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Capítulo 33- Como em um conto de fadas.

Olá, pessoal. Estou atualizando Broken hearts, e espero que gostem do capítulo que escrevi com todo meu coração apesar do momento pelo qual estou passando. Quero muito agradecer pelos incentivos de todos, e por eu ver como a história vem crescendo com novos leitores. Para aqueles que acompanham todas as minhas histórias quero deixar aqui minha gratidão, e para aqueles que vem conhecendo minhas histórias aos poucos deixo também meu muito obrigada, e dizer que amo todos vocês por isso, pois cada leitor e comentário significa muito para mim. Beijos, vou corrigir depois. Vou deixar uma perguntinha nas notas finais, e ficaria grata se vocês pudessem respondê-la.



ANNE

"Mais um dia perfeito", Anne pensou ao olhar para o horizonte e ver quanta luz havia ali. Ela escolhera aquele lugar estratégico para iniciar mais um de seus quadros, e se sentia infinitamente inspirada pelo cenário que seus olhos não cansavam de contemplar.

Ela tinha acordado bem cedo, antes mesmo de Gilbert, tomara seu café da manhã, e fora em direção aquele ponto que não ficava muito longe da fazenda, pois ainda não tinha coragem de se aventurar para lugares mais remotos, uma vez que não conhecia muito bem o terreno extenso que cercava aquele território, temendo se perder e depois não saber como voltar. Ela não era muito boa com direções, por isso, tinha pavor de estar em lugares desconhecidos. Desde criança que tinha essa dificuldade de orientação, então, evitava situações nas quais poderiam colocá-la em certo risco. Seus próprios sonhos sempre a colocavam em um labirinto onde corria para o nada, e não mais conseguia sair de lá.

Talvez fosse um caso para conversar com seu psiquiatra, e tentar entender a razão de tanto medo. Nunca explorara essa questão em uma terapia, e quem sabe não estava na hora de colocar isso para fora finalmente? Seus pesadelos com Roy sempre a colocavam em lugares onde nunca estivera, correndo na escuridão a esmo, sem saber onde estava indo. Ela nunca parara para pensar no significado desses sonhos, e também nunca falara sobre eles para Gilbert, pois não achava que fossem tão importantes assim, e também porque sempre lhe causavam um sensação desagradável da qual preferia não se lembrar, mas, agora pensando com mais lucidez, talvez devesse dar mais atenção a esses sinais que pareciam apontar para algum tipo de caminho alternativo fora daquela loucura de sua cabeça.

Anne continuou a fazer seus esboços, enquanto pensava naqueles dias em que estava passando com Gilbert na fazenda. Os amigos dele já tinham ido embora na segunda-feira, e ela e Gilbert permaneceriam ali até próximo fim de semana quando as curtas férias de Gilbert chegariam ao fim. Ela se sentiu triste ao pensar em deixar aquele lugar tão lindo, pois a cada dia que passava ali, ela se apaixonava mais um pouco por aquele paraíso perdido na terra. Se fosse por ela, eles ficariam na fazenda para sempre, pois Anne não sentia nem um pouco de falta da vida na cidade. Ali ela encontrava a calma e harmonia que precisava para continuar com suas obras, ao mesmo tempo em que ia descobrindo coisas acerca de si mesma que nunca parara para prestar atenção.

Aqueles dias ao lado de Gilbert estavam sendo tão mágicos, que ela quase acreditava estar vivendo um conto de fadas daqueles sobre os quais costumava a ler quando era adolescente. Gilbert era carinhoso e cuidadoso demais com ela, fazia de tudo para que ela se sentisse feliz, a incluía em todas as suas atividades ali na fazenda, e raramente a deixava sozinha. Com exceção daquela manhã, que ela mesma resolvera se dar um tempo sozinha para poder pintar, pois nunca fora muito boa com expectadores olhando-a trabalhar, mesmo que fosse um certo moreno atraente de olhos castanhos incríveis que a fazia tremer na base só de olhar para ele.

Partilhar a cama de Gilbert vinha sendo uma novidade agradável para ela. Desde que fora morar com ele no apartamento, não dormira uma só noite sozinha. Era engraçado como estava se acostumando a ter os braços dele em volta de sua cintura, e a respiração quente em seu pescoço. Anne sentia-se bem em tê-lo ao seu redor durante a noite, pois era uma sensação boa sentir-se protegida de sua vulnerabilidade. Depois que passaram a dormir juntos, os pesadelos de Anne quase não a perturbavam mais, e por isso começou a considerar Gilbert como seu talismã de boa sorte.

Quanta coisa boa tinha acontecido com ela desde que ele entrara em sua vida. Era como se um rio a muito tempo represado conseguisse finalmente seguir seu curso normal de vida, e assim Anne ia conduzindo seus dias cheia de uma expectativa animadora. Agora era raro quando ela não sorria, pois estar com Gilbert a deixava assim toda boba, todos os seus pensamentos condicionados a ele, todos os seus sentidos ligados nele vinte quatro horas por dia.

Quanto mais tempo passava com ele, mais ela conseguia entender que o relacionamento que tivera com Roy Gardner fora tóxico. Ela apenas se perguntava como passara um ano de sua vida ao lado daquele homem absurdo sem perceber o que ele fazia com ela. A conclusão que chegara depois de muito pensar foi que o medo da solidão a fizera se tornar submissa a um sentimento que confundira com amor, mas agora com a mente mais clara , a ruivinha conseguia enxergar que nunca houvera amor tanto da parte dela quanto de Roy. No fim, o que ela sentira fora ódio misturado com ressentimento que a fez se sentir culpada pelo que acontecera com ele, porém, o único culpado por tudo aquilo tinha sido ele e não ela.

Com Gilbert as coisas eram totalmente diferentes. Eles se amavam com respeito, e a cada passo que davam juntos era uma nova vitória para ambos, pois Anne se sentia cada vez mais aberta em relação ao seu relacionamento físico com Gilbert, e ela já não sentia tanto receio de ser tocada, porque seu namorado fazia tudo parecer simples e romântico, e ela estava quase viciada naqueles momentos com ele .

Depois da noite do bolo, a manhã seguinte lhe trouxera boas lembranças , com Anne e Gilbert sentados na mesa da cozinha da fazenda tomando o café da manhã como duas pessoas comportadas, como se não tivessem passado boa parte da noite e madrugada se amando. Quando o outros dois casais de amigos se juntaram a eles, tudo o que fizeram fora trocar olhares cúmplices e apaixonados o resto do dia. Tanta naturalidade em relação a isso deixava Anne bastante confortável em relação a seus sentimentos, e ela já não tentava mais fugir das carícias de Gilbert , mesmos as mais ousadas, e isso lhe mostrava que pouco a pouco sua alma estava se curando da violência a qual tinha sido submetida.

Anne terminou os esboços e começou a pensar no conjunto de tintas que usaria para começar a pintar. Ela estava entre a tinta azul escura e a azul clara quando sentiu um beijo em sua bochecha, e olhou para o lado assustada para dar de cara com Gilbert que a olhava com um misto de surpresa e admiração.

- Quer dizer que é aqui que tem se escondido de mim essa manhã?- ele disse com um sorriso cheio de alegria nos lábios.

- Não estou me escondendo, apenas quis um lugar calmo para pintar.-Anne respondeu também sorrindo para Gilbert que por sinal estava espetacular de bermudas preta, camisa polo verde escuro, tênis e óculos escuros. Era difícil relacionar aquele rapaz espontâneo ali na sua frente com o psiquiatra sério que mal sorria na clínica. Ele também tinha mudado bastante desde que se conheceram. Anne ainda se lembrava da maneira profissional com que ele costumava tratá-la no início, mesmo quando seus sentimentos começaram a aflorar por ela, Gilbert mantinha uma postura distante quase como se assim pudesse se manter a salvo de qualquer emoção que o pusesse em perigo de se declarar ou perder o controle da situação. Mas, desde que começaram a namorar, ele a vinha surpreendendo com suas atitudes, deixando que seu lado mais atraente viesse à tona, e com isso todas as características de sua personalidade interessante parasse também de se esconder. Ela não entendia porque no passado Gilbert quisesse passar a impressão de que tinha um coração gelado, quando na verdade uma chama imensa queimava dentro dele, mostrando o quão apaixonado ele poderia ser. Era incrível vê-lo se esforçando para se aproximar dela mais e mais, e deixar que Anne pudesse conhecê-lo por inteiro sem que ele se incomodasse com isso.

- O que essa cabecinha tanto pensa, Srta., Cuthbert?- ele disse abraçando-a pelos ombros e trazendo-a para mais perto.

- Eu estava pensando em você.- ele arregalou os olhos surpreso e perguntou:

- E o que estava pensando sobre mim?

- O quanto você mudou nos últimos tempos desde que nos conhecemos.- ela disse acariciando os cabelos escuros e macios dele.

- Eu não mudei, apenas deixei que me visse como eu sou. Aquele Gilbert que você conheceu no começo de nossas consultas foi uma personalidade criada por mim para me proteger de qualquer tipo de sentimento que me tirasse da minha bolha particular. Quando Ruby morreu, eu prometi que ninguém mais chegaria perto do meu coração novamente, porém, no momento eu que eu te vi eu soube que nunca seria indiferente a você.- ele beijou-a na testa, fazendo-a sorrir e perguntar:

- isso quer dizer que eu consegui te tirar de sua bolha particular?

- Sim. Desde o primeiro instante que nos conhecemos eu senti algo diferente. Talvez porque você precisasse de mim como nunca ninguém precisou antes. Eu tentei negar por um tempo que a atração que eu estava sentindo estava se transformando em algo mais.- ela deitou a cabeça no peito dele e tornou a perguntar:

- E por que você quis fugir de mim?

- Porque você me torna vulnerável e isso me apavorava terrivelmente. Você não sabe o poder que tem sobre mim.- ele confessou com um suspiro.

- E isso é bom ou ruim para você?- ela perguntou se segurando no pescoço dele.

- No início eu achava que era ruim, que tal sentimento acabaria por me destruir por dentro, mas, hoje eu vi que estava cego por uma mágoa que já durava três anos. Você diz sempre que sou seu salvador, mas, o que você não sabe é que me salvou também de me afundar em um poço escuro e nunca mais sair de lá. Eu sei que agi errado com você em alguns momentos, mas foi apenas por que eu achava que não havia esperanças para mim, mas, você me mostrou que nem tudo estava perdido, e que eu não tinha que massacrar meu coração, colocando uma distância imensa entre nós.- Anne se aconchegou mais a Gilbert enquanto pensava no que ele acabava de lhe dizer. Era muito bom saber que ela também mudara a vida dele para melhor, e que agora estavam juntos, porque deixaram que seus corações finalmente fossem conquistados um pelo outro.

- Você é um homem admirável, Gilbert. Eu nunca conheci alguém como você. A maioria das pessoas que passaram por minha vida, com exceção de Cole e Diana, sempre tentaram tirar proveito da minha ingenuidade, o meu medo absurdo de ser deixada sozinha como aconteceu em minha infância, e isso me arruinou por dentro. Quando penso em todo o mal que permiti que Roy fizesse comigo, eu tenho vontade de me ferir. Ele era sim um monstro, mas, eu deixei que esse monstro entrasse em minha vida e fizesse dela sua morada.- ela se lembrou dos olhos verdes dele e estremeceu. Anne ainda não conseguia pensar em Roy sem ter a sensação de que ele ainda a rondava com aquele seu jeito asqueroso, que nem mesmo toda a beleza que ele possuía conseguia camuflar aquele seu lado mau.

- Não precisa mais ter medo dele, Anne. Ele não pode mais te alcançar. E mesmo que ele pudesse, você não é mais aquela garota inocente que ele seduziu com palavras bonitas, Agora você sabe bem como se defender, e tem quem te defenda também.- Anne adorou a paixão que Gilbert colocou naquelas palavras. Era bom saber que o tinha a seu lado incondicionalmente.

- Obrigada.- ela disse , deixando que seus lábios deslizassem sobre os dele com carinho. Era outra coisa da qual estava perdendo a timidez. Antes era somente Gilbert que a beijava, mas conforme o namoro foi evoluindo, Anne já conseguia expressar melhor suas vontades, beijando Gilbert sempre que desejasse. Era seu velho hábito por aprovação, fazendo as coisas apenas quando tinha certeza de que não seria julgada negativamente por isso.

- O que está pintando?- Gilbert perguntou assim que se separaram.

- Aquela paisagem ali na frente onde tem uma plantação de girassóis. - Anne respondeu voltando a espalhar tinta na tela.

- Posso ficar aqui te olhando trabalhar?- ele perguntou olhando para a tela que ela pintava com atenção.

- Não sei se gosto de expectadores quando estou criando algo. Principalmente um moreno charmoso que vai desviar minha atenção com certeza.- ela disse com certo humor.

- Prometo não atrapalhar. Só quero mesmo olhar um pouco para minha namorada enquanto ela pinta mais uma de suas criações maravilhosas.- ele disse no mesmo clima que Anne.

- Está bem. Se promete se comportar, acho que posso aceitar que você me veja trabalhar.- Não tinham se passado nem cinco minutos, quando ela sentiu Gilbert bem atrás dela, onde ele colocou suas duas mãos nos quadris dela e disse em seu ouvido, fazendo-a se arrepiar toda:

- Você não faz ideia do quanto está deliciosa nesse shorts jeans curto.- em seguida, ele beijou bem atrás da orelha de Anne fazendo-a suspirar e parar de pintar na tela no mesmo instante. Ele então, a soltou, sentando-se no lugar onde estivera antes. E quando Anne olhou-o pelos ombros, fingindo-se de zangada, ele disse:- Desculpe, eu não resisti.- e Anne acabou caindo na risada pela cara de safado que Gilbert fez ao olhá-la de cima embaixo, e logo voltou a pintar sem maiores interrupções.

GILBERT

Quando acordara aquela manhã, Gilbert imediatamente sentira falta de sua namorada. Ele já se acostumara tanto a dormir com Anne, que a mera ausência dela em questão de minutos ao seu lado já deixava seus sentidos em alerta. Onde ela teria ido tão cedo? Por que não o acordara para dizer que ia sair? Em seguida, ralhou consigo mesmo ao sentir uma veia de possessividade naquele pensamento. Ele sempre criticara tal comportamento machista, e não ia começar a desenvolver uma personalidade que tivesse aquela característica odiosa. Anne podia ir onde quisesse e quando quisesse, e não tinha que comunicá-lo cada passo que desse. Por isso, ele se levantou da cama, deu uma espiada pela janela e sorriu ao ver que teriam mais um dia bom pela frente. Talvez ele e Anne pudessem cavalgar mais tarde, já que só fizeram aquilo uma vez no dia em que chegaram ali. E depois se viram envolvidos em várias atividades pela fazenda, que os impediram de sair a cavalo de novo. Anne queria conhecer mais lugares, e Gilbert desejava que ela pudesse ter somente experiências prazerosas por ali, pois assim poderiam voltar outras vezes. Ele faria o convite assim que descobrisse onde ela tinha ido.

Ele entrou no chuveiro, fez a barba e tomou uma ducha rápida, se vestiu com roupas informais, e foi até a cozinha tomar seu café da manhã. Por sorte, ele encontrou Sebastian com quem não tinha uma boa conversa a muito tempo. O rapaz tomava uma xícara de café acompanhada de sonho caseiro, e assim que viu Gilbert, ele deu seu sorriso largo característico, e disse:

- Bom dia, Gilbert. Que bom saber que está passando uns dias na fazenda. Seu pai veio com você?

- Não, dessa vez vim com alguns amigos e minha namorada. Eles já foram embora, e eu aproveitei para tirar uns dias de férias.- Gilbert explicou, enquanto se sentava na mesa com Sebastian.

- E então, esse namoro é sério?- Sebastian perguntou com curiosidade.

- É sim. Na verdade, estamos morando juntos.- Gilbert respondeu com naturalidade.

- Então podemos ter casamento em breve?- Sebastian perguntou animado, enquanto observava Gilbert passar manteiga na torrada.

- Ainda não falamos sobre isso, mas não vou dizer que essa ideia não passou pela minha cabeça.- Gilbert disse mordendo a torrada e tomando um gole do seu café.

- Fico tão feliz de vê-lo bem, Gilbert, depois de tudo o que passou com sua primeira esposa.- de repente, como se desse conta do que acabara de dizer, Sebastian logo acrescentou:- Sinto muito por tocar nesse assunto.

