou em tom fraternal.

— Ah, sim — gesticulei freneticamente como uma resposta do meu nervosismo. — Mas queria saber como ele estava.

— E se sente melhor? Está se adaptando bem a sua nova rotina?

— Sim! Agradeço pela ajuda de antes — sorri simpática. — Quanto à rotina, é dura, sim, só que também bastante recompensadora — estudei melhor os danos causados pelo cabeça de fósforo, vendo o estrago maior no braço. — Ele vai ficar bem?

— Sim. Apenas precisa descansar para se recuperar totalmente — esclareceu, acalmando meu coração agitado.

— Oh! Eu tenho que ir! — marchei para porta, dando uma última olhada no inconsciente Midoriya.

Disparei direto para o vestiário para mudar de roupa, o que seria muito rápido, visto que, como uma nova aluna, não tinham desenhado trajes para mim e acabei usando o uniforme de treino. Fiquei até feliz que o clima de “parente do All Might” não existia mais, o que foi um avanço gigantesco. Minha pressa me ocasionou umas esbarradas cômicas e, de bônus, me rendeu uns bons minutos perdidos entre trapalhadas.

Caminhei de volta para sala, sendo recepcionada por um grupo composto pela Mina, Kirishima, Sero e o Kaminari. Desde que os conheci, não cheguei a ter um longo contato com eles e minha limitada rede de socialização era composto por um seleto grupo de alunos, mais especificamente Midoriya, Iida e a Ochaco. Boa parte do período escolar me concentrava em não dar bandeiras vermelhas e atrair atenção negativa sobre mim que esqueci completamente que não convivi como deveria com meus colegas. Adorava eles no anime e não queria que aquilo passasse batido.

— Foi ver seu namorado? — Mina perguntou sorridente.

— Que namorado? — retruquei sem entender.

— O do cabelo enrolado... Midoriya, certo?

— Não é correto esse tipo de relação nas dependências do colégio — Momo comentou com a franqueza e naturalidade de uma líder. Ah, se ela soubesse o que eu sei.

— O Midoriya não é meu namorado, somos só amigos — arqueei uma das sobrancelhas. — Bem, ele foi o meu primeiro amigo desde que cheguei... — medi minhas palavras para não soltar informações que não deveria. — da América.

Tecnicamente não estava mentindo: meu pai possuía ascendência norte americana e minha mãe era colombiana. O bom dessa dimensão é que quase tudo se assemelhava com o meu mundo original, exceto, é claro, o detalhe que boa parte da população tinha algum poder, algo que não funcionaria de onde vim por ser desastroso em toda concepção. Na parte de nacionalidade não teria razão para inventar, então não haveria problemas com discrepâncias na narrativa e a maioria das pessoas tinha a crença estabelecida quanto ao All Might ser estadunidense, ninguém estranharia a correlação. Para fazer algo engraçado para o pessoal de plantão, curioso para conversar comigo, posei como se tivesse captado algo, o que atraiu mais atenção para minhas ações, e os fitei com confiança.

— Antes que fale algo sobre mim e o Midoriya, não temos nada. — ri internamente com a brincadeira. — Sei bem o que pode passar nessa sua cabecinha, Mina Ashido. — ao mencionar seu nome seu semblante foi de assombro a euforia em poucos segundos. Cônscia de que a interação com eles tendo em jogo minha vasta carga de informações antecipadas poderia desencadear um enfoque ainda maior em mim, continuei identificando quem estava próximos e no meu campo de visão — Eijiro Kirishima. — o ruivo sorriu acolhedoramente, impressionado com minha aguçada percepção. — Sero Hanta, Denki Kaminari, Momo Yaoyorozu. — prossegui com a inspeção, rindo.

— Uau! Você decorou bem rápido o nome de todo mundo. — Mina cantarolou bastante empolgada.

— Eu preciso estar bem informada de quem vou ser companheira de classe. Além disso, tenho o poder do spoiler — brinquei, acrescentando: — Graças a minha quirk.

Sendo honesta... Estava abusando um pouco da sorte? Talvez.

— Isso é demais! — Kirishima disse com os outros meninos, concordando.

— Você consegue ler cartas ou algo do tipo? — Kaminari indagou.

Fingi avaliar pragmaticamente a pergunta, cruzando os braços e esfregando o queijo.

— Não. Eu posso prever certas coisas em futuros mais imediatos. — o encarei. — Então não sei coisas como resultados de provas.

— E como funciona exatamente? — dessa vez Sero que se uniu ao diálogo tão imerso no tópico quanto o restante do pessoal me cercando.

— Bem... — agora que teria que elaborar rápido uma ideia convincente para esclarecer as funções básicas do meu suposto poder. Imagina o surto coletivo que seria se dissesse “Ei, amigos, eu vim de um mundo onde a história de vocês é apresentada em um anime e mangá e muita gente os conhece... Mas não se preocupem, não soa tão mal se pensar no quão amados são”. Não queria nem pensar das possíveis consequências dessa bagunça. — Geralmente um toque é mais que o suficiente para que consiga captar um vislumbre de acontecimentos de um determinado momento ou mesmo de dados pessoas de alguém.

— Temos uma vidente na turma. — Mina gracejou.

— Não é bem vidência. — replique, rindo. 

— É uma boa quirk, principalmente se conseguir prever ataques. — Kirishima comentou com um sorriso evidenciando seus dentes afiados.

Estremeci ao sentir nas omoplatas um calafrio que anunciou a chegada do Professor Aizawa, fazendo com que nós fossemos para nosso lugar para iniciar a matéria. Vez ou outra, meu olhar vagava para o assento vazio do Midoriya. A preocupação enevoou meus pensamentos, dispersando minha atenção.

Como uma boa entendedora do conceito básico de amizade — ou não —, temi pela vida dele com a mesma intensidade que não hesitava em resguardar Nora. Entretanto, meu zelo excessivo era estranho até para mim. Esqueci um pouco dessas dúvidas que sondavam minha mente, optando por trazer à tona o incidente de ontem. Apesar de ter comentado superficialmente com All Might na noite interior, quando ele insistiu em preparar uma sopa para mim, não entrei em muitos detalhes com o propósito de explorar esse poder estranho. Queria desabafar com ele a verdade, porque esconder isso sem ter algo para aliviar minha barra, tornava o peso muito maior. Acreditava que ele não me julgaria nem nada, escutando todo meu desabafo com paciência.

Talvez... Melhor não.

A aula passou em um borrão. A luz laranja do pôr do sol se infiltrava pela janela e Izuku abriu a porta e, assim como eu, foi bombardeado com o grupo de pessoas bem alegrinhas sobre sua performance. Franzi o cenho com as figuras que rondavam ali com a mesma persistência dos dias antes, nessa de ver Anunciadores, percebi que existia um padrão pra atuação deles, não seriam aparições aleatórias pra me aborrecer, o único problema é que não sabia o que significava. Estava muito perdida no que tange a minha suposta missão e como deveria proceder para cumpri-la.

É um porre ter que tomar a responsabilidade de uma situação e não saber nada dela fora pontos superficiais que não serviam pra nada. Basicamente estou me prestando a um trabalho que não tinha ideia do que seria tampouco quem teria que auxiliar.

Peguei meu material e saí quase minutos após a epifania.

— Você não deveria andar por aí todo surrado — declarei com um longo suspiro. Midoriya se virou, olhando-me com claro constrangimento. — Como se sente?

— Um pouco melhor. Só um pouco cansado.

— Quer que o acompanhe até sua casa? — propus, aproximando-me dele com cautela. — Assim a gente conversa sobre o que houve.

— Tudo bem, se não for problema pra você, Skarlet — esfregou a nuca com o braço intacto.

— Prefiro Skye. Mais curto e prático — dei uma piscadela cúmplice, Midoriya riu com as bochechas rosadas.

Auxiliei a organização da mochila dele e o aguardei se trocar, vendo as horas no relógio de pulso. Uma das partes boas daquela dimensão é desenvolver uma relação amistosa e cúmplice com alguém como Midoriya, ele balanceava minha personalidade, pois enquanto sempre fui sarcástica, cheia de energia e uma explosão, em um bom contexto, ele representava a calma, sendo tímido e bastante analítico.

— Skar... Skye — corrigiu-se, alinhando-se comigo. — Podemos ir agora.

— Foi difícil a aula do tio Might — comecei com o objetivo de incentivá-lo a se abrir. — Está tendo problemas em se adaptar ao One for All?

Ele arregalou os olhos, atribuindo a si, sem notar, uma aparência engraçada e fofinha de um cervo assustado.

— Um pouco.

— O problema mais precisamente é o Bakugo, certo?

Midoriya suspirou.

— Eu farei esse poder meu e vou enfrentá-lo com tudo que tenho — cerrou o punho, enchendo-se de bravura.

— Olha, uma opinião honesta... esse poder já é seu. Você o mereceu e foi com seu próprio mérito, não é o Bakugo a provar o contrário — apressei o passo, olhando-o por cima do ombro.

— Agradeço, Skye.

Midoriya demonstrou ser alguém que se poderia confiar um segredo e uma pessoa leal no geral, principalmente com quem se importa. Se não tinha coragem para revelar certas coisas ao All Might, quem sabe com ele seria diferente e não teria uma pressão instintiva de que ele se decepcionaria. Minha vida com o tio Might tinha sido bastante divertida nesse curto período. Ele cuidava de mim, as vezes cozinhava mesmo não sendo o melhor cozinheiro e agia como um verdadeiro parente e perder isso estava fora de cogitação.

— Aproveitando o momento de desabafo... — parei de andar, ainda considerando as opções e se deveria despejar meus medos sobre Izuku.

— Seja lá o que for, pode contar — tocou meu ombro em um sinal de apoio. — Quero ajudá-la assim como tem feito desde que nos conhecemos.

— Midoriya — murmurei séria, ele piscou confuso com a mudança brusca de humor. — Acredita em fantasmas?

— O quê? — engasgou, alternando a atenção pelos arredores.

— Esqueça, você provavelmente não acreditaria em mim — dei de ombros.

Uma pulsação elétrica trespassou meu braço no instante que ele agarrou gentilmente minha mão. Atordoada, encarei e percebi que mesmo com o rosto tingido de rosa, ele transmitia intrepidez.

— Conte-me, eu prometo escutar tudo que tem a dizer. Confie em mim.

Sorri agradecida.

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