005
˖࣪ ❛ CAPÍTULO CINCO
— 05 —
BELLA SE OFERECEU para levá-la para casa, então elas caminharam até sua caminhonete, era velha e de uma cor avermelhada desbotada, mas Louisa gostou.
Jasper estava longe, do outro lado do estacionamento, ela sentiu seu olhar fixo nela, porém, ele não sorriu para ela, nem fez qualquer expressão. Louisa não entendeu, o que ela disse que o colocou assim?
Antes de entrar na caminhonete, Louisa olhou para o outro lado do estacionamento, onde Tyler Crowley estava em alta velocidade, Louisa pensou, ele vai se matar. Mas ela estava errada, ele não ia se matar, em vez disso, sua caminhonete estava indo para onde ela e Bella estavam.
Ela sentiu sua respiração parar, assim como seu coração; o medo tomou conta dela e ela não podia fazer nada a não ser fechar os olhos esperando o impacto que nunca veio.
— O que... — a morena começou, mas não conseguiu terminar a frase: lá estava Jasper, segurando-a firmemente pela cintura.
Louisa engasgou impotente, como ele veio tão rápido? Era do outro lado do estacionamento, pelo menos quinze, vinte metros de onde ela estava, e por mais rápido que Jasper fosse, ele não conseguia acompanhar a velocidade de um caminhão.
Ela estava parada atrás da caminhonete de Bella, Jasper logo atrás, seu coração batendo forte.
Louisa estava grata por não ser popular, toda a atenção estava voltada para Bella e como ela estava; ninguém tinha notado ela e Jasper.
Ela olhou para cima e encontrou os olhos profundos de Jasper, ela podia ver a preocupação refletida neles, mas havia algo mais... Algo que ela ainda não conseguia entender. Jasper havia se tornado um mistério para ela, todos os dias ele tinha uma reação diferente que Louisa não conseguia entender; além de sua maneira de tratá-la, como se fosse um homem mais velho, ou aquela maturidade que o caracterizava. Era curioso como alguém tão jovem podia se comportar assim, alheio ao mundo.
Embora ela também o fizesse, ela também vivia fora do mundo ao seu redor, refugiando-se em si mesma. Mas com Jasper ela tinha certeza que havia muito mais por trás disso, ela sabia disso porque ela também era estranha e ainda guardava um segredo; De qualquer forma, ela tinha certeza de que seu segredo não era nada comparado ao do loiro.
Louisa não queria que Jasper a largasse e pelo que ela podia ver pelo loiro, ele também não estava pronto para soltá-la. Ficaram assim por alguns segundos, que pareceram eternos, olhando um para o outro, com o mundo ao redor feito um caos.
— Desculpe. — Jasper murmurou.
Foi o loiro quem finalmente se afastou, após seu breve pedido de desculpas, sem dar nenhuma explicação, parecia ser um hábito irritante dele.
★
As horas seguintes foram horríveis para a morena, primeiro no estacionamento todos vieram perguntar como ela estava - depois de terminar com Bella, claro - sem parar de importuná-la. E no hospital tinha sido igual, a tia não parava de interrogá-la, Louisa estava cansada: nada lhe acontecera!
Bella também foi levada para o hospital, assim como Tyler, que tinha uma sobrancelha cortada. O pai de Bella estava furioso e ele tinha motivos para estar, ele quase matou sua filha, exceto que Edward Cullen havia parado o caminhão. Sim, parado. Com a própria mão.
Louisa ainda não entendia como Jasper e Edward reagiram tão rapidamente, e não apenas isso: como eles conseguiram chegar ao outro lado do estacionamento. Era fisicamente impossível.
Ela tentava não se bombardear com as perguntas que tinha, tinha certeza que Jasper não responderia e ela teria que deixar o assunto de lado. Era melhor esquecer mas não tinha como, como esquecer o menino que salvou sua vida graças a sua velocidade sobrenatural?
Suspirou.
Não demorou muito para um homem loiro de olhos dourados aparecesse: Carlisle Cullen, pai adotivo de Jasper. Louisa ficou intrigada porque todos eles tinham os mesmos olhos, um ouro brilhante, único entre eles, ela nunca tinha visto ninguém com a mesma cor de olhos antes.
Carlisle, como todos os membros da família, era extremamente pálido e bonito; Louisa suspeitava que um requisito de adoção era ter um rosto angelical.
— Louisa, como vai? — o tom de voz de Carlisle era gentil, Louisa sorriu levemente.
— Bem, obrigada.
Carlisle deu um sorriso para ela enquanto a examinava, a única parte irritante disso tudo foi quando ele passou uma pequena lâmpada nos olhos de Louisa, cegando-a e fazendo-a ver manchas pretas por alguns segundos; exceto por isso, tudo era rotineiro e sem dificuldade.
Louisa não entendia por que sua tia insistia em levá-la ao hospital, ela não tinha um único arranhão, ela só tinha perguntas sobre Jasper e nenhum médico responderia a essas perguntas.
Quando Carlisle terminou de checá-la, ele a deixou sair para que pudesse ir para casa e, assim como Louisa havia previsto, ela estava em perfeita saúde, ela nem estava em choque, embora tivesse boas razões para estar.
Sentou-se na sala de espera, Marianne logo apareceria para levá-la para casa, mas primeiro ela tinha que assinar alguns papéis.
Louisa se dedicou a olhar pela janela, já havia escurecido, então ela só conseguia ver as luzes borradas dos carros, assim como a chuva escorrendo pelas janelas.
