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Capítulo 32- No silêncio da madrugada


Olá pessoal. Desculpem a demora. Como disse antes, estou doente, e me recuperando aos poucos, por isso estou escrevendo os capítulos mais devagar. Espero que gostem dele e comentem, principalmente nesse momento em que me sinto fragilizada. Obrigada por tudo. Vou corrigir depois.

ANNE

Anne acordou animada com a viagem até a fazenda. Antes mesmo do sol raiar, ela já estava arrumando suas malas, enquanto Gilbert parecia mergulhado em seus próprios sonhos. Ela sorriu ao olhar para o namorado deitado de lado na cama, com seus cachinhos escuros espalhados pela testa, fazendo um contraste interessante com o travesseiro imaculadamente branco. Por ser uma artista, Anne tinha esse hábito de observar a nuance de tudo, as misturas de cores, o que combinava, o que não era tão aceitável em nível de contraste, mas, Gilbert naquele quarto era ele próprio em todos os detalhes. Não havia nada ali que não possuísse a personalidade de seu dono, e às vezes ela até se sentia uma intrusa por invadir um ambiente tão pessoalmente masculino como aquele.

No entanto, também era fascinante fazer parte daquele cenário onde um mundo desconhecido se apresentava a ela, um mundo do qual ela nunca fizera parte antes, porque sempre vivera solitária, e nunca de fato tivera a oportunidade de conhecer muitos homens, ou saber como pensavam ou viviam, e Gilbert era o primeiro com quem tinha a chance de experimentar algo assim tão íntimo. E ela estava amando fazer parte da vida dele, de ir conhecendo-o dia a dia, e descobrindo um milhão de coisas novas sobre ele que a atraiam ainda mais.

Não era apenas o físico perfeito que era um deleite tocar, ou o jeito com que ele a fazia se sentir naqueles momentos mais íntimos que ainda deixava seu rosto corado ao se lembrar de como se entregava a ele sem pudor. Havia mais naquele homem que queria descobrir, mais que queria explorar, e sabia que precisava um pouco mais de coragem para fazer valer sua vontade. Ela ainda estava engatinhando em um contexto que muitas meninas da sua idade já eram diplomadas, e muitas vezes se sentia leiga demais perto de Gilbert que já tinha tanta experiência em relacionamentos para dar e vender, mas, ele não parecia se importar em ensinar a ela coisas que ela não sabia sobre o contato mais íntimo entre um homem e uma mulher, e embora ficasse inibida em muitas ocasiões, ela vinha tentando tomar mais atitude ao invés de esperar apenas que Gilbert a procurasse como mulher. Ainda era difícil deixa-lo saber o que queria, ainda sentia uma dificuldade imensa em ser ela a dar o primeiro passo, mesmo quando Gilbert lhe dava total liberdade para isso. Contudo, Anne estava disposta a aprender e ser finalmente a mulher que ele merecia.

Um sentimento desagradável a fez se lembrar da esposa de Gilbert, mas, logo o afastou. Não queria entrar naquela neura de competição com uma mulher morta, tentando ser melhor do que Ruby um dia fora, porque isso simplesmente não ia funcionar. Ela não estava vivendo com Gilbert o mesmo tipo de relacionamento que ele tivera com a esposa, mesmo porque as circunstâncias que os aproximaram eram totalmente diferentes. Ela queria construir sua própria história com ele, sem ficar se esbarrando no passado a todo momento, pois já tinha suas próprias feridas para curar, e não queria criar outras desnecessárias que apenas lhe causariam mal, por isso, iria aproveitar cada minuto daquela viagem ao lado do homem que a vinha fazendo tão feliz nos últimos dias.

Anne terminou de colocar o último item na mala, e a fechou tentando não fazer barulho. Ainda era muito cedo para Gilbert se levantar, e por esta razão, ela desligou o despertador que ele ajustava todas as noites invariavelmente para a sete da manhã, pois era o horário que ele acordava para se arrumar antes de ir para o trabalho. Ele tinha todo um ritual próprio para isso, que Anne vinha observando todos os dias. Por ser metódico e disciplinado, ele seguia à risca uma lista de coisas que fazia antes de sair de casa. Primeiro, ele tomava seu banho, fazia a barba, passava uma loção para que a pele não se irritasse com o barbeador, depois se vestia cuidadosamente com suas impecáveis roupas brancas, tomava seu café calmamente, escovava os dentes, e tentava de todas as formas domar seus cachinhos rebeldes que se recusavam a ceder mesmo com algumas camadas de gel. Anne nunca falava nada, mas, preferia mil vezes a maneira como eles se enrolavam em volta da cabeça de Gilbert em canudinhos perfeitos, ao invés daquele aspecto molhado que não deixava de ser charmoso, mas, não tinha o mesmo encanto que os fios naturalmente escuros e ondulados do namorado. E por fim, Gilbert estava pronto para o seu dia de trabalho que terminava sempre às cinco da tarde.

Aquela manhã em especial, ela imaginava que ele deveria estar exausto, por conta da competição, e depois ele quisera comemorar com ela em casa, e ficaram até tarde vendo filme e comendo pizza. Foi um dia memorável para ele que não ganhava algo assim a muito tempo, e Anne estava orgulhosa de ver que ele não perdera sua vitalidade e nem o seu foco principal, depois dos três anos enclausurado em sua dor e luto. Parecia que assim como ela, ele estava voltando para a vida aos poucos, e era muito bom fazer parte desse processo de revitalização interior do Dr. Gilbert Blythe.

Anne decidiu tomar um banho, e por isso, foi até a cômoda e pegou uma toalha limpa. Quando passou perto do lado da cama que o rapaz estava deitado, ela sentiu duas mãos puxando-a de volta para cama, e acabou se desequilibrando e caindo deitada em cima Gilbert que fez várias cosquinhas em suas costelas, fazendo-a gargalhar, enquanto tentava fugir daquele ataque gratuito do namorado. Para impedi-la de escapar, Gilbert apertou seus braços em volta da cintura dela e disse olhando-a nos olhos:

- Tão cedo e já está de pé.

