026
˖࣪ ❛ CAPÍTULO VINTE E SEIS
— 26 —
LOUISA HAVIA EVITADO ver Paul por duas semanas, o motivo? Ela estava loucamente apaixonada por ele e isso a assustava.
Ela sabia que Paul havia notado e ela queria falar com ele, ser honesta e dizer-lhe tudo o que sentia, mas era isso que a assustava, uma vez que ela o fizesse, não haveria como voltar atrás. Seria oficial: ela estaria apaixonada por Paul e isso não seria mais segredo. Além disso, ela estava apavorada com o que viria a seguir, quando duas pessoas estão apaixonadas costumam formalizar um relacionamento, e o que aconteceria quando ela começasse um relacionamento com Paul?
Uma parte dela havia desistido de Jasper, mas outra parte mantinha a esperança de que o loiro aparecesse um dia, e o que ele diria? Sinto muito? Ela sabia que seu primeiro amor não tinha que ser o último, mas era isso que ela queria, ou pelo menos queria em algum momento, agora não tinha tanta certeza.
A única coisa que estava clara para ela era que amava Paul, sabia disso perfeitamente e tinha certeza disso. Mas eu não sabia o que fazer sobre isso.
Ela o vira duas vezes naquelas semanas em que se viam quase diariamente e sabia que chegaria o dia em que Paul perguntaria por que ela estava assim e exigiria uma explicação razoável, e ele também merecia. Na verdade, Louisa não sabia como conseguira aguentar tanto sem lhe pedir.
Nos últimos dias Paul tinha parado de procurá-la e isso não a surpreendeu, qualquer um no lugar dele teria feito o mesmo.
Ela entrou no chuveiro, tentando fazer com que a água quente a acalmasse, mas sem sucesso, saiu ainda mais nervosa do que tinha entrado, se é que isso era possível.
Ela vestia um moletom cinza simples, este chegava quase até os joelhos, tinha pertencido a seu pai. Foi a primeira vez que ela o usou desde sua morte.
Ela ouviu uma batida na porta e sorriu. Pizza.
Ela desceu as escadas descalça, quase correndo.
— Paul.
Ao contrário de todas as vezes que ela o tinha visto, desta vez seu rosto estava sombreado, seus olhos brilhando tristeza, assim como coragem, coragem profunda.
— Já estou farto, Evans, não sei o que você está fazendo, mas não pretendo fazer parte disso.
Louisa suspirou deixando-o entrar, mas Paul não entrou, ficou onde estava.
— É isso mesmo, você espera que as coisas sejam normais, que estejamos juntos e nos divertimos e depois me ignora de novo. Entendi, Evans.
— Você entendeu o quê, Paul?
— Você é assim, vai embora assim que começa a pensar demais nas coisas, não pensou em como me magoa? E não me diga que não, você passa o dia martelando a cabeça com suas ideias.
Ela sentiu as lágrimas enxugarem seus olhos, mas não derramou nenhuma.
— Não chore, Evans, você só vai tornar as coisas mais difíceis para nós dois. Eu entendo, sabe? Nunca serei o vampiro por quem você ama e também não pretendo ser.
Louisa olhou para ele, claro que ele nunca seria Jasper.
— Por um momento pensei que tinha conseguido, que você me amava. — disse ele, com a voz embargada. — Que você me ama tanto quanto eu te amo.
As lágrimas escorriam lentamente pelo rosto de Louisa, claro que ela o amava, ainda mais do que ele a amava.
— Você não vai falar nada? — Paul perguntou depois de alguns segundos. — Está tudo bem, não quero suas palavras de conforto. Você nunca vai me amar como ama ele.
Tinha começado a chover, mas Paul nem pareceu notar enquanto caminhava para a floresta. Louisa não se importava em molhar os pés, ou a chuva encharcando seu rosto ou roupas. Ela precisava contar a ele.
Ela o pegou pelo ombro e o fez olhar para ela.
— Não, Paul, você nunca vai ser Jasper. — ela engoliu em seco enquanto observava o rosto do garoto quebrar, enquanto seu coração se partia. — E também não vou te amar como o amo.
Paul soltou seu aperto, pronto para continuar andando.
— Eu não te amo como Jasper porque você não é Jasper, eu te amo por ser você.
Paul olhou para ela com lágrimas nos olhos, e Louisa aproximou-se dele, acariciando-lhe o rosto.