Ela gostou dessas imagens, as luzes vermelhas dos carros brilhando contra uma janela com pingos de chuva. Aliás, tudo que tinha a ver com chuva, ela gostava.
— Louisa. — Jasper chamou do outro lado do corredor, assustando-a.
A morena hesitou em se aproximar, não queria que ele a deixasse sozinha de novo sem uma explicação, não entendia o que Jasper Hale estava fazendo ou o que ele queria. Para a sorte de Louisa, Marianne apareceu naquele momento, para dizer a ela que era hora de partir. No entanto, Jasper caminhou até elas.
— Boa noite, Sra. Evans. — Jasper cumprimentou sério, Marianne estreitou os olhos para ele.
— Olá? — ela respondeu. — Vamos, Louisa.
Marianne não era uma pessoa sociável e Louisa era grata por isso, ela não queria ter que falar com Jasper, ela simplesmente não entendia e até certo ponto não queria.
Louisa ficou onde estava, talvez Jasper pudesse deixá-la sem explicação e se afastar dela; mas ela não podia fazer isso, não com aquela facilidade. Não sobre Jasper.
O loiro sorriu para ela de forma tranquilizadora, e surpreendentemente isso a tranquilizou; ela sentiu a calma invadir seu corpo, como se Jasper pudesse controlar seu estado de espírito.
— Obrigada. — ela murmurou. Ela não tinha certeza do que o loiro tinha feito, mas não tinha dúvidas de que ele tinha uma mão nela de alguma forma.
Louisa acenou para Jasper, incapaz de olhar para ele. Ela sabia que ele a havia salvado, sem ele talvez ela não estaria ali naquele momento; mas isso apenas a confundiu mais. Ela queria tirar Jasper da cabeça.
Assim que chegou em casa trancou-se no quarto, tinha sido um longo dia e tudo o que ela queria era deitar e parar de pensar. Ela deitou na cama, sem se preocupar em trocar de roupa ou pentear o cabelo; ela só queria fechar os olhos e ficar longe de tudo.
O prazer durou alguns segundos porque a ligação de Bella não demorou a aparecer.
— Louisa. — Bella disse. — O que você sabe sobre Jasper?
A castanha suspirou.
— Talvez a mesma coisa que você sabe sobre Edward.
— Tudo isso não parece estranho para você? Quero dizer, eles estavam do outro lado do estacionamento, você os viu, certo?
— Eu também não entendo, Bella... Há algo tão estranho sobre os Cullen.
— Isso é verdade.
Elas ficaram em silêncio por alguns segundos, Louisa sabia que Bella também estava pensando no assunto. Além disso não era só Jasper, Edward também tinha aparecido ao lado de Bella em velocidade sobrenatural, sem falar que ele devia ter uma força impossível para um ser humano, ninguém conseguia parar um caminhão em movimento com a mão.
— Eu tenho que descobrir. — Bella disse mais para si mesma do que para Louisa.
Louisa não tinha certeza se queria saber, tinha certeza de que lamentaria saber; ela confiava em Jasper, mas o que estava por trás disso... Ela suspirou, nem sabia se havia algo por trás disso. E se Jasper fosse apenas um cara estranho?
— Eu vou dormir, Bella, eu preciso parar de pensar nisso.
— Até amanhã, Louisa.
Assim que Louisa fechou os olhos, ela adormeceu, foi o dia mais agitado que ela teve em meses.
Mas ela não conseguia tirar Jasper da cabeça, o loiro continuava aparecendo em seus sonhos, fazendo Louisa se mexer e se virar inquieta na cama.
Jasper olhando para ela, Jasper levando-a para casa, Jasper sorrindo, Jasper encharcado na chuva... Tudo parecia girar em torno dele, Louisa só queria acabar logo com isso.
★
Ela acordou com um estrondo. Seu coração estava batendo forte e ela engasgou quando viu os olhos dourados de Jasper olhando para ela do outro lado da sala. Ela ficou muito quieta olhando para ele, não era possível que ele estivesse ali, devia estar sonhando, sim, devia ser isso. Jasper não iria entrar em seu quarto, ele não podia.
Ela se convenceu de que estava sonhando, tinha sido um dia estranho e sua mente estava pregando peças nele. Sim, era isso.
Ela voltou para a cama e fechou os olhos tentando pegar no sono, mas parecia impossível, a sensação de Jasper olhando para ela não desaparecia, era como se ele realmente estivesse ali.
Ela estava tentando se convencer de que Jasper não estava lá, não poderia estar lá. Ela estava ficando louca, o loiro estava virando sua vida de cabeça para baixo e, mesmo que fosse o caso, ela não queria afastá-lo.
O que você fez comigo, Jasper Hale? Ela se perguntou, fechando os olhos novamente.
O sono não demorou a chegar, e Louisa conseguiu dormir tranquilamente, como se todas as suas emoções tivessem parado e descansado.
Era como estar no mar, balançando nas ondas, respirando calma e lentamente; com a mente em branco pela primeira vez em dias.
Embora ela não pudesse deixar de pensar em como Jasper a fez se sentir no hospital. E se...? Mas o pensamento desapareceu tão rápido quanto surgiu, como se ela fosse um quadro-negro e tudo o que escrevesse fosse apagado por outra pessoa.
Ela passou o resto da noite assim: calma, sem sonhar ou pensar em nada. Sua mente havia sido desligada e Louisa não poderia estar mais grata... Grata a quem?
E o nome simplesmente surgiu em sua cabeça: Jasper.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro