024
˖࣪ ❛ CAPÍTULO VINTE E QUATRO
— 24 —
LOUISA FICOU ONDE ESTAVA, imóvel como uma rocha, incapaz de acreditar no que estava à sua frente. Um enorme lobo cinza mostrou suas presas para Laurent ameaçadoramente enquanto o vampiro recuava calmamente.
— Até mais, garota. — disse o homem de cabelos escuros antes de entrar na floresta.
O lobo, ou melhor, Paul, não o seguiu. Ele ficou parado por alguns momentos, ainda rosnando, então olhou para Louisa. A garota olhou para ele incrédula, embora não estivesse com medo.
Os olhos do lobo a tranquilizaram, eram os olhos de Paul, igualmente escuros e brilhantes.
— É... Incrível. — Louisa murmurou, antes de acariciar seu pelo.
Paul a deixou fazer isso, abaixando a cabeça para que Louisa pudesse acariciá-lo.
Louisa lembrou-se de quando vira Jasper brilhar, aceitando o fato de que ele era um vampiro; agora Paul estava mostrando a ela o que era. No entanto, as situações não eram nada semelhantes. Louisa havia se maravilhado com Jasper, com Paul ela sentia algo diferente, ela não sabia explicar, ela simplesmente gostava do calor que o lobo lhe dava.
Ela ficou assim por um tempo, admirando-o e acariciando sua pelagem cinza macia, Paul parecia gostar, enquanto fechava os olhos e descansava a cabeça em Louisa com amor. A menina sorriu, foi incrível sem dúvida.
★
Louisa passou o resto da tarde com Jessica, Paul não tinha ido procurá-la e ela tinha certeza que demoraria, ele provavelmente estava pensando em como explicar tudo para ela, embora Louisa não precisasse de nenhum tipo de explicação, ela não precisava que Paul lhe contasse, não dissesse nada, só queria vê-lo.
— Ok, Louisa, fale. — disse Jessica, deitando-se na cama da morena.
Luísa suspirou.
— Vamos lá, não estou te julgando.
— Bom. Vou tentar resumir a história...
— Resumir? Claro que não! Eu quero detalhes.
Louisa riu antes de começar a contar todas as suas experiências com Paul, cada um dos momentos que passaram juntos, o quanto ela se divertiu em cada um deles. No entanto, ela omitiu a parte em que Paul se transformou em um lobo enorme, ela duvidou muito que Jessica acreditasse nela, ela mesma não podia acreditar e tinha visto com seus próprios olhos.
— É uma história muito bonita, Lou, mas isso não me diz nada.
Louisa franziu o cenho para ela.
— O que quer dizer?
— Em nenhum momento você falou sobre seus sentimentos, você só falou sobre o que você fez, mas não importa se você pulou de um penhasco ou assistiu a filmes; o importante é saber como você se sentiu sobre isso.
A garota deu de ombros, sentando-se na cama, o olhar de Jessica fixo nela.
— Eu não sei, Jéssica.
— Claro que você sabe, e vou te dizer uma coisa, tentar negar não vai mudar nada. Você gosta dele, Louisa, e não há nada de errado nisso.
Louisa se mexeu desconfortavelmente.
— Mas Jasper...
— Jasper se foi, Lou, parece duro, mas é verdade. Paul sim, ele tá aqui e, pelo que você me disse, está entregue aos teus pés. Você vai se arrepender pelo resto da vida se não tentar.
Louisa respirava com dificuldade, ela sabia por que não deu uma chance a Paul. Porque ter uma chance com Paul significava perdê-la com Jasper. E gostava de acreditar que, talvez, em algum futuro pudesse encontrar o loiro.
— Ok, Louisa, vejo que você já pensou no rosto pálido do seu ex-namorado de novo. Serei franca com você, assim como você foi comigo. Você sente remorso por Jasper, isso é completamente normal, mas ele se foi, Lou, e parece que ele não está planejando voltar. E se ele voltar, o que? Você vai se jogar nos braços dele? Ele te deixou no meio do nada sem te dizer uma única palavra! Você não acha que ele merece saber que te perdeu?
Louisa suspirou. Jessica estava certa, ela não sabia se Jasper voltaria, mas se ele voltasse, ela poderia estar com ele novamente? Jasper decidiu por ela, foi ele quem foi embora. Isso não lhe deu a liberdade de estar com quem você quisesse?
— Eu sei que você vai continuar pensando nisso até ficar tonta. — disse Jessica. — Mas pare de se sentir culpada, Lou, ele é quem deveria se sentir culpado, não você.
