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Admirável Mundo Novo

Meu cérebro entrou em estado de processamento acelerado querendo justificar de todas as maneiras possíveis o fato de estar em um ambiente desconhecido cercado por estranhos familiares. Cogitei que fosse uma alucinação ocasionada pela queda ou um sonho muito elaborado que de tão real confundiu minha percepção, seja qual for a explicação lógica para aquela visão, o susto certamente fora inevitável. Imaginava meu semblante de cervo assustado com os olhos arregalados, como Nora costuma descrever, identificando os ilustres presentes. Cooperando um pouco melhor para que tivesse como assimilar a ocorrência, meus pensamentos se focaram em reconstruir toda narrativa prévia para elaborar uma teoria sólida da situação e como tinha ido parar em um leito de hospital.

O silêncio perdurou durante toda a minha curta epifania e as memórias, um tanto confusas, retornaram a mim com a mesma pressa que se exigia para um momento assim. Fechei os olhos e recordei a conversa maluca com a vidente e a luz engolindo a mim e a Nora. Depois disso, havia um branco absoluto, muito provavelmente porque estava inconsciente nesse ínterim.

Aturdida, examinei o local para garantir que eles ainda estava ali, aguardando uma reação minha ou uma resposta que, aquela altura, não possuía. Levei a mão a cabeça para avaliar minhas condições e minha, talvez evidente, desvantagem. A pressão dolorosa me fez estremecer e o toque gentil da versão comprimida do All Might me trouxe de volta, assegurando seus cuidados e preocupação comigo. Até descobrir o que realmente aconteceu, formularia alguma história para não soar como uma maluca. Em que universo sensato alguém vai acreditar que fazia parte de um anime/manga?

Só tem um problema: eu já reconheci imediatamente o All Might. E a julgar pela reação dele, deduziria que ninguém deveria saber sua identidade nesse aspecto. Deveria ter mantido a boca fechada, pois após alguns minutos da minha explosão juvenil e categórica acerca do All Might abatido, olhares surpresos e desconfiados se fixar sobre mim por longos e desconfortáveis segundos, que pareceram, em meu desespero, séculos de espera interminável. O herói franzino fitou-me como se, buscasse, no mais profundo de sua mente, uma desculpa esfarrapada para contornar o episódio constrangedor, corrigir meu erro nem tão errado assim. Quase podia ver a fumaça sair em jatos dos ouvidos dele devido à nítida afetação com a revelação abrupta e a inviável procura pela resolução.

Dentro do cômodo, para acompanhar minha evolução no âmbito hospitalar, estava Recovery Girl e o Diretor Nezu, ambos bastante cautelosos e observadores. Se tem algo que aprendi em fanfics é: como contornar uma circunstâncias estranha com uma ideia mirabolante mesmo que nada esteja a seu favor e torcer para que funcione: seria minha vez de assumir um papel naquele teatro improvisado, selecionei rapidamente as opções mais viáveis para não ficar com uma imagem de ameaça e, assim, permanecer no grupo dos mocinhos. Respirei fundo, mentalizando um mantra para esvaziar os pensamentos desconexos e adversos e me concentrar no que criei na base do nervosismo bastante faiscante no quarto – um tanto palpável também, até daria para sentir o gosto.

Isso revirou meu estômago.

— Prevejo o futuro... Essa é minha quirk. – assimilei as palavras proferidas rezando para que soasse tão convincente quanto imaginei. – Quando alguém toca em mim, consigo ver toda a vida da pessoa. – ganhei mais confiança mediante à mudança de expressão dos presentes. Com meu conhecimento prévio com o anime e o mangá de Boku no Hero Academia, facilmente conduziria essa inverdade e salvaria minha pele com o disfarce perfeito. — Eu posso mostrar se quiserem? — ofereci para provar meu ponto sem despertar suspeitas. Queria arriscar, só que nem tanto para validar minha suposta aptidão.

— Isso é deveras interessantes.

Enquanto os presentes absorviam as informações que lhes apresentei, atentei-me à forma fragilizada de quem, um dia, ocupou o primeiro lugar, o topo do ranking dos heróis: os braço delgados outrora saudáveis mexiam-se inquietamente diante da quietude sepulcral. Decidi que disponibilizaria o – que chamo de – direito do spoiler em fragmentos e, somente, o necessário. Tinham coisas que não seriam apropriadas para um diálogo de apresentação.

– Como se chama, jovem? – o responsável pela melhor escola de heróis, cuja aparência remetia a um ursinho, indagou com um tom amigável e, ao mesmo tempo, sério.

– Meu nome é Skarlet – respondi, ajeitando-me confortavelmente ao leito, ignorando o despontar das dores com o esforço demasiado, essas iniciando em um sutil pulsar centro da cabeça. – Desculpem-me pela reação estranha. É... Confuso... — estremeci com uma angústia crescente e meu coração martelava contra o peito. E, munido de paciência, All Might, sorriu ternamente para demonstrar que não existia razões para temer e aquilo expurgou qualquer rastro de ansiedade que se rastejava sob minha pele. Sem dúvidas, ele, independente da forma, continuaria sendo o melhor em oferecer paz de espírito.

Sorri agradecida.

– Talvez o melhor, para alguém com uma quirk tão poderosa e precisa, seja ingressar na minha escola. – sugeriu o diretor ursinho com um sorriso afetuoso. – Com nossos professores, poderá desenvolver essa habilidade que será muito útil. Não podemos deixar que alguém como você fique desprotegida e sem o devido amparo.

O ápice do meu estado de euforia misturou-se com receio, criando sensações confusas e difíceis de descrever, tentei administrar esse caos interior e lhe dar uma resposta coerente. Por um lado, adoraria explorar esse mundo novo e interagir com os personagens de um anime que amava. No entanto, tinha que ser objetiva e sincera comigo mesma: não possuía quirk. A taxa de chance de sobrevivência em um universo estranho e em uma sociedade onde 80% da população é superpoderosa diminuía drasticamente para mim. As minhas alternativas eram escassas e, renovada com um fôlego mais estratégico, os encarei determinada.

Teria um lugar seguro para minha estadia, afinal. E até retornar para casa, esse poderia ser minha melhor opção.

– Eu adoraria. – mal reconheci minha voz que soava quebrantada. Tateei instintivamente meu pescoço a fim de me certificar de que meu pingente estava comigo e suspirei aliviada ao sentir por entre os dedos o material frio que enviou uma descarga gélida que percorreu todo meu corpo, arrepiando-me. – A propósito... Eu... estava com alguém quando me acharam?

– Não. Eu te achei sozinha. – All Might esclareceu com serenidade.

O jato de alívio jorrou ininterrupto pelo meu corpo, amenizando a tempestade de sentimentos em mim.

Se Nora não foi arrastada para essa bagunça junto comigo, a sorte me ajudou e, com isso, um problema a menos para lidar.

– Então está decidido. – o tom cortês interrompeu, atraindo novamente minha atenção que estava um tanto dispersa. – E, para nosso critério de segurança, você viverá com o All Might. Ele é a pessoa apropriada para cuidar de você, minha cara.

– Cuidar de mim? – repeti a frase absurda, mas compreensível.

– Sim. Nós vamos organizar tudo para que seja transferida imediatamente para U.A. como sobrinha do All Might. — esclareceu como se toda essa elaboração fosse como um protocolo padrão de introdução.

Alternei meu olhar do diretor para o herói constrangido.

– Claro, se não houver problemas com isso.

Balancei mecanicamente a cabeça, não muito disposta a retrucar a ideia, conformando-me prontamente com o que fora decidido. Voltei-me a deitar quando experimentei o que seria um início de crise de vertigem.

– Agora, melhor deixar a garota descansar. Amanhã é um longo dia e poderão discutir sobre isso melhor. – escutei a Recovery Girl dizer com sua suave autoridade de heroína médica.

Fechei os olhos, entregando-me ao cansaço.

×××

Na minha classificação de ocorrências embaraçosas, essa, certamente, incluía-se no primeiro: All Might, Toshinori Yagi, prestou-se a realmente pedir minha tutela, com documentação e tudo que tinha direito. Claro que, tratando-se de um assunto confidencial, poucos sabiam a respeito desse fato e da minha identidade real – torcia internamente para que nunca chegasse à público. Para mim, que não entendia basicamente nada de questões burocráticas, aquela pilha de papéis era assombrosa, forjava uma espécie de laço. No entanto, a simples ideia de estar sob a vigilância dele seria até que bem confortável por me lembrar vagamente meu pai. Entrei no quarto de hóspedes no apartamento do herói e inspecionei o pequeno espaço, colocando a bolsa com o que me fora entregue ao lado da cama.