— Você nunca será Jasper. — ela disse, e sua voz falhou. — Você é Paul e eu te amo por ser o Paul, mesmo que você zombe de mim, embora você me deixe louca, embora você seja insuportável, embora você me faça pensar demais, embora você seja impulsivo e exploda no menor provocação. — ela fez uma pausa. — Falei errado, não te amo apesar disso, te amo por isso.
Louisa não esperou que Paul falasse, ficou na ponta dos pés e beijou-o na boca. O rosto de Paul estava encharcado, assim como o dela.
— Meu Deus, Paul. — ela sussurrou, sua testa pressionada contra a dele. — Estou loucamente apaixonada por você e você não sabe o quanto isso me assusta.
Paul deu um meio sorriso, acariciando sua bochecha.
— Você fica me xingando, me enlouquecendo, me fazendo resmungar, e não sabe como às vezes eu quero te enforcar. Você é insuportável. — ela suspirou: — Mas nunca me senti tão viva em toda a minha vida.
Ela olhou para Paul, esperando que ele dissesse algo, mas o moreno permaneceu em silêncio.
— Não consigo mais pensar nisso. — disse Louisa, as lágrimas escorrendo pelo rosto, logo se misturando com a chuva. — Eu só posso sentir isso.
O menino não falava, apenas a pegava nos braços, beijando-a e acariciando-lhe as costas. Ele a carregou pela cintura, levando-a de volta para sua casa. Assim que chegaram a varanda, os dois se entreolharam.
— Você me deixou louco, Evans. — ele disse antes de beijá-la novamente.
Louisa acariciou seu rosto enquanto Paul a apoiava contra a parede, tocando suas pernas enquanto ela suspirava. Ela passou as mãos pelas costas encharcadas de Paul, memorizando cada parte, cada dobra, cada músculo.
Ela acariciou seu peito, seu pescoço, seu cabelo, seu rosto. Ela o amava, ela o amava apesar do pensamento de que nunca mais seria capaz de amar. Paul conseguiu abrir um espaço para si mesmo em sua vida e em seu coração, ele não era como Jasper, o loiro acabou sendo sua vida. Não, nada disso, Paul era aquele com quem ela iria dividir sua vida, ela tinha certeza.
Ela permitiu que as mãos de Paul percorressem seu corpo, sufocando um suspiro. Sentir isso era como tocar o céu.
— Não faça algo que você vai se arrepender mais tarde. — Paul murmurou, olhando para ela.
Louisa sabia que Paul podia lê-la como se fosse um livro aberto, como se o conhecesse literalmente e apenas o recitasse.
— Acho que é a única coisa que nunca vou me arrepender. — a garota respondeu em voz baixa, antes de sentir os lábios de Paul em seu pescoço.
Louisa fechou os olhos, sua mente estava nublada, ela não conseguia distinguir nenhum de seus pensamentos, ela só podia sentir, sentir Paul, sentir que o amava, que estava apaixonada por ele, que o queria com ela.
Ela ouviu Paul suspirar e abriu os olhos, sorriu levemente ao vê-lo, os olhos cristalizados, os cabelos encharcados, os lábios entreabertos, o rosto relaxado.
Para o inferno com o destino, ela pensou, e tocou os lábios de Paul novamente.
Ela se afastou de Paul quando ouviu uma batida na porta, ela ainda estava com o moletom, embora ligeiramente levantado. O menino tinha o cabelo bagunçado, mas suas roupas estavam em perfeitas condições.
— Sua tia? — Paul perguntou, alisando o cabelo.
— Pizza. — Louisa respondeu antes de rir.
Louisa estava prestes a pagar a pizza mas Paul foi em frente dizendo que não permitiria que ela colocasse um único centavo, a entregadora olhou para eles com ternura.
— Vocês ficam ótimos juntos. — disse a mulher com um sorriso antes de desaparecer.
— Viu, Evans? Eu sou tremendamente atraente.
— Ela disse 'vocês'. — Louisa apontou. — 0lural.
— A sério? Acabei de ouvir que estou muito bem.
A garota revirou os olhos antes de se esticar no sofá com uma fatia de pizza. Paul sentou ao lado dela e a garota puxou as pernas para cima para poder se deitar.
Louisa ligou a televisão, com certeza estava rolando Friends, Paul sorriu ao vê-la.
— Você não vai me incomodar? — a garota perguntou, olhando para ele com uma carranca.
— Acho que já te torturei o suficiente, vou te deixar em paz um pouco.
Louisa encarnou sua sobrancelha.
— Desculpe, eu não te conheço mais. — ela brincou, Paul riu.
