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1.5 - valyrian blood

CAPÍTULO CINCO; sangue valiriano

CAPÍTULO REVISADO

POV'S AUTORA

O ANTIGO, O VERDADEIRO, O VALENTE.

Aquele era o lema dá Casa Velaryon, a casa que sobreviveu a queda dá Valiria, uma das casas mais poderosas de todos os Sete Reinos.

Laena Velaryon pertencia a essa casa, pertencia ao mar e agora, era entregue novamente as águas em seu lindo e melancólico caixão de madeira.

Maella fez carinho na cintura de sua mãe. A mulher estava mais calma, embora seus olhos estivessem vermelhos pelo choro ressente.

Rhaenyra Targaryen era uma grande amiga de Laena Velaryon. Maella se recordava das inúmeras cartas que as duas mulheres trocavam e de como – sempre que podia – a Targaryen voava com Syrax até Pentos, para visitar a Velaryon.

Īlon derēbagon tubī rȳ se seat hen embar naejot deliver se riña Laena Velaryon hen lentor Velaryon naejot se eternal waters, se domain hen dārys Merling, skoriot kessa mīsagon zirȳla syt mirre se tubissa naejot māzigon. — Sor Vaemond, tio de Maella dizia seu discurso, como uma última honra a Lady Laena.

“Nós nos reunimos hoje na sede do mar para entregar a senhora Laena Velaryon da Casa Velaryon às águas eternas, o domínio do Rei Merling, onde ele a protegerá por todos os dias que virão.”

Hae riña Laena sets hen naejot embar syt zirȳla mōrī voyage, ziry tēmbi lanta legitimate daughters va se rāenion.  Although pōja muña gaomas daor return hen se trip, kessi mirre umbagon united ondoso ānogar. — Vaemond continuou, seu alto valiriano sendo muito bem entendido por Maella.

“Ao embarcar para o mar para sua última viagem, Lady Laena deixa duas filhas legítimas na costa. Embora a mãe deles não retorne da viagem, todos permanecerão unidos pelo sangue.”

Vaemond direcionou seus olhos violetas para Rhaenyra e seus filhos.

Lopor dakogon rȳ velaryon's ānogar. — Maella desviou seu olhar para seus irmãos, vendo a feição confusa de ambos sobre as palavras do mais velho. Jacaerys e Lucerys fugiam das aulas de alto valiriano, diferente de Maella. — Īlvon iksis qumblie.  Īlvon iksis drēje. — Maella sentiu sua mãe a apertar ela e seus irmãos contra a Targaryen. Uma tentativa de os proteger. A Velaryon viu seu pai abaixar mais a cabeça e viu seu avô , Rei Viserys os encararem com uma mistura de tristeza e até... constrangimento. — Se īlvon ēdruta dōrī diminish.

"O sal corre pelo sangue Velaryon. O nosso é denso. O nosso é verdadeiro. E o nosso nunca deve diminuir."

A atenção foi voltada para Daemon, que soltou uma risada com a última frase de Vaemond.

Um pouco inapropriado, já que todos se encontravam no funeral de sua falecida esposa.

Ñuha sȳz niece.  Kostagon aōha jelmior sagon hae kostōba hae ao return, aōha seas hae gīda hae aōha spirit, — Maella teve vontade de esganar Aegon ao vê-lo demonstrar sua falta de respeito com toda a situação, vendo o garoto revirar seus olhos. — se aōha nets hae lēda hae aōha prūmia.  Īlon māstan hen se embar.  Kesi return naejot se embar.

"O sal corre pelo sangue Velaryon. O nosso é denso. O nosso é verdadeiro. E o nosso nunca deve diminuir. Minha gentil sobrinha. Que os ventos sejam tão fortes quanto você volta, seus mares tão calmos quanto seu espírito, e suas redes estarão tão cheias quanto seu coração. Do mar viemos. Ao mar retornaremos."

O caixão foi jogado ao mar, afundando lentamente.

Maella soltou um longo suspiro ao ver Aemond se aproximar.

Eles não haviam se falado desde o tapa muito bem merecido que Aemond havia ganhado de Maella.

— O que você quer? — Maella perguntou séria quando Aemond ficou ao seu lado.

A garota nem ao menos o encarou.

— Quero lhe propôr um acordo. — Aemond viu Maella erguer uma sobrancelha.

— O que você acha que eu vou querer de você, Aemond?

— Meu sangue valiriano. — Maella franziu as sobrancelhas e finalmente o encarou. — Você e eu somos segundos filhos, não temos nada. — Aemond ousou colocar sua mão sobre a dela – que estava encostada sobre o pequeno muro. – Seu sangue bastardo é sujo, mas posso ajudá-la a limpá-lo. — A Velaryon não estava acreditando no que o mais velho estava falando. — Meu sangue valiriano limparia sua linhagem.

Maella puxou a mão de Aemond.

— Eu tenho sangue valiriano. — Maella sibilou, irritada. — E diferente de você, eu tenho algo sim. Eu sou Herdeira de Driftmark, serei a Senhora dás Marés um dia, diferente de você que nunca passará de um mero segundo filho de um segundo casamento! — Maella viu os olhos de Aemond brilharem em fúria. — Prefiro ver minha linhagem terminar comigo do que pensar em continua-lá ao seu lado. — Maella aproximou seu rosto do rosto do mais velho. — Você diz tanto que sou uma bastarda, mas meu dragão eclodiu de seu ovo meses antes de eu falar minha primeira palavra, diferente do seu que permaneceu inerte. Eu sou uma Velaryon. O que você é exatamente, Aemond? — A garota o olhou de cima a baixo. — Um Hightower de cabelos prateados? Grande porcaria. — A mais nova cuspiu a última frase, antes de se afastar.

Antes que Aemond pudesse reagir, o Targaryen parou ao ver Jacaerys se aproximar dos dois.

— Maella, nossa mãe está nos chamando. — Jace murmurou, seus olhos parados em Aemond.

— Vamos até ela. — Maella segurou a mão quente de seu irmão.

Jacaerys e Aemond trocaram olhares duros, antes de Jace guiar Maella para longe do mais velho.

— O que ele queria?

— Ser um idiota. — Maella respondeu. — Mas eu o coloquei em seu lugar.

— Eu não gosto quando ele está com você, não gosto de você perto dele. — Jace murmurou.

— Acredite em mim, nem eu.

As duas crianças viram Rhaenyra em um canto um pouco afastado dá família Velaryon.

Maella e Jace pararam ao lado dá maior.

— Vocês viram seu pai? — Rhaenyra perguntou, se virando um momento para o lado. Maella seguiu seu olhar até às gêmeas Targaryen, Baela e Rhaena.

— Não o vejo desde o funeral de Laena. — Maella respondeu.

Rhaenyra suspirou. A Targaryen colocou suas mãos sobre os ombros de Jace e de Maella.

— As suas primas perderam a mãe, sejam gentis com elas. — Rhaenyra pediu.

Maella sorriu levemente, concordando.

— Eu gostaria de ter a mesma simpatia. — Jacaerys respondeu.

— Jace... — Rhaenyra o interviu.

— Devíamos estar de luto pelo Lyonel — O nome fez Rhaenyra olhar para os lados, para ter certeza que mais ninguém ouvia a conversa dos três. — e pelo Harwin.

Harwin. Maella não pode evitar de sentir seus olhos se encherem d'água. Ele estava morto, um incêndio misterioso levou ele e seu pai.

A Velaryon não poderia nem ao menos comparecer em seu funeral. Aquilo estava a matando.

— Isso não seria apropriado. — Rhaenyra sussurrou para seus filhos. A mulher se agachou na frente das duas crianças. — Os Velaryon são nossos parentes e os Strong não são. — Rhaenyra viu Jace e Mae se entreolharem, antes de abaixar o olhar. — Olhem para mim, — Os dois voltaram seu olhar para a mãe. — vocês entendem?

— Nós... Nós só queríamos poder nos despedir de Harwin, mãe. — Maella sussurrou. — Ir em seu funeral.

— Eu sei, meu amor. — Rhaenyra fez carinho nos cabelos dá garota. — Eu sei.

Jacaerys se afastou das duas, saindo dali.

Rhaenyra passou suas mãos pelo rosto.

— Ele só está nervoso, mas ficará bem. Cuidarei para que ele não faça nenhuma besteira. — Maella viu sua mãe sorrir levemente e logo se aproximou mais, beijando a bochecha dá Velaryon.

Rhaenyra se levantou e viu Maella se afastar também.

Maella mudou seu caminho por um momento, ao ver Helaena Targaryen.

Elas nunca foram tão amigas, mas Helaena parecia mais tolerável que Aegon e Aemond.

— Boa tarde, Helaena. — Maella a comprimentou.

A mais velha demorou para a encarar, parecia mais interessada na aranha sobre sua mão.

— Boa tarde, sobrinha. — Helaena respondeu, sua voz quase saindo monótona.

— Ahn... O que está fazendo? — Maella perguntou. — Eu não gosto de aranhas, elas me assustam... Mas eu gosto de borboletas! Ouvi dizer que voce gosta de borboletas, é verdade?

— Ligados desde o nascimento, as chamas e o mar não deveriam se unir, mas mesmo assim o fazem. É inevitável. — Helaena respondeu, sorrindo para sua sobrinha. — Mas será que o caos dessa união poderá ser evitado?  — A pergunta soou mais para si mesma.

Maella viu Helaena suspirar, antes de voltar seu olhar para sua aranha.

A Velaryon franziu as sobrancelhas, porém concordou.

— Bom... Vou interpretar isso como um sim. — Maella sorriu, tentando ser gentil.

— Não temos nada em comum. — Aegon reclamou, enquanto observava Helaena e Maella.

— Ela é nossa irmã. — Aemond respondeu.

— Case-se com ela então. — Aegon retrucou, enquanto seu rosto fazia uma careta de desgosto.

— Eu compriria minha obrigação se a mamãe quisesse nos noivar. — Aemond disse, enquanto observava Helaena brincar com a aranha em sua mão e Maella parada ao seu lado.

— Está bem. — Aegon riu, bebendo seu vinho.

— Fortaleceria a família, manteria nosso sangue Valiriano puro. — Aemond explicou.

— Helaena é uma idiota. — Aegon respondeu confuso.

— Então se case com a bastarda. — Aemond provocou.

Aegon arregalou seus olhos e negou rapidamente.

— Que os Sete me livrem desse destino! — Aegon olhou para a mais nova. — Maella me mataria se tentassem nos casar, caso não tenha notado ela não é a minha maior admiradora, irmão. — O Targaryen riu. — Ela é uma selvagem, me mataria antes que eu pudesse a tocá-la na noite de núpcias. Entre a selvagem e a idiota, eu posso suportar a idiota.

— Ela é sua futura rainha. — Aemond retrucou, enquanto viu Maella soltar um suspirou e se afastar de sua tia, andando em passos longos até seu irmão gêmeo, Jacaerys Velaryon.

— Helaena me assusta as vezes. — Maella murmurou para seu irmão.

— Helaena parece ser gentil.

— E ela é. — Maella concordou mas em seguida franziu as sobrancelhas. — Ela apenas... Fala coisas desconexas. Perguntei sobre borboletas e ela respondeu sobre... O mar.

Jacaerys riu levemente, fazendo Maella sorrir.

Os dois caminharam até suas primas, Baela e Rhaena Targaryen em prol de obedecer sua mãe.

Os gêmeos deveriam ser gentis com as gêmeas Targaryen.

Maella viu Jacaerys assumir uma postura tímida, não sabendo exatamente o que dizer.

— Nós sentimos muito por sua perda, primas. — Maella começou, seu tom de voz saindo baixo e gentil. — Tia Laena era encantadora.

— Ela era. — Rhaena murmurou, tentando abrir um pequeno sorriso em seus lábios. As lágrimas caiam mais e mais por suas bochechas, enquanto Baela parecia ter se acalmado.

Maella viu Baela segurar a mão de Jacaerys, tentando buscar algum conforto.

Jace deixou seu olhar cair para as duas mãos entrelaçadas, os dois sorriram um para o outro.

A Velaryon desviou o olhar, sentindo um nó estranho se formar em seu estômago.

— Se me derem licença... — Maella murmurou, antes de sair.

Maella estava pensativa, enquanto se encontrava sentada no chão, encostada no muro de High Tide.

A garota estava tentando descobrir por que sentiu uma sensação estranha em seu estômago ao ver Baela e Jacaerys juntos.

Por que eles sorriram um para o outro? Por que Jace sorriu? Por que ela não ficou confortável em ver os dois juntos?

A Velaryon suspirou, pelo menos ele não se meteria em problemas se estivesse ao lado de Baela.

Os olhos violetas dá garota varreram o lugar, parando finalmente em seu irmão. Lucerys estava conversando animadamente com uma garota.

Ela era um pouco mais alta que ele, tinha os cabelos tão negros quanto as penas de um corvo e usava um vestido preto com adornos em azul escuro.

O garoto Velaryon parecia contente. Isso fez Maella sorrir levemente.

A mais nova se levantou rapidamente do chão ao ver seu avô se aproximar.

— Vovô... — Maella abraçou a cintura do mais velho. Corlys sorriu triste, a abraçando de volta. — Eu sinto muito. Tia Laena era tão linda e gentil.

— Obrigada, minha criança. — O homem respondeu. — Laena está descansando... Descansando com honra.

— É claro que está. — Maella segurou a mão de seu avô, tentando o reconfortar. Lorde Corlys sorriu com a ação. — Ela descansa com nossos ancestrais e está sobre a proteção de Rei Merling.

O mais velho sorriu, orgulhoso.

— É bom saber que anda estudando sobre a cultura de sua Casa.

— Eu adoro. — Maella sentiu suas bochechas esquentarem. — Tudo sobre o mar e as embarcações... É fascinante.

— É bom saber que está estudando... Tanto meu trono quanto High Tide serão seus um dia, Maella. — Lorde Corlys colocou suas mãos para trás de seu corpo. — Seu irmão será o Rei, é claro. Ele atenderá a vários conselhos e cerimônias, mas a Senhora dás Marés governa os mares.

— Não sei se isso dará certo. — Maella respondeu.

Seu avô franziu as sobrancelhas e se abaixou diante de sua neta.

— Como não? É o seu direito de nascença.

— Eu precisaria de herdeiros. — Maella retrucou. — Precisaria ter filhos... Eu não posso ter herdeiros, eu não quero isso! — A voz dá garota soou nervosa. — Eu não... Eu não permitirei que ninguém me obrigue a sofrer o que minha mãe sofreu no nascimento de Joffrey!

Corlys franziu as sobrancelhas. Maella não esperou ele a responder, apenas saiu de perto do mais velho.

A mais nova se viu andando para Lucerys e sua nova amiga.

— Maella! — A voz do Velaryon saiu animada e esganiçada. — Você tem que conhecer a Davinne.

A Velaryon se virou para a garota, vendo a mesma fazer uma reverência.

— É uma honra lhe conhecer, Princesa Maella. — A garotinha sorriu, doce. — Sou Davinne, dá Casa Arryn.

Maella tombou a cabeça para o lado e em seguida soltou um sorriso.

— Minha avó era uma Arryn.

— Aemma Arryn, tenho certeza de que foi uma mulher adorável.

— Somos parentes. — Ambas sorriram com a fala  de Maella.

— Somos parentes? Que incrível! — Lucerys parecia a ponto de explodir de felicidade.

Maella viu Davinne franzir as sobrancelhas, pensativa.

— Somos... Primos! Primos de segundo grau, eu acho. — Davinne sorriu para Lucerys.

— Eu suponho que sim. — Maella sorriu para os dois, antes de se virar para o lado.

Bem a tempo de ver Rhaenys, sua avó, abraçar suas primas, Baela e Rhaena.

O abraço reconfortante que a garota desejava dar na mais velha.

Maella viu a mulher se afastar, indo até a mesa de bebidas.

A Velaryon mordeu seu lábio. Rhaenys não era sua avó, mas a Targaryen sempre tratou ela e seus irmãos bem, como se fossem seus netos de verdade.

Mas, agora que sabia a verdade, parecia estranho agir como se não soubesse.

Maella suspirou.

— Eu volto logo. — A Velaryon sorriu levemente para os dois mais novos.

A garota caminhou até a mesa de bebidas.

Rhaenys observou a garota se aproximar.

Maella colocou suas mãos para trás, um pouco desconfortável por ir apenas naquele momento falar com a Targaryen.

— Minhas condolências, vovó. — Maella começou. — Tia Laena era uma mulher incrível, me desculpe por não vir antes prestar os meus sentimentos.

A Targaryen a encarou, acenando levemente com a cabeça, oferecendo um sorriso gentil e triste para a mais nova.

Maella desejou a abraçar como Rhaena e Baela a abraçaram, mas não o fez.

— Obrigada, Maella. — Rhaenys respondeu.

A mais velha estranhou o comportamento de sua neta mais velha. Maella parecia inquieta e nervosa com alguma coisa.

— Maella? — A de cabelos pretos a chamou. — Minha querida... Está tudo bem?

— Posso lhe fazer uma pergunta, Princesa Rhaenys? — Maella pediu.

Rhaenys franziu as sobrancelhas, pelo modo que foi chamada. Seu olhar caiu sobre a mais nova, concordando levemente.

— Eu posso lhe dar um abraço? — Maella perguntou afobadamente. Rhaenys estranhou a pergunta, mas acenou levemente em concordância.

Maella avançou sobre a mais velha, envolvendo a cintura dá Targaryen em um abraço. Rhaenys fez carinho nos cabelos castanhos dá menor.

— Me desculpe. — Rhaenys não sabia exatamente por que sua neta a pedia desculpas, mas ouvia a garotinha em silêncio. — Sinto muito por não ser... — Maella engoliu suas últimas palavras.

A Velaryon sentia muito pelas mentiras. Se sentia triste por saber que Rhaenys e Corlys foram enganados todo aquele tempo, se sentia triste por não ser uma Velaryon mas acima de tudo, se sentia triste por ter que sustentar aquela mentira pelo bem de sua família.

— Maella... — a voz de Rhaenys travou. A mais velha não soube o que dizer, apenas deixou sua voz morrer por alguns minutos. A pequena Velaryon apertou a mulher mais no abraço. — Maella o que houve...

— Maella! — Rhaenyra interrompeu a fala dá Princesa Rhaenys.

— Com sua licença.

Maella a soltou e rapidamente a reverenciou, antes de girar seus calcanhares e caminhar até sua mãe e seus irmãos.

Rhaenyra se abaixou diante dos três.

— O que houve?

— Vão para a cama, os três.

Maella e Jacaerys se entreolharam, confusos.

— Mas está cedo.

— Mas mãe...

— Vão. — Rhaenyra interrompeu Jace e saiu.

Os três se entreolharam, confusos.

— Ela falou para irmos para a cama, não disse nada sobre dormir. — Maella sorriu para seus irmãos.

Jacaerys ressonava enquanto sua mão descansava sobre a cintura de sua irmã.

Maella dormia ao lado de Jace, enquanto segurava uma das mãos de Lucerys.

Os três dormiam na grande cama de Jacaerys, depois de Maella insistir que eles deveriam brincar naquele grande quarto.

Depois de algumas horas pulando na cama, brincando de marinheiros e por fim, praticando alto valiriano, as crianças caíram em um sono profundo.

E teriam continuado dormindo o resto dá noite, se Maella não tivesse acordado ao sentir algo se levantar bruscamente ao seu lado.

A Velaryon se sentou junto na cama, tentando abrir seus olhos pesados.

— Baela? Rhaena? — Maella coçou seus olhos. — O que é que fazem aqui nesse horário? Aconteceu alguma coisa?

— Alguém roubou a Vhagar. — Baela murmurou.

Maella franziu as sobrancelhas.

— O quê? — Maella e Jacaerys responderam juntos.

O Velaryon se levantou em um pulo na cama, enquanto Maella cutucou o ombro de Lucerys ao seu lado.

— Levanta, Luke. — Maella o chamou, antes de se levantar dá cama.

Lucerys se sentou na cama e coçou os olhos, igual sua irmã.

— O que está acontecendo? Estou cansado demais para brincar.

— Alguém roubou a Vhagar. — Maella o respondeu, vendo Luke arregalar os olhos.

Maella observou Jacaerys pegar uma de suas adagas.

Os gêmeos se encararam em silêncio.

Os cinco correram para a entrada de High Tide, podendo ver Aemond entrar.

— Jace... — Luke sussurrou, ficando atrás de seu irmão.

— É ele. — Maella observou Baela apertar suas mãos.

— Sou eu. — Aemond respondeu, tirando sua capa de um jeito convencido.

— A Vhagar é o dragão da minha mãe. — Baela praticamente cuspiu as palavras.

— Sua mãe está morta. Vhagar tem um novo montador agora. — Aemond retrucou.

— Vhagar era minha por direito! — Rhaena o olhou furiosa.

— Então devia tê-la requerido! Talvez seus primos lhe arrumem um porco pra montar, — Aemond sorriu, inclinando a cabeça. — combina com você.

Com raiva, Rhaena foi para cima de Aemond. O Targaryen facilmente a jogou para o lado, fazendo Rhaena cair no chão.

Maella viu Baela partir para cima de Aemond, o dando um soco no olho, fazendo o garoto cair no chão.

Aemond logo se levantou e revidou, socando o rosto de Baela.

— Baela! — Maella exclamou, preocupada.

— Me ataque de novo e te dou como alimento pro meu dragão! — Aemond falava enquanto olhava para Baela caída no chão devido ao soco.

— Jace, espera! — Maella exclamou ao ver Jacaerys correr até Aemond e começar a bater no Targaryen, o dando socos.

Aemond conseguiu desviar e rapidamente chutou Jace para o chão.

Com um grito, Lucerys correu até Aemond, mas o garoto foi parado com um soco, fazendo Luke cair no chão.

Maella gritou e correu até Aemond, o dando um chute no meio das pernas por ter batido em seu irmão. Aemond se abaixou pela dor.

O Targaryen – ignorando a dor – se levantou e desferiu um soco na bochecha da garota. O impacto fez com que Maella caísse no chão.

Jace se levantou e correu até Aemond, o empurrando no chão. Logo, Baela, Rhaena e Jace batiam em Aemond, o socando em tudo que era lugar.

— Luke! — Maella se levantou meio tonta e correu até o mais novo.

O rosto do Velaryon era lentamente banhado por seu próprio sangue, que escorria por seu nariz.

— Meu nariz está doendo. — Lucerys murmurou.

— Você vai ficar bem, meu amor. Tudo ficará bem.

Lucerys e Maella olharam para trás ao ouvir um baque no chão. Jacaerys havia sido jogado para o chão por Aemond.

Maella arregalou os olhos quando Lucerys se levantou e correu novamente até Aemond, tentando defender seu irmão.

— Luke! — Maella olhou os dois assustada quando Aemond segurou Lucerys pelo pescoço.

Luke tentava se soltar, mas era inútil.

— Solta ele, Aemond solta ele! — Maella gritou. Aemond não a deu ouvidos, apenas pegou uma pedra no chão e a levantou, em direção a Luke.

— Vocês vão morrer gritando no fogo, como o pai de vocês! — Aemond exclamou com desprezo. — Bastardos!

— Meu pai está vivo! — Lucerys respondeu enquanto tentava se soltar.

— Ele não sabe, não é? Lorde e Lady Strong! — Com a fala de Aemond, Jacaerys puxou a adaga de sua bainha.

— Luke! — Maella exclamou quando Aemond jogou Lucerys contra ela.

A mais velha perdeu o equilíbrio e caiu no chão junto de seu irmão.

— Jacaerys! — Rhaena gritou, assustada.

O Velaryon correu até Aemond e começou a tentar acertá-lo com a lâmina, mas o platinado bateu com a pedra na cabeça do garoto, fazendo o Velaryon deixar a adaga cair no chão.

— Jace! — Maella gritou ao ver o sangue começar a escorrer pela cabeça de seu irmão.

Aemond levantou a pedra, pronto para acertá-lo novamente. Maella olhou Lucerys engatinhar até a adaga no chão.

Ela tinha que fazer alguma coisa, Aemond iria o matar.

Maella pegou um punhado de areia em sua mão e jogou contra o rosto de Aemond sem pensar duas vezes.

Assim que o Targaryen colocou sua mão em seu rosto, Lucerys se levantou e com agilidade, passou a adaga por um dos olhos do mais velho.

Maella piscou seus olhos, assustada pela cena.