Permanecer no hospital para checarem minha saúde e o necessário para, enfim, me proporcionar a tão desejada alta, deu tempo para que tudo fosse organizado para melhor me acolher. Embora minha inserção nesse mundo não tenha sido das melhores, o All Might queria mesmo que me sentisse bem vinda e acomodada.

O cômodo estava mobiliado com exclusivamente o necessário: um armário, uma cama e a escrivaninha. Uma decoração o mais minimalista possível. Até as cores que escolheram para pintar as paredes – um tom de creme – enfatizavam esse detalhe. Expulsando a preguiça, arrumei os meus poucos pertences e direcionei meu olhar para o conjunto de uniforme completo da U.A., essa seria minha vestimenta durante a maior parte do dia junto com a roupa de treino. Inúmeros pensamentos conflituosos povoaram minha mente, dentre eles, o motivo de ir direto para uma das turmas de heróis. Não que tivesse algo contra, mas considerando a funcionalidade da minha ‘quirk’ falsa, ela seria melhor para ser integrada na turma de suporte.

Seria uma forma indireta de teste? Uma maneira de ver se estava mesmo dizendo a verdade?

Terminado minhas tarefas, segui para cozinha ao inspirar um aroma que despertou meu estômago – a fúria da fome ecoando como um rosnado arredio. Imagine minha cara vendo All Might, o reconhecido e poderoso herói, em sua fisionomia musculosa e sorridente, de avental e preparando a comida. Queria rir, mas optei por ficar quieta e aproveitar minha refeição o mais comportada.

Engoli em seco.

– Eu vou ter que chamá-lo de tio? – inquiri timidamente, evitando olhá-lo. Pela rapidez como tudo se desenrolou e a recepção, estava mais que disposta a colaborar com os planos que teriam parar mim, incluindo atuar como uma parente de um dos melhores personagens da série. Depois de analisar minuciosamente as pistas, de acordo com o que escutei nesse meio, consegui definir uma linha do tempo para os eventos e concluí que estava ainda na primeira temporada do anime, no qual tem aquele desenvolvimento do Midoriya e o árduo treino dele pra receber o One for All.

– Não. Não precisa. Sei que é uma situação estranha para você.

– Talvez quando pegar o costume, fique mais fácil. – sorri. – A propósito, em qual dos primeiros anos da turma dos heróis vou ficar?  

Minha estratégia de sobrevivência era: proteger o máximo meu conhecimento se não for como uma espécie de reflexo da minha quirk e interpretar uma adolescente com poderes... E eu não tenho poderes!

Houve um minuto de silêncio, antes dele, voltando à sua figura esguia e espirrando um pouco, esboçar algumas palavras entre arfadas.

– Na 1-A. Que é a que terá a minha Tutela e de uma pessoa de confiança.

Minha fangirl interior explodiu de alegria, porém, desconfiei um pouco dessa rede de pessoas ao meu redor – uma paranoia estranha pairando sobre mim de que aquilo não vinha a ser uma coincidência.

Por que precisaria de tanta segurança?

Cogitei interrogar meu responsável legal, exigindo um esclarecimento do que realmente queriam com tudo aquilo, entretanto, tinha consciência que não obteria informações pela pressão, além de ser uma atitude babaca com um homem tão legal. Ainda mais por fazê-lo em um adulto.

Engasguei ao vislumbrar as ‘sombras' vermelhas que se moviam pela cozinha feito crianças travessas, fiz o melhor possível para ignorá-las enquanto iam em diferentes direções em movimentos de redemoinhos, mesmo com elas agitando-se ao redor de All Might.

Arquejei com um deles atravessando o pró-hero.

Devia ter prestado mais atenção a vidente pra, ao menos, entender sobre esses Anunciadores. Nunca me aprofundei muito em seres sobrenaturais e nem nada, mas com o que a vidente comentou da função deles e o que essencialmente seriam, arrependia-me de não ter deixado que ela explicasse mais.

Comi minha refeição, agradecendo ao meu tutor pelo alimento. Com o passar lento dos minutos, os Anunciadores aquietaram-se e sumiram, arrancando um suspiro de mim. Dirigi-me para meu quarto e deitei-me, reflexiva.

Tudo aconteceu tão rápido e minha intuição afirmava que era apenas o começo...

Para me transmitir paz, segurei com delicadeza o pingente. Reprimi o impulso de chorar, ampliando o sorriso e lembrando do lema da vovó: "Sorria sempre, querida. Sorrir significa que mesmo quebrada, ainda pode se reerguer e mostrar sua coragem".

Pena que não achava ser tão corajosa assim.

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