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2.14 - send us

CAPÍTULO QUATORZE; nos envie

CAPÍTULO REVISADO

POV'S AUTORA

TUDO PARECIA IRREAL, como um pesadelo.

Maella não se lembrava em que momento Jacaerys a soltou de seus braços, ou quando Rhaenyra e Daemon se levantaram com a pequena Visenya nos braços.

Ela nem ao menos se lembrava do momento em que seguiu sua mãe, deixando Daemon e Jacaerys paralisados no quarto.

Tudo parecia um grande borrão. Ela tinha uma irmã, finalmente, depois de todas as suas preces... E ela nunca ao menos veria a pequena Visenya dar seus primeiros passos?

Não parecia verdade.

A Velaryon engoliu a saliva amarga de sua boca, enquanto observava sua mãe de costas para ela. A garota também notou como as irmãs silenciosas a encaravam com receio.

Maella desviou seu olhar para o pequeno peso em seus braços.

Lá estava ela. Maella não se lembrava do momento em que a pegou dos braços de sua mãe.

A garota passou seu polegar pela pequena cabeça da bebê, notando algumas escamas ali. Seus olhinhos estavam fechados, quase dando a ilusão de que ela estava apenas dormindo, ela não possuía um nariz, não havia tido tempo.

Ela não deveria ter nascido hoje. Maella a apertou mais contra si, em um movimento estúpido para a proteger.

De repente, o pensamento da última vez que Maella e seus irmãos brigaram veio a tona. Eles discutiam para saber quem seguraria a nova bebê nos braços.

A lembrança feliz agora parecia distante e lentamente se tornava dolorosa.

A Velaryon ninou a bebê em seus braços, enquanto sussurrava baixinho uma canção valiriana de ninar.

A mesma canção que Rhaenyra cantou para ela e para Jace, depois para Lucerys, Joffrey, Aegon e finalmente, para Viserys.

Não deveria ser diferente para Visenya.

Ela deveria ter um momento de conforto, antes de ser embalada em faixas e depois ser entregada ao fogo.

Maella não gostaria que seu próprio bebezinho morresse sem ao menos ser ninado e confortado em seus braços.

Rhaenyra se virou para suas filhas, sua feição estava cansada e pesarosa, seus olhos violetas estavam baixos e vermelhos.

Maella não precisou olha-la para entender. A garota caminhou com a bebê até a grande mesa de pedra do cômodo.

A bebê era tão pequena, que aquela mesa parecia estupidamente grande.

A mesa era grande para que uma pessoa fosse preparada para ser entregue aos Deuses, não para um bebê. Visenya não deveria estar morta.

Maella se afastou da mesa, vendo Rhaenyra ficar em frente a sua bebê.

A Targaryen a enfaixou, com lentidão e cuidado.

Rhaenyra não permitiu que as irmãs silenciosas preparassem a garotinha, não parecia certo.

A mulher soluçou e por um momento suas pernas falharam, a colocando de joelhos em frente ao corpo de seu bebê.

Maella olhou sua mãe chorar sobre Visenya, sem conseguir se mexer.

Em algum momento, a Velaryon se retirou da sala, deixando Rhaenyra a sós com sua dor.

Ela não se lembrava em que momento havia trocado de roupa, mas havia o feito para o funeral.

Maella ficou quieta desde então, e Jacaerys notou aquilo com preocupação.

Ela não parecia nem ao menos ter reparado quando Davinne e seus irmãos se aproximaram dela.

Os olhos da Velaryon encaravam a pequena Visenya, observando-a ser engolida pelo fogo, uma de suas mãos descansava ao lado de sua barriga e isso fez Jacaerys se questionar se ela ainda se sentia doente.

Mas ele não perguntou.

Todos estavam em silêncio, tristes com a perda.

Rhaenyra e Daemon eram os mais próximos da pequena pilha da fogueira, ambos abalados.

Os olhos do Velaryon foram para o seu lado esquerdo, vendo Davinne ao seu lado, com Joffrey segurando a barra de sua saia. A Arryn acariciava os cabelos castanhos do garotinho, tentando o consola-lo. Mas ela também parecia estar triste demais para consolar qualquer pessoa.

Jacaerys colocou sua mão no ombro de sua amiga, vendo-a se despertar. Davinne o encarou e sorriu levemente.

— Como ela está? — A mais nova perguntou em um sussurrou.

O garoto negou levemente.

— Ela não fala nada desde que... Encontramos a mãe e a bebê. — Jace sussurrou de volta. — Acho que ela nem ao menos notou quando eu a levei para você, para que pudesse a ajudar a se arrumar para o funeral.

— Ela deve estar em choque... — Davinne prensou os lábios e soltou um longo suspiro. — Muita coisa aconteceu hoje. — A Arryn colocou sua mão sobre a mão do mais velho. — Como você está, Jace?

O garoto hesitou.

— Bem... — Ele umedeceu os lábios. — Não se preocupe, eu vou ficar bem. Estou apenas... Preocupado com meus irmãos e com a mamãe. — Jace concluiu, sincero.

Davinne acenou.

— Rhaenyra é muito forte. — A garota respondeu. — E eu estou aqui, pode dividir suas preocupações comigo, se você quiser.

— Obrigada, Davinne. — A Arryn apenas apertou levemente a mão do mais velho em resposta.

Lucerys se aproximou mais de Maella, e apenas encostou sua cabeça no ombro da mais velha.

O simples ato fez a Velaryon fechar os olhos por um momento, antes de abraçar seu irmãozinho de lado.

— Obrigada. — A garota murmurou para o mais novo.

O Velaryon apenas sorriu minimamente em resposta.

O som de passos pesados e metálicos chamou a atenção dos demais.

Maella virou seu rosto levemente, observando o Manto Branco de Sor Erryk.

Os guardas leais a Rhaenyra se viraram para ele, atentos junto de Daemon.

— Venho em paz, irmãos. — Sor Erryk afirmou no momento em que viu seus companheiros tirarem suas espadas das bainhas, pronto para o atacar.