- Não tem importância , Sebastian. Isso já não me machuca tanto. Estou refazendo minha vida, e Anne faz parte do meu processo de cura. Ela é maravilhosa, e não pensei que me apaixonaria tão de repente, mas, posso afirmar com certeza de que estou completamente apaixonado por ela.- Gilbert confessou com um sorriso.

- Ela parece ser alguém bem especial. Eu ainda não a conheço direito, mas no dia em que vi vocês juntos dava para perceber que ela faz você feliz. – Sebastian comentou, e Gilbert tornou a sorrir antes de dizer:

- Ela me faz muito feliz. Não estamos juntos a muito tempo, mas posso dizer que Anne preencheu todo o vazio que eu sentia em meu coração.

- Você precisa levá-la para jantar em minha casa. Mary vai amar conhecê-la.

- Eu aceito o convite.

- Que tal sexta-feira à noite?- Sebastian sugeriu.

- Perfeito. Pode contar com nossa presença.- Gilbert respondeu ao ver o rapaz se levantar da mesa do café.

- Então, combinado. Vou voltar ao trabalho, pois tenho pilhas de contas para analisar, e seu pai já me ligou três vezes antes da sete da manhã.

- John Blythe pega pesado nos negócios.- Gilbert disse , pensando em seu pai que sempre comandara seus negócios com mãos de ferro.

- Seu pai é um dos melhores administradores que eu já conheci, e sei que ele se sentiria muito feliz se você seguisse os passos dele.

- Eu e ele já tivemos essa conversa, e ele finalmente entendeu que não tenho a menor vocação para ficar trancado em uma sala, atrás de uma mesa resolvendo problemas de ordem administrativa. Ser médico é tudo o que sou e sei fazer.- Gilbert disse, mordiscando uma segunda torrada.

- Tenho certeza de que ele se orgulha de você por isso. – Sebastian disse pegando seu chapéu e se encaminhando para a porta.

- Espero que isso seja mesmo verdade.- Gilbert disse mais para si mesmo que para Sebastian, pois sempre houvera aquele vácuo entre ele e seu pai por conta da profissão que escolhera. E mesmo agora que John parecia ter aceitado bem sua escolha, Gilbert às vezes se perguntava se ele ainda não tinha uma pontinha de frustração por não ter convencido Gilbert a tomar o seu lugar na empresa. Ele odiava magoar seu pai, e sabia que quando fora morar em Londres, ele o deixara bastante triste, por isso, era que ele tentava a todo custo compensar todo o tempo perdido com sua presença, e felizmente ele e seu pai se tornaram novamente grandes amigos.

Gilbert terminou seu café, e resolveu sair a procura de Anne, pois até aquele momento ele não havia visto nem sinal dela. Ele começou a caminhar pela fazenda, mas, não precisou de grandes esforços para encontrá-la, pois sua namorada estava apenas a alguns metros da casa, totalmente entretida com sua pintura. Ele devia saber que mesmo estando aqueles poucos dias de folga, ela não deixaria sua grande paixão de lado. Contudo, isso não o incomodava. Ele gostava de ver Anne ativa novamente, pois isso mantinha sua mente ocupada e sã, auxiliando desta forma em sua total recuperação.

Gilbert sabia que ela ainda tinha seus traumas, e mesmo estando tranquila e levando no apartamento dele uma vida completamente normal, ele ainda a ouvia chorar durante o sono, e se agarrava a ele no meio de seus pesadelos como se ali realmente estivesse a sua salvação. Nunca ninguém precisara tanto dele assim, e ele estava feliz por poder ajudar Anne a passar por aquele período ainda difícil. Ele já amava tanto que vê-la naqueles momentos fragilizada lhe causava uma raiva absurda por Roy Gardner ter causado tantas feridas profundas na alma de Anne que mesmo depois de tanto tempo, ela ainda agonizava de dor. Gilbert nunca fora de odiar ninguém, principalmente pessoas que ele não conhecia pessoalmente, mas Roy Gardner ele odiava com toda a sua alma, e se ele estivesse vivo, ele o faria pagar bem caro pelo que fizera a Anne.

Ele a observou a distância por alguns minutos antes de se aproximar. Ela parecia radiante enquanto trabalhava, desenhando fervorosamente sobre a tela algo no qual fixava o olhar de vez em quando. Gilbert sentiu pena de perturbá-la em um momento de completa concentração, porém, ele não conseguia conter sua curiosidade de ver o que ela pintava com tanta devoção. Então, ele dissera bem perto dela:

- Quer dizer que é aqui que tem se escondido de mim essa manhã?-

Anne o encarara surpresa ao mesmo tempo em que deixava seus lindos olhos azuis lhe mostrassem o prazer que sentia ao vê-lo, e depois respondera que estava ali apenas porque necessitava de um lugar calmo para pintar. Depois, ela ficara por alguns minutos contemplando-o, ao mesmo tempo que parecia tão longe, como se a mente dela viajasse por outra dimensão, e por curiosidade, ele perguntara no que ela estava pensando, e ela respondera:

- Eu estava pensando em você.- o que o deixou ainda mais curioso sobre o que sua linda namorada poderia estar pensando dele naquele momento, e quando ele expressara esse pensamento em voz alta, ela respondera:

- O quanto você mudou nos últimos tempos desde que nos conhecemos.- ele pensara um pouco no que ela acabara de lhe dizer, e chegara a conclusão que seu eu verdadeiro era o que ela conhecia e não o que ele deixava transparecer para outras pessoas. Assim, ele explicara a Anne, que o Gilbert frio e impessoal era somente uma fachada que ele próprio criara para se defender de sentimentos que podiam magoá-lo, mas que quando a conhecera, ele não pudera mais fingir ser o que não era, e acabara sucumbindo aos encantos dela sem resistência nenhuma., o que a fez perguntar:

