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                                                                                               Sofia Butler (8 anos)

Há 11 anos.


Eu nunca entendi por que ninguém queria ser meu amigo. Na escola, as crianças brincavam juntas, riam, cochichavam umas com as outras. Eu tentava me aproximar, mas sempre parecia errado. Elas me olhavam estranho ou simplesmente me ignoravam. E eu ficava ali, parada, sem saber o que fazer.

A professora disse uma vez que eu devia conversar mais, tentar me enturmar. Mas como? Eu não sabia como. Era como se existisse uma barreira invisível entre mim e todo mundo. Eu queria atravessar, mas parecia impossível. Isso me deixava com um aperto estranho no peito, uma vontade de chorar que eu segurava o máximo que podia.

Apertando os pequenos dedos ao redor da corrente do balanço, senti meu peito doer. Um nó se formou na minha garganta, e meus olhos ficaram úmidos. Eu odiava essa sensação, odiava me sentir desse jeito. Fraca. Perdida. Inadequada. Um soluço escapou antes que eu conseguisse segurar, e então as lágrimas começaram a cair, quentes contra a pele fria da tarde.

Eu não podia chorar ali. Não na frente de todos. Engoli o choro e aguentei até o sinal bater e fui embora, caminhando para casa em silêncio. Minha mãe nunca me acompanhou para ir a escola, nem na volta. Na verdade, ela só pisou nessa escola para me matricular e pegar meus boletins. 

Cada passo era pesado, como se o mundo estivesse apoiado nos meus ombros. Quando cheguei, a porta estava entreaberta, e um cheiro forte tomou conta de mim assim que entrei. Cerveja. Cigarro. O mesmo cheiro que impregnava a casa, que grudava nas paredes, nos móveis, em mim.

Minha mãe estava sentada no sofá, uma garrafa na mão, o olhar perdido na televisão. Não disse nada quando me viu. Ela nunca dizia. Apenas existia ali, como se eu fosse uma sombra na casa dela, algo que estava ali porque não tinha outro lugar para estar. Eu engoli em seco, mas o cheiro... o cheiro me atingiu de um jeito diferente desta vez. Eu sabia que minha mãe fumava e bebia quando eu não estava em casa. E, quando eu era pequena, ela fazia um esforço para não fumar ou beber antes de eu ir e voltar da escola. Mas hoje em dia, ela não se importa mais.

O enjoo veio primeiro. Depois, uma sensação estranha, como se algo dentro de mim estivesse fervendo, me queimando por dentro. Meu peito começou a subir e descer rápido demais, minha visão ficou embaçada, e de repente tudo ao meu redor parecia se distorcer. O som da TV se tornou insuportável, cada ruído parecia uma faca atravessando meus ouvidos. As paredes pareciam pulsar. Minha cabeça latejava.

— Para... para... pala... — murmurei, agarrando meus cabelos, tentando fazer com que aquilo parasse. Mas não parava. Nunca parava. Estava torcendo para nada drástico acontecer dessa vez. 

Minha mãe sequer olhou para mim. Eu tremia, minha respiração curta e entrecortada. O cheiro... aquele maldito cheiro estava em todo lugar, invadindo cada parte do meu corpo. Um grito preso na garganta, minhas unhas cravando nos braços. Eu queria sair dali. Eu queria sumir. Eu queria que tudo desaparecesse.

A garrafa escorregou da mão da minha mãe e caiu no chão, derramando o líquido dourado pelo tapete. O som do vidro batendo no chão foi o estopim. Algo dentro de mim quebrou junto com ele. Um grito escapou da minha boca antes que eu pudesse conter, e então eu comecei a bater nas próprias pernas, tentando me livrar daquela sensação, daquele pavor. Mas nada fazia aquilo ir embora. Eu me coçava, como se estar no mesmo ambiente que aquele líquido me sujasse de dentro pra fora. 

Minha mãe suspirou, esfregando a testa como se eu fosse um incômodo. Ela sequer se moveu para me acalmar. Como sempre. Como todas as vezes. Ela parecia mais irritada por ter deixado sua bebida derramar.

-- Limpa! Limpa! Limpa isso agora! -- eu gritava. Meu corpo tombava para todas as direções, me sinto no meio de uma cama elástica onde todos pulam ao meu redor, me impedindo de controlar meu próprio corpo. 

Minha mãe nunca soube lidar comigo, na verdade, ela nunca soube lidar com nenhum outro ser humano perto dela. Ela nunca me bateu, mas também nunca me confortou. Quando eu tinha surtos assim, ela só queria se livrar da Soso. 

Sem paciência para lidar comigo, levantou-se, agarrou meu braço e me arrastou para o quarto. Me empurrou para dentro e bateu a porta com força.

— Fica aí até parar com essa maluquice. — E a chave girou na fechadura.

Eu soluçava, minha visão borrada pelas lágrimas, meu corpo inteiro tremendo. Eu tinha tics nervosos constantemente por me sentir extremamente agoniada e suja ao inspirar o cheiro do álcool.

Eu me encolhi no canto do quarto escuro. Arranhei mais meus braços, sentindo a pele quente e irritada. O cheiro do álcool ainda impregnado no meu nariz, na minha cabeça, como um veneno que não me deixava respirar.

Abracei minhas perninhas e enterrei o rosto nos joelhos. Eu queria perguntar pra minha mãe por que ela nunca me abraçava. Por que nunca se importava. Mas eu sabia que ela não responderia. Ela nunca respondia a Soso.

Então eu deitei na cama e abracei o único ursinho de pelúcia que eu tinha. Eu devo ter ganhado quando era bebê. Minha Lilica. Minha companheirinha.

Aí eu caí no sono.

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