- Estou tão ansiosa por nossa viagem que não consegui mais dormir.- ela disse apoiando suas mãos no peito dele, vendo o contraste de sua pele branca com a morena queimada de sol de Gilbert.

- Nem a companhia estimulante de seu namorado nessa cama te fez querer se levantar mais tarde?- ele perguntou, mordendo a pontinha do nariz de Anne que respondeu:

- A companhia é ótima, sou eu quem não consegue controlar minha ansiedade muito bem quando vou fazer algo que quero muito.- ela disse traçando uma linha imaginária no peito dele.

- Quer dizer que a viagem é mais interessante do que dormir comigo uma noite inteira?- ele disse fazendo cara de ofendido, e Anne tratou de responder sem notar que ele estava apenas brincando com aquelas palavras:

- Eu não disse isso. É lógico que amo dormir com você, mas, é que me apaixonei tanto por aquela fazenda que não vejo a hora de pisar naquelas terras novamente.

- Eu sei, meu amor. Eu estava apenas brincando. Amo aquelas terras tanto quanto o meu pai. Aquele costumava ser meu paraíso particular quando eu era criança, e também quando eu tinha férias da escola na adolescência, eu passava quase todos os dias por lá. Nunca mais foi a mesma coisa depois que fui embora para a Inglaterra, pois me envolvi tanto com meu trabalho e estudo, que por quatro longos anos eu não pude voltar.- ele disse com a voz triste, e Anne tocou seu rosto e disse:

- Vai poder fazer isso de novo agora.

- Sim, com você.- ele respondeu, beijando-a com carinho enquanto mantinha Anne deitada sobre o seu corpo.- Sabe que amei sua iniciativa ontem?- ele perguntou espalhando beijinhos pelo queixo dela que a fez sorrir e responder:

- Eu tive medo de você não gostar que eu fosse tão ousada em um lugar público.

- E por que pensou isso?- ele perguntou surpreso com a confissão dela.

- Porque às vezes esse seu jeito sério me faz ter dúvidas sobre até onde posso ir com minha ousadia.- Anne respondeu beijando o maxilar de Gilbert com a maior dedicação.

- A então não me conhece, querida. Eu não sou nem um pouco sério quando se trata de você.- Gilbert disse , fitando-a nos olhos.

- O que quer dizer com isso exatamente?- ela perguntou sem entender o sentido das palavras dele.

- Eu quero dizer que minha intenções com você nunca são apenas sérias, Srta. Cuthbert.- ele girou o corpo e fez Anne ficar por baixo dele, enquanto seus braços a protegiam o peso de seus corpo.

- E quais são suas intenções comigo, Dr. Blythe?- ela perguntou entrando na brincadeira.

- As melhores e as piores possíveis. Principalmente quando entra no meu chuveiro nua como estava ontem. Não sei quem lhe deu essa ideia, mas ela está totalmente aprovada.- Ele entreabriu os lábios dela com a ponta da língua, e Anne o deixou invadir sua boca com um beijo tão potente, que ela logo imaginou que precisaria mesmo de um banho depois daquilo, pois estava literalmente se derretendo embaixo dele naquela cama, e nunca tinha se sentido tão quente assim só com um beijo antes de conhecer Gilbert.

- Acha que podemos repetir mais vezes?- ela perguntou, sentindo Gilbert se acomodar no meio de suas pernas, e ficando totalmente confortável com isso, sem o seu receio natural.

- Você quer repetir mais vezes?- ele perguntou de volta com uma sobrancelha erguida como se estivesse surpreso com as palavras dela.

- Eu quero, mas, não sei se seria capaz de tomar a iniciativa novamente.- ela disse um tanto envergonhada, fato que fez Gilbert sorrir com carinho.

- Você quer dizer que prefere que seja eu a entrar nu no banheiro e que te seduza enquanto toma banho?- ele perguntou de um jeito provocante que imediatamente trouxe ideias à mente de Anne nem um pouco decorosas.

- Não deixa de ser uma ideia interessante.- ela disse sorrindo, fazendo os olhos de Gilbert brilharem ao responder:

- Não me dê ideias, Shirley, ou eu realmente posso te surpreender.- ele desceu suas mãos pela camisola dela, mas, não tentou tirá-la do corpo de Anne . embora a ruivinha pensasse que era exatamente essa a ideia que ele tivera, mas não ousara fazê-lo porque não tivera nenhum sinal de permissão dela para isso, e Anne amava essa preocupação e respeito que ele tinha com ela, mesmo quando estavam em uma situação tão intima.

- Eu quero que me surpreenda, Dr. Blythe.- ela respondeu também provocando-o.

- Não faltarão oportunidades, isso eu te garanto.- ele disse brincando com os fios dos cabelos ruivos dela. Depois mudando totalmente de assunto ele perguntou:- Você não ficou chateada de o Billy e Moody irem com a gente nessa viagem?

- Não. Eles são seus amigos, e você tem todo o direito de levá-los na viagem.

- O que acha deles?- Anne olhou surpresa para Gilbert por ele se preocupar com a opinião dela sobre os seus amigos, sendo ela mais nova integrante daquele grupo totalmente masculino.

- Eu gosto muito do Moody. Ele é simpático e doce, e muito fácil de se conversar. Billy me dá um pouco de medo. Ele sempre me olha como se quisesse avaliar tudo de mim, e realmente não sei se ele gosta de me ver com você.- Anne disse com sinceridade.

- Billy apenas faz tipo. Ele é uma excelente pessoa, e essa mania que ele tem de avaliar as pessoas é por conta de sua profissão de psicólogo. Quando conhecê-lo melhor, vai ver que ele é de fácil convivência assim como o Moody. E quanto ao fato de ele não te aprovar, não acho que seja verdade, mas se for, isso não me afeta em nada, porque nunca me vali da opinião de ninguém para ficar com uma garota que eu quisesse. Eu e você estamos juntos, e ninguém tem o direito de se intrometer em nosso relacionamento, nem mesmo os meus amigos.- Anne apenas assentiu, mas, não se sentia bem com a ideia de um dos amigos de Gilbert não aprová-la como namorada dele. Para alguém que fora rejeitada boa parte de sua infância, era difícil se ver nesse papel novamente, mas, sabia que teria que aprender a lidar com isso, pois não se podia agradar a Gregos e Troianos ao mesmo tempo, e não abriria mão de Gilbert por conta disso.

- Acho que gostaria de um banho agora.- ela disse, enquanto Gilbert saía de cima dela e a ajudava a se levantar.

- Faça isso enquanto eu preparo o nosso café da manhã e termino de arrumar minhas malas.

- Não vou demorar.- ela respondeu caminhando em direção ao banheiro, enquanto via Gilbert lhe dar uma olhada de cima embaixo, e depois assoviar admirado pela camisola azul transparente que ela usava, deixando boa parte de seu corpo a mostra. Um presente de Irina para seduzir seu namorado e quem sabe futuro marido, ela dissera. Anne entrou no banheiro, e enquanto se despia, ela pensou que aquela viagem com certeza seria bastante interessante com Gilbert a seu lado, e todas as belezas que a fazenda tinha a oferecer, e esperava que tanto ela quanto Gilbert pudessem se divertir bastante. Assim, com esses pensamentos em mente, ela deixou que a água morna do chuveiro caísse sobre ela, de onde só saiu quinze minutos depois.

GILBERT

-Pronta?- Gilbert perguntou ao ver Anne com sua mala na mão logo após o café da manhã.

-Sim. Podemos partir quando quiser.- ela respondeu sorrindo, e Gilbert ficou muito feliz em ver toda a animação da namorada para aquela viagem. Ele gostava de proporcionar a ela momentos assim, pois Anne nunca tivera muito disso na vida, O sorriso lindo dela era o sinal que ele precisava para saber que acertara em cheio ao propor aquela ideia para seus dois amigos. Sem contar que ele também queria ir para a fazenda, e em companhia de Anne seria com certeza muito melhor.

- Deixa que eu te ajudo com a mala.- ele disse carregando a única bagagem que Anne trazia consigo para o carro.

A intenção era ficar mais dias além do fim de semana, pois como tinha algumas folgas pendentes, Gilbert resolvera fazer delas um pequeno período de férias que ele não tirava a muito tempo por falta de tempo e conveniência, mas, agora junto de Anne ele pretendia aproveitar. Ele pensou até que poderiam viver uma pequena lua de mel para comemorarem o período em que estavam vivendo juntos, mas, não sabia se Anne iria gostar, pois o termo lua de mel se aplicava a casamento e eles ainda não tinham dado esse passo, e talvez ela não achasse apropriado que ele o usasse para a vida em comum que estavam partilhando sem ter sido realmente formalizada. Por isso, não tocou no assunto quando disse a ela que passariam uma semana na fazenda.

Eles desceram até o estacionamento do prédio, e foram até onde o carro de Gilbert estava, colocando toda a bagagem no porta mala. Depois, a próxima parada seria encontrar Moody e Billy em um ponto de encontro perto do clube onde eles costumavam ir juntos nos fins de semana. Para a surpresa de Gilbert e Anne, tanto Moody quanto Billy estavam acompanhados com garotas. Moody estava com Prissy, o que era de se esperar, e Billy com uma moça morena que Gilbert nunca tinha visto antes.

- Espero que não se importe de estarmos levando acompanhantes.- Moody disse assim que Gilbert parou o carro perto do dele.

- Claro que não. A fazenda de meu pai é grande. Tem espaço para todo mundo.- Gilbert disse simpático, cumprimentando as meninas assim como Anne.

- Iremos seguindo vocês em nossos carros. Achamos que assim ficaria mais confortável.- Billy disse, segurando na mão de sua acompanhante.

- Como quiserem. Estaremos lá em uma hora.- Gilbert avisou.

Assim, cada um seguiu com seu carro, e logo estavam na estrada rodando a todo vapor. Gilbert era um motorista cuidadoso, não dirigia rápido demais, e nem devagar demais, porém, mantinha seus olhos na estrada, enquanto ele e Anne estavam envolvidos em uma conversa animada. Era tão bom vê-la aproveitar a vida sem aquele olhar de medo que ela lançava para tudo logo que ele a conhecera. Em pouco tempo, Anne florescera de um botão de rosa apagado para uma flor viçosa e perfumada. Cada dia que passava , ela ficava mais bonita, segura de si, e coerente com suas ideias e escolhas, e quase não precisava mais das opiniões dele para o que quer que quisesse fazer.

Era muito bom para ela ter essa independência, porque pelo que Gilbert entendia e sabia, Anne sempre dependera de alguém para lhe apontar o caminho que deveria seguir, e por isso muitas de suas decisões acabavam levando-a a tomar atitudes que não lhe faziam bem na maioria das vezes. Essa necessidade de ter alguém que lhe ditasse as regras da vida era bem comum em pessoas que passavam pelos traumas que ela passara, acreditando que assim seriam aceitas em seu meio e não mais rejeitadas. A aprovação alheia se tornava uma forte arma de submissão, por isso, pessoas como Anne, inocentes em sua índole acabavam não enxergando que podiam facilmente se tornar um simples brinquedo nas mãos maldosas de alguém sem escrúpulos nenhum, como acontecera com Roy Gardner, e quase seguira o mesmo caminho com Daniel Darson, se Gilbert não tivesse lá para livrá-la de mais um parasita.

Quase na hora do almoço, como da outra vez, eles entravam pelos enormes portões de ferro da fazenda. Gilbert viu o olhar maravilhado de Anne para todo aquele verde e sorriu. Era lindo ver aquele rosto encantado e animado daquele jeito, pois lembrava a Gilbert uma menininha em frente a uma árvore de Natal cheia de presentes. Ela às vezes tinha reações interessantes diante de coisas simples que a muitas pessoas passariam despercebidas, mas, para ela era uma novidade enorme, e ajudar a construir o mundo de alguém assim era algo tão incrível de se fazer. Gilbert nunca pensara que viveria em um mundo cor de rosa como estava vivendo com Anne. Sua vida com Ruby sempre fora tudo preto no branco, e o colorido tinha deixado de fazer parte de seus dias logo no primeiro ano de casamento, quando os problemas começaram, e depois de sucessivas decepções, ele deixara de acreditar que seria feliz outra vez, mas, aquela ruivinha tão doce estava lhe mostrando um caminho cheio de rosas, e ele estava louco para experimentar tudo com ela.

- Vamos entrar?- ele convidou, vendo que ela estava tão absorvida pela paisagem que quase nem piscava os olhos.

- Vamos sim. Me desculpe a empolgação toda. Eu pareço uma caipira, não é?- Anne disse , parecendo envergonhada com seu comportamento tão natural.

- Só porque você deixa as pessoas verem o quanto é verdadeira em seus sentimentos não quer dizer que seja uma simplória. Mas, mesmo que fosse, seria minha caipirinha linda.- ele disse a puxando para um beijo enquanto ele encostava o corpo no capô do carro.

- Ei, vocês dois, podiam por favor parar de namorar um segundo e nos mostrar nossos dormitórios? Estou morrendo de vontade de tirar essas roupas e colocar algo mais confortável.- Moody disse, e Gilbert tratou de ajudá-lo dizendo:

- Venham comigo.

Desta forma, todos foram para dentro da casa onde os empregados já os esperavam. Gilbert ajudou Anne com sua bagagem, levando-a para o quarto dele, enquanto Moody, Prissy, Billy e sua companheira os seguiram.

- Moody, você e Prissy ficam no mesmo quarto ou preferem quartos separados?- Gilbert perguntou naturalmente, sem deixar de notar a carranca de Billy quando ouviu a sua pergunta.

- Ficamos no mesmo quarto.- Prissy se adiantou em responder, o que lhe valeu um olhar zangado do seu irmão.- Não me olhe assim, Billy, não sou mais criança para pedir sua permissão para dormir com meu namorado. Ambos somos pessoas adultas, e sabemos bem o que fazemos com nossas vidas.

- Eu não disse nada.- o rapaz respondeu, mas, Gilbert percebeu seu desconforto ao pensar em sua irmã e Moody dividindo o mesmo quarto. O rapaz sabia do instinto protetor que Billy tinha em relação a irmã, que não o deixava vê-la como uma mulher feita e sim como a garotinha que ele tivera que manter longe da ira de seu pai. Porém, Prissy tinha uma personalidade forte, e nunca hesitava em colocar o irmão no lugar dele.

- Não disse nada, mas conheço essa expressão de desagrado. – Prissy retrucou e Billy se manteve calado, levando sua própria bagagem para o quarto que Gilbert havia lhe destinado junto com a de sua namorada que ele descobriu se chamar Amanda.

Minutos depois, todos se reuniram na cozinha, pois o almoço já seria servido, e Anne aproveitou para conversar com Prissy e Amanda, enquanto Gilbert ficou observando-a durante todo o tempo, pois queria ver como ela se sairia em uma conversa social com outras garotas, já que a única mulher com quem já a vira ficar à vontade era Irina. Sua namorada parecia estar se saindo muito bem, conversando com desenvoltura, o que o deixava muito orgulhoso dela, pois Anne estava saindo da casca e dando a oportunidade para outras pessoas se aproximarem, algo que ela nunca teria feito no passado, pelo seu histórico de isolamento social.

- Mais um pouco e você vai estar babando em cima da garota, Gilbert.- Moody disse com grande humor, ao mesmo tempo que saboreava o assado de carne saboroso que fora servido pela cozinheira.

- Não exagera, Moody. – Gilbert disse, sentindo-se um pouco constrangido por ter sido pego naquele estado contemplativo com seu olhar preso na namorada.

- Não é exagero, Blythe. Faz tempo que não te vejo assim por causa de uma garota, e estou bastante impressionado. Pelo jeito sua ruivinha o capturou de vez.

- Acho que tenho que concordar com Moody, Gil. E com todo o respeito, sua ruivinha é mesmo linda. A primeira vez que a vi não tive essa impressão, mas, vendo-a de perto conversando com as meninas, eu consigo entender perfeitamente porque se apaixonou por ela.- Billy disse, enquanto também observava as três garotas juntas.

- Não posso negar que estou apaixonado. Mas, não é só físico. Anne tem algo que nunca encontrei em mulher nenhuma. Ela é genuína, sincera, não faz joguinhos e nem cria caso. Ela é o tipo de mulher que vira a cabeça de um homem com bem pouco, e ela nem sabe do poder que tem.- Gilbert disse como se fosse para si mesmo.

- Acha que a ama mais do que amou Ruby?- Moody perguntou com curiosidade.

- Não sei se existe comparação. Ruby foi meu amor do passado, e Anne é o amor do meu presente, e espero que do futuro também. Quero construir uma vida com ela que não foi possível construir com Ruby.- Gilbert disse pensativo.

- Nossa, Blythe. Eu não pensei que estivesse tão apaixonado assim. É até engraçado vê-lo falando assim, depois de ter presenciado seu relacionamento com Ruby.- Moody disse se servindo mais de arroz branco.

- Acredite, tudo isso é uma surpresa para mim também. Não pensei que um dia voltaria a me interessar por alguém, mas, cá estou eu completamente rendido por uma ruivinha linda.- Gilbert disse balançando a cabeça e sorrindo feito bobo.

- Uma hora isso tinha que acontecer. Você não podia viver de luto o resto da vida. É jovem demais para isso.- Billy disse com sua sabedoria inata. – Eu confesso que fiquei preocupado quando você me contou de seus sentimentos por Anne, porque parecia que estava querendo fugir de algo que já era maior que você. Mas, quando se envolveram de verdade, eu percebi que você tinha se dado conta de que não adiantava nada tentar negar o que estava sentindo, e por fim tomou uma atitude acertada.

- É, eu tentei me enganar por um bom tempo, mas, depois eu entendi que já tinha sido pego por meu coração. Mas, e você? O que me diz da garota nova? É sério dessa vez?- Gilbert perguntou, indicando que falava da Amanda.

- Não sei. Ela é uma advogada bastante interessante. Mente ágil, inteligente, não tem papas na língua, do tipo que eu gosto, mas, ainda é cedo para dizer que estou seriamente envolvido. Vamos ver no que isso vai dar.- Billy respondeu encerrando o assunto, e Gilbert percebeu que o amigo tinha se fechado novamente a respeito dos próprios sentimentos. O irmão de Prissy não falava de si mesmo se pudesse evitar.

Eles terminaram de almoçar e subiram para seus quartos para uma sesta particular com seus pares, mas, não sem antes combinarem uma cavalgada no período da tarde. Assim que fecharam a porta do quarto, Gilbert e Anne se deitaram na cama abraçados, e desta forma cochilaram até o horário do passeio combinado.

GILBERT E ANNE

A tarde estava quente, e apesar de ainda estarem a um mês do verão, o clima já tinha se modificado bastante. Por isso, antes de saírem a cavalo, Anne e Gilbert se protegeram com protetor solar, e chapéus de palha, pois queriam evitar queimaduras indesejadas e uma possível insolação.

Assim como Anne e Gilbert, Prissy gostava muito de montar e tentava incentivar o namorado a pegar gosto pela atividade, mas, Moody nunca fora do tipo que se sentisse atraído por cavalos. Seu gosto maior sempre fora tênis e natação, porém, iria acompanhar a namorada mesmo assim, fato que fez Anne pensar no quanto era louvável da parte dele se prestar a algo que visivelmente o deixava desconfortável só para agradar Prissy. Já a namorada de Billy Andrews também compartilhava da paixão do psicólogo por cavalgada, pois passara boa parte da infância e adolescência na fazenda dos pais, e aprendera basicamente tudo sobre animais e suas particularidades.

Os cavalos da fazenda de Gilbert eram em sua maioria puro sangue, e Anne ficou admirada de ver tantos animais de primeira classe juntos de uma só vez. O rapaz lhe contara que colecionar cavalos raros era a paixão de seu pai, por isso, ele exigia total cuidado e dedicação de seus funcionários que cuidavam de suas relíquias, e quando John Blythe vinha para a fazenda, ele fazia questão de inspecionar um por um.

Enquanto observava os animais escolhidos para aquele passeio, Anne focou sua atenção no cavalo que Gilbert escolhera para ela. Era uma égua doce da raça Mustang, que apesar de sua origem selvagem, ela fora domada recentemente, e por isso, era bastante obediente . Anne estava acostumada a montar em Green Gables, mas nunca tivera em suas mãos um cavalo tão valioso, e pensar que poderia causar qualquer dano ao animal a deixava extremamente nervosa.

- Acha que dá conta de montar a Sunshine?- Gilbert perguntou vendo o nervosismo no olhar de Anne.

- Sunshine é o nome dela?- Anne perguntou olhando novamente para a égua cujos olhos cor de mel lhe lembravam muito uma que tivera em Green Gables.

- Sim. Fui eu quem escolhi. Gosta dela?- Gilbert perguntou abraçando Anne pela cintura.

- Sim, mas confesso que estou receosa de conduzir um cavalo tão caro assim. Não sei se consigo. Faz tempo que não monto, e estou fora de forma. – Anne respondeu sentindo a respiração de Gilbert lhe causar arrepios no pescoço.

- Não tem nada fora de forma aqui.- Gilbert disse em seu ouvido enquanto descia as mãos pelos quadris ela e os colava nos dele, fazendo Anne sorrir. Ele tinha começado com aquelas provocações recentemente, e ela simplesmente adorava o jeito com que ele transformava uma simples conversa em algo íntimo apenas entre os dois.

- Eu quis dizer que minha prática em cavalgar está fora de forma, engraçadinho.- Anne disse olhando-o sobre o ombro.

- Por que não vem comigo então? Posso te levar no meu cavalo se quiser.- Gilbert sugeriu.

- Não vou te atrapalhar se for com você? Eu sei que gosta de cavalgar bem rápido e não quero estragar o seu passeio,

- Você não vai atrapalhar, e eu vou simplesmente amar ter uma mulher tão linda em cima do meu cavalo.- Gilbert disse beijando Anne no pescoço.

- Então, eu aceito com a condição que na próxima vez vou cavalgar sozinha.- Gilbert assentiu, e a levou até o cavalo que ele montaria naquele dia.

Era um cavalo negro da raça Morgan, bastante apropriado e dócil para aquele tipo de passeio. Gilbert lhe contou que ganhara aquele cavalo de um amigo quando ele vencera a primeira competição de hipismo de sua vida. Era um tipo de cavalo especialmente treinado para realizar as tarefas da fazenda, além de ser um ótimo para montaria por sua agilidade e elegância.

- Que cavalo maravilhoso.- Anne disse, passando a mão pela crina imponente.- Como ele se chama?

- Beleza negra.

- Um nome bastante apropriado, além de combinar com o dono dele também.- Anne disse, lançando um olhar insinuante para Gilbert que o fez perguntar:

- Quer dizer que me acha bonito?

- Bonito? Dr. Blythe, bonito é o mínimo que eu poderia falar de sua aparência física.

- O que isso quer dizer?- ele perguntou intrigado com a resposta dela.

- Significa que tanta perfeição em uma única pessoa é uma afronta para a humanidade.- Gilbert explodiu em uma gargalhada gostosa que fez Anne rir junto. Em seguida, ele a ajudou a subir no cavalo, e ele próprio montou nele, segurando as rédeas e apoiando o corpo de Anne contra si, e deste modo saíram do estábulo.

Os outros dois casais já os esperavam, e logo iniciaram sua excursão pela fazenda Blythe. Havia tanta coisa para ver e absorver, que Anne já sabia que teria que voltar com Gilbert mais vezes nos próximos dias para guardar a beleza de cada lugar que passavam na memória. Um passeio assim para uma artista como ela, era um prato cheio para sua imaginação que já se enchia de inspiração para quadros futuros, e ela já começara a planejar mentalmente o tema do seu próximo trabalho.

Após cavalgarem por algum tempo, Gilbert se afastou dos outros casais e disse para Anne:

- Vou te levar para um dos meus lugares favoritos na fazenda.- ela concordou e ele mudou um pouco a rota sabendo que poderia alcançá-los depois.

Ele parou o cavalo embaixo de uma árvore, ajudou Anne a descer dele, e a levou até um lago onde havia muito girassóis, e lírios também, e Anne logo percebeu, porque aquele lugar era importante para Gilbert. A visão do pôr do sol deveria ser linda dali, assim como ver uma tempestade desabando do céu deveria dar aquele lugar um aspecto mágico. Era tão calmo, harmonizado e límpido, e principalmente naquele dia em que não havia nenhuma nuvem no céu, a impressão que se tinha era que a linha do horizonte se unia com o sol dando uma aspecto tão brilhante a alaranjado que fazia daquele espaço um lugar sem igual.

Gilbert se sentou embaixo e uma árvore, e puxou Anne para seu colo. Ela apoiou o corpo no peito dele, e ficou observando a beleza do espetáculo a sua frente, enquanto o namorado acariciava seus cabelos sem o chapéu que ele acabara tirando da cabeça dela, e colocou-o de lado.

- Esse lugar é lindo, Gilbert. Obrigada por me trazer aqui.- Anne disse olhando-o nos olhos, enquanto admirava o castanho dos olhos dele que estavam tão claros quase como se fossem feitos de caramelo.

- Eu quero que conheça todos os lugares que eu amo nessa fazenda. Está feliz de passar essa semana comigo aqui?- Ele perguntou trançando uma mecha de cabelo dela.

- Isso tudo para mim é um sonho, Nunca pensei que poderia viver tanta coisa boa de uma só vez.- ela disse com um olhar tão feliz que fez Gilbert trazê-la para mais perto e dizer:

- Daqui para frente você vai viver tudo o que merece, eu prometo.- Anne ficou séria ao ouvir aquilo, e Gilbert perguntou:- O que foi? Eu disse alguma coisa errada?

- Não, é só que eu tenho tanto medo de acreditar em tudo isso que está acontecendo e perder cada uma delas.

- Anne, você não vai perder nada, porque eu não vou permitir. Eu vou te fazer feliz do jeito que você sempre sonhou. Acredita em mim?- ele perguntou mergulhando naquele céu azul que era o olhar dela.

- Acredito.- ela respondeu, e assim, Gilbert não resistiu mais e a beijou como vinha desejando desde que estavam no celeiro. Ele nunca pensara que sentiria tanto prazer em beijar uma garota, pois com Anne aquele ato era mais do que apenas explorarem os lábios um do outro. Cada vez que se beijavam assim, Anne parecia lhe contar uma história de carência e privações emocionais que o fazia desejar dar tudo de si para que ela tivesse o que precisasse de seu amor e carinho, no que ela correspondia plenamente. Ele nunca mais deixaria que sua namorada sentisse que merecia menos da vida do que realmente tinha direito.

Eles se separaram e Anne encostou sua cabeça no ombro de Gilbert , enquanto sentia as mãos dele deslizando por suas costas em uma carícia totalmente calmante que a fazia relaxar. Ela o olhou e vendo aquele rosto incrivelmente másculo e lindo, Anne não conteve as palavras que saíram de seus lábios e disse:

- Eu te amo.- Gilbert riu diante daquela declaração espontânea e respondeu:

- Eu também te amo. Cada dia mais.- ele traçou os contornos do rosto dela com seu polegar e disse:- Você não sabe o bem que tem feito para minha vida. Estar aqui com você é a minha ideia de felicidade. Eu poderia passar todos os dias desse jeito com você.- ele beijou cada parte do rosto ela, fazendo Anne suspirar. Gilbert sabia ser tão romântico, como nunca pensara que uma pessoa na posição dele pudesse ser. Antes, quando pensava em psiquiatras, a ideia que tinha era de pessoas sérias, intelectuais demais, vivendo em um mundo totalmente acima do dela, mas, quando conhecera Gilbert , a diferença em sua postura fora a primeira coisa que notara, e isso a impressionara sobremaneira, além da beleza fora do normal daquele homem fenomenal, que por incrível que pudesse parecer era seu.

- Pena que daqui a uma semana teremos que deixar esse paraíso.- Anne disse encarando Gilbert que tocou a ponta de seu nariz com o polegar e disse:

- Mas, vamos voltar quantas vezes você quiser. Essa é apenas a primeira de muitas delas.

- Você promete?- Anne perguntou sorridente.

- Sim, eu prometo tudo o que quiser.- Ele se levantou, levando Anne com ele e continuou:- Acho melhor voltarmos. Os outros devem estar nos esperando.

- Sim. – Anne concordou, e logo estava de novo nos braços de Gilbert em cima do cavalo, em uma posição que declarou a si mesma ser a sua favorita, pois tinha o corpo dele pertinho do seu, e isso além de lhe dar uma segurança incrível, também a fazia ter ideias ousadas ao pensar nos dois em todos aqueles dias sozinhos na fazenda. Ela ia simplesmente amar ter o Dr. Blythe inteirinho para si.

Em poucos minutos, eles se reuniram com os outros dois casais que também tinham feito uma pausa embaixo de uma árvore, e seguiram em sua excursão pela fazenda. Quando voltaram para a casa sede, já era de tardezinha, e cada um foi para seu quarto se arrumar para o jantar.

Anne tomou um banho demorado, pois sentia que precisava disso depois de longas horas em cima de um cavalo, atividade essa com a qual estava desacostumada. Mas, estava feliz pela experiência que tivera e esperava ter mais oportunidades naquela semana de cavalgar com Gilbert. Assim, ela saiu do chuveiro enrolada em uma toalha, e estava escolhendo uma roupa adequada para o jantar aquela noite, quando Gilbert entrou, parou bem trás dela e disse em seu ouvido, fazendo Anne se arrepiar toda:

- Que mulher mais linda, eu tenho em meu quarto.- as mãos dele pararam em sua cintura, enquanto Anne tentava se concentrar na escolha das roupas. Ele beijou seus ombros, e Anne acabou se encostando nele enquanto perguntava:

- O que acha que devo vestir para essa noite?

- Se fosse para ficar somente comigo, do jeito que está vestida estaria perfeito para mim.- ele beijou-a no pescoço, enquanto Anne dizia:

- Bem, não posso descer para o jantar vestida apenas de toalha.- seus olhos se fecharam por um instante enquanto sensações tomavam conta de seu corpo. Os lábios e Gilbert em sua pele era sempre um perigo, pois ela sabia que logo poderia se tornar uma necessidade física dele da qual estava começando a depender. Antes, ela não pensava que seria tão bom assim esses sentimentos que Gilbert despertava nela toda vez que a tocava, porque tinha conhecido o outro lado desse tipo de contato entre um homem e uma mulher, e sempre os associara a dor e humilhação, mas, o que tinha com Gilbert era algo totalmente novo para ela, que despertava seus sentidos para um milhão de coisas diferentes, e ele estava totalmente consciente disso, pois estava sempre provocando-a assim ultimamente.- Gilbert, eu preciso me trocar.- ela disse quando percebeu que ele não pretendia parar de beijar seu pescoço, e naquele instante mordiscava a pele de seu ombro nu.

- Eu não tenho culpa se minha namorada é a mulher mais deliciosa que conheço. Acho que podemos fazer nosso jantar aqui mesmo.- ele a puxou, e fez Anne se virar para ele, tomando posse dos lábios dela, segurando firme o corpo dela contra si, enquanto Anne segurava firme a toalha em volta de si para não cair. O beijo prosseguiu por um tempo, até que o oxigênio acabou, e desgrudaram seus lábios, e ainda se agarrando a Gilbert porque sentiu que suas pernas fraquejavam, Anne disse:

- Nós temos visitas, meu amor. Não podemos passar a noite trancados aqui. Seria grosseiro com elas.

- Eu sei. Foi uma ideia boba. Desculpe-me.- Gilbert beijou-a na testa.

- Não foi boba. Se estivéssemos sozinhos eu ia aceitar com certeza, mas hoje não podemos.- Anne respondeu tocando o rosto dele com a ponta do dedo.

- Tem razão. Vou descer, e te espero lá embaixo. Vista o que quiser. Vai ficar linda de qualquer maneira.- Gilbert disse , sorrindo-lhe de um jeito que fez seu coração dançar no peito.

Assim que ficou sozinha, Anne escolheu uma saia jeans na altura do joelho, uma blusa regata verde oliva, e sapatilhas pretas. Como não iam sair de casa, ela manteve os cabelos soltos, passou o mínimo de maquiagem, e foi se juntar ao namorado e seus amigos.

O jantar estava maravilhoso. Naquela noite o prato servido foi strogonoff e carne vermelha, salada de legumes, e como sobremesa sorvete de manga com chantilly. Além da comida deliciosa , a conversa estava muito animada. Anne realmente gostou das companhias naquela mesa posta tão lindamente para eles, e ainda mais do homem que vez ou outra a olhava com aqueles olhos incríveis, não perdendo um só movimento seu, fazendo-a se sentir a mulher mais bonita e amada do mundo. Gilbert tinha aquele dom de transformar as coisas ao redor dela e para ela que nunca tivera de ninguém, e amá-lo era apenas uma das muitas coisas que Gilbert Blythe trouxera para a sua vida. Seria eternamente agradecida por ele ter lhe mostrado que valia a pena lutar por si mesma. Se sentia outra mulher, mais segura e feliz.

Depois do jantar, eles passaram para sala de visitas, onde os rapazes ficaram jogando cartas, e as garotas ficaram trocando algumas confidências sobre suas vidas. Anne foi a que menos falou, mas não escapou do interrogatório de Prissy que parecia disposta a ter mais informações sobre ela e seu relacionamento com Gilbert. Talvez por conhecê-lo a vida inteira, ela quisesse se certificar dos sentimentos de Anne por ele. A ruivinha não se importou com aquilo, na verdade ficava satisfeita em ver como os amigos de Gilbert eram leais a ele, o que só o tornava mais precioso aos seus olhos.

- Como você e Gilbert estão se dando?- Prissy perguntou tomando um gole de seu vinho.

- Estamos bem. É a primeira vez que moro com alguém, e a adaptação tem sido muito boa.- Anne respondeu com naturalidade.

- Você sabe que ele já foi casado, não é?- Prissy perguntou olhando-a nos olhos.

- Sim. – Anne respondeu, engolindo em seco. Não queria falar da esposa de Gilbert naquela noite, mas, Prissy não lhe dava escolha.

- Então, deve saber o quanto ele sofreu com a morte da esposa. Gilbert é como se fosse um irmão para mim, crescemos juntos, assim como Billy e Moody, e tudo o que eu quero é que ele seja feliz. Eu gosto de você, pois parece ser uma garota sincera, e pelo que percebi, Gilbert está muito apaixonado. Então, por favor, não o faça sofrer, Anne. Ele já passou muita coisa.

- Fique tranquila. Eu também sou apaixonada por ele, e no que depender de mim, ele vai ser muito feliz.- Anne disse com um sorriso.

- Fico muito aliviada em ouvir isso. – Prissy disse satisfeita com a resposta de Anne. E logo mudou o rumo da conversa, abordando assuntos mais neutros, nos quais Amanda se juntou a elas, pois tinha acabado de jogar uma partida de cartas com os meninos.

Assim, a noite continuou. Eles conversaram bastante, dançaram algumas vezes, tomaram vinho, e quando passava da meia noite, Anne resolveu subir para quarto, pois Gilbert estava em sua última rodada no jogo de cartas, e disse que subiria logo em seguida. Deste modo, bocejando de sono, a ruivinha deu boa noite para todos e foi para o andar de cima. Uma vez lá, ela fez suas higienes pessoais, colocou uma camisola, e assim que se deitou, ela pegou no sono, e nem viu quando Gilbert se juntou a ela.

No meio da noite, ela acordou assustada em meio a um sonho estranho, e com a impossibilidade de voltar a dormir, ela teve uma ideia que sempre a ajudava quando ela tinha problemas para dormir em Green Gables. Ela foi até a cozinha e resolveu fazer um bolo de chocolate. Era loucura, ela sabia, sair da cama àquela hora para cozinhar em uma casa que nem sua era, porém, ela sentia que precisava disso, por isso, procurou pelos ingredientes que queria e se pôs a trabalhar. Logo se viu entretida com aquela tarefa que nem percebeu o tempo passar. A massa ficou pronta, Anne a colocou no forno e esperou que assasse, marcando no relógio da cozinha o tempo correto para que o bolo ficasse pronto.

Ela estava tão distraída que levou o maior susto quando Gilbert a abraçou por trás e disse:

- Minha namorada cheira a chocolate. Que delícia.

- Gil, o que está fazendo aqui?- ela perguntou com o coração disparado.

- Vim te procurar. Acordei e senti sua falta ao meu lado. Então, decidi descer até aqui para ver o que você está aprontando.

- Tive problemas para dormir e resolvi fazer um bolo. Ficou chateado?- ela perguntou, olhando-o pelo ombro.

- Não. Apenas podia ter me dito que não conseguia dormir. Não precisava vir até aqui para cozinhar. Temos empregados para isso. Basta dizer o que quer.- Gilbert disse, colocando uma mecha de cabelo dela atrás da orelha.

- Eu sei. Mas, eu precisava fazer alguma coisa para acalmar a minha ansiedade.- Anne disse, desligando o forno assim que o bolo ficou pronto.

- Eu tenho um meio muito melhor para acalmar essa sua ansiedade. – Gilbert disse olhando-a intensamente.

- É mesmo. Por que não me mostra?- Anne disse retribuindo-lhe o olhar.

- Como quiser, meu amor.- ele disse, pegando-a no colo e subindo para o andar de cima novamente, enquanto Anne se agarrava a seu pescoço e o fitava cheia de expectativa. Ela sabia o que ia acontecer e estava cheia de ansiedade por isso. Seu coração batia tão rápido que ela achava difícil se concentrar. Quando chegaram no quarto, Gilbert a deitou na cama e disse:

- Esperei o dia todo por isso, e quando vim para o quarto depois do jantar, eu estava louco para ficar com você, mas, te encontrei dormindo tão profundamente que não quis te despertar.- ele acariciou o rosto dela com o dorso da mão e Anne respondeu:

- Eu estou aqui agora, e não vou a lugar nenhum.- ela entrelaçou sua mão na dele, dando-lhe uma permissão silenciosa para fazer o que quisesse.

E assim, Gilbert acariciou os cabelos de Anne, deixando que sua mão descesse pelo pescoço suave dela, o qual ele acariciou. Em seguida, ele alcançou seu ombro, afastando a alça da camisola, deixando ali um beijo quente e molhado, o que fez Anne suspirar, sentindo seu corpo reagir imediatamente ao toque e Gilbert. Ele a ajudou a tirar a camisola, deixando-a apenas de calcinha, pois naquela noite ela não estava usando sutiã, mas, nem por isso, Anne tentou se cobrir. Ela permitiu que Gilbert acariciasse seus seios com seus polegares, deixando-a tão quente, que ela jogou a cabeça para trás, deixando-os na altura dos lábios de Gilbert que não perdeu tempo, e os provocou com a ponta da língua o quanto pôde, até ouvir Anne implorar para que não parasse. Excitado assim como ela, ele tirou sua calça do pijama, junto com suas roupas íntimas, e mais uma vez Anne teve a visão dos deuses ao ver Gilbert completamente despido à sua frente. Ela estendeu a mão e o puxou para ela, deixando que suas mãos corressem ao longo das costas dele, sentindo-lhe todos os músculos e aquela força masculina que vinha de Gilbert e que a deixava toda acesa por ele. Seu corpo alucinava pedindo por tudo o que aquele homem poderia lhe dar, assim como, o rapaz se movia sobre o corpo dela, tocando-lhe pele com os lábios, incitando-a com suas mãos, enquanto Anne sentia um calor imenso fazê-la transpirar por todos os poros., enquanto ela agarrava os lençóis com os dedos tentando conter um pouco a excitação que a fazia arquear seu corpo em busca de mais contato e calor dele.

Gilbert podia sentir Anne se movendo embaixo dele, e por Deus! Aquilo o deixava completamente louco. A fricção de suas peles, o roçar de suas intimidades o fazia desejar ir bem mais longe com Anne dessa vez, mas, ele tentava se controlar ao máximo possível para dar a ela o prazer que ela merecia ter, mas, não estava sendo fácil. Seu corpo já conhecia o dela, e já estava completamente a mercê dos encantos daquela mulher que não sabia como era fácil para ele perder a cabeça quando ela murmurava o nome dele sem parar como fazia naquele momento. Querendo mais contato, Anne o enlaçou pela cintura, e Gilbert viu seu controle se esvaindo rapidamente. Por isso, ele colocou a proteção e a fez sua, ouvindo Anne gemer alto em sua primeira investida. Logo, eles acertaram o ritmo e começaram a se mover juntos, enquanto Anne se deliciava com a sensação de ter Gilbert dentro dela, fazendo-a sentir um êxtase que se assemelhava a um paraíso terreno perfeito. O corpo dela pediu mais, e Gilbert lhe deu mais de si mesmo, de seu amor, da paixão que sentia por aquela mulher desde a primeira vez que a tivera nos braços. Anne era sua, se encaixava tão bem em seu corpo, como se tivesse sido desenhada para fazer parte dele assim. Logo chegaram ao limite de seus sentidos, e então se deixaram explodir como fogos de artifício que iluminavam o céu por uma noite, ambos eram como duas estrelas cadentes misturando completamente sua luz e energia.

Quando por fim, eles pararam de se mover, Gilbert a beijou na testa, acariciando seus cabelos como se quisesse fazê-la sentir o quanto aquele momento tinha sido importante para ambos. Sonolenta, Anne apenas sorriu, se aconchegando mais naqueles braços que a faziam se sentir tão bem. E logo estavam adormecidos com seus corpos enroscados, e a única coisa que se ouvia era o silêncio da madrugada que como seu cumplice vigiava com cuidado o sono de ambos.

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