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Capítulo 23- Porto seguro

Oi, pessoal. Desculpem a demora da atualização. mas, é que voltei a trabalhar essa semana e o tempo está curto, por isso, peço que tenham paciência comigo que vou atualizando conforme consigo. Espero que gostem de mais este capítulo e me deixem saber de suas opiniões por meio de seus comentários tão estimulantes. Beijos, vou corrigir depois, obrigada por tudo.

ANNE

Era um dia comum, ou pelo menos deveria ser já que nada mudara na rotina de Anne que a seguia minuciosamente sem quebra de regras, mas algo dentro dela tinha mudado. Estava feliz? Tinha medo de dizer que sim, e tudo ser tirado dela como em um piscar de olhos. Coisas boas quase nunca aconteciam com ela, e nos últimos tempo estava vivendo em uma montanha russa de sentimentos inconstantes, e a única coisa certa e alentadora era o que estava sentindo por Gilbert, e ainda assim ela temia até onde tal emoção a podia levar.
Deus! Aquele homem era tudo, sem exagerar nessa sua afirmativa. Ele tinha o rosto mais bonito que já tinha visto, um corpo másculo que escondia por trás de suas roupas brancas de psiquiatra músculos de dar inveja a qualquer outro homem, e acabar com a sanidade de qualquer mulher.

Ele a deixava tonta com seu sorriso, e sabia usar aqueles lábios tão bem fosse com palavras ou com beijos que a deixavam enfeitiçada em dois minutos na companhia dele. Anne não tinha muita experiência com homens, e o único de quem fora íntima a tinha usado da maneira mais perversa possível, mas, ela imaginava que era assim que uma mulher apaixonada se sentia, elevada, envolvida, completamente mergulhada em um encantamento fora de medida.
Ela estava tentando ir devagar. Não queria beber demais daquela fonte e acabar se afogando como acontecera com Roy, mas Gilbert era diferente, não era? Pelo menos era o que seu coração dizia toda vez que pensava nele, e acreditava nele, pois confiança sempre fora o ponto que ligara os dois desde o início, e Gilbert era seu ponto de apoio e conexão consigo mesma, e não queria perder isso, não podia perder.

Naquela manhã, Anne voltara a pintar e estava ocupada com a figura de um coração. Ela o desenhara com asas, representando assim a liberdade que sentia dentro de si, não completamente conquistada, porque algumas correntes ainda a prendiam às suas mágoas e desilusões, mas era uma liberdade que Gilbert a estava  ajudando a alcançar. Eles estavam finalmente juntos, e ter aceitado o que ele lhe oferecia a fizera se perguntar como foi que conseguira fingir que aquele homem era apenas um amigo? Eles nunca foram amigos desde o princípio, e se sentiam atraídos como se tivessem sido moldados exatamente para se sentirem assim um pelo outro. Não falaram de amor, apenas confessaram que se queriam, e isso deveria bastar pelo menos por um tempo.

Anne sabia que o amava, mas, não estava pronta para dizer, pois era algo grande demais para confessar assim de qualquer jeito, e quanto a Gilbert, Anne não tinha a certeza que ele nutria por ela um sentimento tão forte assim, pois como ela, o rapaz também tinha seus traumas e mágoas, e o pior de tudo era que ele já amara alguém, e ela se perguntava se ele estaria disposto a se abrir de novo para tal sentimento.

Anne olhou para o efeito do vermelho sobre o desenho, acrescentando mais brilho, para que a cor fosse destacada com toda a sua força, pois vermelho era uma cor quente e merecia total atenção para que não se tornasse exagerada, estragando irremediavelmente a pintura. Ela consertou alguns exageros nos contornos, e depois continuou acrescentando alguns detalhes que achou que faltavam em sua obra, ficando satisfeita com o resultado. Estava quase finalizando seu trabalho, quando se lembrou da conversa que tivera com Gilbert na biblioteca dias atrás sobre sua troca de psiquiatra.

Ele não podia continuar como seu médico agora que estavam assumindo um relacionamento afetivo. Isso estava claro como água, e ela compreendia que não havia como fugir disso se quisesse ficar com Gilbert, e ela queria e muito. Faria qualquer sacrifício para estar ao lado dele, mesmo que tivesse que lutar contra sua aversão por falar de si mesma com outra pessoa que não fosse Gilbert, mas, ele lhe prometera que a ajudaria a se adaptar, ou mesmo lhe dando conselhos como antes. Não precisava necessariamente deixar de lhe confidenciar seus medos, apenas os estaria partilhando com mais alguém que não fosse seu namorado.

De repente, Anne parou de pintar e pensou no que acabara de pensar. Gilbert não a tinha pedido em namoro, por isso, não podia dizer que ele era seu namorado. Mas, então como poderia chamar o relacionamento de ambos? Não eram mais amigos, nem paciente e médico, Gilbert apenas lhe dissera que se conheceriam devagar, e que o tempo se encarregaria de fazer aquela relação florescer ou não. Entretanto, Anne sentia falta de uma palavra para descrever o que ela e Gilbert tinham recém começado. Não queria ter que perguntar a ele, pois morreria de vergonha, e não desejava que o rapaz pensasse que ela o estava pressionando, mas, teria que encontrar uma maneira de saber como ele realmente via o que sentiam um pelo outro, porque pelo menos assim ela teria uma ideia de onde estava se metendo.

A luz do sol já estava mudando de posição, e o pátio onde ela escolhera para fazer sua pintura naquele dia já estava ficando coberto de sombras, fazendo-a perceber que já era hora de parar com aquele trabalho. Quando estava a ponto de recolher tudo, ela ouviu uma voz conhecida lhe dizer:

- Bom trabalho, Shirley. - Anne se virou, e encarou Cole Mackenzie olhando-a com aqueles seus olhos iluminados quando admirava algum trabalho dela. Era engraçado como certas lembranças chegavam tão nitidamente até ela agora, depois que o véu que cobria seus olhos em relação a Roy Gardner fora arrancado. Ao pensar naquele nome, Anne se arrepiou e não era de um jeito bom.

- Cole, pensei que não viria mais me visitar. - Anne disse ao receber um beijo suave de seu antigo professor na bochecha.

- Desculpe-me, querida. Fiquei muito ocupado com as aulas e obrigações sociais. Mas, eu nunca deixaria de vê-la. Parece-me que está bem melhor do que a última vez que te vi.

- Estou me recuperando aos poucos. - Ela disse enquanto via Cole observar sua pintura inacabada.

- Seu talento continua assombroso. Finalmente voltou a pintar. - Ele estava feliz. Anne podia sentir, pois era assim que ele sempre se comportava quando gostava de alguma obra de arte. Não que ela considerasse aquele quadro no qual estava trabalhando algo digno de ser exposto em uma galeria. Em comparação aos seus antigos do passado, aquela pintura era apenas uma tentativa de lembrá-la do que abandonara, e de como sua vida ficara estagnada depois de tudo o que lhe acontecera. Ela estava aos poucos trazendo de volta a sua vontade de retratar o mundo como o enxergava, e Gilbert também era responsável por esse pequeno milagre.

- Isso é só um hobby, Cole, pois tempo é o que mais tenho nesse lugar.

- Está brincando? Olha para esse quadro. É incrível a pureza e a perfeição dos traços. Eu sei que ainda não está pronto, mais, eu tenho certeza de que se fizer uma exposição, ele será vendido feito relâmpago. - Cole falava com tanta empolgação que fez Anne sorrir. Ela ainda não se sentia pronta para voltar a trabalhar como antes, mas, ficava feliz pelo amigo fazê-la enxergar que ainda poderia voltar ao mundo das artes se o desejasse.

- Talvez algum dia eu volte a exibir minhas obras em alguma galeria, mas, por agora, eu quero apenas reconstruir minha vida, ou pelo menos o que sobrou dela. - Anne deu um longo suspiro, enquanto guardava seus artigos de pintura.

- Por que está me dizendo isso, Anne? - Cole perguntou ao mesmo tempo em que ajudava Anne a carregar seus apetrechos para o quarto.

- Eu me lembrei de certas coisas que gostaria de nunca ter lembrado, ou melhor, nunca ter vivido. - Ela disse com amargura.

- Isso tem a ver com Roy Gardner? - Cole perguntou com um jeito sério que fez Anne o olhar surpresa.

- O que sabe sobre isso?

- Para te falar a verdade, eu não sei nada, mas, sempre desconfiei que ele não fosse uma boa pessoa com você. Desde que começaram a namorar, você mudou demais. Eu nunca te vi sorrir muito, mas, havia uma luz em você que iluminava qualquer pessoa que se aproximasse, e de repente, tudo acabou. Você se trancou em si mesma, e eu não reconhecia mais a garota que conheci. Sua habilidade para pintar continuou intacta, mas, você foi se apagando por dentro. Eu nunca confiei em Roy. Ele sempre foi muito gentil, mas, havia algo tão frio naqueles olhos que me levava a duvidar de suas intenções, porém, como você nunca me contou nada, não tive como comprovar se minhas suspeitas estavam certas. – Anne ouviu as palavras de seu amigo, e se perguntou por que nunca confiara nele para falar o que lhe acontecia. Gilbert estava certo, se ela tivesse tomado uma atitude talvez tivesse diminuído o trauma que fora sua vida ao lado daquele cafajeste.

- Ele abusava de mim, Cole. – Ela disse quase sem respirar. Não importava se Cole entenderia suas razões de só contar aquilo para ele naquele momento, o que desejava era colocar aquele veneno todo para fora antes que continuasse sugando sua vida.

- Roy fez o que? - Cole perguntou com os olhos arregalados.

- Você me ouviu. Ele abusou de mim de todas as maneiras. - Uma lágrima escorreu dos olhos dela, e Cole correu para abraçá-la.

- Querida, por que não me disse? Eu não consigo acreditar que suportou uma monstruosidade dessa sozinha.

- Eu não sei por que não o fiz. Algumas lembranças ainda não são muito nítidas. Mas, pelos meus pesadelos acho que ele me ameaçava.

- Cretino. - Cole disse com raiva. Anne aceitou a compaixão dele, assim com aceitara a de Gilbert. Ela precisava tanto de amor, carinho e calor humano, que uma gota que fosse desses sentimentos por parte de seus amigos já diminuía um pouco a secura que sentia por dentro.

- Eu estou tentando superar. Tem uma pessoa incrível me ajudando. - Cole a soltou para olhá-la nos olhos, depois sorriu ao ver as faces de Anne coradas, e logo imaginou o que aquilo significava.

- Está apaixonada, Shirley?

- Por que está me perguntando isso? - ela perguntou encabulada. Será que estava tão nítida assim em seu rosto sua paixão por Gilbert Blythe?

- Porque eu te conheço, e sei o que esses seus lindos olhos azuis brilhando significam. - Anne ia dizer que ele estava imaginando coisas, mas, depois pensou por que negar? Cole era seu amigo e ficaria feliz em saber que alguém estava cuidando dela, mesmo que estivesse fora das vistas dele.

- Está bem. Eu estou apaixonada.

- E posso arriscar um palpite?

- Como vai arriscar um palpite, se não conhece ninguém daqui? - ela perguntou rindo encabulada.

- Eu conheço sim, e posso apostar que seu coração está rendido pelo Dr. Blythe.

- Como você o conhece? - Anne disse com seus olhos enormes arregalados.

- Uma das vezes que vim até aqui, ele me chamou para conversar, pois queria saber algumas coisas sobre você, e pela maneira como ele me fazia as perguntas, eu percebi que não havia ali apenas um interesse de médico. Eu sou muito bom em ler as expressões das pessoas, e posso te garantir que aquele lindo rapaz está muito a fim de você. - Cole ria, e Anne abaixou a cabeça sentindo-se sem jeito antes de confessar:

- Nós estamos nos conhecendo, já no beijamos algumas vezes, mas, não sei no que isso vai dar.

- Mas, se ele é seu médico, isso não é contra as regras?

- É sim, mas, não vai ser por muito tempo. Nós lutamos muito contra o que sentíamos, e só confessamos que nós queremos a alguns dias. Ele vai transferir meu caso para Charlie Benson. - Uma luz surgiu nos olhos de Cole ao ouvir aquele nome, e Anne percebeu, por isso, cheia de curiosidade ela perguntou:

- Você também o conhece?

- Sim. Eu o encontrei em minha última visita. - Agora era a vez de Cole ficar sem graça.

- Você gosta dele.- Anne disse enquanto esperava Cole contestar o que ela dissera, mas, para sua surpresa, ele disse:

- Ele é interessante.

- É um pouco interessante ou muito interessante? - Anne perguntou olhando-o com malícia.

- É bastante interessante. Mas, com certeza é comprometido. Um homem assim não ficaria solteiro por muito tempo.

-Quer que eu tente descobrir isso para você? - Anne perguntou apertando-lhe o ombro com carinho.

- Acho que não é uma boa ideia.

- Por que não?

- Não quero me decepcionar. Isso já aconteceu tantas vezes. Acho que sou muito pé frio para o amor. - Ele disse tentando fazer piada de si mesmo, mas, Anne não permitiu.

- Não diga bobagens, Cole, você é uma pessoa maravilhosa, e merece ser feliz. Só não encontrou a pessoa certa ainda, mas, eu vou te ajudar. Confie em mim. - Ela o abraçou e Cole disse:

- Ei, quando foi que essa conversa deixou de ser sobre você? Vamos, eu quero mais detalhes desse seu recente envolvimento com aquele pecado de psiquiatra. - Anne riu das palavras brincalhonas do amigo, e passou a falar sobre o seu assunto preferido que a uma semana se resumia a Gilbert Blythe.

GILBERT

Gilbert terminou de assinar um relatório rapidamente e correu para a janela onde havia estado a exatamente trinta minutos antes, mas, o sorriso que enfeitava seus lábios vermelhos e carnudos se transformou em um instante em um biquinho de decepção ao ver que Anne já não estava mais no pátio pintando.

Ele passara boa parte da manhã observando-a de seu consultório, ficando surpreso que ela abdicara de seu jardim favorito, para se posicionar por horas naquele local onde o rapaz não conseguia enxergar nada inspirador. No entanto, o que ele poderia saber? A artista ali era Anne, e somente ela poderia dizer o que lhe incitava a imaginação ou não. De sua parte, Gilbert se sentia feliz por ver que ela estava voltando a fazer as coisas que lhe davam prazer, e isso era mais um passo para sua recuperação.

O jovem psiquiatra suspirou profundamente ao se lembrar do quanto ela estava linda em seu vestido estampado, com os cabelos ruivos brilhando enquanto a luz do sol passeava pelos seus fios. Anne era uma visão e tanto ali da sua janela, e por pouco, ele não descera até lá e a abraçara pela cintura, trocando beijos molhados como fizeram na biblioteca a uma semana, mas, ele ainda não podia mostrar ao mundo seu amor por ela, pois para todos os efeitos, ela ainda era sua paciente, porém, ele falaria com Jerry ainda naquele dia para contar-lhe o que estava acontecendo, e acertar a transferência dela para outro psiquiatra.

Gilbert não queria mais se esconder. Anne era sua garota agora e desejava andar de mãos dadas com ela, trocando carinhos sem ter que fingir que não eram nada mais do que amigos. Ele já reprimira demais o que sentia, e naquele momento seu coração estava cheio demais para que ele se controlasse. Era engraçado como aquele vazio que sentia a quase três anos deixara de existir quando Anne dissera que o queria, e Gilbert pensara que ela nunca admitiria seus sentimentos por ele.

Era verdade que não haviam falado de amor que ao seu ver fora melhor assim. Anne ainda estava frágil demais para aceitar a intensidade de um sentimento como o que ele sentia por ela, pois primeiro ela precisava se perdoar, entender que merecia um tipo de amor que curava e não magoava, e acima de tudo, compreender a diferença que havia entre a possessividade e o gostar de alguém de maneira sadia, pois tudo o que Anne vivera estava relacionado a forma doentia de um homem de possuir uma mulher pela força, e pela dominação psicológica, e o que Gilbert desejava era torná-la livre de seus medos e traumas, para que assim pudesse amá-la livremente sem obstáculo nenhum entre os dois.

Ele passara aquela semana louco para estar com ela, mas, os poucos momentos que tiveram foram na consulta dela no dia anterior onde ele tivera que agir profissionalmente, porque querendo ou não naquele momento ele ainda era o psiquiatra dela , e não podia deixar de agir como médico para assumir o papel de homem apaixonado. Seria irresponsabilidade dele ignorar as condições psicológicas dela, e Gilbert nunca agira assim antes. Entretanto, ele não pudera ignorar seus pensamentos enquanto Anne falava de coisas que se lembrava no orfanato movimentando aqueles lábios rosados. Às vezes ela os umedecia, ou os prendia entre seus dentes muito brancos, e esses gestos o provocaram tanto que ele chegara a duvidar que chegariam até o fim daquela sessão sem que ele tivesse lhe roubado pelo menos um beijo, mas, para seu alivio, ele conseguiria resistir até o último minuto quando ela se despedira com um beijo na bochecha dele que sem querer pegou-lhe o cantinho dos lábios. Tinha sido uma sutil e inocente provocação, mas que quase o fizera jogar toda a cautela ralo abaixo e devorar a boca dela como desejava, mas, sua consciência o cobrara, e assim, ele conseguira se controlar até que ela saíra pela porta e o deixara sozinho.

Depois disso, ele tentara conseguir um momento sozinho com ela, mas tudo parecia estar contra ele, impedindo-o de realizar o seu intento, e assim, Gilbert tivera que se contentar em vê-la pela janela tão adoravelmente solitária naquela manhã. Ele quase não abandonara seu posto, não conseguia voltar ao trabalho de maneira ativa como costumava fazer, porque a figura de Anne lá fora o hipnotizava, o deixava fora do mundo real como uma força irresistível o puxando como um imã para ela. E então, ela não estava mais lá, tornando seu dia repentinamente tão enfadonho, e seu trabalho de ler relatório e assiná-los mais cansativo ainda, e isso o fez rir de si mesmo ao perceber como estava encarando uma pilha de papéis sobre sua mesa. Gilbert estava se sentindo um adolescente de quinze anos apaixonado pela primeira vez, louco para ver a garota de seus sonhos e tê-la em seus braços.

No entanto, ele era um médico cheio de responsabilidades, que tinha pacientes em tratamento que necessitavam de sua atenção, e não podia simplesmente passar o dia sonhando em beijar Anne Shirley Cuthbert, o que com certeza faria mais tarde assim que falasse com Jerry e acertasse toda aquela situação. Depois disso nada o impediria de estar com ela quando quisesse, e a hora que pudesse, pois ele precisava disso tanto quanto ela.

Gilbert terminou todo o trabalho com um suspiro de alívio e enviou uma mensagem ao primo, verificando sua disponibilidade de horário para falar com ele, e se sentiu extremamente satisfeito ao vê-lo responder quase que imediatamente, dizendo que se Gilbert desejasse, ele poderia recebê-lo naquele momento.

O rapaz trancou seu consultório e caminhou apressadamente até a sala da diretoria da clínica, pois não queria perder nenhum minuto daquele dia para resolver finalmente sua situação com Anne. Ele bateu na porta ansiosamente, ralhando consigo mesmo por se sentir tão afetado pelo que estava sentindo, mas, depois de anos vivendo a esmo, Gilbert tinha encontrado sua motivação novamente. A voz agradável de Jerry chegando ao seu ouvido o fez entrar na sala e encarar seu primo com um sorriso, que fez o rapaz dizer:

- Gil, você anda muito bem humorado ultimamente. - Gilbert sabia que Jerry estava zombando dele por justamente saber porque o rapaz sorria daquela maneira.

- Bom dia, primo. Eu preciso muito falar com você.

- Sou todo ouvidos. - Jerry disse interessado nas palavras do rapaz.

- Eu e Anne estamos juntos, e por isso, eu preciso que você autorize a transferência dela para outro psiquiatra.

- Claro, eu vou mandar um comunicado para Charlie Benson, que acredito ser a pessoa mais indicada para o caso dela depois de você, mas, seria bom que você falasse com ele pessoalmente.

- Claro. Eu falarei com ele sim, mas, que queria te perguntar outra coisa. - Gilbert disse menos confortável agora.

- Pode dizer. - Jerry disse encostando seu tronco no encosto da cadeira.

- Você acha que meu envolvimento com ela vai causar constrangimento aqui na clínica? Pois se pensar que  isso pode acontecer, eu me demito e vou trabalhar em outro lugar sem ressentimentos.

- Você faria isso mesmo pela Anne? - Jerry perguntou espantado. Gilbert jamais tinha desistido de algo na vida por alguém. Não que ele fosse egocêntrico ou egoísta, mas, ele nunca deixava que nada atrapalhasse seus planos milimetricamente programados. Seu primo deveria estar mesmo muito apaixonado por pensar em deixar seu emprego ali na clínica por causa de uma garota. Era lógico que Gilbert não teria problema nenhum em arrumar outro emprego, com sua competência na área de psiquiatria e sua fama, muitas portas estariam abertas para ele logo no dia seguinte de seu pedido de demissão, porém Jerry não estava disposto a vê-lo ir embora de novo. Eram irmãos, e demoraram muito para recuperarem os anos de afastamento, e Jerry não permitiria que isso acontecesse dessa vez.

- Eu faço tudo por ela, Jerry, porque eu amo aquela mulher como nunca amei ninguém, nem mesmo a Ruby.

- Gilbert, isso é realmente algo surpreendente de se dizer. Nunca pensei que você encontraria alguém para substituir Ruby em seu coração. - Gilbert balançou a cabeça e respondeu.

- Ela não substituiu, mas, penso que é melhor, não sei dizer bem. O que sinto quando estou com ela é completamente diferente do que eu sentia quando estava com a Ruby. Talvez seja a sensação de que Anne precisa de mim é que faz tudo ser mais intenso com ela.

- Ou talvez o que você sentia por sua esposa não fosse o amor que pensava sentir.- Jerry disse sabiamente, e Gilbert apenas analisou o que o primo dizia, não querendo acreditar que tivesse sido assim. Não era possível que tivesse perdido tanto tempo de sua vida pensando que sentia algo por alguém que duraria por toda vida, e se enganara.

- Não sei se foi bem assim.- ele tentou protestar, mas Jerry estava disposto a fazer Gilbert pensar seriamente sobre o assunto.

- Gilbert, você e Ruby eram muito jovens. O que poderiam saber sobre o amor? Talvez tenham se apaixonado pela ideia de algo que durasse para sempre, já que todo mundo queria vê-los juntos, mas, confesso que nunca vi um sentimento muito profundo entre vocês dois, e tentei te fazer enxergar isso, mas, você preferiu pensar que eu dizia tudo aquilo porque eu antipatizava com a Ruby. O fato é que agora você é um homem, e consegue distinguir um arrombo juvenil de um sentimento verdadeiro.

- Acho que preciso pensar sobre isso. - Gilbert disse sentindo-se estranho. Era difícil abandonar certos conceitos quando se prendera a eles tempo demais. Talvez Jerry estivesse certo ou talvez não, mas, era algo que ele não queria debater consigo mesmo naquele momento. Estava ali por outro motivo, mais importante que fazia parte do seu presente, e esperava que do futuro também. O passado era página virada. Não farai nenhum bem a ele revivê-lo.

- Bem, voltado ao seu assunto de hoje. Eu não acho que deva se demitir, Gilbert, só porque se apaixonou por uma paciente. Está agindo como pede o protocolo em desistir de ser o médico dela, e devo dizer que não te deixaria se demitir. Você é importante demais para todos nós aqui, principalmente para mim. - Gilbert sentiu-se feliz com as palavras do primo. Não queria ir embora da clínica, pois se afeiçoara as pessoas ali, mas, o faria se isso fosse um empecilho entre ele e Anne.

- Obrigado, Jerry. Vocês também são importantes para mim. Se tornaram minha família nesse ano em que tenho trabalhado aqui. Ajudaram-me a continuar com minha vida apesar de tudo.

- Então, estamos resolvidos. Espero que você e a Anne sejam felizes.

- Eu também espero que você e Diana possam estar no destino um do outro. - Gilbert disse apertando a mão do primo sorrindo.

- Eu tenho certeza disso. - Jerry disse com aquela confiança que Gilbert sempre invejara. Seu primo era um homem admirável, assim como John Blythe o era.

Quando o jovem psiquiatra saiu da sala de seu primo, ele sentia uma nova liberdade dentro de si. E pela primeira vez em três anos, ele sentiu que estava finalmente pronto para recomeçar.

ANNE E GILBERT

Anne estava completamente distraída com um livro de romance quando mãos masculinas taparam seus olhos. Contudo, ela não demorou a descobrir quem era, pois o perfume dele o denunciou, e assim ela disse com sua voz doce:

- Gilbert.

- Como sabia que era eu, baby? - ele falou tão perto de seu ouvido que ela sentiu um arrepio gostoso subir por sua coluna. Gilbert tinha uma voz tão deliciosamente rouca e sexy, que ela não se importaria que ele ficasse horas conversando com ela ao pé do ouvido. Ela o olhou por sobre o ombro e respondeu assim que seus olhos se cruzaram:

- Sua colônia masculina é uma de suas marcas registradas, doutor.

- E o que mais a faz pensar em mim? - ele perguntou acariciando o ombro dela de leve:

- Tantas coisas que eu não saberia classificar apenas uma. - Ela disse rindo enquanto se virava de frente para ele.

- Eu também penso muito em você. - Ele disse abraçando a cintura dela e a trazendo para mais perto. Eles ficaram cara a cara, e Anne não pôde deixar de suspirar por aqueles lábios tão próximos, os quais  não  a beijavam fazia uma semana.

- Que tipos de pensamento tem a meu respeito- ela perguntou com os olhos ainda pregados na boca dele.

- É melhor eu não dizer. - Gilbert riu ao pensar que ela o chamaria de pervertido se soubesse o que andara sonhando com ela.

- Por que não? - ela perguntou ingenuamente, mas, sua inocência durou pouco ao ver os olhos de Gilbert fitá-la intensamente, e Anne corou violentamente ao descobrir sobre o que ele não queria lhe contar.

- Desculpe-me. Eu sei que não devia, mas, não consigo deixar de pensar em certas coisas quando estou perto de você. - Ele disse tocando-lhe a bochecha com o polegar.

- Eu não estou reclamando. É só que ainda é um assunto bastante difícil para mm.- Anne respondeu, sentindo-se insegura pelo rumo da conversa de ambos.

- Eu sei. - Gilbert beijou-lhe a testa, e depois com um sorriso maroto ele disse:- Mas, não foi por isso que vim aqui. Eu tenho duas coisas para te dizer.

- E o que é? - Anne encostou a cabeça no ombro dele e esperou que ele continuasse a falar.

- A primeira é que já falei sobre nós dois para o Jerry, e ele está do nosso lado. - Ela sorriu, e depois beijou-o no rosto. Gilbert retribuiu o carinho e depois disse:- A segunda é um convite.

- Estou escutando. - Ela disse ainda abraçada a ele.

- Meu pai vai com Irina a um bingo amanhã. O que acha de irmos também? Pode ser divertido.

- Acha que eles não vão se importar? - Anne perguntou, franzindo a testa.

- Não acho que ficarão chateados se formos. - Gilbert disse com as mãos nas costas dela.

- Sendo assim, eu aceito. Eu nunca participei de um bingo. Pelo menos não que eu me lembre. - Anne disse animada, e Gilbert se sentiu satisfeito por vê-la sorrir daquela maneira.

- Então eu passo para te pegar amanhã às cinco da tarde. - Ele disse, libertando Anne de seus braços.

- Já vai? - ela perguntou tristemente ao ver Gilbert se levantar e se preparar para sair de seu quarto.

- Eu preciso ir, mas amanhã prometo ficar mais tempo com você. - Ele disse tocando seu rosto de leve. -Te vejo amanhã. - Ele deu-lhe um selinho, e apesar de ter sido algo breve, Anne sentou seu corpo reagir mesmo assim, e quando ele foi embora, ela nem notou que estava sorrindo, fitando o espaço que ele acabara de deixar.

No dia seguinte, ela se sentia nervosa, mas feliz, pois era a primeira vez que ela e Gilbert iriam sair como um casal, e embora tentasse não fantasiar demais, sua cabeça já estava cheia de expectativas. Ela falara com Irina sobre o convite do rapaz, e a enfermeira ficara extremamente feliz. Anne apenas não comentara sobre o seu recente relacionamento com Gilbert, pois ainda não se sentia confortável em fazê-lo, mas, era óbvio que contaria a Irina assim que se sentisse mais segura em relação ao que estava vivendo com ele.

Às quatro da tarde daquele sábado ela já estava se arrumando, e como não havia ninguém para ajudá-la na escolha de sus roupas, ela teve que confiar no próprio instinto para vestir algo adequado. Assim, Anne vasculhou seu guarda roupa, e acabou escolhendo um vestido preto de alcinha. Ele era justo, mas, não excessivamente e abraçava seu corpo de maneira suave e elegante sem ser vulgar. Seus cabelos foram mantidos soltos, caindo por seus ombros claros em ondas brilhantes, e sua maquiagem ficou por conta de um batom coral e delineador preto nos olhos.

Quando Gilbert veio buscá-la no horário combinando, ela viu com prazer a admiração dele por sua aparência simples. Ela tivera medo que ele não apreciasse sua maneira de se arrumar, mas, pelo jeito acertara, e estava muito feliz em agradá-lo. Anne nem precisava observá-lo muito para saber que Gilbert estava lindo como sempre em calça escura, camisa azul clara e seus cachinhos em uma bagunça total. Ele a beijou na testa e disse:

- Você está linda.

- Obrigada.

- Podemos ir? - Ele disse segurando em sua mão.

- Claro. Já estou pronta.

Deste modo, eles saíram do quarto dela e caminharam de mão dadas até o carro. Não havia ninguém no pátio àquela hora, e a clínica parecia melancolicamente deserta. Anne estava feliz em estar em companhia de Gilbert aquela tarde, caso contrário seu sábado seria um tédio.

Pouco tempo depois, eles tinham chegado no local onde o bingo se realizaria, e não tiveram dificuldades em encontrar o casal mais velho. John e Irina acenaram para eles assim que pisaram dentro do salão, e ambos foram até onde eles estavam sentados, esperando pela primeira rodada do jogo começar.

- Como vai essa linda dama? - John disse todo galante.

- Estou muito bem, sr. Blythe. - Anne respondeu, beijando-lhe o rosto com carinho.

- Por favor, me chame de John. Quando me chama de sr. Blythe me sinto cem anos mais velho. - Ele disse em tom brincalhão.

- Está bem, John. - Anne disse sentando-se ao lado de Irina enquanto Gilbert se sentava ao lado do pai, ficando assim de frente para Anne.

- Você está muito bonita, querida. - A boa enfermeira disse acariciando os cabelos de Anne.

- Você também. - Anne respondeu, e não estava mentindo. Irina realmente estava muito atraente em um conjunto de calça e blusa vinho. O que também parecia agradar a John que não tirava os olhos da amiga de Anne.

Logo o jogo começou, e Anne se divertiu a valer. Ela ganhou em algumas rodadas, em outras perdeu, mas o que realmente lhe importava não eram suas derrotas ou vitórias ali, e sim as companhias de pessoas agradáveis que gostavam dela verdadeiramente, e isso a animava imensamente.

Durante todo o jogo, Anne e Gilbert trocaram alguns olhares e sorrisos calorosos, e ela não pôde deixar de notar que Irina e John faziam o mesmo, e logo ela entendeu que talvez um romance maduro estivesse acontecendo ali, e ficou feliz por Irina, pois ela merecia um homem bom como John Blythe a seu lado.

No quarta rodada, Gilbert disse:

- Quer sair daqui ou continuar jogando?

- Acho que quero dar uma volta.

- Então, vamos. - Ele disse, e após se despedirem do casal mais velho, ambos foram para o carro de Gilbert, e ela não pôde deixar de comentar:

- Acho que John e Irina estão apaixonados. - Gilbert riu e respondeu:

- Eu também acho.

- Será que já se deram conta disso?- Anne perguntou curiosa

- Se depender do meu pai, ele vai demorar para admitir ou sequer perceber o que está sentindo. Ele passou anos de luto por minha mãe, e aceitar que ama outra mulher não vai ser nada fácil. Seria como uma traição à memória dela.- Gilbert concluiu abrindo a porta do carro para Anne.

- Talvez eles precisem de uma mãozinha nossa. Você conta para eles ou eu conto? - Anne disse em tom divertido.

- Vamos deixar que descubram sozinhos. Eles são maduros o suficiente para isso- Gilbert disse e Anne concordou com ele.

Após alguns minutos em que Gilbert estava dirigindo, ela olhou ao redor por onde passavam e perguntou:

- Para onde estamos indo?

- Para um lugar especial. - Ele disse acariciando sua mão com suavidade, e ela se calou apreciando a paisagem, até que ele parou o carro em um tipo de clareira e disse:

- A vista da cidade daqui é incrível. - Anne olhou para a direção para qual Gilbert apontava e viu que ele tinha razão. As luzes lá embaixo brilhavam tão pequeninas que pareciam minúsculas estrelas distribuídas em uma ordem decrescente, e eram tão incríveis de se ver que ela não conseguia parar de olhar. Então, um pensamento lhe ocorreu e ela perguntou:

- Você trazia sua esposa aqui?

-Não. - Ele respondeu, ficando calado, fazendo Anne se perguntar se fora uma boa ideia tocar naquele assunto, porém a curiosidade venceu, e ela perguntou novamente:

- Por que não?

- Ruby nunca apreciaria lugares assim, seria muito pitoresco para o gosto dela. - Ele disse, não parecendo magoado com essa afirmação, apenas pensativo.

- Por que me trouxe aqui, Gilbert? - Anne perguntou e o viu mergulhar seus olhos cor de avelã nos dela antes de responder;

- Porque você é especial para mim.- ela suspirou fundo ao ouvir aquilo, e Gilbert a atraiu para ele:- Estava louco para ficar sozinho com você.- a boca dele avançou sobre a dela suavemente e Anne soube que sonhara com aquele beijo o dia todo. Assim, ela enroscou suas mãos na nuca dele aprofundando o beijo, e sem perceber estava sentada no colo de Gilbert, sentindo toda a excitação masculina embaixo de si. As mãos dele correram soltas pelo seu vestido, fazendo-a suspirar vezes sem conta. Levada por seus desejos, anne desabotoou a camisa de Gilbert, e deslizou suas mãos pequenas e macias por cada centímetro daquela pele bronzeada, deixando o rapaz desesperado por mais carícias como aquelas. Anne sabia como deixá-lo quente de um jeito totalmente prazeroso. Ele moldou o corpo dela com o seu, fazendo com que as curvas femininas pudessem ser exploradas cada vez com mais intimidade. Anne sentiu a ponta da língua de Gilbert fazer movimentos circulares em seu pescoço, e ela desejou um contato ainda mais íntimo, porque seu corpo estava ficando faminto, e apenas Gilbert saberia libertá-la daquela urgência que crescia na boca de seu estômago, mas, então , ela sentiu as mãos dele subirem por suas coxas e irem de encontro a sua intimidade coberta apenas por uma calcinha de renda, e ela travou.

Anne abriu os olhos assustada, ao mesmo tempo em que empurrava Gilbert para longe, saía do colo dele, e se sentava de volta no banco do carro ao lado dele, de olhos fechado e a respiração rápida demais.

- Anne, você está bem? – ela ouviu a voz dele preocupada, abriu os olhos e respondeu:

- Estou sim,

- Anjo, me perdoa. Eu não quis forçar as coisas. Quero ir devagar com você, mas, às vezes perco a cabeça - as mãos dele acariciando seu rosto a tranquilizavam demais. Ela confiava em Gilbert, mas, seu corpo ainda precisava de tempo para se acostumar, e sua cabeça para curar as feridas de sua alma totalmente traumatizada por mãos não tão gentis como aquela que a tocavam com carinhos de seda.

- Você não fez nada forçado, eu também estava envolvida. - Anne disse com suas mãos nos cabelos dele. Eu apenas sinto muito por ainda não estar muito preparada para ter algo mais íntimo com você.

- Você não precisa lamentar nada. Tudo será a seu tempo. - A respiração dele ainda estava mais rápida, e Anne percebeu que Gilbert fazia um enorme esforço par se controlar. Assim, ela abaixou a cabeça se odiando por levá-lo a um tipo de excitação como aquela, e depois o deixando sozinho naquele estado. Era cruel e egoísta da sua parte. Então, ela sentiu o polegar dele em seu queixo obrigando-a a encará-lo enquanto dizia:

- Não fica assim, está tudo bem. – E em seguida Gilbert a beijou, deixando-a completamente arrepiada com aquele carinho e preocupação espontâneos. Quando a boca dele libertou a sua, ela encostou a cabeça no peito de Gilbert, enquanto ele enterrava as mãos em seus cabelos, e ficaram em silêncio por alguns minutos ouvindo a respiração cadenciada um do outro.

Assim, ela se perguntou se seria o momento apropriado para perguntar o que queria saber todos aqueles dias, e ainda não tivera a oportunidade de abordar o assunto. Porém, ela não queria mais ficar com aquela dúvida, por isso, tomou coragem e falou:

- Gilbert, eu não sei de deveria te perguntar isso agora, mas eu gostaria muito de saber o que somos nesse exato momento- ele levantou a cabeça surpreso e disse:

- Quer que eu dê um nome ao nosso relacionamento? - ele perguntou voltando a encará-la de frente

- Sim,.-ela concordou.

- Isso é realmente  importante para você?

- Sim, ela respondeu envergonhada por admitir que não queria apenas uma relação casual com ele.

- O que deseja que sejamos? - ele perguntou abraçando-a pelo ombro.

- Acho que eu gostaria de dizer que você é meu namorado. - Ela falou com sinceridade sem encará-lo.

- Então, é isso que somos, princesa, namorados. - Gilbert respondeu sorrindo, e Anne também sorriu, sentindo seu coração palpitar de alegria.

As luzes da cidade continuavam a brilhar lá embaixo, mas, não era isso que chamava a atenção de Anne, e sim o homem lindo que abraçava com todo o carinho do mundo, enquanto ela não conseguia parar de pensar no que acabara de acontecer.

Ela e Gilbert tinham assumido um compromisso naquele instante, e por mais simples que tivesse sido não deixava de ser importante. Não fora um pedido de namoro formal, era verdade, mas mesmo assim, ela não cabia em si de contentamento. O que poderia ser mais maravilhoso do que aquele momento? Ela se perguntou. Assim, a garota ruiva entrelaçou suas mãos nas de Gilbert, e soube que dali em diante nunca mais estaria sozinha, pois o que ganhara aquela note foi mais do que tinha imaginado para si mesma, pois sentia na ponta de seus dedos uma felicidade sem igual, nunca vivida antes daquele momento ou daquele homem, e foi assim que seu futuro se desenhou diante dela dentro daqueles olhos castanhos que não abandonavam os seus, e naqueles braços onde sempre encontraria seu porto seguro.

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