Louisa assentiu, era verdade, Jasper deveria levar a culpa, não ela. Jasper deveria suportar perdê-la, não ela. Esses pensamentos ajudariam, mas ela se conhecia perfeitamente bem e sabia que não seria capaz de se jogar nos braços de Paul.
Ela passou o resto da tarde conversando com Jessica, embora elas falassem sobre assuntos triviais. Nenhuma delas mencionou Jasper ou Paul novamente, mas Louisa não conseguiu impedir que eles aparecessem em sua mente.
Jessica saiu por volta das oito, e Louisa a acompanhou até a porta, reprimindo um olhar de espanto ao ver Paul prestes a bater.
— Acho que não será mais necessário. — disse o menino, abaixando a mão.
Sua amiga sorriu de orelha a orelha.
— Até mais, Lou. — ela disse, se despedindo com um sorriso maroto. — Adeus, Paul.
O menino deu a ela um meio sorriso, então olhou para Louisa, que estava carrancuda.
— Porque não me disse? — perguntou Louisa em tom de reprovação.
Paul riu.
— Olá, sou Paul Lahote, um lobisomem, quer sair comigo?
Louisa riu.
— Isso depende.
O menino ergueu uma sobrancelha.
— De que?
— Onde você quer me levar?
Paul sorriu, embora Louisa não gostasse nem um pouco daquele sorriso, significava que Paul estava tramando algo.
— É hora de você conhecer o resto do bando. Mas isso será amanhã, hoje eu quero estar com você.
Louisa sentiu o rosto queimar, mas deixou Paul passar, que sorria de orelha a orelha.
— Talvez eu possa levar você para passear. — Louisa brincou. — Podemos comprar uma coleira gigante.
Paul lançou-lhe um olhar sujo.
— Eu não sou um cachorro.
A garota riu.
— Sim, você é. E um muito grande.
Ambos estavam deitados no sofá virados para a frente, embora a TV não estivesse ligada.
— Você não vai dizer nada sobre isso? — Paul perguntou depois de um tempo em silêncio.
— Porque eu faria isso? Eu gosto dos animais.
Paul revirou os olhos e Louisa riu.
— Eu não me importo com o que você é, Paul, ouviu?
— Acho que você deve estar bastante acostumada com criaturas sobrenaturais, sabe, por causa daquele seu namorado.
Louisa se sentou, dando-lhe um olhar sujo.
— Você sabe?
— Todos nós sabemos disso, Louisa, somos inimigos naturais. A verdade é que ainda bem que ele partiu, você merece alguém melhor, alguém vivo pelo menos.
A garota o encarou.
— E quem é você para dizer quem eu mereço ou não?
— Você não precisa ficar com raiva de mim, você sabe que é verdade, os Cullens são a praga deste lugar.
Louisa ficou de pé, com o sangue fervendo.
— Vá embora.
— O que?
— Eu disse para você ir, eu não quero te ver.
Paul se levantou, antes de caminhar em direção à porta.
— Você não tinha o direito de dizer isso. — disse Louisa antes de fechar a porta, com os olhos vidrados.
— Nenhum?! O que você não entendeu, Louisa?! — Paul berrou.
— Entender que?! Você nunca me explicou nada, você nunca me diz nada! — a garota gritou, segurando as lágrimas.
— Você é uma tola, Louisa Evans. — Paul murmurou.
Louisa lançou-lhe um olhar magoado, antes de fechar a porta, e o teria feito se Paul não tivesse conseguido detê-la.
— Você não sabe o quanto me dói olhar para você. — disse Paul, sua voz calma, fazendo com que Louisa olhasse para cima.
O garoto passou as mãos pelo rosto, antes de soltar um suspiro.
— Meu Deus, Evans, não suporto o fato de você ser dele e não minha.
Paul deu um meio sorriso antes de dar uma última olhada em Louisa e ir embora. A garota o observou caminhar por alguns segundos. Não, desta vez ele não deixaria a pessoa que amava ir embora.
— Beije-me. — ela exclamou simplesmente, fazendo Paul olhar para ela incrédulo.
O menino parou de repente, mas ainda não vinha.
— Beije-me. — ela repetiu.
Paul não precisou ouvir mais uma vez, ele se aproximou de Louisa, pegando-a pelo rosto e unindo seus lábios.
Louisa sentiu como se tivesse voltado à vida, beijar Paul foi como respirar profundamente. Ela sentiu os lábios do homem moreno movendo-se com desejo sobre os dela e ela sabia que também o estava beijando da mesma forma, desesperada, ansiosa para tê-lo perto.