- isso quer dizer que eu consegui te tirar de sua bolha particular?- ele sorrira e responder:

- Sim. Desde o primeiro instante que nos conhecemos eu senti algo diferente. Talvez porque você precisasse de mim como nunca ninguém precisou antes. Eu tentei negar por um tempo que a atração que eu estava sentindo estava se transformando em algo mais.- Anne então quisera saber por que ele quisera fugir dela, e Gilbert lhe explicara que perto dela ele se sentia quase nu, pois ela podia ver todas as suas fraquezas, e isso o deixara apavorado, porque mostrara a ele claramente o quanto ela já o tinha nas mãos. Então, ela quisera saber se ele achava isso bom ou ruim, e ele respondera:

- No início eu achava que era ruim, que tal sentimento acabaria por me destruir por dentro, mas, hoje eu vi que estava cego por uma mágoa que já durava três anos. Você diz sempre que sou seu salvador, mas, o que você não sabe é que me salvou também de me afundar em um poço escuro e nunca mais sair de lá. Eu sei que agi errado com você em alguns momentos, mas foi apenas por que eu achava que não havia esperanças para mim, mas, você me mostrou que nem tudo estava perdido, e que eu não tinha que massacrar meu coração, colocando uma distância imensa entre nós.- aquilo tudo era mesmo verdade. Ele se lembrava bem que o namoro com Josie fora uma tola tentativa de mantê-lo longe de Anne, mas, o que deveria afastá-lo só o aproximara mais dela, e por fim ele tivera que assumir o que sentia, pois estaria magoando mais de uma pessoa se não o fizesse. As palavras de Anne a seguir o deixaram totalmente emocionado , e ele sequer poderia imaginar que ela o enxergava daquela maneira:

- Você é um homem admirável, Gilbert. Eu nunca conheci alguém como você. A maioria das pessoas que passaram por minha vida, com exceção de Cole e Diana, sempre tentaram tirar proveito da minha ingenuidade, do meu medo absurdo de ser deixada sozinha como aconteceu em minha infância, e isso me arruinou por dentro. Quando penso em todo o mal que permiti que Roy fizesse comigo, eu tenho vontade de me ferir. Ele era sim um monstro, mas, eu deixei que esse monstro entrasse em minha vida e fizesse dela sua morada.- ela não tivera culpa nenhuma naquilo, e um dia ele a convenceria que o errado daquela história sempre fora Roy por usar seu poder de persuasão para convencer Anne a fazer o que ele desejasse. Porém, Gilbert apenas dissera que ela não precisava temer nada, porque ela estava mais forte naquele momento, e ele também estava lá para defendê-la do mudo todo se fosse possível. Ela então o agradecera e dera-lhe um daqueles beijos carinhosos que só ela consegui lhe dar.

Quando eles se separaram, Gilbert perguntara o que ela estava pintando, e Anne respondera que era uma plantação de girassóis, e como Gilbert tinha grande curiosidade em vê-la trabalhando em um de seus quadros, ele perguntara:

- Posso ficar aqui te olhando trabalhar?- ela parecera ficar tímida com aquele pedido, e lhe respondera que não gostava de expectadores quando estava trabalhando, principalmente se esse expectador fosse ele, mas Gilbert a convencera a deixá-lo ficar ali com ela, prometendo que não iria atrapalhá-la de forma nenhuma, e por fim Anne concordara com seu pedido.

Contudo, observando-a de seu ponto estratégico, Gilbert não pudera deixar de observar como o shorts jeans que ela usava agarrava em seus quadris de maneira provocante, e isso lhe causou pensamentos impróprios, cujo teor de um deles, o rapaz fizera questão de compartilhar com ela. Por isso, ele se aproximara, ficando quase colado nas costas dela enquanto dizia:

- Você não faz ideia do quanto está deliciosa nesse shorts jeans curto.- a provocação surtira efeito ao ver a pele dela toda arrepiada, e ele adorava o que simples palavras como aquela poderiam causar nela. E quando Anne olhou-o como se fosse censurá-lo, ele respondera com um sorriso inocentemente fingido:- Desculpe, eu não resisti.- e assim Anne caíra na gargalhada, e depois voltara a trabalhar em seu quadro, e assim permanecia a mais ou menos trinta minutos. Por fim, ela dissera:

- Por hoje acho que é o suficiente. Venha dar uma olhada e ver o que acha.- ela o convidara, e Gilbert se aproximou, olhando admirado a obra ainda não terminada.

- Está perfeito, Anne. Você reproduziu lindamente os girassóis. Você é tão talentosa meu amor.- ele elogiou, beijando-a nos lábios.

- Acha que seu pai gostaria de ter esse quadro como presente?

- Ele iria amar, mas, isso deve valer um bom dinheiro. Não prefere guardá-lo em sua coleção para uma futura exposição?-

- Não, eu comecei a pintá-lo apenas por diversão, e não pretendo fazer uma exposição tão cedo. Vou dá-lo a seu pai.- Anne confirmou, abraçando Gilbert pelo pescoço.

- Tudo bem, se isso te deixa feliz.- Gilbert disse acariciando os braços dela com carinho.

- Você me ajuda a levar isso para dentro de casa? Depois podemos fazer um passeio.- Anne sugeriu.

- Claro, princesa. Vamos fazer o que quiser.- Gilbert respondeu, ajudando-a a desmontar o cavalete, e levando com cuidado a pintura para dentro. Ele resolveram deixá-lo na biblioteca onde havia bastante luz e podia ajudá-lo a secar mais depressa.

