13.2
Annabeth's POV
- Anna - Percy chamou de onde estava deitado na minha barriga. Sua mão brincava com a areia ao nosso redor, pegando vários grãos e deixando-os correr pelos seus dedos.
- Sim? - perguntei, sentindo seu corpo se enrijecer de repente.
- Eu não quero mais ser seu amigo - ele disse em um só fôlego. As mãos que eu tinha em seu cabelo, fazendo carinho, pararam. Na verdade elas tomaram a maior distância que puderam encontrar, apoiando-se sem elegância na areia atrás do meu próprio corpo.
- Como - gaguejei. - Como assim, Percy?
Ele se levantou e virou de costas para me encarar, receio banhando seus olhos. Minha respiração começou a ficar acelerada e eu não consegui controlar a queimação que tomou meus olhos.
Percy tinha sido o meu primeiro amigo, o primeiro e o melhor. Eu tinha certeza que não tinha feito nada de diferente nos últimos dias, pelo menos não nada que pudesse tê-lo machucado. Lembrei da minha antiga escola, onde ninguém conversava comigo a não ser que fosse para pedir o meu dinheiro do almoço.
Percy parecia agitado, como se não pudesse mais se segurar para acabar com a minha felicidade em poucas palavras. Senti meu lábio inferior tremer e ele também o viu, arregalando os olhos em seguida.
- Annie, não, deuses. Não foi isso que eu quis dizer - ele pareceu horrorizado com a minha reação.
- O que você quis dizer?
- Bem, eu... me desculpa, eu não queria ter te assustado.
Ele pareceu sem graça, como se toda sua coragem de abrir a boca tivesse desaparecido. Ainda assim, sua mão tinha tomado a minha quando ele percebeu quais pensamentos rondavam minha mente.
- Anna - ele respirou fundo, fechando os olhos verdes por alguns segundos, antes de abri-los na minha direção. Suas íris estavam cheias de emoção, devoção, carinho e mais trezentas emoções que eu não conseguiria nomear mesmo se tentasse. Dessa vez, eu realmente perdi o ar, ninguém nunca tinha me olhado dessa maneira. - Eu não quero mais ser só seu amigo.
Ele tinha tanta verdade nos olhos quanto alguém poderia ter.
- Eu não estou te falando isso por causa das provocações da Clarisse ou dos nossos irmãos, mas porque eu sinto que não vou conseguir continuar te olhando e mentindo pra você todos os dias. Faz meses que eu estou escondendo a verdade de você, e não quero mais ter que fazer isso, mesmo que as coisas fiquem estranhas entre nós.
Ele abaixou a cabeça e olhou para nossas mãos entrelaçadas, dando um sorriso tão puro que quase derreteu meu coração.
- Você é a melhor pessoa que eu já conheci e sinto que talvez eu esteja sendo egoísta de te mostrar meus sentimentos, possivelmente te trazendo para um caminho que não é nem de longe tudo que você merece, mas não me importo. Não agora. Eu não consigo parar de pensar em você, desde a hora que eu acordo até mesmo depois de ir dormir, nos meus sonhos. O cheiro do seu perfume vive no meu nariz e eu me sinto tão bem toda vez que você tá por perto. Tão bem quanto eu já me senti na vida, sabidinha. - o som desse apelido deixando seus lábios enviou arrepios pelo meu corpo inteiro. - Minha mãe sempre disse que, para ser feliz, você deveria casar com o seu melhor amigo. E eu percebi que não consigo ser feliz e nem imaginar um futuro onde eu não esteja com você.
- Você sabe que acabou de me pedir em casamento, não sabe? - brinquei, fazendo um carinho no topo da sua mão e vendo ele relaxar.
- Quem sabe mais pra frente, se tudo der certo - ele respondeu, levando minha mão até o seu rosto. Apoiei a palma contra a sua bochecha e alisei sua maçã do rosto com o dedão. - Eu tô te pedindo pra ser minha namorada.
Pude sentir seu maxilar endurecer depois que as palavras saíram da sua boca e soube exatamente o que deveria fazer. Ao invés de responder imediatamente, me coloquei de joelhos e aproximei meu rosto do dele, vendo seus lábios se entreabrirem em surpresa.
Colei meus lábios na sua bochecha com todo o carinho que eu pude, vendo, com alívio, sua postura receosa cair por terra. Deixei seu rosto para encarar aquele mar nos seus olhos.
- Eu aceito, ser sua namorada - sorri. - E para a sua informação, você não está sendo nem um pouquinho egoísta. Eu já te falei uma vez e vou repetir, é um privilégio ter você na minha vida. E vai ser um privilégio maior ainda poder ser a sua namorada.
Ele sorriu como um bobo, mudando sua expressão para aquela que eu conhecia tão bem. Aquela feliz, provocante e até mesmo divertida.
- Então você poderia me dar o privilégio de te beijar? - ele perguntou, empertigando o corpo de onde estava sentado na areia.
Não respondi, não antes de passar minhas pernas pelo seu tronco e capturar seus lábios nos meus.
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