Sor Erryk tirou seu elmo, mostrando que não havia nada o que temer. Os guardas, ao verem o sinal, abaixaram suas espadas.

Sor Erryk se ajoelhou e abriu sua bolsa de couro.

Maella elevou suas sobrancelhas ao ver Sor Erryk tirar a coroa de Viserys da bolsa, estendendo-a para Rhaenyra.

— Eu juro proteger a Rainha com todas as minhas forças. — Rhaenyra se virou ao ouvir o juramento de Sor Erryk. — E dar meu sangue pelo dela. — Daemon pegou coroa das mãos do guarda. — Não tomarei nenhuma esposa. Não possuirei terras. Não serei pai de nenhum filho. Guardarei seus segredos, obedecerei seus comandos, andarei ao seu lado e defenderei seu nome e sua honra.

Daemon suspirou, passando o polegar pelo símbolo da coroa que outrora foi de seu irmão. Seu amado irmão.

Lentamente, o Príncipe Rebelde se virou para sua esposa.

O Targaryen caminhou até a mulher e, com cuidado, colocou a coroa sobre sua cabeça.

Daemon Targaryen, o Príncipe Rebelde se ajoelhou diante de Rhaenyra Targaryen.

O ato fez Maella sorrir levemente.

— Minha Rainha. — Daemon disse, reverenciando-a.

Rhaenyra elevou seu olhar para as pessoas a sua frente.

Maella suspirou ao ver todos se ajoelharem diante de Rhaenyra, mostrando apoio a ela.

Ela não estaria sozinha naquela guerra.

A Velaryon se ajoelhou, sendo seguida por Jacaerys, Davinne, Lucerys e Joffrey.

Do outro lado, Baela e Rhaena se ajoelharam também.

Um pouco mais afastada, a Princesa Rhaenys sorria para Rhaenyra. Não se ajoelhou, mas pelo seu olhar, estava subentendido.

Sua lealdade era com ela, e com sua causa.

A mesa pintada estava cheia dos Lordes importantes de suas casas.

Maella observou Jacaerys preparar os peões simbolizando possíveis aliados na caixa de madeira e viu Daemon acender a mesa pintada, vendo ela se iluminar com o fogo.

Todos estavam em seus lugares, esperando a Rainha.

Maella ajustou a postura ao ver sua mãe aparecer na entrada do cômodo, acompanhada de alguns guardas. A coroa que um dia pertenceu a Jaehaerys brilhava em sua cabeça.

— Rainha Rhaenyra Targaryen, Primeira de Seu Nome, Rainha dos Ândalos e dos Roinares e dos Primeiros Homens, Senhora dos Sete Reinos e Protetora do Reino. — Daemon a apresentou com seriedade.

Todos encararam a Targaryen e a reverenciaram.

— Majestade. — Daemon a comprimentou.

Rhaenyra andou alguns passos e, quando percebeu que guardas a seguiam, fez um sinal de que poderiam parar.

Rhaena caminhou até a mais velha.

— Vinho, minha Rainha. — Rhaena sorriu enquanto estendia um cálice para a mais velha.

Rhaenyra deu um meio sorriso.

— Obrigada, Rhaena. — A Targaryen agradesceu. — Venha. — A chamou.

Rhaenyra passou por Baela e Rhaenys e fez um sinal com a cabeça, indicando que gostaria de Baela ao seu lado também. E assim, Baela o fez.

As três caminharam até a ponta dá grande mesa.

Ouve um grande silêncio no cômodo, todos esperando que a Rainha dissesse alguma coisa.

— Como está o nosso poderio?

— Temos 30 cavaleiros, 100 besteiros e 300 homens de armas. — Daemon a informou rapidamente. — Dragonstone é fácil de proteger, mas como instrumento de conquista, nosso exército deixa a desejar. Contatei meus leais homens da Patrulha da Cidade. Terei algum apoio, mas não posso falar de números. — O Targaryen concluiu.

— Já temos as declarações de Celtigar e Staunton, Massey, Darklyn e Bar Emmon. — Meistre Gerardys a informou também.

Maella viu Jacaerys pegar os pequenos peões com os símbolos das casas citadas e as posicionar na mesa.

— A minha mãe era uma Arryn. — Rhaenyra informou, chamando a atenção de Davinne – que estava ao lado de Maella. — O Vale não virará o Manto contra seus parentes.

Todos encararam a Arryn mais nova.

— Esperamos que não, já que temos a herdeira de Jayne Arryn conosco. — Daemon sorriu, presunçoso.

— Minha Casa jurou lealdade a Rainha Rhaenyra. — A mais nova empinou o nariz. — Os Arryn não viram as costas para um juramento. Nós reconhecemos a linhagem legítima, e morreremos pela Rainha se for necessário. — Daemon arqueou uma sobrancelha para a garota.

Novamente, Jacaerys colocou o peão com o símbolo de corvo na mesa.

Maella colocou sua mão sobre o ombro de sua amiga, sorrindo minimamente para ela.

— Riverrun sempre foi próximo de seu pai, Majestade. — Meistre Gerardys sugeriu. — Com o consentimento do Príncipe Daemon, eu já enviei corvos para o Lorde Grover.

Maella encarou Daemon pelo canto do olho.

Rhaenyra o encarou também, não gostando daquela situação.

— Lorde Grover é instável e facilmente persuadido. — Rhaenyra disse, firmemente. — Não precisará ser convencido da nossa força e de que o apoiaremos em caso de guerra.

— Vou tratar pessoalmente com ele. — Daemon retrucou.

— Lorde Grover é velho. — Maella se apoiou na mesa, chamando a atenção. — A última vez que ouvi falar dele, soube que ele estava acamado e que mal falava uma palavra. O próximo na linha de sucessão dos Tully é Oscar Tully... Devemos prestar atenção nisso.

— É um ótimo adendo, Princesa. — Meistre Gerardys sorriu, quase como se estivesse orgulhoso da informação.

— E quanto à Storm's End e Winterfell?

— Por lá, jamais viveu um Stark que esquecesse um juramento. — Lorde Bartimos disse. — E com a Casa Stark, o Norte seguirá.

— Lorde Borros Baratheon, precisará ser lembrado das promessas de seu pai. — Rhaenyra o respondeu.

Sir Steffon colocou o peão com o símbolo dos Stark na mesa, como um possível aliado. Jacaerys fez o mesmo com o peão com o símbolo dos Baratheon.

— Notícias de Driftmark? — Rhaenyra perguntou, se virando para Rhaenys.

Rhaenys encarou Maella, antes de responder.

— Lorde Corlys está navegando rumo à Dragonstone. — A Targaryen informou simplesmente.

— Para apoiar sua Rainha. — Daemon sorriu, confiante.

— A frota Velaryon está sob o jugo do meu marido. — Rhaenys respondeu o mais novo. — Ele decide para onde navegam. Mas ele não viraria as costas para isso, não quando a herdeira dele está aqui. — Maella sorriu, agradecida com as palavras de sua avó.

— Estamos rezando pelo seu apoio e de seu marido. — Rhaenyra respondeu. — Assim como rezamos para que a saúde do Serpente Marinha retornasse. Não há um porto no Mar Estreito que ousaria ter a frota Velaryon como inimiga. — A Targaryen se virou para o seu Conselho novamente. — E os nossos inimigos?

— Não temos amigos entre os Lannister's. — Daemon notificou. — O Tyland serviu à Mão por muito tempo para se virar contra ele. E Otto Hightower precisa da frota deles.

— Sem os Lannister's, não encontraremos aliados a oeste de Dente Dourado. — Ao ouvir as palavras de sua mãe, Maella encarou Dolous, do outro lado da mesa. O mais velho apenas sorriu minimamente para ela e abaixou o olhar.

— Não. — Daemon viu Rhaenyra o encarar. O modo como ela o encarou o fez abaixar o olhar. — Riverlands é fundamental, Majestade.

— Perdoe por minha franqueza, mas especular sobre homens é inútil. — Lorde Celtigar se pronunciou. —  Sua causa detém um poder jamais visto neste mundo, desde os dias da Antiga Valíria. Dragões.

— Os Verdes tem dragões. Esqueceu?

— Eles tem três adultos — Daemon a respondeu, quase como se estivesse desafiando Rhaenyra. — pelas minhas contas. Nós temos a Syrax, o Caraxes, e a Meleys... — Maella viu Rhaenys arquear uma sobrancelha para o primo. — Seus filhos têm o Vermax, a Veenrax, o Arrax e o Tyraxes. E Baela tem a Moondancer.

— Nenhum de nossos dragões esteve em uma guerra. — Rhaenyra retrucou.

— Ainda há dragões sem montadores. — Daemon argumentou. — O Seasmoke ainda reside em Driftmark. — Maella girou seus anéis em seus dedos ao ouvir Daemon citar o nome do dragão de seu pai, Laenor. — Vermithor e Silverwing, vivem em Monte Dragão, ainda sem montadores. — Aquilo atraiu a atenção de Rhaena. — E temos os três dragões selvagens aninhados aqui.

— E quem os montará? — Rhaenyra perguntou, confusa.

— Dragonstone tem treze contra quatro deles. — Daemon respondeu. — Eu ainda tenho 20 ovos sendo chocados em Monte Dragão. — O homem sorriu de lado.

Maella franziu as sobrancelhas.

— Você está mesmo sugerindo que alguém tente reinvindicar Grey Ghost? — Maella perguntou. — Desejo boa sorte se o encontrarem e... — A Velaryon riu. — Que os Deuses ajudem quem ousar pensar em montar no dorso de Cannibal. É uma ideia estúpida, Daemon.

Daemon a encarou feio pelo insulto.

— Agora... — O Targaryen bufou, enquanto pegava um peão que estava ao seu lado. — Precisamos de um lugar para nós reunirmos, — Ele contornou a mesa, parando ao lado de Jacaerys. — Um ponto de partida grande para abrigar um anfitrião considerável. — Maella viu Jacaerys desviar o olhar ao ver onde Daemon posicionou a peça de metal. — Aqui em Harrenhal, podemos cortar o Oeste e cercar Kingslanding com os dragões. — Rhaenyra elevou suas sobrancelhas ao ver o plano arquitetado. — E teremos a cabeça dos Verdes enfiadas em lanças antes da lua mudar.

— Majestade. — Sor Erryk se aproximou de Rhaenyra. — Um navio foi avistado no porto. Um galeão com uma bandeira de um dragão verde de três cabeças. — Maella se virou ao ouvir a descrição, alarmada.

— Alertem as torres de vigília. Observem os céus. — Daemon ordenou, enquanto caminhava apressadamente até Dark Sister, que estava apoiada na mesa.

— Eu vou junto.

— Não. — Rhaenyra respondeu, vendo sua filha a encarar confusa.

— Mas mãe...

— É uma ordem. — A mais velha a interrompeu.

A Velaryon não escondeu sua cara de decepção, ao ver Rhaenyra e Daemon saírem sem ela.

Lucerys bateu três vezes na porta.

O Velaryon ouviu passos se aproximarem da porta e logo, ela foi aberta.

Maella o encarou e lentamente abriu espaço para o mais novo entrar.

O garoto entrou, vendo a mais velha se sentar no divã azul de seu quarto.

— Não fique irritada. — Luke pediu, vendo a garota cruzar os braços.

— Eu já estou. — Maella se levantou em um pulo, fazendo o mais novo se assustar com o movimento repentino. — O desgraçado do Otto Hightower teve a audácia de vir aqui e esnobar a mamãe! Colocaram o idiota bêbado do Aegon no trono! — Lucerys observou o rosto de sua irmã começar a adquirir um tom vermelho.

— E o que você poderia fazer?

— Eu não sei, alguma coisa. Qualquer coisa! — A Velaryon chutou o pé do divã. — Isso só me faz pensar o quanto tudo isso vai piorar quando descobrirem que... Deuses! — E se sentou novamente. — Tudo está piorando.

— Está irritada porque a nossa mãe te repreendeu na frente de todo mundo ou foi o fato de que está grávida? — Lucerys viu a mais velha o encarar, brava. — Vamos, fale comigo.