Ela viu Aemond cair no chão e começar a gritar de dor.

— Parem com isso! — A Velaryon pode ouvir um dos guardas aparecer. — Afaste-se! — O homem caminhou até Aemond. Enquanto outros três guardas observavam as cinco crianças, que olhavam aquilo assustadas. — Meu príncipe, meu príncipe. Deixe-me ver. — O homem se assustou ao ver o ferimento. — Que os Deuses sejam bons...

— Como pode permitir que tal fato acontecesse. — Viserys olhava sério para o guarda. — Eu quero respostas.

Todos estavam presentes no salão do trono de madeira, onde Viserys estava sentado.

Alicent cuidava de Aemond, um Meistre costurava sua carne.

— Os Príncipes deveriam estar na cama, Majestade. — O guarda respondeu.

— Quem estava na vigília? — Viserys perguntou.

— O jovem príncipe foi atacado pelos próprios primos, majestade. — Sir Criston respondeu, Viserys se levantou do trono.

Maella abraçou Lucerys de lado, enquanto Jacaerys fazia o mesmo do outro lado.

Baela e Rhaena continuavam próximas de seus primos, abraçadas uma a outra.

A Velaryon sentia vontade de chorar enquanto procurava sua mãe ou seu pai pelo salão.

Ambos estavam ausentes.

— Você fez um juramento, para proteger e defender o meu sangue! — Viserys exclamou.

— Eu sinto muito, majestade.

— A guarda real nunca precisou defender os Príncipes dos Príncipes. — Sir Criston retrucou.

— Isso não é resposta! — Viserys gritou.

— Ele vai se curar, não vai Meistre? — Alicent perguntou agachada ao lado de seu filho, enquanto Aemond continuava sendo suturado.

— A carne se curará, mas o olho está perdido, Majestade. — Alicent suspirou, inconsolável.

— Onde você estava? — Alicent se levantou e se dirigiu a seu filho mais velho.

— Eu? — Aegon perguntou confuso. Ela o desferiu um tapa em seu rosto. — Por que fez isso?!

— Isso não é nada, comparado as agressões que o seu irmão sofreu enquanto você se afogava em bebidas, seu tolo! — Alicent gritava com seu filho mais velho.

— O que significa isso?! — Lorde Corlys exclamou, enquanto descia as escadas, acompanhado por Rhaenys.

— Crianças! — Rhaenys exclamou ao ver seus netos e netas. — O que aconteceu? — A mulher perguntou indo até o pequeno grupo.

Baela e Rhaena começaram a chorar enquanto tentavam explicar.

Rhaenys abraçou as garotas e encarou seus netos.

— O que aconteceu? — A Targaryen perguntou.

Jacaerys e Maella se entreolharam.

— Aemond nos chamou de bastardos. — Maella sussurrou. — E reinvindicou a dragão de Laena.

O olhar dá Targaryen se endureceu.

A porta do cômodo foi aberta.

— Jace, Maella... — Rhaenyra chamou, procurando seus filhos pelo salão. — Luke! — A mulher exclamou, ao ver a cara de seu menino toda cheia de sangue.

— Mãe... Mãe me desculpa. — Maella balbuciou. — Não consegui proteger ele, não consegui.

— Está tudo bem, está tudo bem. Deixe-me ver. Me mostre. — Rhaenyra pediu e logo, Lucerys mostrou seu nariz, que parecia quebrado. — Quem fez isso?!

— Eles me atacaram! — Aemond se defendeu.

— Ele atacou a Baela!

— Ele pegou meu dragão!

E assim, as seis crianças começaram a discutir entre si novamente, gritando umas com as outras.

Daemon correu até Baela e Rhaena, se abaixando na altura de suas meninas. As gêmeas se soltaram de sua avó e abraçaram o pai, buscando proteção.

— Quem foi o responsável por isso?! Minhas filhas estão feridas! — Daemon exclamou. Seu olhar caiu sobre seu sobrinho quando Aemond soltou uma riso sarcástico.

— Chega... — Viserys pediu, mas ninguém deu ouvidos ao Rei. — Chega! Silêncio! — O homem gritou.

— Ele nos chamou de bastardos, mãe. — Maella sussurrou. Rhaenyra suspirou e concordou, se levantando.

— Aemond, eu quero a verdade dos fatos, agora.

— O que mais precisa ouvir? O seu filho foi mutilado, o filho dela é o responsável. — Alicent olhou com desprezo para os filhos da Princesa.

— Foi um acidente lamentável. — Rhaenyra respondeu enquanto segurava as mãos de Lucerys e Jacaerys, Maella segurava a mão de seu irmão mais novo ainda com firmeza.

— Acidente? O Príncipe Lucerys levou uma adaga, ele queria matar o meu filho! — Alicent retrucou.

— Foram os meus filhos que foram atacados e forçados a se defender! — Rhaenyra respondeu, fazendo carinho em Luke. — Insultos vís foram desferidos contra eles.

— Quais insultos?

— A legitimidade do nascimento dos meus filhos foi questionada. — Rhaenyra respondeu seu pai.

— É verdade. — Maella continuou. — Aemond insinua isso a tempos! Isso não é de agora!

— O quê?

— Nos chamou de bastardos. — Jace olhou Rhaenyra.

Alicent olhou Aemond, o garoto tinha um sorriso no rosto.

— Meus filhos estão na linhagem da herança do trono de ferro, Majestade. — Rhaenyra falava, defendendo suas crianças. — Essa é a maior das traições. O Príncipe Aemond deve ser severamente interrogado — Aemond se inclinou na cadeira, apenas para olhar Rhaenyra com raiva. — para que saibamos onde ele ouviu tais calúnias.

— Por um insulto? Meu filho perdeu um olho!

— Tem razão, ele deveria ter perdido a língua, — A Hightower a olhou com descrença. — assim não teríamos que ouvir sua voz peçonhenta. — Maella retrucou.

Alicent encarou a mais nova com ódio.

— Me diga, garoto. — Viserys perguntou ao seu filho. — Onde ouviu tal mentira?

— Foi uma chacota durante o treino, coisa de meninos. Não foi nada. — Alicent tentou responder por seu filho. Maella teve vontade de rir do desespero na voz dá mulher.

— Aemond, eu lhe fiz uma pergunta.

— Onde está o Sir Laenor? — Alicent sorriu. — Onde está o pai dos meninos? Talvez ele tenha algo a dizer sobre o assunto.

— Sim, onde está o Sir Laenor?

— Eu não sei, Majestade. Eu... não consegui dormir, sai para uma caminhada. — Rhaenyra respondeu.

— Entretendo seus escudeiros, me arrisco a dizer. — Alicent comentou, fazendo Sir Criston rir disfarçadamente.

— E quem era o responsável pela vigia? — Rhaenys se intrometeu na conversa. — O Príncipe Aemond claramente não tem respeito algum pelo que houve! Tomar Vhagar no funeral de minha filha?! — A Targaryen apertou suas mãos em punhos.

Lucerys sentiu Maella ficar tensa, pois a garota apertou a mão do Velaryon mais novo.

— Aemond, olhe para mim, — O garoto voltou seu olho para seu pai. — seu Rei ordena que responda. Quem lhe falou tais mentiras?

Aemond olhou sua mãe, por um momento. Viserys olhou para sua esposa também.

Foi o Aegon. — Aemond respondeu.

— Eu? — Aegon murmurou. Viserys foi até ele.

— E quanto a você, rapaz. Onde você ouviu tais calúnias? — Viserys perguntou. Seu filho não o respondeu, apenas manteu seu olhar preso ao chão. — Aegon! Me diga a verdade!

— Nós sabemos, pai. — Aegon respondeu, sem o olhar. — Todo mundo sabe. Basta olhar para eles. — Aegon voltou seu olhar para seus sobrinhos.

Rhaenyra abraçou Luke e puxou Jace e Maella para mais perto dela.

— Está rivalidade interminável deve acabar! — Viserys exclamou. — Entre todos! Somos uma família! Se desculpem e mostrem boa vontade uns com os outros. O seu pai, o seu avô, o seu Rei ordena!

Um silêncio mortal se instalou no lugar.

— Isso não é o suficiente. — Alicent viu seu marido virar para ela. — O Aemond foi ferido permanentemente, meu Rei. Boa vontade não o deixará curado!

— Eu sei, Alicent. Não posso restaurar o olho dele.

— Não, porque ele foi tirado!

— O que quer que eu faça?!

— Está dívida deve ser paga! — Maella franziu as sobrancelhas com a fala dá mulher. — Eu quero um olho do filho dela em troca.

Muitos murmúrios foram ouvidos no salão, a maioria cochichava em terror.

— Minha querida esposa...

— Ele é seu filho, Viserys. — Alicent retrucou, com lágrimas em seus olhos. — Seu sangue!

— Não permita que o seu temperamento oriente o seu julgamento. — Viserys respondeu.

— Se o Rei não busca justiça, a rainha o fará. — Alicent olhou para seu guarda juramentado. — Sir Criston, traga o olho de Lucerys Velaryon.

— Mamãe! Ella! — Luke exclamou, assustado.

Maella colocou seu irmão atrás de si.

— Ela não vai encostar em você, ninguém vai. — A Velaryon murmurou.

— Alicent. — O Rei a advertiu.

— Ele pode escolher qual manter, privilégio que ele não deu ao meu filho!

— Você não vai fazer isso! — Rhaenyra olhou para Sir Criston.

— Fique onde está!

— Não, você é jurado a mim! — Alicent gritou.

Ouve um silêncio no salão, apenas por um momento.

— Isso é um absurdo! — Rhaenys exclamou. — Um Dornes não vai tocar em Lucerys e em nenhum de meus netos.

— Como seu protetor, minha rainha. — Sir Criston respondeu, claramente irritado pela fala da Princesa Rhaenys.

Maella apertou Lucerys atrás dela e começou a andar para trás com o garoto sobre sua proteção, até os dois baterem com suas costas em Lorde Corlys.

— Vovô...

— Está tudo bem, ninguém encostará em seu irmão. — Lorde Corlys ficou ao lado das duas crianças.

— Alicent, esse assunto foi encerrado, você compreendeu? — Viserys perguntou, se aproximando de sua esposa. Alicent o olhou, a raiva reprimida ameaçando transbordar de seus olhos era nítida. O homem se virou. Lucerys se inclinou para o lado de Maella, para ver a situação. — E para que todos saibam, quem ousar questionar a paternidade dos filhos da Princesa Rhaenyra, terá a língua cortada.

— Obrigada, pai. — Rhaenyra respondeu. A mulher se abaixou para ver seus filhos. — Eu sinto muito por não ter estado lá, — Rhaenyra fez carinho no rosto de sua menina e de seus meninos. — se acalmem, já acabou...

Alicent pegou da cintura de seu marido a adaga de aço valiriano e correu até Rhaenyra.

— Majestade! Fique com o Rei!

— Mãe! — Maella gritou e abraçou Lucerys ao ver Alicent se aproximar.

Rapidamente, Rhaenyra se levantou e se virou, a tempo de parar Alicent e a adaga de se aproximar.

As duas entraram em uma briga, com Alicent tentando a perfurar com a adaga, enquanto Rhaenyra tentava a parar.

Lucerys gritou e correu para seu avô, Lorde Corlys.

Daemon correu até Sir Criston, o impedindo de se meter.

— Não interfira, Col! — Um dos guardas gritou.

— Você foi longe demais! — Rhaenyra viu Alicent a olhar com descrença.

— Eu?! O que eu fiz além do esperado? — Alicent exclamou, Rhaenyra olhou para a lâmina da adaga, estava muito perto de seu rosto. — Eternamente apoiando o Reino, a família, a lei, enquanto você a tudo despreza como deseja!

— Alicent, solte a adaga! — Viserys gritou.

— Onde está a obrigação, o sacrifício! Esmagado de seus belos pés, novamente! — Alicent falava, enquanto via Rhaenyra lutar para manter a adaga longe de seu rosto.

— Solte a adaga, Alicent. — Otto Hightower pediu, mas algo no olhar do homem revelava a felicidade em ver aquela situação toda.

Jacaerys segurou a mão de Maella, assustado.

— E agora você tira um dos olhos do meu filho e até disso você se sente no direito?!

— Exaustivo, não foi? — Rhaenyra perguntou, entre dentes. — Esconder-se sobre o manto de sua retidão... Mas agora todos podem ver quem você é.

Rhaenyra abaixou as mãos de Alicent, na intenção de se soltar e se afastar dá Hightower.

Porém a mão de Alicent estava muito pesada sobre a adaga, fazendo a lâmina escapar sobre a Targaryen

Rhaenyra tropeçou para trás, caindo sobre os braços de Lorde Corlys, enquanto Viserys foi para o lado de Alicent.

Maella deixou seu olhar cair para o braço de sua mãe, no momento em que o sangue dá mais velha caiu sobre o chão.

Alicent finalmente soltou a adaga, a deixando cair.

— Ela deve ser punida. — Maella disse seriamente. Jacaerys segurou sua irmã, apertando o ombro dá gêmea num pedido silencioso para que ela controlasse o tom. — Ela machucou a Herdeira do Trono!

— Foi um acidente!

— Acidente? Você correu em nossa direção com uma adaga nas mãos! — Maella exclamou. — Você é o Rei e não consegue controlar sua própria esposa? — Jacaerys arregalou os olhos com a fala de sua gêmea. — Faça alguma coisa!

— Já chega! — Viserys exclamou.

Todos presentes se assustaram com o tom irritado do Rei, menos Maella, que mantia sua feição dura no rosto.

— Essa família se unirá, por bem ou por mal! — O homem bateu sua bengala no chão, raivoso. — Você, — O homem apontou sua bengala para sua neta. — se casará com Aemond quando a hora chegar. — Maella o encarou, seus olhos indo de confusos a assustados. — Uma união matrimonial juntará essa família!

— Não pode me casar com ele! — Maella gritou, vendo Aemond sorrir para ela. — Não com ele!

— Não case nosso filho com essa... Com essa selvagem! — Alicent segurou os ombros de seu menino.

— Sim, eu posso sim. — Viserys retrucou. O mais velho olhou sua esposa. — Isso está selado a partir de agora.

— Não sofra por mim, mãe. — Aemond comentou. — Foi uma troca justa. Posso ter perdido um olho, mas ganhei um dragão... E uma esposa.

Maella o encarou, pela primeira vez em sua vida sentiu medo de Aemond.

A Velaryon olhou para sua mãe, em pânico.

— Pai, não faça isso... Maella é nova demais para pensarmos em um casamento e... — Rhaenyra foi interrompida.

— Está situação já foi decidida. — Viserys respondeu.

Gentilmente Jacaerys levou sua irmã até sua mãe.

Maella pode ver Daemon se aproximar, ficando ao lado de Lucerys — que segurava com cuidado o braço ferido de sua mãe.

Naquele momento, a Casa Targaryen estava mais do que dividida.

Maella observou sua mãe massagear o lado de sua cabeça, enquanto seu braço era costurado por um Meistre.

As três crianças estavam em silêncio. Lucerys tinha dois algodões em suas narinas, devido ao nariz quebrado. Jacaerys ainda tinha o sangue seco no machucado na cabeça, mas o Meistre afirmou que não era nada grave.

Maella tinha um corte na bochecha e alguns arranhões, felizmente nada grave, mas o sangue seco em seu rosto estava começando a feder e a incomodar.

— Ficará cicatriz, mas a ferida vai se curar, Princesa. — O Meistre falou para a Targaryen. — Aço valiriano faz um corte limpo.

A porta dos aposentos de Rhaenyra foram abertas. Laenor entrou.

— Deuses. — O homem murmurou ao ver a cena. — Todos estão bem?

Lucerys e Jacaerys se entreolharam, enquanto Maella desejou que seu pai não tivesse feito aquela pergunta estúpida.

— O nariz quebrado é o pior. — Meistre respondeu, enquanto acabava a saturação.

Laenor sorriu para suas crianças, um sorriso culpado.

— Obrigada, Meistre. — Rhaenyra pediu, o homem sorriu para ela. — Deixe-nos.

O Meistre fez uma reverencia rapidamente antes de sair dali.

— Vocês também, — Rhaenyra olhou para Jace, Maella e Luke. — já arrumaram problemas suficientes por hoje.

— Sim, mãe. — Jacaerys respondeu e assim, Os três se levantaram para sair.

Maella foi até a mais velha e beijou o topo dá cabeça de sua mãe.

— Tudo ficará bem, me ouviu? — Rhaenyra sorriu levemente, tentando passar conforto. — Eu vou resolver isso.

Maella concordou levemente, antes de sair com seus irmãos, sem olhar seu pai.

Ela amava Laenor, é claro que amava, apenas... Estava cansada demais de tudo aquilo.

Maella estava cansada de suas desculpas.

Era noite em Dragonstone.

Haviam voltado para Dragonstone no dia seguinte, apenas Laenor ficou em Driftmark, com o intuito de permanecer com seus pais durante o luto.

Maella estranhou o modo como Laenor abraçou a menina e seus irmãos, era um abraço apertado e prolongado.

Mas o que mais foi estranho foi o fato de Daemon Targaryen e suas filhas terem retornado para Dragonstone com Maella e sua família.

Mesmo com tantas pessoas em sua casa, a garota não podia evitar de se sentir sozinha e sem escolhas.

Maella não era ingênua, sabia que um dia deveria se casar, mas não achou que seria noivada tão cedo, ainda mais com alguém que tanto desprezava.

Estava com medo. A Velaryon se virou na cama e se cobriu até a cabeça.

Seus olhos marejaram, sentiu saudades de Harwin. Maella nunca mais o veria e ela nem ao menos podia demonstrar seu luto.

A Velaryon apenas o queria de volta.

A pequena puxou um travesseiro e o abraçou, fechando os olhos.

Maella ouviu batidas na porta e logo, a ouviu a abrir.

— Mae? — Maella passou a mão por seus olhos ao ouvir a voz de Jacaerys. — Você está acordada?

— Não consigo dormir. — Maella murmurou, sem se virar para ele.

Jace franziu as sobrancelhas e se aproximou, subindo na cama. O garoto engatinhou até sua irmã, tocando seu ombro e lentamente, a virando para ele.

— Ah, Mae... — Jacaerys sussurrou.

Maella soltou um soluço, antes de se sentar na cama e o abraçar.

O Velaryon sentiu vontade de chorar abraçada a garota, porém engoliu o choro e fez carinho nas costas de sua irmã.

— Eu não quero me casar com Aemond. — Maella sussurrou. — Eu não quero me casar com ninguém, eu só quero ficar em Dragonstone com a nossa família.

Jacaerys a apertou mais no abraço, querendo a proteger de sua própria agonia.

Ele não queria que Maella se casasse também, gostaria que a garota permanecesse junto dele em Dragonstone até o fim de seus dias.

O Velaryon não conseguia imaginar sua querida irmã casada com o idiota do Aemond Targaryen.

— Por que veio aqui a essa hora? — Maella perguntou depois de um tempo.

— Eu não sei, eu só... Achei que precisava de mim. — Jace respondeu. A garota se afastou levemente, apenas para olhar seu gêmeo. — Deve ser coisa de irmão gêmeo, não é?

A frase meio incerta fez Maella sorrir levemente.

A garota possuía a ponta do nariz vermelha, os olhos um pouco inchados — e igualmente vermelhos —, as bochechas também estavam coradas e molhadas por suas lágrimas.

Jacaerys se perguntou como Maella conseguia ser tão bonita mesmo quando chorava.

— Mamãe disse que resolverá. Você não vai se casar com ele.

Maella negou.

— O que ela fará? Ela não pode discordar do Rei. — Maella murmurou. — E se fizesse, o que ele faria? A velhice o deixou fraco... Se é que ele um dia já foi forte.

— Maella... — Jacaerys a repreendeu.

— É verdade. — A Velaryon fungou. — Ele é fraco e ingênuo. Nosso avô não vê que se casou com uma víbora peçonhenta, nem que a deu liberdade para rondar o trono. — Jacaerys franziu as sobrancelhas. — Eu venho pensando... Por que Aemond nos chamaria de bastardos?

— Porque... Não somos parecidos com eles.

— Sim... Mas ele precisaria ouvir isso de alguém, alguém em quem confiasse. — Maella o respondeu.

— Ele confia em sua mãe.

— Ele confia. — A garota viu Jacaerys abrir a boca, começando a entender.

— É ela!

— É! — Maella retrucou. — Aquela... Aquela vaca verde envenena lentamente a corte, Jace. E desconfio que Otto Hightower também. O fruto nunca cai longe dá árvore.

— Ele é estranho, eu não gosto dele.

— Nem eu. — Maella concordou. — Você quer conversar sobre outra coisa? — A garota ponderou antes de continuar. — Talvez... Sobre Harwin?

Jace abaixou o olhar.

— Sinto falta dele.

— Eu também... Ele teria nos protegido de Alicent se... — Se estivesse vivo. Maella engoliu seco.

— Queria poder ter ido em seu funeral. — Jace brincou com suas mãos, evitando encarar a gêmea.

— Eu sei, eu também. — Maella colocou sua mão sobre as de seu irmão, fazendo um leve carinho ali. — Sabe que pode falar comigo quando quiser falar sobre ele. — Jace finalmente a olhou. — Sei que vocês eram bem mais próximos, sei o quanto ele significa para você.

— Obrigada, Mae. — O garotinho sorriu.

— Você pode... Dormir comigo essa noite? — Maella pediu. — Dragonstone pode estar cheia, mas nunca me senti tão sozinha.

— Eu dormirei com você. — Jace respondeu. — Se isso fará você se sentir segura.

Os dois se deitaram na grande cama, Maella puxou o cobertor macio, os cobrindo.

Jacaerys segurou a mão de sua irmã, fazendo carinho com o polegar no dorso das costas dá mão dá garota.

— Você vai ficar bem. — Jace sussurrou, como uma promessa.

— Obrigada — Maella mordeu o interior de sua bochecha. — por ficar do meu lado.

Jacaerys sorriu.

— Eu nunca vou te deixar. — O garotinho respondeu. — Nunca.

Cerca de uma semana depois, a notícia de que Laenor Velaryon havia sido assassinado cruelmente por seu escudeiro chegou em Dragonstone.

E com a morte de Laenor, Rhaenyra Targaryen estava livre para se casar novamente.

Maella, Jacaerys, Lucerys, Rhaena e Baela se encontravam no casamento privado de seus pais, que ocorreu apenas três semanas depois.

Rhaenyra e Daemon selaram o casamento aquele dia.

Maella não pode deixar de pensar que os dois teriam algum envolvimento na morte de seu pai, mas pensar sobre isso era como trair sua mãe.

Maella sabia que Rhaenyra amava Laenor, de seu jeito singular, ambos se amavam.

E era por isso que a Velaryon sabia que Rhaenyra não ceifaria a vida de seu pai desse jeito.

Era estranho ter Daemon, Baela e Rhaena em Dragonstone. Não ruim, mas... Diferente.

E tudo começou a se tornar mais estranho quando chegou a notícia de que Maella havia recebido uma carta.

— De quem é? — A Velaryon perguntou.

— É do Príncipe Aemond, minha Princesa. — Uma serviçal respondeu, entregando a carta para a mais nova.

Maella franziu as sobrancelhas, observando a carta lacrada com cera verde.

— Obrigada. — Maella sorriu levemente para a mulher. — Me deixe sozinha agora, por favor.

— Como a Princesa quiser. — E com uma referência, a mulher saiu, fechando a porta dos aposentos dá garota.

A Velaryon abriu a carta, quebrando o celo de cera e lentamente começou a ler a carta.

A cada frase que lia, os olhos de Maella se arregalavam.

A respiração dá mais nova se tornou descompassada, enquanto a mesma rasgava a carta em pedacinhos e a atirava ao fogo dá lareira de seu quarto.

Estava com medo.

Maella correu até sua escrivaninha e abriu a gaveta, a vasculhando rapidamente.

Assim que achou a tesoura, ela não pensou duas vezes antes de passar a lâmina por seus cabelos.

As madeixas castanhas da Velaryon caíram pelo chão de seu quarto.

O cabelo de Maella – qua antes ia até sua cintura – agora chegava até os ombros.

7117 palavras !! Eu espero que tenham gostado

Com esse capítulo, oficialmente daremos adeus a Maella e ao Jace de 11 anos !!

Obridada pelos 8,55K de leituras😭
vocês são incríveis demais

Me perdoem se houver qualquer erro ortográfico !!

Até <3

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