Paul a prendeu contra a parede do fundo, e Louisa suspirou ao sentir a língua do garoto passando por sua boca. Ela agarrou seu pescoço com força, puxando-o para ela, ela tinha certeza que o havia arranhado pelo jeito que o puxou para perto.
Seus corpos estavam unidos, Louisa podia sentir o coração de Paul batendo no mesmo ritmo do dela, como se fossem um só. Além da atração magnética que parecia puxá-la contra ele, tornando-os cada vez mais próximos mesmo não havendo mais espaço entre eles.
Ela soltou um pequeno suspiro quando Paul mordeu seu lábio inferior, então se moveu para beijar seu pescoço. Ele se agarrou às costas do garoto, cravando as unhas nele na tentativa de descarregar todas as emoções que estava sentindo naquele momento.
Ela sentiu como se estivesse prestes a explodir, beijar Paul era tão bom que ela até desejou ter feito isso antes.
Paul não era o seu destino, disso ela tinha certeza, ele era apenas uma parte do caminho. Mas ela se apaixonou completamente por ele. Ele também não era sua alma gêmea, nem o amor de sua vida. Ele era apenas Paul e isso foi o suficiente para deixá-la louca.
Quando ela o beijou, ela não sentiu que estava montando nenhum quebra-cabeça, como costumava sentir quando estava com Jasper, nada disso. Ela tinha finalmente entendido. Ela estava completa, não faltava uma única peça. Com o Paul foi isso, misturar duas partes inteiras.
Assim que eles se foram, Louisa pôde ver o quanto o lobisomem havia lutado, a luxúria podia ser vista em seus olhos, e seu peito subia e descia rapidamente.
— Eu te disse. — Paul disse com um sorriso no rosto.
Louisa revirou os olhos.
— Você sempre sabe como estragar um momento.
Paul a pegou pela cintura, puxando-a para mais perto dele.
— Pelo contrário, eu sei criar um momento.
A garota sorriu.
— Pare de falar besteira, Paul, ou vou ter que pedir para você me beijar de novo.
O garoto riu levemente.
— Que conveniente, Evans.
Paul aproximou-se dela, mas Louisa colocou o dedo indicador nos lábios dele.
— O quê, Evans? Você espera que eu peça sua permissão? — a garota assentiu, sorrindo de orelha a orelha. — Como se isso fosse acontecer, não preciso da sua permissão.
E antes que Louisa pudesse dizer qualquer outra coisa, Paul a beijou novamente. Ela percebeu que não ia conseguir se desvencilhar do moreno, o que havia entre eles só aumentava; era como um incêndio, as chamas apenas aumentavam, não diminuíam.
O menino se afastou, mas manteve as mãos no pescoço de Louisa.
— Bem, você deva me conceder um desejo. Vou te ver amanhã. As duas.
Louisa revirou os olhos.
— Você é insuportável, sabia?
— Você é a primeira a reclamar, costumam me descrever como irresistível.
A garota deu um soco no ombro dele.
— Então tem mais?
Paulo riu.
— Não fique com ciúmes, Evans. E claro que não, quem você acha que eu sou? — ele sorriu. — Não responda a essa pergunta.
Ele voltou para Louisa para se despedir, mas a garota se afastou, recebendo um olhar suplicante de Paul.
— O que? Eu também quero um desejo.
O menino riu.
— Não é possível. Veja, Evans, no relacionamento tem que haver algo que seja impossível, eu neste caso.
— Então você planeja me fazer implorar a você?
Paul assentiu com um sorriso.
— Nos seus sonhos, Paul.
— Nos meus sonhos você é bastante... Generoso. — ele disse com um sorriso maroto, fazendo com que a garota batesse nele novamente.
— Como você é desagradável, Paul Lahote!
— O que você está falando? Sou uma pessoa inocente, é bom deixar algumas coisas para a imaginação.
Louisa suspirou, antes de beijá-lo na bochecha.
— Você vai acabar me deixando louca. — disse ela, levando-o até a porta.
— Você estava louca. — o menino respondeu com um sorriso brilhante, antes de Louisa bater nele pela terceira vez. — Pare de me bater!
— Tem razão, poderia me acusar de maltratar animais.
Paul revirou os olhos e a garota riu.
— Vejo você amanhã, Evans. — disse Paul com um sorriso ao sair de casa. — E penteie o cabelo!
A garota deu a ele um olhar sujo antes de fechar a porta e soltar um suspiro.
No que ela se meteu?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro