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Vinte e dois: Promessa


Os meses se passavam. Um novo ano iniciou-se. O inverno tornou-se ainda mais austero. Owen disse a Brianna que ela estava com eles por mais de quatro meses. A menina crescera um pouco, disseram-lhe. Acabara de completar seus oito anos de idade.

Póla estava com a barriga enorme, sempre rodeada de cuidados por seu filho Owen e principalmente por Liam. Ela nunca o vira tão feliz desde que engravidara de Owen. Brianna lembrou-se da grande festa que ele fez quando descobriu que teria uma nova criança. Liam abraçara Jeaic firmemente quando o deu a notícia. Era seu melhor amigo.

Jeaic começara um romance com uma jovem camponesa, Melissa Goodchild, bela e formosa. Pensavam em casamento. Phil adoeceu por um tempo, mas acabou se recuperando e bebendo mais do que nunca.

— Se o fim chegar pra mim, quero estar morto de bêbado quando for ver Deus de perto — disse certa vez com sua grossa voz na taberna ao levantar uma caneca de hidromel.

Patrick Moore iniciou uma investigação sobre a morte de Tara que não resultou em nada, então ele mesmo encontrou um culpado, um andarilho que teve o azar de passar pela cidade no período de investigação. O homem foi enviado para a corte, condenado e enforcado em praça pública. Todos ficaram contentes: o xerife, por afastar mais um problema, o povo, por encontrar justiça, e Póla, por ter saído ilesa. Apenas duas pessoas sofreram com a morte do infeliz: Jeaic, por carregar mais uma morte em sua consciência, e Brianna, por saber que ele era inocente.

Aqueles meses pareceram uma eternidade para Brianna. Como sofrera guardando aquele terrível segredo! Quantas vezes Owen não a pressionara para lhe explicar o que acontecera naquela noite em que encontraram Tara. Mas ela não podia dizer-lhe.

Póla a desprezava como nunca, mas em segredo; para evitar que a menina a denunciasse, tratava-lhe bem, na medida do possível, e procurava sempre agradá-la. Mas o olhar da menina apenas reforçava sua opinião de que ela sabia de tudo. Pensou várias vezes em assassiná-la, fazer parecer acidente... Mas lembrava-se do que Jeaic a ameaçara, e sempre deixava a idéia de lado.

E pela cabeça de Jeaic, apenas a mais aterradora culpa o consumia. Todas as noites sonhava com Tara morta, com a cabeça sangrando voltando para assombrá-lo. Ela e o andarilho que morrera em seu lugar. Este, andava com o rosto roxo, os olhos vazios, e a corda pendendo em seu pescoço. Jeaic sempre acordava no meio da noite aos gritos, sendo logo confortado por sua Melissa.

Durante esses meses, Jeaic procurou reduzir ao máximo sua freqüência à casa dos Wise, que quando os visitava, evitava qualquer contato visual com Póla, com exceção de quando estavam diante de Liam, aí os dois se cumprimentavam sorrindo.

O xerife continuou com sua tirania. A morte de Tara havia afastado a população de seu macabro plano de se livrar dele. Nesse período, os abusos apenas aumentaram, pessoas foram espancadas e outras presas e executadas sem direito a um julgamento justo. A casa de Últan e Tríona não foi incendiada, mas outras foram. Houve vários casos isolados de estupros, como previra Últan, mas as mulheres não tinham coragem de denunciar seus violadores: os próprios soldados do xerife. Algumas famílias, sem terem como pagar as taxas, fugiram da cidade, outras, sem terem para onde ir, definharam de fome. A justiça pertencia a Patrick Moore. Últan estava farto. Tinha que convencer a todos novamente da urgência em acabar com a vida do tirano.

Fez uma seleção daqueles que haviam concordado com o plano anteriormente, e esse grupo incluía Liam, Jeaic e Phil.

— Sua mulher vai dar à luz, Liam — argumentara Últan. — Vai querer que eles tirem da boca de seu filho? Vai deixar que ele nasça no meio dessa injustiça?

— Últan tem toda a razão, Liam — concordou Jeaic tocando-lhe o ombro. — Estamos representando a cidade inteira. Sabe o que isso significa? Alguém tem que fazer o trabalho sujo pelo bem maior...

Liam relutou, mas acabou aceitando. Estava pensando em seu filho ou filha que viria. Um grupo de cerca de quinze pessoas reuniu-se algumas vezes no celeiro da família de Últan para traçarem o plano.



Brianna também sentia que estava um pouco mais alta. Seus bracinhos haviam se esticado um pouco, assim como suas pernas. Mas algo mais mudara na menina. Ela sofrera tanto, passara por tantas coisas inimagináveis, e guardava segredos tão sombrios, que começava a enxergar o mundo de maneira diferente. Ela não via apenas bondade nas pessoas como antes; agora ela ficava esperando o momento em que a pessoa mostraria seu lado ruim. Pessoas legais traíam pessoas legais; pessoas matavam pessoas; pessoas maltratavam pessoas; todos estão sempre em busca de algo, sempre prontos para fazerem de tudo para conquistarem o que querem. Aprendera a temer e não confiar em qualquer um. Estava ficando mais esperta e cada vez mais perdia um pouco de sua pureza infantil.

Rezara para sua mãe todas as noites, mas ela nunca lhe mandara nenhum sinal. Assistiu a tantas missas, que começou a acreditar no que o padre dizia, e afastar-se cada vez mais de suas crenças em um paraíso na terra habitado por borboletas, onde sua mãe a esperava. Começou também a aceitar a idéia de que era uma bruxa, afinal, o que mais explicaria as duas visões assustadoras que havia tido? E Marduk... Começou a ter certeza de que Marduk a abandonara ou que fora morto. Sorte sua ter Liam e Owen.

Jeaic deixara de ser seu amigo. Passou a guardar um sentimento por ele tão ruim quanto o que guardava por Póla. Não saberia dizer que sentimento era aquele, e nunca antes o havia tido por ninguém. Sentia-se mal por alimentar tal sentimento. Mas um dia vira Jeaic se cortar enquanto se embriagava com Phil e Liam na sala. Uma estranha satisfação a invadiu por alguns segundos, mas logo se arrependeu, sem entender direito o que aquilo significava.

Quantas vezes não teve vontade de dizer a Liam que sua mulher e seu melhor amigo o traíam... Mas não o fez. Sabia que isso traria sofrimento a Liam e a Owen, e isso era a última coisa que desejava em todo o mundo.

Como amava Owen! O garoto a tratava como uma irmã que nunca tivera, e ele era para ela o irmão que ela sempre sonhara em ter. Enquanto Owen estivesse do seu lado, estaria segura.

Liam presenteou-a com uma boneca de pano que comprara em Cahir em uma de suas viagens. Liam era generoso, um homem bom e íntegro, e definitivamente Póla não o merecia, pensou Brianna. Mas ela teria um bebê, daria à luz uma vida, mais um irmãozinho para ela.

— Brianna... — Owen começou a dizer. Estavam os dois deitados na neve, nas proximidades das ruínas da catedral, com os braços e pernas esticados movendo-se de maneira que formavam um desenho que lembrava a imagem de um anjo.

— O que foi? — ela perguntou olhando para o céu.

— Você nunca vai embora, vai?

Ela parou de mover-se e olhou para o lado.

— E por que iria, Owen? Eu nem tenho pra onde ir.

— Mas se tivesse, você iria? — os olhos azuis do menino fixavam-se nos dela, com os rostos rentes ao chão. Ele parecia apreensivo.

— Nunca deixaria vocês, Owen.

— Nem que sua mãe aparecesse pra levar você?

— Minha mãe não está viva — ela disse com tristeza.

— Eu sei, isso eu sei. Mas e se ela não estivesse, e viesse buscar você? Você iria com ela e nos deixaria?

Os olhos de Brianna estavam confusos. Apoiou-se nos cotovelos e encarou Owen com a testa franzida.

— Por que está perguntando isso?

— Só responde, ora! Por que está enrolando?

— Se minha mãe estivesse viva e viesse me buscar, eu pediria pra ela ficar aqui. E todos seríamos uma grande família.

— Mas e se ela não quisesse ficar? E se ela dissesse que você teria de escolher entre nós e ela, o que você diria?

— Para de falar bobagens, Owen! Isso nunca vai acontecer!

— Responde, ora! É tão difícil assim? Apenas responde!

Brianna estava assustada. Owen nunca gritara com ela daquele jeito. Ele percebeu que os olhos verdes dela enchiam-se de lágrimas. Arrependeu-se instantaneamente.

— Desculpa, Brianna.

— Não tem problema — ela disse num fio de voz.

— Eu... — ele olhou para um ponto qualquer, como se avaliasse se dizia ou não o que estava em sua mente. — Eu sonhei com você. Sonhei que ia embora. Sonhei que nos deixava. Que... Que me deixava.

Brianna sorriu com ternura.

— Eu sonho todas as noites, Owen. Sonhos são só sonhos. Eu nunca deixarei vocês.

— "Nunca" é muito tempo, Brianna.

Brianna engatinhou em direção a Owen, fazendo-o estremecer. Aproximou o rosto do dele, e beijou sua testa.

— Eca! Você me beijou!

Ela sorriu. Ele limpou o local do beijo e levantou-se, orgulhoso.

— Vou sempre ser sua irmã, Owen.

— Eu também. Seu irmão e protetor. Nunca deixarei que nada de mal lhe aconteça, me entendeu? Palavra de homem!

Ela deu uma risada.

— Você nem é homem ainda, Owen.

— Claro que sou! — ele fechou a cara, ofendido.

Uma bola de neve acertou-lhe o rosto. Recompôs-se do susto e viu que Brianna corria.

— Volta aqui, sua peste!

Owen estava aliviado. Não queria perder Brianna.

Mas aprenderia que os sonhos não vêm em vão.


 

Que fofos.

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