Depois, como sugerido por Anne, eles saíram para dar um passeio pela fazenda a pé, e quando estavam a uma certa distância da casa, Anne dissera:

- Quero ver se consegue me pegar.- ela disparou a correr, e Gilbert foi atrás entrando na brincadeira. Ele lhe deu certa vantagem, pois sabia que podia alcançá-la facilmente, e só depois, apertou o passo e começou a correr mais rápido até pegá-la, e ambos caírem deitados na grama macia.

- Achou que podia escapar de mim, é?- ele perguntou prendendo-a embaixo de seu corpo. Anne não respondeu porque estava ofegante demais para dizer qualquer coisa, e apenas sorriu como se esperasse pelo que ele faria em seguida. Ela passou a língua pelos próprios lábios, atraindo o olhar de Gilbert para aquela região imediatamente. Céus! Aquela boca vermelha era tentadora demais, e ele simplesmente não conseguia resistir quando estavam tão próximos assim. Deste modo, ele a beijou explorando cada parte dos lábios dela, suas línguas duelando quando se encontraram durante o beijo que foi esquentando cada vez mais, até que tiveram que se separar, pois o ar acabou. Porém, Gilbert não parou, descendo os lábios até o pescoço dela , arrancando suspiros de Anne, cada vez que lhe dava pequenas mordidas naquela região. Suas mãos desceram para os quadris dela, continuando até as coxas femininas, fazendo o caminho de volta até achar o zíper dos shorts que ele teria abaixado, se Anne não segurasse as mãos dele nas suas, impedindo-o de continuar.

- Gilbert, estamos ao ar livre.- Anne disse baixinho, com a voz um pouco trêmula pelas sensações que vivera ali nos braços de Gilbert.

- Desculpe, eu não costumo perder o controle assim.- ele disse olhando para o rosto dela preocupado, mas, o que viu ali foi apenas um olhar carinhoso sobre ele, fazendo-o se sentir aliviado. Tudo com Anne devia ser cuidadoso, e não apressado, pois ele sabia bem o que um passo em falso poderia causar no emocional dela.

- Tudo bem. Eu adoro quando me toca e me beija, mas, não na vista de todos.

- Isso não vai mais acontecer, eu prometo.- ele disse beijando-a na testa.

- Não precisa me prometer nada. Eu não fiquei chateada. Será que podemos continuar nosso passeio agora?

- É claro, meu amor.- ele disse, ajudando-a a se levantar, e de mãos dadas seguiram para alguns lugares estratégicos, que Gilbert queria que ela conhecesse. E só voltaram para casa quando era a hora do almoço.

GILBERT E ANNE

Seus cavalos cavalgavam próximos um do outro, e Gilbert ficou admirado de ver quão boa amazona Anne era. Ela o enganara dizendo que não cavalgava tão bem, mas, ao vê-la em cima de um cavalo, com seus cabelos esvoaçando pelo ar, ele pensou que nunca tinha visto cena tão linda.

Eles percorreram vários quilômetros de terra até atingirem o mesmo lago do outro dia, deixando que os cavalos tomassem água, enquanto eles se sentavam embaixo da mesma árvore do outro passeio. Anne segurou as mãos de Gilbert entre as suas e disse:

- Eu estou pensando em procurar um emprego.- Gilbert a olhou surpreso e disse:

- Você sabe que não precisa.

- Eu sei, mas eu quero.- ela disse, passando o indicador pelas linhas da palma de Gilbert.

- E o que pretende fazer?- ele perguntou com curiosidade.

- Eu estava pensando em dar aulas. Eu fui professora de literatura antes de me tornar pintora.

- E por que não se torna professora de pintura?- Gilbert sugeriu.

- Não é má ideia.- Anne respondeu pensativa.

- Na clínica, precisamos de professores em várias áreas para os internos. Quer que eu converse com o Jerry, e descubra o que ele acha da ideia? Acho que você seria uma professora de artes incrível.

- Tudo bem. Vou ficar feliz se isso der certo.- Anne respondeu já parecendo animada com a ideia.

- Agora me responda por que mentiu para mim quando disse que não é uma boa amazona? Eu já tinha te visto cavalgar no haras, mas lá eles te deram um cavalo muito dócil. No entanto, quando vi você em cima desse cavalo hoje, eu pude constatar que você cavalga excepcionalmente bem.

- Eu costumava cavalgar muto em Green Gables, mas, quando me mudei para Toronto, nunca mais andei a cavalo, por isso eu te disse que não cavalgava bem.

- Eu realmente fiquei impressionado. Já pensou em fazer aulas de hipismo?- ele perguntou , olhando-a nos olhos.

- Não acho que eu tenha dom para isso. Gosto de cavalgar, mas não de competir. Isso eu deixo para você.- Anne disse tocando no maxilar dele.

- Se mudar de ideia é só me dizer.- Gilbert disse se levantando seguido de Anne.- Acho melhor voltarmos. O sol está ficando forte demais. Se quiser, podemos cavalgar de novo amanhã.

- Eu adoraria.- a ruivinha respondeu seguindo Gilbert até onde estavam os cavalos.

Assim, eles retornaram até o celeiro onde deixaram os cavalos a cargo de um dos funcionários da fazenda contratado especificamente para isso. Eles entraram na casa e foram para o quarto juntos onde descansaram o resto da tarde e maratonaram algumas séries favoritas de Gilbert. Quando Anne saiu do banho naquele início de noite, Gilbert se aproximou dela e disse:

- Vou te levar para conhecer outro lugar. O nosso jantar será servido lá.

Sem saber direito o que vestir, Anne escolheu um vestido preto rodado até os joelhos que lhe pareceu propício para aquela noite quente. Anne só esperava que o lugar onde Gilbert queria levá-la não fosse sofisticado demais, pois o vestido que escolhera era bonito, mas não apropriado para um jantar. Ela deixou os cabelos soltos, colocou sapatilhas pretas e desceu para encontrar Gilbert que a esperava no andar debaixo já vestido como ela.

Assim que a viu, ele pegou na mão dela, a beijou e disse:

- Prometo que vai gostar de onde vamos.- Anne assentiu e saiu com ele para fora da casa.

Não tiveram que caminhar muito, e logo estavam em frente a um chalé pintado de azul, onde havia um lago em frente. Anne ficou encantada com o lugar , e olhou para Gilbert com os olhos brilhando e falou:

- Gilbert, que lugar lindo! Eu não sabia que havia algo assim dentro da fazenda.

- Eu costumava ficar aqui às vezes quando queria pensar ou quando queria dormir em um lugar diferente.

- É realmente lindo.

- Vamos entrar e eu te mostro o resto do lugar.

Quando Gilbert abriu a porta já havia uma mesa posta com o jantar, e quem o preparara tivera o capricho de colocar dois castiçais com vela. Anne nunca tinha tido um jantar assim tão romântico, e tinha certeza que fora Gilbert que dera as instruções para que fosse feito exatamente daquela maneira.

Eles se sentaram à mesa de frente um para o outro, e Gilbert começou a servir o jantar que se constituía de arroz a grega, bife a milanesa, e vinho branco. A sobremesa dessa vez foi pudim de laranja, e Anne amou o doce, dizendo a Gilbert que iria conversar com a cozinheira, pois queria a receita daquela delícia gelada. Quando terminaram de comer, Gilbert a levou para perto do lago, pois a noite estava quente e muito agradável de se ficar do lado de fora.

- Obrigada pelo jantar. Eu gostei muito de cada detalhe. Você tem sido muito atencioso comigo.

- Você merece, princesa. Por tudo o que já passou, e pelas coisas que nunca teve. Se depender de mim, você vai ter cada uma delas, e todos os dias quero te fazer feliz.

- Eu sou feliz, Gilbert, e justamente por sua causa. Eu não sabia o que era ser amada por alguém até te conhecer. Obrigada por ser esse homem incrível que me faz te amar cada dia mais. Eu não sei se isso vai durar para sempre ou até o fim do verão, mas, quero que saiba que sempre lhe serei grata por ter me mostrado que sou uma pessoa de valor.- Gilbert a olhou com um sorriso luminoso, e depois a puxou para seus braços e disse:

- Isso vai durar até o fim de nossas vidas se depender de mim. Eu te amo, Anne, e nunca me senti desse jeito com mais ninguém.- essas palavras lhe deram abertura para perguntar a Gilbert:

- E sua esposa? Você também não a amou?

- Eu amei Ruby, mas, não do jeito que eu amo você. Ela foi importante para mim em uma determinada época da minha vida, e quando ela morreu, eu já não sentia mais a mesma coisa. As frustrações diárias e a mágoa que ela parecia sentir por mim foi acabando com o amor, pois eu passei também a encará-la com mágoa por não ela não querer entender a situação em que estávamos. O que eu sinto por você é forte, e vou cuidar para que sempre seja assim. Eu te quero do meu lado para sempre.- Gilbert a beijou, e Anne sentiu naquele beijo carinhoso todas as promessas que ele acabara de lhe fazer, e desejava de todo o coração que tudo acontecesse como ele lhe dissera, pois ela já estava apaixonada demais e não podia perdê-lo de forma nenhuma. O velho medo de ser abandonada lhe causou um frio na espinha, mas, ela tentou esquecê-lo, porque não queria que nada estragasse aquele dia perfeito.

Gilbert a soltou e começou a tirar as roupas como se estivesse tido uma ideia maluca repentina. Anne o olhou espantada ao mesmo tempo um pouco excitada por ver aquele corpo lindo somente de cueca preta boxer à meia luz do lago.

- O que está fazendo, Gilbert?

- Vou dar um mergulho. Você não vem?- ele disse olhando-a cheio de expectativa.

- Mas, eu não trouxe roupa de banho.- Anne disse com um meio sorriso. Gilbert se aproximou dela e disse em seu ouvido:

- Você pode nadar de lingerie, ou completamente nua se preferir.- e então, ele se atirou no lago em um mergulho perfeito, e Anne o ficou olhando hipnotizada. Gilbert voltou a superfície e disse:

- Vem, princesa. A água está ótima.

- Eu ainda nem sei nadar direito.

- Eu te seguro.- Gilbert disse lhe estendendo os braços.- Anne estava insegura, mas, por fim seu desejo de partilhar aquela experiência com Gilbert foi mais forte, e assim ela despiu seu vestido e ficou de lingerie, andando devagar até a beira do lago. Ele se aproximou mais da borda e estendeu sua mão, na qual ela segurou com força. Gilbert a ajudou a entrar na água, e a manteve segura no círculo dos seus braços.

Havia muita magia naquele momento em que ambos se olhavam, como se tudo se resumisse naquela maneira em que se encaravam. Anne viu nos olhos de Gilbert tantos sentimentos que lhe tiravam o fôlego, e Gilbert viu naquele azul oceano, tudo o que aquela mulher significava para ele desde o dia em que seus olhares se cruzaram pela primeira vez, e ver que ela o amava da mesma maneira que ele a amava lhe causava uma emoção desconhecida, mas, tão boa, apagando toda a amargura que um dia ele sentira encher seu coração de fel.

E então, eles estavam se beijando, como se não conseguissem controlar aquele desejo que sempre estava presente quando se tocavam. Anne circulou a cintura de Gilbert com suas pernas, deixando seus corpos tão próximos que mesmo debaixo d'água, ela conseguia sentir o calor do corpo dele contra o seu. Aquele tipo de contato não lhe causava mais medo, ela aprendera a confiar em Gilbert com todo o seu coração, e nada do que faziam juntos lhe causava repulsa, pois ela amava aquele homem como nunca pensara amar, e sua vida era toda florida agora só por causa dele, e dentro de si mesma ela tinha certeza que seria dele para sempre.

Quando Gilbert saiu da água com ela no colo, Anne não reagiu. Ela deixou que ele a levasse aonde quisesse, pois sabia que o que quer que ele estivesse planejando para aquela noite teria total aprovação dela. Assim, ela se agarrou ao pescoço masculino, enquanto deixava vários beijos pelo maxilar dele, e quando se deu conta, eles estavam de volta ao chalé onde Gilbert a levou para um quarto pequeno, mas aconchegante.

- Diz que quer isso tanto quanto eu, Anne.- ele falou enquanto afastava a alça do sutiã azul dela, e deixava beijos quentes no local.

- Eu quero.- ela respondeu, suspirando cada vez que sentia a boca dele na sua pele.

- Tem certeza? Se quiser que eu pare é só dizer.- ele disse, passando a ponta da língua pelo colo macio dela, causando um calor tão grande em Anne que ela pensou que sua pele estivesse em brasas.

- Eu não quero que pare. Quero ser sua de novo.- Anne disse com a voz enrouquecia, ao mesmo tempo que pensava mais uma vez o quanto amava Gilbert por lhe dar uma opção de escolha sem forçá-la a nada.

Assim, ele levou as mãos ao fecho do sutiã dela, e o retirou devagar do corpo de Anne, descendo os lábios para os seios onde sugou com carinho, fazendo Anne se agarrar mais ainda no pescoço dele. Em seguida, ele correu os lábios por todo o corpo dela, até se ajoelhar na frente dela, puxando a calcinha de Anne para baixo, enquanto sua boca continuava a explorar cada pedacinho de sua garota com delicadeza e amor. Quando ele chegou na intimidade de Anne, ele deixou um beijo quente por cima dela, e a ruivinha pensou que iria morrer com aquele toque, pois o ar lhe faltou.

Sentindo-a tensa, Gilbert mudou suas carícias de direção, embora desejasse muito mostrar a ela quanto prazer ela poderia ter se o deixasse explorar seu corpo como ele queria, mas ao mesmo tempo, sabendo que ela ainda não estava preparada para algo tão íntimo daquela natureza, pois Anne ainda tinha que se acostumar com muito mais coisas até que se sentisse confiante para partilhar com Gilbert todas as intimidades entre um casal.

Logo, ele já estava colando seus lábios nos dela de novo em beijos cada vez mais urgentes e molhados. Por incentivo dele, ela despiu Gilbert de sua roupa íntima, e então, ele a deitou na cama, deixando que o corpo dela ficasse por cima do seu, dando-lhe total permissão para que ela o tocasse como queria. Assim, ela correu suas mãos pelo peito dele, indo até o abdómen dele onde ela fez questão de beijar, fazendo Gilbert se mexer embaixo dela, mostrando-lhe o quanto aquelas carícias suaves o deixavam louco. Tentando ser um pouco mais ousada, ela o tocou mais intimamente, e viu Gilbert gemer baixinho enquanto seus olhos escureceram de pura luxúria por tê-la tocando-o de um jeito que ele não esperava que ela fizesse. Ele mudou de posição, deixando Anne deitada embaixo dele enquanto sua voz carregada de paixão lhe dizia baixinho:

- Você me deixa louco.- e então ele começou uma exploração lenta do corpo feminino, fazendo Anne suspirar e arquear seu corpo em uma entrega cheia de confiança e desejo, querendo sentir mais de Gilbert por todo o seu corpo que sedento pelo dele implorava silenciosamente por mais toques como aquele, e quando Anne pensou que não suportaria mais, Gilbert a possuiu, e seus corpos se tornaram um só como se pertencessem um ao outro completamente. E assim, eles se moveram juntos em um balé secreto cheio de uma volúpia que os surpreendeu. Anne sentia como se pudesse voar pelo infinito completamente livre, e Gilbert mergulhava cada vez mais fundo no corpo daquela garota que era somente sua naquele instante. A onda de prazer os pegou ao mesmo tempo, fazendo-os estremecer juntos até que o terremoto de emoções que os abalara emocionalmente cessasse, deixando em seu lugar corpos suados, satisfeitos e plenamente apaixonados um pelo outro.

Eles não voltaram para casa naquela noite, pois a sensação que tinham dentro de si era tão boa que não queriam perdê-la tão cedo. Assim, eles se permitiram dormir um sono tranquilo e cheio de paz que mais uma vez uniu seus corações naquele momento de entrega perfeita.

-

Notas Finais:

Olá. Eu gostaria de saber se estão gostando da construção e evolução emocional dos personagens, pois é a primeira vez que escrevo algo nesse estilo, onde envolve muitos conflitos e doenças emocionais sérias. Não é um ambiente fácil de ser explorado, pois eu preciso me colocar no lugar deles em suas crises, principalmente nas de Anne, e entrar na cabeça de alguns deles para tentar descrever suas personalidades doentias como é o caso de Roy e Daniel, e espero sinceramente que esteja conseguindo passar verdade no que escrevo sobre cada personagem e sua luta interior. Beijos.

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