— É só por hoje, nada a temer.
A garota sorriu e Paul acariciou sua mão. As mãos do moreno eram calejadas, mas ele a tocava com tanta ternura que ela nem percebia.
— Eu tenho notícias, Evans. — Paul finalmente disse.
Louisa levantou-se e sentou-se à sua frente.
— Que ansiedade. — disse Paul com um sorriso. – Bem, você se lembra de Sam?
A castanha concordou.
— Quando voltei, você era o assunto principal, eles estavam tentando descobrir o mistério de por que você está namorando comigo. — Louisa riu.
— Eu nem sei.
— Não é difícil dizer, Evans, eu sou irresistível, seria estranho se você não saísse comigo.
— Eu não diria irresistível...
— Devo lembrá-la do que você disse há pouco sobre como você está apaixonada por mim? E você também me ama, isso deve ser enfatizado.
A garota revirou os olhos antes de acertá-lo com um travesseiro.
— Bem, Paul? Diga-me.
Paul sorriu.
— Enquanto todos falavam, Sam estava bastante sério, pode-se até dizer que ele estava desconfortável. E assim que Emily foi dormir, ele nos contou a verdade.
O menino ficou em silêncio com um sorriso, e Louisa olhou para ele com ar de reprovação.
— E? O que é a verdade?
— Você tem que me dizer uma coisa primeiro, Evans, você achou que seria uma informação gratuita?
Louisa bufou e cruzou os braços.
— Você prometeu não me incomodar.
— Eu não estou incomodando você, eu chamo isso de negócios.
— E desde quando você é especialista em negócios?
Paul deu de ombros.
— Você quer saber o que Sam nos disse? — Louisa assentiu. — Bem, eu quero saber por que você não me disse que está apaixonada por mim, o que você achou que ia acontecer, Evans? Que eu ia te pedir em casamento?
Louisa deu a ele um olhar sujo, o que ela iria responder? Ela ficou com vergonha de pensar nisso, 'eu não te contei porque pensei que você iria querer um relacionamento e isso me assusta', soaria ridículo!
— Vejo que você estava pensando em algo assim. — disse Paul, sorrindo.
Ele a puxou para si, pegando-a pela cintura, fazendo Louisa olhar diretamente em seus olhos, que já haviam recuperado o brilho de sempre, assim como a vivacidade.
— Não sei o que você estava acostumada com o vampiro que teve como namorado mas nós somos o oposto, então tudo que você achava que sabia sobre relacionamento, esquece, não funcionou assim.
Louisa assentiu e não pôde deixar de sorrir.
— Eu estava com medo do que viria a seguir... — ela admitiu.
— E o que viria a seguir, Evans? Por que algo deveria mudar entre nós? Você me deixa louca, eu te deixo louco, eu te amo, você me ama; a única coisa que muda é que agora você sabe com certeza tão bem quanto eu.
A garota se aproximou dele tocando levemente seus lábios, Paul sorriu antes de lhe dar um beijo rápido.
— Não espere um tratamento diferente, posso até gostar de você, mas gosto mais ainda de zombar de você.
Louisa revirou os olhos, acariciando o rosto de Paul, que estava radiante.
— Agora me fale sobre Sam.
O menino riu.
— Você não perde nada. Bem, havia Embry, Jacob e eu, e Sam me perguntou sobre sua família, o que eu achei estranho, eu disse a ele que você morava com sua tia Marianne, e adivinhe?
— O que?
— Você tem que adivinhar, Evans, é por isso que eu disse isso.
Louisa revirou os olhos, batendo levemente no ombro dele.
— Sua tia e Sam costumavam ficar juntos.
A moça ficou de queixo caído, Marianne?! Ela não conseguia imaginá-la namorando Sam, com certeza ela sabia que ele era um lobisomem, claro que sabia!
— Não posso acreditar.
Paul riu.
— Então acredite. Sam confirmou.
— Não é à toa que ela odiava tanto os Cullens, ela sabia o que eles eram! — Louisa disse, agora tudo estava começando a fazer sentido.
— Exatamente, embora não seja difícil odiá-los.
A garota bateu nele de novo e Paul riu.
— Eu só estou brincando com você.
Louisa aceitou de bom grado os lábios de Paul nos dela, acariciando seus cabelos e deixando-o segurar sua cintura. E ela poderia continuar fazendo isso por horas se seu telefone não tivesse tocado.
— Bella? — ela perguntou em dúvida, vendo o identificador de chamadas.
— Eles voltaram.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro