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3.1

Percy's POV

Eu tinha pelo menos duas provas naquele dia.

Oito aulas, um trabalho para apresentar, duas provas, uma atividade, um seminário... e ainda assim, tudo que passava na minha cabeça era a bendita olimpíada interna de natação que iria acontecer no quarto período - uma aula livre para os alunos do último ano. A competição acontecia duas vezes por ano, e eu tinha garantido medalha de ouro por seis semestres consecutivos: do início do ensino médio até os dias atuais.

Minha dislexia e hiperatividade tornavam a vida acadêmica muito difícil. Eu não fazia ideia do que estávamos aprendendo, muito menos do conteúdo que era cobrado nas provas. Eu não tinha confiança o suficiente no meu intelecto para sequer tentar acompanhar, já que sabia que eu estava muito atrasado em comparação com o restante da turma. Nunca estava em um bom lugar mentalmente para conseguir estudar e, mesmo se eu estivesse, provavelmente não conseguiria. As palavras simplesmente perdiam o sentido toda vez que eu tentava colocá-las no papel.

Eu estava na Half Blood High justamente por ter conseguido uma bolsa por natação. Nadar fazia parte de quem eu era, muito mais do que matemática e biologia. Desde bem pequeno, quando meu pai levava eu e meu irmão caçula para nadar com ele, eu sabia que poderia fazer isso pelo resto da vida. Quando eu nadava, parecia que eu estava em casa, se é que isso fazia algum sentido. Eu não me sentia perdido, nem inseguro, nem diferente. Eu me sentia como eu mesmo, o que me fazia sentir em casa. Mesmo depois que ele morreu em alto-mar, consegui continuar levando sua paixão para frente. Nossa paixão.

Eu não podia decepcionar ele. Nem a minha mãe.

Não teríamos dinheiro para pagar outro colégio caso eu perdesse a bolsa por algum motivo. Eu precisava dar 100% de mim mesmo na competição de hoje a tarde. Não que minha vaga estivesse correndo algum risco, mas nenhum cuidado é pouco quando se é bolsista. Queria provar para mim mesmo e para todos naquela escola de que eu realmente era capaz de alguma coisa.

Nunca tive muitos amigos, então sempre fui um alvo fácil. Magro demais, sem nunca conversar com ninguém e tirando as piores notas da turma... não podia exatamente ser chamado de popular. Porém, na piscina, alguma coisa sempre mudava. Parecia que as pessoas paravam de me considerar um menino idiota e passavam a me ver como um competidor digno, o que eu amava.

O Percy Jackson nadador era uma pessoa completamente do Percy Jackson aluno sem futuro. Ele era forte, rápido, digno de aplausos e um ótimo nadador. Eu sabia, lá no fundo, que ele era a minha versão verdadeira. A versão que eu gostaria de apresentar para o mundo se não fosse tão inseguro. Não saberia dizer se tal pensamento me deixava aliviado ou entristecido. Talvez os dois.

- Perseu!  - chamou a Sra. Dodds, professora de física, me tirando de dentro da minha própria mente. Ela se encontrava de pé, do lado da lousa, com os olhos pretos em chamas.

- Perdão? - perguntei, ouvindo a risada dos demais alunos ao meu redor. Odiei ter me distraído de novo, mas não era como se eu conseguisse evitar.

- Pedi para você se levantar e vir resolver esse exercício no quadro - ela respondeu com um semblante zangado, mesmo que os cantos dos lábios se curvassem para dentro. Lembrei da visão dos dentes dela, pontudos e escurecidos, se movendo enquanto dava aula. Não conseguia parar de pensar em como os caninos deveriam estar despontando naquela pele ressecada que cobria sua boca. Não era a toa que todos a chamavam de "boca monstruosa". - Perseu Jackson!

- Desculpa - respondi, me levantando no mesmo momento. O quadro poderia muito bem estar em grego e eu tinha como saber por onde começar. Uma olhada para o seu rosto e percebi que ela sabia que eu não tinha entendido nada.

Ela sempre sabia e sempre pedia para que eu resolvesse os exercícios propostos, justamente porque tinha consciência de que eu não conseguiria. Eu nunca sabia se ela queria me ensinar alguma lição ou se só queria causar as risadas que sempre acompanhavam minhas tentativas falhas de realizar os cálculos.

Levantei o olhar, ainda parado ao lado da cadeira, fazendo seu sorriso tomar uma expressão felina. Ela abriu a boca para dizer alguma coisa - provavelmente algo como "está colado no chão, senhor Jackson?" -, quando o diretor Dionísio entrou na sala sem se dar ao trabalho de bater na porta.

- Com licença, Sra. Dodds - o homem começou, uma garota loira quase completamente escondida pelas suas costas. - Sinto muito por interromper a sua aula, mas vim apresentar a nova aluna que estará se juntando à sua turma até o fim do ano - anunciou, movendo seus pés grandes e pesados para que a menina ficasse visível. - Essa aqui é Annie Bell.

- Annabeth. - ela corrigiu baixinho, claramente com vergonha. Sua voz era suave, mas certeira, de forma que eu pude perceber que ela tinha uma dicção muito boa.

- Seja bem vinda, minha querida - Sra. Dodds cumprimentou com uma voz arrastada, claramente incomodada pela presença do diretor na sala de aula. Quando ela chamava algum aluno de "querido" ou "querida", significava que a pessoa provavelmente passaria semanas tirando chicletes das carteiras depois da aula. - Não temos uma carteira para você, então por hoje pode se sentar aqui na minha mesa.

O diretor sussurrou um "boa sorte" para a aluna e saiu pela porta, puxando a maçaneta e fazendo um alto barulho. No mesmo momento, o olhar da professora brilhou, viperino, e ela logo completou:

- Pensando bem, por que não fica de pé, querida? Pode responder às perguntas que coloquei no quadro. - sorriu, tomando a cadeira que tinha oferecido há alguns segundos. - Sei que se não estivesse à altura, não estaria na minha turma. Então, por favor, resolva os exercícios. Vamos ver se você é boa em física.

Esperei que a novata se desesperasse, corasse, tremesse ou tentasse se enterrar no chão. Ela realmente parecia muito tímida, então até senti pena por ter que passar por uma situação dessas no primeiro dia de aula. Uma pequena e egoísta parte de mim se alegrou, sabendo que eu não seria humilhado no dia de hoje, mas ainda me sentia mal pela garota cujo nome já tinha esquecido. May Belle? Annabel? Annie Bell? É, acho que era isso.

Surpreendendo a mim e ao resto da sala, a menina pegou o giz, confiante, e pela primeira vez desde que chegou, pareceu tranquila. Ela resolveu todos os exercícios em menos de 5 minutos, deixando todos de boca aberta - bem no fundo, ninguém entendia nada das aulas de física. O choque também tomou conta da professora boca monstruosa, fazendo com que ela pedisse para a garota se sentar e assumisse uma carranca pelo resto do dia.

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