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Sete - Fuga


Brianna tapava os ouvidos por causa dos gritos terríveis do marido de sua tia. Não queria imaginar o que o demônio estava fazendo com ele. Ouviu uma grande movimentação pela casa, várias pessoas andando acima dela e revirando os móveis como se procurassem algo.

O pequeno demônio surgiu por trás dela, dando-lhe um tremendo susto.

— Precisamos ir.

— O que fez com meu tio?

— Ele se acidentou.

Brianna tentou imaginar que tipo de acidente teria feito o tio gritar daquela forma.

— Vamos, menininha. Eles não podem achar você aqui. Temos que ir atrás do paraíso.

— Por que não saímos por cima? As pessoas não vão me machucar.

— É um bando de supersticiosos ignorantes. Vão achar que você atacou aquele verme e te queimarão na fogueira.

Brianna ouvira de Aisling histórias sobre mulheres queimadas na fogueira por serem consideradas bruxas. Não queria acabar como elas. E se o demoniozinho estava lhe dizendo para fugir, ela o ouviria, já que em muito tempo, era o único que a tratava bem.

— Mas como vamos sair?

— Siga-me.

A criatura andou como se escalasse o chão, cujos movimentos lembravam uma dança. E a agitação de sua calda contribuía para essa imagem. Ele andou até a outra extremidade, onde havia uma porta de madeira coberta de teias de aranha. Brianna iluminou a porta, assistindo a criatura pular na parede e retirar o ferrolho, abrindo-a em seguida.

A maioria das casas do vilarejo tinha aquele "sistema de segurança". Caso o povoado fosse saqueado ou atacado por bárbaros, eles podiam fugir pelos porões que davam acesso a uma rede de estreitos túneis que desembocavam vários metros dali, em uma caverna. O demoniozinho pegou a vela da mão de Brianna para facilitar seu deslocamento dentro do túnel; apesar de assustada, a garota estava se sentindo protegida. Quando finalmente o túnel acabou, os dois saíram na parede de uma caverna, bem próximos da saída da mesma.

Era a hora do crepúsculo. O demônio subiu no ombro de Brianna e ela não se incomodou com aquilo. Era como estar com o bichinho de estimação.

— Agora precisa caminhar. Temos uma longa jornada pela frente.

— Caminhar para onde?

— Entre no bosque, assim não chamará a atenção. E poderei ficar por perto para protegê-la.

Brianna assentiu e caminhou até uma trilha no meio do bosque. Estava assustada, mas confiava na criatura.

— Qual o seu nome? — lembrou-se de perguntar.

— Marduk.

— Marduk? — riu. — Nome estranho.

Adentraram a trilha.


    

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P.s: O livro está completo, só no ponto de postar!

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