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5.1

Percy's POV

- Quero ler essa redação por duas razões. Primeiro, pelo bom uso dos adjetivos. E segundo, é claro, porque a autora prestou atenção ao que ela viu e o que estava sentindo, o que é muito importante para qualquer texto. - A professora Íris comentou. - Aparelho autônomo de respiração para mergulho, de Annabeth Chase. Annabeth, por que não lê para a gente? - perguntou, fazendo a loira concordar imediatamente com a cabeça.

Não tinha conseguido conversar mais com a garota nessa última semana, a não ser nos momentos em que caminhávamos juntos até nossas casas. Ela tinha me perdoado por ser um babaca rancoroso, e eu tinha passado a perceber que ela era muito mais criativa e amigável do que aparentava.

Annabeth caminhou confiante até a mesa da professora, se virando e desdobrando a folha que segurava entre os dedos. Qualquer um podia ouvir os comentários sobre a menina ser uma nerd egocêntrica, mas ela não parecia ligar.

- Eu sigo em frente e bem devagar, um mundo lindo e inexplorado abaixo de mim - ela começou, sem se importar com as bufadas entediadas dos outros alunos. - Flutuo silenciosamente, e o som da minha respiração quebra o silêncio. Acima de mim, nada além da luz trêmula que é do lugar de onde eu vim. E é pra lá que eu voltarei depois.

Sua voz era suave, o que me fazia sentir imerso no seu texto. Em um minuto, eu estava sentado naquela cadeira desconfortável e, no outro, estava visualizando cada coisa que saía da sua boca. Tudo parecia real demais, de modo que tive que espremer os olhos para garantir que não estava sonhando.

- Estou mergulhando, eu sou uma mergulhadora. Vou mais fundo, vejo pedras rugosas e algas escuras. Na imensidão azul, um cardume de peixes prateados aguarda. Enquanto estou nadando, bolhas saem de mim e sobem oscilando como se fossem águas-vivas.

Eu podia ver os animais, sentir as bolhas se despedindo do meu corpo como amigas silenciosas. Conseguia sentir o cheiro dos peixes, mesmo debaixo d'água, que nadavam lado a lado com as águas-vivas.

- Verifico o oxigênio, não tenho o tempo que precisava para apreciar tudo, mas é isso que torna a experiência especial.

- Obrigada, Annabeth - a senhorita Íris agradeceu com um amplo sorriso, ignorante ao fato de que pelo menos um terço da sala estava bocejando. - Quero que isso sirva de exemplo para o resto de vocês. Quero que escrevam redações mais detalhadas, com descrições que envolvam mais sentimentos e ações.

Annabeth tinha sorrido envergonhada, retornando para seu lugar na carteira e apertando a folha entre os dedos.

Annabeth's POV

Fiz questão de dar um tchauzinho para Clarisse assim que saí do ônibus, vendo seu semblante se contorcer em raiva e desprezo pela ampla janela na traseira do automóvel. Percy deu uma risada ao perceber o que eu estava fazendo, Tyson e Estelle o acompanhando.

- Você está brincando com fogo - ele comentou, assistindo o veículo ir embora.

- Ela vai fazer o que quer de um jeito ou de outro - respondi, sincera. - Pelo menos assim eu posso me divertir um pouco.

- Você considera isso diversão? Irritar a Clarisse?

- Você não?

- Eu considero isso suicídio - Tyson respondeu, se virando para nos encarar. - E de uma forma bem dolorosa.

- O que é diversão pra vocês? - perguntei, alternando a minha visão entre os três irmãos presentes.

- Brincar com as minhas bonecas - Estelle respondeu sem pestanejar. - Bem, eu só tenho uma boneca e meia. A outra não passou no teste de durabilidade.

- Teste de durabilidade? - questionei, vendo os dois irmãos revirarem os olhos.

- Dei a descarga com ela lá dentro, depois joguei da janela... coisas assim, é super divertido - a menina respondeu, com um brilho fofo no olhar.

- A Estelle tem algumas tendências destrutivas - Tyson brincou - Eu gosto de jogar videogame mesmo, muito menos violento.

- E você, Percy?

- Eu gosto de nadar - ele respondeu. - Não como você que sabe mergulhar de verdade, mas eu gosto.

- Eu nunca mergulhei profissionalmente em toda a minha vida - respondi, sorrindo.

- Mas e aquele texto na aula de redação? - ele perguntou, parecendo confuso. - Não me diga que você mentiu.

- Não, eu inventei. É diferente de mentir. Quando você faz o desenho de uma casa ou de um animal, você está mentindo?

- Não, mas é diferente - ele disse, para depois rir. O acompanhei na gargalhada.

- Quer saber, Percy? Acho que meus irmãos mencionaram alguma coisa sobre um riacho aqui perto, não quer dar uma olhada?

- Agora?

- Por que não?

- Eu gostei da ideia, vamos! - Estelle disse, jogando a mochila cor de rosa na terra.

- Você não pode, é uma anãzinha - Tyson disse.

- E nem você - Percy continuou. - Alguém precisa levar a Telle pra casa.

Os dois menores pareceram chateados - principalmente Tyson, que lançou um olhar para o irmão como se tivesse sido traído -, mas foram embora quando prometi dar minhas antigas bonecas para a pequena.

"Tá me dando pra sempre?" ela tinha perguntado, e eu não tinha resistido a concordar e dizer que deixaria todas as minhas antigas bonecas com ela mais tarde.

Percy's POV

- Isso não tá me cheirando bem, Annie Bell - eu falei, olhando para a ponte em nossa frente. Tínhamos caminhado por vários minutos, procurando por aquele tão desejado riacho.

Annabeth tinha me prometido uma revanche pela competição do outro dia, assim como tinha falado que estava cansada de sair só com os irmãos. Foi só ela me ouvir dizer que gostava de nadar que pensou nesse rio, dentro da floresta, que Bob ou Matt haviam mencionado.

Estávamos no alto do que parecia ser uma ribanceira. Uma pequena cachoeira se estendia até se encontrar com o riacho, tirando toda a atenção que se destinaria às árvores e plantas. Aquele lugar era realmente lindo. Do outro lado, a terra continuava. Uma ponte de madeira se estendia de uma ponta à outra, parecendo tão antiga quanto as árvores enormes daquele lugar. Do alto, até mesmo a imponente cachoeira parecia pequena, o que me deixava um pouco receoso.

- Não dá pra descer até o riacho por esse lado - ela argumentou, como se estivesse apontando o óbvio. - Se você tentar pular daqui, pode se machucar. Além disso, aquele lado é o único que tem uma descida que leva pra lá.

Era verdade. Na outra margem, também havia um declínio, como se a terra se dobrasse em uma escada mal feita. O barranco levava até o leito do rio e era a nossa única opção, mas isso não me fazia gostar mais da ideia.

- Acho melhor a gente voltar - eu falei. - Eu tenho uma piscina, você pode ir pra minha casa e até comer alguns cookies azuis.

- Tá com medo, Peter Johnson? - ela riu. - A ponte parece segura. A madeira não parece podre e têm vários cabos prendendo toda a estrutura, não é como se tudo fosse desabar.

- Eu ainda não acho uma boa idei... - comecei a falar, mas não tive tempo de continuar a frase. Annabeth posicionou sua mochila no chão e foi direto para a ponte.

Meu estômago deu uma volta inteira dentro da minha barriga conforme ela avançou degrau atrás de degrau, não parecendo nem um pouco amedrontada. Se virou para mim com um sorriso provocativo e fez questão de balançar o corpo, fazendo a madeira antiga estalar e meu corpo se arrepiar. Por mais que fizesse pequenos barulhos, Annabeth tinha razão. A ponte estava bem presa em ambos lados e também parecia segura. Ela gargalhou com a minha reação, parando de se remexer e indo direto para a outra ponta. A estrutura permaneceu firme.

A garota logo chegou ao outro lado, parecendo mais com uma guerreira que havia conquistado um reino do que com uma garota de 17 anos. Ela tinha um ar corajoso e seus olhos não estavam totalmente focados, o que deixou claro que ela estava no próprio mundo. Eu sabia, fazia isso a todo momento.

Ela poderia muito bem ter acabado de conquistar um reino.

Tentei limpar meus pensamentos e larguei minha mochila ao lado da sua, atravessando a ponte de forma cautelosa. A madeira rangeu e reclamou, mas logo cheguei no alcance das mãos da garota, que riu e me puxou para a terra.

Apostamos corrida durante a descida e pudemos nadar por, pelo menos, duas horas. Tínhamos tido treino no conjunto aquático naquele mesmo dia, então tínhamos toalhas e roupas próprias para a ocasião. Eu a tinha vencido dessa vez quando competimos, mas não tinha conseguido deixar de pensar que ela havia me deixado ganhar. Annabeth era uma nadadora incrível. Cheguei até mesmo a perguntar se ela competia profissionalmente em sua cidade natal, o que nos levou a uma longa conversa sobre como a mãe dela fizera questão de que a filha fosse boa em tudo, inclusive natação.

Não me importei, é claro, pois era bom ouvir Annabeth falar. Eu nunca tive muitos amigos, então me sentia bem podendo conversar de verdade com alguém que não fazia parte da minha família e que ainda perguntava sobre a minha vida com um interesse genuíno. Conversamos sobre nossos pais e expectativas ao mesmo tempo que jogávamos água um no outro, na pura intenção de irritar.

Podíamos nos conhecer a poucas semanas, mas a conversa com ela parecia mais fácil do que com todos que eu conhecia há anos.

Eu tinha uma conhecida, Piper, que era um ano mais nova e frequentava a mesma escola. Nossas mães se conheciam e costumávamos brincar juntos quando pequenos, mas mesmo essa normalidade se foi com o tempo. Todas as crianças que costumavam andar comigo mudaram de estado, escola ou, simplesmente, encontraram outras turmas.

Annabeth parecia conhecer o sentimento, já que tinha dito que nunca tinha tido nenhum amigo. Nenhum mesmo. Eu tinha achado muito difícil de acreditar, já que ela era gentil e parecia ser muito engraçada, mas os seus olhos cabisbaixos não mentiam.

Ela me entendia, de alguma forma. Conversamos mais por cima sobre sua mãe, sua mudança, sua família. Sobre a Mama Sally, meus irmãos, meu padrasto... e eu quase me senti bem para falar sobre o meu pai, quase. Ainda era muito cedo e querendo ou não só nos conhecíamos a algumas semanas, eu não ia despejar minhas histórias tristes de vida com tanta rapidez.

Conversamos sobre os peixes que poderiam passar pelos nossos pés e sobre outras criaturas que não existiam em rios normais. Em rio nenhum, para ser honesto. Annie Bell era muito criativa e, antes mesmo que percebesse, eu mesmo estava tagarelando teoria atrás de teoria, mito atrás de mito, história atrás de história. Pude jurar que seus olhos brilharam com mais intensidade, mesmo sabendo que era provavelmente o reflexo da água em seu rosto.

Quando o sol começou a cair, nós dois nos secamos e colocamos nossas roupas por cima das outras peças molhadas, sem nos importarmos muito se íamos encharcá-las ou não. Naquele momento não pude evitar os xingamentos que passaram pela minha cabeça quando fui um babaca com ela, no seu primeiro dia na escola. Ela parecia ser tão divertida e eu tinha agido como um completo idiota.

Subimos o barranco, sentido a terra seca grudar contra os nossos calcanhares durante a subida, e atravessamos aquela ponte um de cada vez, tomando cuidado para não adicionar mais peso do que o necessário. Annabeth poderia achar isso uma besteira, mas eu não estava disposto a enfrentar as consequências do que poderia acontecer se nós dois caíssemos naquele riacho. Os degraus de madeira ficavam muito no alto, além de que o leito era cheio de pedras.

Pegamos nossas mochilas e saímos correndo pela floresta, com receio de que fossemos nos perder no escuro e em um labirinto de árvores. Consegui ver Annabeth olhando por cima do ombro, para a outra parte da floresta, aquela separada por toda a água.

Somente pela expressão sonhadora e determinada em seu rosto, fui capaz de perceber que ela queria atravessar novamente e continuar ali. Desbravar o outro lado como se fosse uma exploradora com uma missão nas costas, ou simplesmente como uma garota comum, se sentindo tão pequena em comparação com a magnitude daquele lugar. De uma forma ou de outra, eu sabia que a menina teimosa acabaria voltando ali, e por algum motivo eu também sentia vontade de retornar.

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