As pessoa o amam, como não amar? Ele sempre está lá quando elas precisam, ele ajuda a todos da vizinhança amigos e desconhecidos, dando carinho as crianças. Mas quando a noite cai e o álcool é faz se seu fiel amigo, quando as garrafas secam, ele se torna o Homem que apenas eu e mamãe conhecemos, Ele torna-se nosso maior pesadelo.

Uma tempestade se aproxima junto a noite, . Fico oras encarando a paisagem lá fora, vendo o céu escurecer , trazendo nuvens carregadas, o vendo balanças os galhos das árvores, atravessando meu quarto causando um arrepio na espinha, me aterrorizado profundamente.

Ficaria grato se essa chuva mantivesse o monstro bem longe de mim e da mamãe, nós mantendos protegidos mas para meu azar o mostro está lá embaixo. Ouço barulho de algo caindo no chão no andar de baixo enquanto gritos imunda a casa. Então começo a contagem na esperança que ele fique longe, e junto a esperança vem o tremor no meu corpo já sabendo o que vem, mesmo tendo contralor eu não consigo, não quero demostrar o medo que tenho.

Decido cobrir-me dos pés a cabeça na esperança que aquele pequeno lençol possa me proteger de todo o mal que conheço. Na esperança que ele me esconda do mostro. Porque eu não quero mais viver assim.

Escuto seus passos ao subir a escada, cada vez mais perto to meu quarto, e quanto mais próximo ele fica, mais difícil fica de respira. Ele vai me pegar. Meus olhos começam a encher de lágrimas mas rapidamente eu as seco, homens não choram, eu não posso chorar, se eu chorar ele vai ficar mais irritado

A porta se abre com força e bate na parede me fazendo pular devido o susto, a luz que é acessa me cega por um tempo enquanto ele puxa meu cobertor e com muita força agarra meu braço e me tira da cama.

-Olá pirralho!

-papai, o senhor tá me machucado!

Eu consigo dizer antes de um tapa me acertar o rosto e seu aperto torna-se mais forte.

Eu não entendo porque ele me machuca, porque me odeia tanto.

Ele me lança um olhar mal, e eu sei se eu falar mais alguma coisa apanho mais. Então mordo meus lábios e engulo meu choro.

Ele me arrasta até o andar de baixo, quando descemos ele me joga perto de minha mãe, e eu posso ver que ele a machucou bastante, seus lábios então sangrando e se rosto todo está vermelho, ele novamente a bateu. Ela não olha pra mim.

- Olha só quem veio te fazer companhia! Ele grita pra mamãe e sorri de uma forma sombria. Ela não se move. Mas percebo o tremor percorrer seu corpo, e sei que não é por ela. É por mim, porque mesmo machucada ela não deixará que ele me machuque

-Você não precisava o trazer, deixe ele no quarto, por favor Arthur! Ele não precisa ver isso.

Eu queria correr pros braços dela mas sei que se eu fizer ele vai nós bater então fico quieto, não quero que ele bata mais nela.

Um raio corta o céu apagando as luzes de casa por alguns segundos e logo em seguida se ouve o som de um trovão, seguido da tempestade finalmente chegando. Meu corpo todo treme de medo. Eu queria tanto que ele fosse o mesmo que é lá fora com as outras pessoas, lá fora eu e mamãe somos amados, ele brinca comigo, e faz carinho na mamãe. Meus amiguinhos dizem que tenho sorte de ter meu pai, todos queriam que ele fosse seus pais. Mas eu sei que ele não é bom, eu sei que ele mente. Ele é mau, muito mau. Se eu pudesse ia pra bem longe dele e levava a mamãe.

A mamãe toca meu rosto e diz pra eu me esconder e sair apenas Quando ela for me buscar. Eu escuto o som do cinto do papai, e corro pra me esconder no armário perto da TV, onde o jornal da noite está ligado. Pelos buracos eu vejo meu pai bater nela, uma, duas três, quatro.... Ela morde os lábios para não gritar. Eu quero correr pra ela, mas ela disse pra mim não sair... Então eu tampo meus ouvidos e começo a contar até o onde sei, as vezes me perco então recomeço... Fecho meus olhos e lembro do sorriso da mamãe, dela me abraçando e dos momentos felizes, me perco em meus pensamentos até sentir seus braços me rodeando e ouvir sua voz bem baixinha dizendo que tudo vai ficar bem, que tudo vai ficar bem enquanto soluços lhe escapam os lábios.

Eu a abraço de volta, a sinto estremecer e prometo a mim mesmo que quando eu for maior eu vou proteger la do mostro. Eu não vou deixar ele machucar mais ela...

Eu só não esperava que antes dos 8, ele me tiraria ela de vez, que eu jamais voltaria a tê-la e que eu nunca a conseguiria cumprir minha promessa.