༻ O conselho de Elrond ༻

A LUZ DOURADA DO SOL ILUMINAVA COM UM CALOR RECONFORTANTE, deixava o ambiente aberto e saudoso para os membros do conselho que estavam chegando e se sentando nas cadeiras postas em círculos ao redor de uma mesa de pedra. Élen temeu que todos tivessem que se apresentar, mas não foi necessário. Como a boa observadora que era, prestou atenção nas conversas paralelas e nas saudações.

Haviam três elfos e um deles era Legolas que havia conhecido na noite anterior, a presença dele a deixou menos ansiosa por não conhecer muito bem as pessoas ao seu redor. Haviam dois homens e três anões. Elrond e Gandalf estavam sentados na ponta da mesa e ao lado deles, havia um pequenino hobbit. E então do outro lado, próxima a um dos homens, estava uma guerreira da linhagem dos Zevren, Élen reconheceu pela insígnia na vestimenta.

Conforme eles cumprimentavam Elrond e Gandalf, Élen começou a memorizar os nomes de cada um.

— Forasteiros de terras distantes e velhos amigos... — Saudou Elrond. — Todos aqui foram convocados para responder à ameaça de Mordor. A Terra-média está à beira da destruição e ninguém pode escapar. Ou iremos nos unir, ou iremos cair.

— Vada raça está ligada à esta maldição particular. — Ele concluiu e então olhou para o pequeno hobbit sentado na cadeira da ponto. — Mostre o Anel, Frodo.

O pequeno hobbit deixou o Anel sobre a mesa de pedra no centro do círculo de cadeiras, cada um olhou atentamente para o objeto. Élen ouviu algo sussurrar em sua mente, mas não soube identificar o que era, algo no Anel era terrivelmente hipnotizante. Ela não queria olhar, mas também não conseguia tirar os olhos dele.

E então Boromir falou tomando a atenção de todos:

— Uma vez eu tive um sonho onde eu via o céu a leste escurecer, mas ao oeste uma luz pálida resistia. — Ele se aproximou devagar do centro do círculo.

Élen o observou como os outros, mas percebeu nele algo de estranho em seus movimentos, como se tentasse ser cuidadoso, mas estava seguindo diretamente para o Anel. Por mais que tentasse não parecer interessado naquela pequena coisa, algo estava o seduzindo.

— Uma voz gritava: "o seu fim está próximo, a ruína de Isildur foi encontrada". — Ele contou, agora estava ainda mais perto do Anel. —

Élen achou estranho, ergueu os olhos e viu que Elrond e Gandalf trocaram um olhar. Aelin observava Boromir com um olhar analítico e então olhou para Aragorn como se estivesse sinalizando algo para ele, todos perceberam que o Anel já começava a exercer sua influência naquele espaço.

Boromir estendeu a mão para pegar o Anel, mas Elrond o interrompeu e Gandalf se levantou declarando um encantamento em uma língua que Élen não conhecia. Uma sensação sufocante tomou conta do local, a luz primaveril pareceu escurecer e tudo o que ela podia sentir no seu coração era angústia e destruição. As palavras de Gandalf haviam revelado para eles a verdadeira natureza do Anel e com isso, Boromir se afastou e se sentou.

Gradativamente a sensação pesarosa foi aliviada e o sol brilhou outra vez sobre os membros do conselho.

Ainda assim Boromir insistiu:

— Podemos usá-lo como uma arma!

— Ele é perigoso. — Interveio Aragorn. — O Anel responde somente a Sauron.

— E o que um homem qualquer do sul sabe? — Boromir se irritou.

E frente à sua desconsideração, foi Legolas que respondeu:

— Ele não é um homem qualquer, ele é Aragorn filho de Arathorn e herdeiro do trono de Gondor.

Um silêncio confuso abateu Boromir por um instante e então ele se sentou sussurrando:

— Gondor não tem rei.

Élen sentiu que de todos ali, ele poderia ser o mais relutante a lhe aceitar ou respeitar de alguma forma. Ela também percebeu que até o momento Elrond não havia a apresentado e nem citado suas origens e julgou que ele pressentisse que ainda não seria o momento devido.

— Não! — Repreendeu Elrond. — A única saída é destruí-lo!

Um dos anões se levantou, ele tinha uma longa barba ruiva e ergueu o braço exibindo o seu martelo.

— Então o que estamos esperando?

Sem esperar resposta, ele acertou o Anel com um golpe. E nada aconteceu.

Elrond suspirou como se estivesse cansado, ele se levantou novamente e fez um sinal para que todos se sentassem.

— O Anel só pode ser destruído em Mordor, nas chamadas da Montanha da Perdição. A única escolha é destruí-lo no abismo de onde ele veio. Um de vocês precisa fazer isso.

Todos se olharam. a tarefa de destruir o Anel em Mordor parecia impossível, era onde Sauron estava e o mal não descansava. Um lugar feito de morte, poeira e cinzas, onde o próprio ar que se respirava envenenava a mente. Até o maior exército poderia sucumbir facilmente. Borormir julgou a tarefa impossível, Legolas se colocou ao lado de Elrond e Gimli, o Anão, achou ridícula a ideia de permitir um elfo tal missão.

Todos se julgaram incapazes de alguma forma, ou a si mesmos ou jogando a insuficiência para outra raça. A discussão se tornou acalorada, até uma voz se fez audível e mais segura que a de todos ali presente:

— Eu o levarei. — Disse Frodo. E depois mais alto e mais firme. — Eu levarei o Anel para Mordor!

O conselho se virou para encarar o hobitt, a criatura menos ameaçadora em toda a Terra-média.

— Ele suportou muito bem a influência do Anel do Condado até aqui. — Élen concordou, conseguia ver a pureza nas intenções de Frodo.

— Mas eu não chegar lá. — Ele ponderou.

Gandalf colocou a mão no ombro de seu pequeno amigo.

— Eu irei lhe ajudar a carregar esse fardo. — O mago afirmou.

— E eu irei te guiar com as estrelas, pequeno hobbit. — Élen fez uma mesura inclinando a cabeça como seu povo fazia diante de uma promessa.

— As chamas das minhas flechas irão te acompanhar. — Aelin tocou o outro ombro do hobbit.

Em seguida, Aragorn, Boromir, Legolas e Gimli também prometeram auxílio na empreitada de Frodo. Cada um oferecendo sua arma como símbolo do compromisso que ali se formava.

E então três outros hobbits entraram protestando, os amigos de Frodo não aceitaram serem separados do amigo. Élen percebeu que na sua inocência, eles ainda não faziam ideia do perigo que iriam enfrentar.

— Ora, ora, mais três pequeninos irão com a gente. — Aelin disse com um meio sorriso cruzando os braços.

— Trabalho triplicado. — Élen brincou.

— Muito bem, então está decidido. — Declarou Elrond, havia uma certa satisfação nos olhos do senhor de Rivendell. — Vocês serão A Sociedade do Anel.

Dessa forma o destino do grupo foi selado, unidos pelo compromisso de ajudar um pequeno hobbit a destruir o Anel e impedir a escuridão de acabar com a Terra-média.

— Ótimo! — Declarou um dos hobbi, era Pippin. — Pra onde a gente vai mesmo?

Élen sorriu e Gandalf revirou os olhos. Iriam combater as trevas com as criaturas mais inocentes e atrapalhadas que poderiam encontrar. Mas olhando para os outros enxergou também a bravura e a coragem que precisavam. E quando olhou nos olhos de Legolas, algo a fez sentir que durante a jornada encontraria muito mais do que poderia imaginar. 

À noite tiveram tempo para preparar seus pertences, o alimento e as armas. Dentro do quarto Élen separou metodicamente tudo e pensou sobre quando precisaria contar que era uma domeilië e que no passado seus ancestrais haviam dados as costas para Isildur, haviam negado ir para a batalha. Esperava que os outros não a julgassem pelo passado, mas ela sabia que era desejar demais.

Esperava que as estrelas lhe dessem coragem.

E como se tivessem ouvido seu pensamento, ela ouviu uma melodia entrar pelo quarto acompanhada da luz do luar.

Élen foi até a janela para contemplar a noite em Rivendell, ouviu o rio e as cachoeiras que abraçavam o vale, mas de todas as coisas o que acalentou seu coração foi a voz do elfo que havia conhecido na noite anterior. Ele cantou pedindo coragem para as estrelas. 

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notas: eu achei que não ia conseguir postar os dois, mas aqui está. espero que estejam gostando aaaa <3 deixa um comentário e se quiser acompanhar quando vai ter atualizações e novidades, me segue no perfil que eu sempre mando por lá. muito obrigada por embarcar nessa aventura comigo! Já estou na metade do capítulo 04, logo logo ele fica pronto. Então comentem bastante pra eu animar e agilizar a publicação dele!!