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17.1

AVISO: A história vai deixar de apresentar prints de redes sociais por alguns capítulos. O motivo é simples: Percy e as outras personagens não estão com uma saúde mental boa para ficar usando o twitter depois da tragédia que aconteceu.

Mas não se preocupem, os prints voltarão antes do final da au!

Percy's POV

Quando eu tinha 12 anos e minha mãe ainda estava grávida de Estelle, ela acabou perdendo o emprego. A universidade onde Paul lecionava também estava passando por algumas dificuldades e cortes de gastos, então a situação em casa estava muito apertada. Tivemos que vender metade dos nossos bens, tivemos que passar a comer um pouco menos e eu precisei mudar de escola, sendo salvo por uma bolsa integral na Half Blood High por conta das minhas habilidades em natação. Tyson passou um ano estudando de casa e minha mãe chorava todas as noites, o estresse da gravidez deixando ela mais exausta do que nunca.

Mesmo com toda essa situação, nunca tinha sido tão difícil me levantar da cama, vestir roupas decentes e subir em um ônibus estupidamente amarelo, fingindo que estava mentalmente saudável. Por muito tempo na minha infância fiz aquele mesmo caminho, sem levar comida nenhuma pois queria que Tyson se alimentasse direito, colocando um falso sorriso no rosto e fingindo que meu estômago não estava roncando. Nunca contava para minha mãe que fazia isso, pois não queria adicionar nenhuma preocupação ao seu dia a dia. Não queria ser um fardo.

Eu já tinha perdido uma semana de aula e ela tinha dito que eu poderia tirar mais alguns dias para descansar, mas eu não queria. Por diversos motivos. O primeiro deles era que tudo naquele quarto me lembrava da Annabeth: o violão que eu tinha tentado ensiná-la a tocar, os livros que ela tinha me ensinado a gostar, a prancha que ela tinha usado quando nadou junto comigo e minhas músicas gritando embaixo da cama, gritando por ela. Eu chorava em cima daqueles papéis todas as noites quando sabia que ninguém iria me ouvir, desejando que eu tivesse tido a coragem de contar como eu me sentia, de tê-la convidado para aquele maldito museu.

O segundo motivo era porque eu sabia que, se Annie estivesse me olhando de onde quer que estivesse, não iria querer que eu perdesse tantas aulas por conta dela. Pude imaginar como se ela estivesse na minha frente: sua testa se franzia e sua cabeça  se jogava levemente para a esquerda, enquanto sua voz zangada dizia o quão atrasado eu ficaria nas matérias. Era assustador como ela se importou com todos ao seu redor, mais do que até com si mesma.

Se importou. Pretérito Perfeito. Uma ação que ocorreu no passado.

Porque ela não estava mais aqui, ela estava morta. Tinha caído de uma altura assustadora e batido a cabeça nos pedregulhos, se afogando. Eu nunca tinha ficado tão incomodado com um tempo verbal como naquele momento. Queria estraçalhar a terminação desse verbo que dizia que não tinha mais volta, que ela não iria acordar, que a ponte tinha quebrado e que eu não tinha estado lá.

Eu abandonei Annabeth. Quebrei minha promessa. Não salvei ela.

Todas essas frases dividiam o mesmo tempo verbal e carregavam a mesma dor, a mesma culpa esmagadora que me fazia ver estrelas. Que me deixava sem ar no meio da noite quando essas mesmas estrelas na minha visão me faziam pensar nela, nos momentos em que nos deitamos em um telhado como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Meu coração acelerava, meu peito ficava em chamas. Eu não conseguia respirar, não conseguia parar de tremer ou de chorar. Não conseguia comer direito, minha concentração estava pior do que nunca e tudo que eu fazia era entrar nas nossas mensagens, ouvindo os mesmos áudios diversas vezes seguidas, chorando mais ainda por ouvir a sua voz. Por saber que eu nunca mais escutaria Annabeth falando sobre outras coisas, nunca mais escutaria suas histórias criativas ou pensamentos super inteligentes. Nunca mais escutaria ela dizendo que me amava pessoalmente.

Eu sabia como ela se sentia, pelo menos tinha uma boa ideia, mas não conseguia parar de pensar que ela deveria estar decepcionada lá de cima. Que deve ter escutado dos anjos, de algum deus ou espírito que o namorado estava se divertindo no museu enquanto ela se afogava. Não conseguia parar de imaginar nas suas lágrimas, que muitas vezes viravam sangue na minha imaginação.

Estava tentando não pensar nisso enquanto a professora Íris passava um novo tema de dissertação. Pelo menos dessa vez não teríamos que falar sobre algum mergulho, porque eu tinha certeza absoluta que acabaria desmaiando no meio da sala de aula se precisasse escrever sobre a água. Sabia que era algo sobre violência, mas minha mente estava muito quebrada para ligar para o resto das orientações.

- E aí, Jackson. - A voz de Travis soou rouca atrás de mim. - Parece que agora é o melhor nadador da escola de novo.

Meu sangue ferveu com tanta intensidade que passei a ver vermelho, e não pensei duas vezes antes de me levantar da carteira, no meio da explicação da professora, e socar o babaca com força no meio do nariz. E então na sua maçã do rosto. E então no seu maxilar. Sua cadeira chegou a tombar e eu estava em cima dele sem nem perceber, outros alunos tentando me segurar.

- Você é louco? - Travis perguntou com dificuldade, ainda jogado em cima da cadeira de metal. Cogitei golpear a pessoa que me segurava, por mais que eu não soubesse quem era, só para poder continuar batendo na cara do garoto.

- Perseu Jackson - A professora exclamou, parecendo extremamente chocada. - Espere por mim lá no corredor

Me levantei tonto, ainda ouvindo as palavras dele girarem pela minha mente. Eu ainda via vermelho, o que era desesperador considerando que agora eu só conseguia pensar no sangue de Annabeth. Estava travado no lugar, começando a hiperventilar e sentindo meus olhos arderem, mas a professora Íris foi mais rápida. Me pegou com cuidado pelos cotovelos e me guiou até a porta, mandando Travis para a enfermaria e os alunos trabalharem na introdução enquanto ela não voltava.

- Senhor Jackson, olha para mim - ela pediu, mas eu não conseguia. Annabeth estava se afogando, estava embaixo d'água e não conseguia mais respirar. Tanto sangue escorria da sua cabeça que se misturava com a água, e ela começou a inspirá-lo, se afogando em si mesma. - Percy Jackson, olha para mim, se concentre no meu rosto.

Olhei para cima ainda com as imagens voando pela minha mente, mas com o pouco de seu rosto que consegui ver, Íris não parecia brava. Ela parecia triste e definitivamente preocupada. O nó na minha garganta se intensificou.

- Me diga cinco coisas que você consegue ver. Olha para mim Percy, e me diga cinco coisas que você enxerga.

Me segurei para não gritar o nome da Annabeth, para conseguir engolir o bolo preso na minha garganta e não me encolher chorando no canto daquele corredor vazio.

- V-você, a porta, o chão, a parede e o seu jaleco.

- Muito bem, Percy. Muito bem mesmo. Agora fala pra mim quatro coisas que você consegue tocar, consegue fazer isso pra mim?

Queria tocar Annabeth, queria passar o dedo pelos seus cabelos e poder abraçá-la novamente, mas me forcei a responder.

- O chão, minha calça, minha jaqueta e a parede.

- Isso, agora me diz três coisas que você pode ouvir.

O rugido na minha mente desaparecia lentamente, mas ainda conseguia ouvir a voz de Annabeth. Ela não estava gritando por socorro como na maioria dos meus pesadelos, mas sim dizendo que me amava. Obriguei meu cérebro a pensar no mundo real.

- A sua voz, a minha voz e a aula do professor Quíron na sala do lado.

- Muito bom, querido. Agora fala duas coisas que você consegue sentir o cheiro.

Limão veio na minha cabeça, e pude jurar que uma gota desse odor se prenderia no tempo enquanto eu vivesse.

- Seu perfume e o meu xampu.

- Você está indo muito bem, Percy. Só mais uma coisa, consegue me dizer um sabor que você consegue sentir?

- Pasta de amendoim - respondi, mesmo sabendo que faziam horas desde que havia comido pela última vez.

- Consegue respirar direito? Consegue me olhar no rosto? - A professora Íris perguntou, olhando para cada centímetro do rosto como se me analisasse. Fiquei aliviado por suas feições não demonstrarem nenhum tipo de pena, mas a preocupação em seus olhos fez com que eu me sentisse culpado.

- Sim, senhorita. Me desculpa, eu não quis te dar trabalho...

- Não é trabalho nenhum, eu fico aliviada de você estar melhor. Senta um pouquinho. - aceitei sua sugestão, me sentei no chão, colocando as costas contra a parede, e ela fez o mesmo. - Sabe, quando meu marido morreu, as pessoas me diziam para não chorar.

Seus braços estavam cruzados e ela parecia mais emocionada ao revelar partes de sua vida pessoal, então somente ergui meus olhos para encarar os seus.

- E tentavam me ajudar a esquecê-lo, mas eu não queria esquecer. - seus olhos pareciam mais  reluzentes, com lágrimas lutando para escorrerem. - Não queria me esquecer das flores que ele me trazia, do jeito que ele gostava do seu café ou dos costumes mais irrelevantes, como do jeito que ele parecia tranquilo quando dormia ou como suas sobrancelhas se juntavam quando ele se intrigava.

A professora permitiu que as lágrimas escorressem e precisei segurar o impulso de olhar para o lado, sentindo que estava ultrapassando algum tipo de limite.

- A imaginação dela era fértil - comentou, fazendo com que meus olhos voltassem a pinicar. - É raro termos uma aluna como ela, então percebi que... se é difícil pra mim, deve ser muito mais difícil pra você. O tempo não cura completamente, Percy, mas torna a dor menos insuportável. Eu sinto muito que isso tenha acontecido.

- Obrigado, professora - respondi, limpando meu rosto molhado com a manga da jaqueta.

- Eu não vou te dar detenção e nem mesmo nenhum aviso, mas vou pedir que venha direto pra mim se alguém disser alguma coisa sobre ela. Eu sei como os alunos podem ser maldosos. Temos regras muito claras a respeito de comportamento e posso te garantir que, da próxima vez, qualquer comentário desses será considerado uma ação de violência, tudo bem?

- Me desculpa por ter batido nele.

- Eu entendo, de verdade, mas isso não pode acontecer de novo, tudo bem? - concordei.

Somente nos levantamos quando o sinal tocou e os alunos passaram a trocar de salas, quando fui para a aula de música do senhor Apolo. Tentei me manter escondido, não querendo chamar mais atenção do que já tinha chamado, e até que funcionou por um tempo. O professor retomou algumas músicas que tínhamos abordado há alguns meses e eu quase engasguei quando a primeira começou a tocar.

"Sabe, quando meu marido morreu, as pessoas me diziam para não chorar. E tentavam me ajudar a esquecê-lo, mas eu não queria esquecer."

Senti as palavras atravessarem meu peito como facas, então chorei. Não liguei se uma pessoa ou vinte pessoas estavam me assistindo, mas abaixei minha cabeça na carteira e continuei chorando silenciosamente. Tentando reunir todos os detalhes sobre Annabeth que eu conseguia me lembrar.

Someday I'm finally gonna let go
'Cause I know there's a better way

(Algum dia eu finalmente me deixarei levar
Porque eu sei que há uma maneira melhor)

And I wanna know what's over that rainbow
I'm gonna get out of here someday

(E eu quero saber o que está além do arco-íris
Eu vou sair daqui um dia)

Chorei enquanto lembrava dela cantando essa música, mas também enquanto pensava em como a letra tinha a ver com ela, com a sua personalidade. Chorei até minha cabeça doer e, quando começava a passar mal, usava a técnica que a professora Íris tinha me ensinado apenas minutos antes.

O senhor Apolo, sempre exigente nas suas aulas, mas gentil, não pediu para que eu sequer levantasse a cabeça. Ele sabia, todos sabiam. Então continuei quieto, chorando, esperando que minhas lágrimas pudessem lavar a minha alma da mesma maneira que lavavam o meu rosto.

Clarisse's POV

Saí da sala do professor Quíron a tempo de ver Travis Stoll, com um olho roxo e uma expressão raivosa, esbarrar com força em Percy Jackson no meio do corredor. O menino não só derrubou todo o seu material como também caiu no chão como uma fruta podre, ficando encolhido enquanto o valentão pisava em seus cadernos e saía andando como se nada tivesse acontecido.

Vi quando Percy deu com a testa no porcelanato e arregalou os olhos, como se ficasse em um tipo estranho de transe. Ele tentou recolher seus cadernos enquanto hiperventilava, seu peito subindo e descendo sem parar. Ninguém mexeu um músculo para ajudar, não chamaram um professor e nem o ajudaram a se levantar.

Eu não era burra, sabia exatamente no que Percy havia pensado. No que ele provavelmente pensaria pelo resto da sua vida. Se eu mesma senti minha respiração hesitar quando ele bateu a cabeça, não conseguia pensar em como ele deveria estar se sentindo. Era recente demais, cedo demais para que o tratassem daquela forma, para que as suas memórias fossem provocadas e arrancadas com força. Sempre seria cedo demais.

- Clarisse, não faz nenhuma besteira, por favor - Silena me pediu, segurando meu braço com carinho. Zoë e Bianca não estavam muito distantes, olhando com pena para o lugar onde o garoto havia caído, mas também com algo como receio estampando o olhar.

Elas me conheciam bem demais e há tempo demais, já sabiam o que eu estava maquinando e no que estava pensando.

Era simples: ninguém machucava meus amigos e saía sem um arranhão para contar a história. Ninguém. Percy tinha virado meu amigo pela influência de Annabeth e eu não permitiria que ninguém o tratasse daquela forma, nunca em mil anos.

- Desculpa, eu preciso - respondi, saindo do seu aperto e indo procurar Travis em qualquer buraco que ele estivesse enfiado. Pude ainda reparar em Zoë indo na direção de Percy para se certificar de que ele estava bem, mas parei de reparar em qualquer outra coisa quando troquei de corredor.

Procurei o infeliz por cerca de quinze minutos até encontrá-lo saindo do banheiro masculino, seu olho roxo parecendo brilhar no sol. Considerei deixar ele com mais um olho roxo para combinar, mas decidi que um nariz quebrado passaria melhor a mensagem que eu queria.

Não deixei com que ele raciocinasse o motivo da minha aproximação. O idiota ainda achava, por causa daquela bendita carta que Annabeth e Percy fizeram, que eu era apaixonada por ele ou coisa do tipo. Ele se recusava a acreditar que Silena e eu namorávamos e usava qualquer oportunidade que tinha para me rejeitar, por mais que eu nunca tivesse estado interessada nele.

Eu poderia aceitar que falassem sobre mim, não era significante de qualquer forma. Annabeth tinha me ajudado a trabalhar nisso. Mas quando faziam mal para aqueles que eu amava, eu perdia a noção de qualquer limite.

Pensar em Annabeth doeu como eu nunca teria esperado que doesse, então me concentrei na raiva. Na raiva de ter perdido uma amiga tão recente, tão boa e tão pura. Me concentrei na raiva de Travis pelo que ele tinha feito e dito - sim, eu sabia sobre isso também.

Não deixei que ele visse o plano em maquinação quando me aproximei e choquei meu joelho contra o seu estômago. Travis se curvou com dor e eu aproveitei o ângulo do seu corpo para acertar com o punho fechado em seu nariz, que começou a jorrar sangue imediatamente. Ele caiu no chão, desnorteado, e eu aproveitei sua vulnerabilidade para chutar entre suas pernas abertas.

- Sua vadia - ele sibilou quando me virei.

Fiz questão de cuspir em seu rosto antes de ir embora, subindo no ônibus antes que perdesse meu horário. Vi que as meninas haviam guardado lugar para mim, mas indiquei Percy com a cabeça e elas imediatamente entenderam o recado: hoje não, ainda não.

Me sentei do lado do moreno e seu olhar logo encontrou o meu, em choque. Olhei pela janela, para ver o que é que tinha o surpreendido, e fui agraciada com a visão de Travis Stoll com um pedaço exageradamente grande de papel no nariz, sua cabeça inclinada para trás para que o sangue não escorresse.

- Oi, Percy.

- Foi você? - o minúsculo indício de diversão na sua voz me deixou aliviada, então não pude evitar de sorrir minimamente e concordar com a cabeça.

- Para todos os efeitos, ele bateu com a cabeça no mictório - comentei, fazendo o garoto dar uma risada baixa.

- Como eu queria ter visto essa cena - ele comentou, logo suavizando suas feições. - Obrigado.

- Amigos são pra isso, garoto.

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