— Não posso estar... — Maella se interrompeu, não querendo dizer a palavra. Ela negou para si mesma. — Não posso. Isso tudo vai virar uma guerra, Luke. É inevitável! — A Velaryon passou suas mãos pelo rosto. — E se eu estiver mesmo... Não vão deixar que eu ajude na guerra. — Ela suspirou. — E é por isso que vou tomar o chá da lua, e acabar com isso de uma vez.

— Você ao menos contou para Jace? — Luke perguntou.

— O corpo é meu.

— Mas não foi você que colocou o meu sobrinho na sua barriga, foi? — O modo como Maella o encarou, fez Lucerys levantar as mãos, em sinal de rendição. — O que estou tentando dizer, é que Jacaerys adoraria a ideia. A mamãe sempre diz que um bebê é uma benção.

— Bom, esse não é. — Maella respondeu. Suas mãos tremeram, enquanto brincavam com o tecido de seu vestido. — Eu vou tomar o chá da lua, para acabar com isso de uma vez e antes que tente me impedir, eu quero dizer que...

— Eu não vou impedir você. — Lucerys a interrompeu. A Velaryon o encarou, surpresa. — Você tá certa, é sua decisão. Eu só quero o melhor pra você. — O garoto deu de ombros, enquanto olhava em volta do quarto. — Onde está o chá? Está aqui?

— ... Na escrivaninha. — Maella respondeu, incerta. — Eu contei uma história de que uma serviçal estava com problemas... Meistre Gerardys parece ter aceitado a situação e me entregou.

O garoto foi até a escrivaninha de madeira branca, observando o pequeno recipiente ali.

Ele o pegou, observando o líquido azul pálido no frasco.

Lucerys voltou para o lado de Maella e a entregou. A Velaryon franziu as sobrancelhas para o mais novo.

— Vamos, pode tomar. — O garoto a incentivou, enquanto se sentava ao seu lado.

A garota o encarou, confusa.

— Qual é o seu plano?

— Apoiar você. — Luke respondeu, como se fosse óbvio. — Ella, eu não vou te dizer o que fazer. Então... se você quer tomar isso, eu te apoio e concordo com você.

Maella apertou os olhos, porém não o respondeu.

A Velaryon destampou o frasco de vidro e logo o cheiro adocicado invadiu seu nariz.

A garota respirou fundo e concordou rapidamente. Ela tomaria infusão de ervas e logo estaria livre daquele problema.

Um problema a menos.

Ela se forçou levar o líquido até sua boca e quando sentiu a substância leitosa tocar os seus lábios... Maella o afastou.

— Você não consegue, não é? — Lucerys viu as mãos de sua irmã tremerem, enquanto descansavam em seu colo, com o frasco ainda em suas mãos. — Por que uma parte sua quer se livrar disso, mas a outra não consegue. — O garoto umedeceu os lábios. — Uma parte sua tá com medo, porque acha que vai ser como o Aemond te contou que seria. — Maella o encarou. — Mas não vai ser, porque o bebê não é do Aemond, Ella. É do Jace e, acima de tudo, é seu. — Ele viu a mais velha fungar e seus olhos marejaram. — Eu acho que está com medo, mas você não quer se livrar verdadeiramente dele. Você só... Tá com medo.

Os olhos de Maella estavam marejados e avermelhados.

— A mamãe perdeu a Visenya...

— E isso não vai acontecer com você. — Luke a assegurou. — O que houve com a mamãe foi uma tragédia, mas nem sempre é daquele jeito.

— E se eu estragar o bebê? — Maella sussurrou. — E se eu fizer algo errado?

— Você não vai estragar ele. — Lucerys riu. — Eu aposto que vai ser a melhor mãe do mundo. Você sempre foi muito maternal, mas acho que nunca notou, sabia?

A Velaryon franziu as sobrancelhas.

— Desde quando você se tornou tão sabichão? — A garota perguntou.

Lucerys deu de ombros mais uma vez, antes de a abraçar de lado.

— Acho que eu passava muito tempo com a Davinne. — O garoto sorriu levemente, não conseguindo não pensar na mais velha.

— O que acha que eu devo fazer? — Maella perguntou.

— Maella Velaryon está me pedindo ajuda?

— Conselho. — A mais velha retrucou rapidamente, o corrigindo.

— Bom... Primeiro, acho que realmente deveria conversar com Jace. — O garoto respondeu. — Você não pode ter medo sozinha. E depois, dizer a mamãe.

— Certo. Contar a Jace, e depois falar com a mamãe. — Maella viu Lucerys concordar. — E se ele não gostar da notícia?

Lucerys franziu as sobrancelhas.

— Ele vai se assustar, com certeza. — Luke murmurou. — Mas não é porque é uma coisa inesperada que ele não vá gostar. Mas, se estiver insegura sobre isso, eu posso te ajudar a contar para ele.

Maella sorriu, apertando as bochechas de seu irmãozinho, o fazendo rir.

— Eu te amo.

— Eu te amo também. — Lucerys brincou, enquanto dava um peteleco no nariz da mais velha.

— Deveriam ter cortado a cabeça dele. — Maella comentou, confusa. — Assim, o usurpador e o seus aliados saberiam rapidamente a nossa resposta.

a sala da mesa pintada estava novamente em mais uma reunião, dessa vez, discutiam o que Otto Hightower havia dito.

Já era noite. Maella já podia sentir o cansaço em seu corpo.

— Foi o que eu sugeri. — Daemon respondeu sua enteada. O Targaryen suspirou. — Não é fácil para homens se tornarem matadores de dragões. Mas dragões podem matar dragões. Já mataram. — Daemon disse, simples e perspicaz. — A grande verdade é: temos mais dragões do que Aegon.

— Viserys sempre falava sobre a história de Valíria. Conheço bem. — Rhaenyra respondeu ao mais velho, indiferente. — Quando os dragões voaram para a guerra, tudo queimou. Não desejo governar um Reino de cinzas e ossos.

— A senhora está considerando o acordo dos Hightower, Majestade? — Lorde Bartimos perguntou, confuso.

— Como Rainha, qual é o meu verdadeiro dever para o com o Reino, Lorde Bartimos? — Rhaenyra perguntou. — Garantir a paz e a unidade, ou me sentar no Trono de Ferro, não importa a qual custo?

Maella quase resmungou sobre as palavras de sua mãe. Eles já haviam quebrado a paz no exato momento em que a usurparam.

Suas sobrancelhas se juntaram e ela negou levemente, irritada.

Jacaerys notou o comportamento da Velaryon e segurou sua mão delicadamente. O movimento fez a mais nova acalmar seus pensamentos.

— Isso é o seu pai falando. — Daemon resmungou.

— Meu pai está morto. — A Rainha retrucou rispidamente. — E ele me escolheu como sua sucessora. — Daemon se afastou em passos rápidos da mesa, ficando em frente a lareira do cômodo. — Para defender o Reino, não para guerrear precipitadamente.

A Velaryon mordeu a língua, se limitando a apenas respirar fundo sobre o assunto. Sua mãe não parecia entender que aquilo se tornaria uma guerra.

— Seu inimigo declarou guerra. — Daemon exclamou, irritado. — O que fará quanto a isso?

Maella apertou a mão de Jacaerys e os dois se entreolharam.

Ouve um longo e cortante silêncio na sala, todos tensos com o próximo passo que Daemon ou Rhaenyra dariam.

— Saiam do salão. — A Targaryen disse, seriamente.

Lentamente, todos saíram dali, respeitosamente.

Maella soltou a mão de Jacaerys e se virou para caminhar até seus aposentos.

Jace franziu as sobrancelhas e a seguiu pelo corredor.

— Maella?

— Ela não vê que isso vai se tornar uma guerra? — A Velaryon comentou, vendo seu irmão apressar o passo para a acompanhar. — Eu sei que ela não deseja uma, eu também não desejo mas vai acontecer. E ela nem ao menos parece querer se preparar para isso!

— Ela está sendo cautelosa. — Jacaerys respondeu, sempre tão determinado. — E isso é bom, devemos ter um plano primeiro.

— Eu sei! — Maella retrucou, parando finalmente. O mais velho teve que se segurar para não tropeçar na garota. — Eu só-eu estou com medo. — A Velaryon confessou. — Virão atrás de nós, de todos nós. — Jacaerys viu a garota levar a mão até sua garganta, angustiada. — De você, principalmente.

O mais alto sorriu, se sentindo bobo.

— Você está preocupada comigo? — Ele perguntou, enquanto levava suas mãos até às bochechas da Velaryon.

— É claro que sim. — Maella respondeu, enquanto colocava sua mão livre sobre o pulso do mais velho, onde acariciou com delicadeza. — Você é o herdeiro do trono, você vai estar constantemente em perigo agora. Nós já perdemos a Visenya, eu não gostaria de perder mais alguém que eu... — E se calou.

Jacaerys sorriu levemente, encantado.

— Você não vai me perder, e nem perder mais ninguém. — Jace a assegurou. — Não sairei do seu lado. Eu te amo.

Maella pensou em contar para ele. Bem ali.

Bem naquele lugar, com o corredor incrivelmente vazio e iluminado apenas por algumas tochas.

As palavras estavam na ponta da língua.

Jace, acho que estou grávida. Estou com medo.

A Velaryon engoliu seco e soltou o pulso do garoto, enquanto se inclinava em sua direção.

Maella passou seus braços pelo tronco de Jacaerys, o abraçando fortemente. Ele rapidamente a abraçou de volta, a envolvendo em um acolhedor abraço, enquanto fazia carinho em sua cabeça.

— Não tenha medo. — Jace sussurrou. — Tudo ficará bem, você verá.

Lucerys parou em frente a porta, revisando suas palavras em sua cabeça.

O garoto mordiscou o lábio e bateu três vezes na porta, se sentindo nervoso ao ouvir passos leves se aproximarem do outro lado.

A porta se abriu.

— Luke? — Rhaena franziu as sobrancelhas, porém sorriu de lado. — O que faz aqui? Precisa de algo?

— Gostaria de conversar com você. É importante. — Lucerys respondeu.

A Targaryen concordou e abriu espaço para o garoto entrar.

O Velaryon deu uma boa olhada pelo quarto, notando o quão bem arrumado ele era. Vários tons de rosa o enfeitavam, seja nos lençóis da cama até às tapeçarias chiques. Presentes de Daemon, Lucerys imaginou.

— O que é tão importante? — Rhaena perguntou, enquanto voltava para os seus afazeres.

Lucerys observou a garota se sentar em seu divã e puxar o bastidor para seu colo.

Definitivamente, Rhaena era melhor em bordar do que Maella.

Ele quase riu de seu pensamento.

A Targaryen parece ter notado o olhar curioso do garoto, pois se ajeitou em seu acento e riu.

— É para Baela. — Rhaena se explicou. Ela virou o bastidor para o garoto, um bordado de um dragão verde estava centralizado ali. — Viu? É Moondancer! Bom... Não está terminado ainda. — E o colocou em seu colo novamente. — Mas não vou demorar, não é tão difícil quanto parece. Posso fazer um para você depois! O Arrax é um dos dragões mais lindos que já vi.

— Seus bordados são incríveis, Rhaena. Eu ficaria muito feliz com um do Arrax. — Lucerys respondeu, vendo a garota sorrir. — Mas não é sobre isso que eu gostaria de falar.

— Tudo bem, sobre o que quer falar? — A garota perguntou, enquanto voltava seu olhar para o seu bordado.

— Eu preciso que o nosso noivado termine. — Luke viu Rhaena rir, enquanto passava a agulha pelo pano.

É mesmo? E qual seria o motivo?

O Velaryon franziu as sobrancelhas, confuso.

— Bom, quero adiantar que não é nada haver com você, Rhaena. — Lucerys disse rapidamente. — Você é linda, é inteligente, e incrível. É uma ótima pessoa.

— Obrigada.

— Mas eu não me vejo casado com você, Rhaena. — Lucerys continuou. A Targaryen viu o garoto andar de um lado para o outro enquanto falava. — Mas isso não significa que eu não gosto de você! Claro que gosto, nós crescemos juntos. Tenho um grande carinho por você, mas só como amiga.

— Tudo bem. — Rhaena respondeu. — Se eu concordar em acabar com o nosso noivado, você fará alguma coisa sobre Lady Arryn? Ou continuarão nesse... Caso escondido?

O Velaryon parou bruscamente em frente a garota, seus olhos arregalaram e sua respiração engatou na garganta.

— O-o quê?

— Ah, Luke, vamos lá... — Rhaena revirou os olhos. — Você e Davinne estão juntos, assim como Maella e Jace também estão. — A garota suspirou. — É de família não saber esconder as coisas?

Lucerys abriu a boca e a fechou novamente.

— Não é o que você está pensando.

— Mas é claro que é. — Rhaena respondeu. — Eu posso não estar com vocês sempre, mas eu tenho olhos. — A Targaryen deixou seu bordado de lado. — Eu reparo isso desde pequena, vocês são muito fofos, na verdade.

O Velaryon a encarava perdido.

— Bom, se o nosso noivado que eu achava particularmente confortável vai acabar, no mínimo você deve se resolver com ela. — Rhaena se levantou do divã. — Faça alguma coisa.

— Você não está brava?

— Estou brava por você não ter feito nada para se resolver com ela. — A Targaryen o segurou pelos ombros. — Eu gosto de você, assim como você gosta de mim. Nada mais que isso. — Luke sorriu com isso.

— Obrigado. — O garoto a puxou para um abraço. — Você é uma ótima prima.

Rhaena sorriu, o abraçando de volta.

— Você também é um ótimo primo. — A mais velha deu tapinhas gentis nas costas do mais novo. — E não se preocupe, eu mesma falarei com o meu pai sobre.

— Deuses, obrigado. — Lucerys suspirou, aliviado. Isso arrancou uma risada da Targaryen.

Maella batucava seus dedos sobre a mesa, enquanto ouvia as ideias bobas dos Lordes ali.

Mais uma reunião, logo de manhã. A Velaryon tinha a estranha sensação que aquilo se tornaria um hábito frequente.

Rhaenyra estava na ponta da mesa, acomodada em uma cadeira. Ela não parecia estar verdadeiramente interessada em nenhuma palavra de nenhum deles.

Os olhos violetas de Maella se encontraram com os azuis de Sir Erryk. Ambos sorriram minimamente um para o outro.

— O propósito de uma guerra é encher as covas, meu caro Lorde Stauton. — Um dos Lordes apontou.

— O truque é fazê-los colocar mais homens em campo do que nós.

Maella trocou um olhar com Jacaerys e ele concordou levemente. Aquilo era um absurdo.

— Belas palavras de um Lorde que comanda de seu castelo. — Um outro Lorde retrucou.

— O Senhor das Marés. — O arauto anuncionou, chamando a atenção de Maella, que rapidamente ajustou sua postura. — Lorde Corlys Velaryon — A garota sorriu ao ouvir a bengala do mais velho bater no chão, anunciando sua presença. — e sua esposa, a Princesa Rhaenys Targaryen.

Atrás dos mais velhos, Baela e Rhaena os acompanhavam.

A Velaryon saiu de seu lugar, caminhando apressadamente até seus avós.

Corlys sorriu para sua herdeira.

Maella o abraçou, tomando cuidado com o seu machucado no pescoço. O mais velho sorriu, enquanto a abraçava de volta.

— Estou tão feliz que está bem. — Maella disse, enquanto se afastava para o encarar. — Estou tão feliz que está vivo, vovô.

— Estou feliz em ver você, minha querida. — Corlys beijou o topo da cabeça de sua neta e acariciou seus cabelos. — Uma pena que em circunstâncias tão problemáticas, mas fico feliz que está bem. — Maella sorriu quando o mais velho desceu sua mão até a bochecha da garota, onde fez um carinho ali.

A Velaryon se afastou mais, para comprimentar sua avó com um beijo na bochecha.

— Meus Lordes. — O Serpente Marinha comprimentou os demais.

Maella chamou suas primas timidamente com a cabeça, indicando que elas deveriam as seguir.

— Lorde Corlys. — Rhaenyra o comprimentou com respeito. — Sinto um imenso alívio em vê-lo sadio novamente.

Maella parou ao lado de Jacaerys, enquanto Baela parou ao seu lado.

Davinne deu um passo para o lado, para que Rhaena ficasse ao lado de Luke.

Os seis se comprimentaram timidamente.

— Sinto muitíssimo pelo seu pai, Princesa. — O mais velho prestou suas condolências. — Ele foi um bom homem.

O olhar do Velaryon caiu por um momento em seus netos, antes de voltar para a Rainha.

— Onde está Daemon?

— Outras preocupações demandaram a atenção do Príncipe. — A Targaryen respondeu.

Corlys concordou levemente antes de caminhar com dificuldade até a mesa pintada, observando os peões com os símbolos de diversas casas.

— Seus aliados declarados?

— Sim.

— Poucos para vencer uma guerra pelo trono. — O Serpente Marinha pontuou.

— Também temos esperança de obter o apoio das Casas Arryn, Baratheon e Stark. — Rhaenyra retrucou.

— A esperança... É aliada dos tolos. — Corlys a respondeu.

Jace e Maella se encararam.

— As Casas Arryn e Baratheon compartilham o sangue com a minha casa. — Rhaenyra o encarou, deixando de lado o tom hostil do Velaryon. — Mas todos eles fizeram um juramento a mim.

— Bem como a Casa Hightower, se me lembro bem.

— Assim como o senhor, Lorde Corlys.

Um pequeno silêncio pairou entre os dois, pesado e desconfortável.

— A Casa Hightower tem a palavra tão firme quanto uma água viva. — Maella comentou, chamando a atenção de seu avô. — Eles são traiçoeiros, deveríamos saber que eles não honrariam sua palavra.

Corlys sorriu de lado, parecendo orgulhoso.

— De fato, querida. — O Velaryon respondeu. O olhar violeta do homem encarou seus netos, vendo cada um apreensivo sobre o que ele faria. — O reinado do seu pai — E voltou seu olhar para Rhaenyra. — foi repleto de justiça e honra. Nossas casas se unem pelo sangue e pela causa. Esta traição dos Hightower, não pode vigorar. — O mais velho endireitou a postura. — Você tem o total apoio da nossa frota e da nossa casa, Majestade. — E se curvou, fazendo Maella e Luke se entreolharem e sorrirem.

Rhaenyra o encarou, surpresa.

— É uma honra, Lorde Corlys. — A Rainha respondeu, agradecida. A mulher se virou para trás, vendo Rhaenys sorrir para o marido. — Princesa Rhaenys. — Rhaenyra suspirou, enquanto voltava para sua feição séria. — Mas... Como disse aos meus vassalos, fiz uma promessa ao meu pai de manter o Reino forte e unido. Se houver um primeiro golpe nesta guerra, não virá pelas minhas mãos.

— Não pretende agir? — Corlys perguntou, não escondendo sua confusão.

— Ser prudente não significa que não agiremos. — Rhaenyra o respondeu. — Quero saber quem são os meus aliados, antes de mandá-los para a guerra.

Corlys caminhou silenciosamente até o lado de sua Rainha.

— A consequência da minha... Quase morte em Stepstones, é que está sob nosso controle. — Lorde Corlys anunciou a os demais, sua voz forte e imponente. — Eu cuidei de guarnecer todo o território desta vez. Um bloqueio total das rotas marítimas tomará o lugar em alguns dias, — Maella sorriu com isso. — se já não estiver lá. A Triarquia foi derrotada. O Mar Estreito é nosso. — A Velaryon se apoiou na mesa, interessada nas palavras de seu avô. — Se posteriormente, fecharmos a Goela, poderemos impedir as viagens marítimas e o comércio para Kingslanding.

— Eles ficaram sem suprimentos rapidamente. — Maella murmurou para Baela. — Ah, o que eu não daria para ver Aegon tentando caçar seu próprio almoço. — O comentário arrancou uma risada da Targaryen.

— Pegarei a Meleys e patrulharei a Goela, pessoalmente. — Rhaenys informou a Rhaenyra.

— Quando esgotarmos o Mar Estreito, poderemos cercar Kingslanding, sitiar a Fortaleza Vermelha e forçar os Verdes a se renderem. — Lorde Celtigar apresentou seu plano.

— Se temos espadas suficientes para cercar Kingslanding, primeiro garantiremos o apoio de Winterfell, do Ninho da Águia e de Storm's End. — Rhaenyra comentou, apoiando suas mãos na mesa.

— Posso escrever uma carta para minha mãe, Majestade. — Davinne levou suas mãos para trás de seu corpo. — E ela logo decretará o seu apoio. — Rhaenyra sorriu com isso.

—Prepararei os Corvos, Majestade. — Meistre Gerardys disse, vendo a Rainha acenar.

— Devemos entregar essas mensagens. — Jace disse rapidamente, atraindo a atenção de sua mãe e de todos os Lordes presentes.

Maella e Lucerys o encararam, um pouco confusos com a proposta.

— Dragões voam mais rápido do que corvos e são mais convincentes. — Jacaerys explicou, sério. Sua postura estava ereta e sua voz estava grave. Ele queria ser ouvido. — Nos envie.

— O Príncipe está certo, Majestade. — Lorde Corlys defendeu a ideia de seu neto.

Maella mordiscou o interior de sua bochecha. Era de fato uma boa ideia, Maella não negaria. Mas poderia ser arriscado, de qualquer maneira.

Rhaenyra também pareceu hesitar, mas apenas por um momento.

— Muito bem. — A mulher aprovou a ideia. — O Príncipe Jacaerys, como o mais velho, voará para o Norte. Primeiro ao Ninho da Águia para ver a prima de minha mãe, a Lady Jeyne Arryn. E depois para Winterfell, para tratar com o Lorde Cregan Stark, a questão do apoio do Norte. — O Velaryon tentou ao máximo segurar o sorriso orgulhoso em seus lábios. Era uma grande tarefa. — A Princesa Maella voará para o Sul, para Storm's End, e tratará com o Lorde Borros Baratheon.

Maella prensou seus lábios e desviou o olhar para seus anéis.

Storm's End era conhecida por muitas tempestades desagradáveis. O mero pensamento já a fez se sentir receosa.

Mas de qualquer jeito, ela iria, se isso fizesse sua mãe se sentir satisfeita.

Eu vou para Storm's End.

Todos voltaram seus olhares para o terceiro filho de Rhaenyra, Lucerys Velaryon.

Sua mãe franziu as sobrancelhas.

— Luke, não há necessidade de você ir para...

— Arrax é mais rápido que a Veenrax. — O Velaryon argumentou. — E é perto, voltaria no dia seguinte ou até mesmo no mesmo dia. — O garoto umedeceu os lábios e seu olhar foi até Davinne, apenas vagamente. — Maella deve ir até o Vale, e levar Lady Davinne com ela, isso com certeza faria Jeyne Arryn concordar rapidamente com a proposta... E isso encurtaria a viagem de Jace, ele poderia ir direto para o Norte. — Lucerys se sentiu desconfortável com todos os olhos sobre ele e por um momento, encolheu os ombros. — Bom... É o que eu penso.

Um sorriso pequeno – porém orgulhoso – pintou os lábios de Rhaenyra.

Seu pequeno Luke não era mais tão pequeno como ela gostava de pensar.

— Muito bem... — A Targaryen acenou. — O Príncipe Jacaerys poderá ir direto para o Norte, tratar com o Lorde Cregan Stark. A Princesa Maella irá para o Vale, levando consigo Lady Arryn e o Príncipe Lucerys seguirá sua viagem até Storm's End, para tratar com Borros Baratheon. — Rhaenyra encarou seu conselho, determinada. — Devemos lembrar a esses Lordes do juramentos que fizeram. E, o quanto custará quebrá-los.

Maella sabia exatamente onde encontrar o garoto, então assim que a reunião acabou, a Velaryon seguiu seu irmão até seu pequeno esconderijo artístico.

Não tão escondido, Maella pensou, já que a maioria dos familiares de Luke já sabiam sobre o lugar.

Bom, Rhaenyra gostava de fingir que não sabia, apenas para alegrar seu garotinho.

Lucerys fechou a pequena caixinha de madeira ao ouvir passos de aproximando.

— Por que fez aquilo? — Maella perguntou, vendo o mais novo se virar para ela, enquanto guardava alguma coisa em seu bolso – coisa essa que Maella não teve interesse em perguntar o que era.

— Aquilo o quê? — Luke devolveu a pergunta.

— Se voluntariar para ir no meu lugar. — A Velaryon cruzou os braços. — Você não precisava fazer isso, podia muito bem ficar em casa, eu sou perfeitamente capaz de...

— Eu sei. — Lucerys a interrompeu. — Mas o que eu falei faz muito sentido.

— Você poderia ficar em Dragonstone.

— Mas eu não vou. — O Velaryon respondeu. — A minha ideia é boa, você sabe que sim. Você leva Davinne ao Vale com Veenrax, eu encurto a viagem de Jace e eu me resolvo com Borros Baratheon.

— Não é só isso. — Maella se aproximou. — Você não está fazendo isso só por causa do... Bom, você sabe.

— Eu sei que fica apreensiva voando sobre tempestades. — O garoto prensou seus lábios. — Não quero que se sinta desconfortável... Então eu vou no seu lugar.

A Velaryon brincou com seus anéis.

— Não gosto quando você faz isso. — A garota comentou. — Eu sou a mais velha.

Luke riu.

Era engraçado, ela era a mais velha. Três anos mais velha.

Ele não sabia se era o fato de Maella ser uma garota e ele um garoto, mas ele sempre teve aquele instinto de a proteger de qualquer coisa.

Lucerys sabia que Maella era perfeitamente capaz de se cuidar, claro que sim... Mas gostava de pensar que suas ações a ajudavam a se manter segura.

E quando sua mãe decretou que Maella iria até Storm's End, seu instinto o fez se voluntariar para ir em seu lugar.

Claro, ele adoraria ficar em Dragonstone, com sua mãe e seus irmãos menores, mas também gostava do sentimento de estar fazendo algo útil.

Aquela sentimento de querer que sua mãe sentisse orgulho dele, Lucerys quase bufou com o pensamento.

Havia puxado isso de Jacaerys, seu irmão mais velho, bobo e idiota, mas ele o amava.

— Mas eu sou seu irmão. — Luke respondeu, dando de ombros. — E eu preciso fazer algo para me provar.

Maella franziu as sobrancelhas.

— Para a mamãe? — A Velaryon o encarou, confusa. — Você não precisa fazer isso, você deveria saber que...

— Não é só por ela. — Lucerys a interrompeu. — Eu preciso valer a pena.

— Eu não estou entendendo...

— Você não pode apenas ir se arrumar para a sua viagem? — Lucerys resmungou, Maella apertou seus olhos para ele. — Certo, se eu te contar, você promete não contar pra ninguém?

— Eu prometo.

— Promete mesmo?

— O que quer dizer com isso? — Maella retrucou.

— Você não sabe guardar segredos. — Luke a acusou. — Você é péssima nisso, não sabe esconder nada!

— Você nunca reclamou disso!

— É porque você contava os segredos dos outros pra mim. — Lucerys explicou, fazendo Maella revirar os olhos. — Mas agora o segredo é meu, e tem que continuar sendo um.

— Fale logo o que é! — A mais velha exclamou.

O Velaryon suspirou e tirou de seu bolso uma pequena caixinha de madeira, com delicados entalhos nela.

O garoto a abriu, revelando um anel.

O anel era de prata, muito bonito. O que mais chamava a atenção era a concha centralizada nele, com uma pequena – porém elegante – pérola.

Era delicado.

— É para...

Davinne. — Luke disse, fechando a caixinha novamente. — Eu e Rhaena desfizemos o nosso noivado, e eu vou pedir a mão da minha Davinne em casamento.

— Luke, isso é ótimo! — Maella sorriu. — Fico muito feliz por vocês.

A Velaryon viu as bochechas de seu irmão corarem rapidamente, enquanto seus ombros se encolhiam.

— Obrigado. — O garoto murmurou. — Bom, se ela aceitar...

— E ela vai.

— ... Se ela me quiser ainda, como eu quero ela, depois de minha viagem para Storm's End, encontrarei vocês duas no Vale. — Lucerys voltou a explicar. — Irei com um grande feito, e vou impressionar Lady Jeyne, e ela me dará a mão de sua filha, oficialmente.

Maella entendeu seu plano rapidamente.

Não era segredo para nenhum dos dois que Davinne não tinha uma relação tão boa com sua mãe. Lady Jeyne era uma mulher rigorosa, e mostrava seu amor de uma maneira diferente. Ela era difícil de ser impressionada, Maella se lembrou da primeira vez que a conheceu, a quatro anos atrás.

Desconfortável.

Lucerys não queria se provar para Rhaenyra, ele queria se provar para sua possível – e, esperançosamente – futura sogra.

— Estou tão orgulhosa de você. — A mais velha comentou, se aproximando mais. — Você está se tornando um homem.

— Eu já sou um. — Luke disse rapidamente, enquanto ajeitava sua postura e estufava o peito.

— Não é, não. — Maella riu, o puxando para um abraço. — Você é o meu irmãozinho. — E bagunçou seus cabelos, ouvindo o mais novo resmungar em falsa reprovação.

Idai que eu demorei mais de 20 dias pra postar capítulo novo? ele pelo menos tem 7006 palavras, eu posso sumir mas sempre volto com capítulo grande !!

Espero que tenham gostado do capítulo ! Eu dei uma revisada masss o capítulo é GIGANTE então pode ter escapado algum errinho

Esse é o penúltimo capítulo do ato II💔 vou sentir falta de quando eles não tinham tantos problemas

até <3

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