IV. 𝑬𝒎𝒑𝒂𝒕𝒊𝒂
08 de setembro 2012
Emily Prentiss
Depois de um turno exaustivo de mais de doze horas resolvendo um caso de sequestro, eu estava aliviada ao finalmente chegar em casa. O simples prazer de abrir a porta do meu apartamento e encontrar um momento de calma foi interrompido pelo toque do meu celular. No visor, o nome "Tutuola" piscava com urgência.
Como era comum na UVE, assim como na antiga BAU, sabíamos que a folga poderia ser interrompida a qualquer momento devido a novos casos, só não esperava que não durasse nem uma hora. As palavras de Fin eram claras: uma mulher havia sido encontrada em estado crítico na calçada e precisavam de mim no local.
Após desligar a chamada, entrei rapidamente no apartamento para cuidar da minha nova gatinha, Lili, que havia resgatado três dias antes. A leveza de seu corpo peludo passando entre minhas pernas era um alívio para a tensão acumulada. Com um suspiro cansado, me agachei para dar carinho a ela.
– Eu sei que mamãe está saindo de novo, mas vou cuidar de você assim que voltar – murmurei, enquanto a acariciava com ternura. Dei-lhe alguns beijos carinhosos na cabeça antes de colocar Lili perto do pote de ração, desejando que ela se sentisse segura e confortável.
Menos de vinte minutos depois, estacionei o carro no local da cena do crime. Saí do veículo com uma determinação renovada, tirando minha arma do porta-luvas e encaixando-a no coldre. Mostrei meu distintivo para os policiais que bloqueavam a área e fui liberada para avançar.
– Olivia, Fin…– chamei assim que me aproximei da cena. – A vítima ainda está viva?
–Sim, acabou de ser levada para o hospital. Rollins e Derek foram juntos para garantir que receba o atendimento adequado – respondeu Benson, enquanto ela e Fin avaliavam a cena do crime.
– Mulher de aproximadamente 30 anos, atacada enquanto caminhava pela rua – Fin explicou, observando o local com o olhar atento que conhecíamos bem.
– Ela conseguiu dizer algo? Encontraram sinais de abuso? – perguntei, abaixando-me para inspecionar o sangue no chão.
– Sim, além das marcas de mordidas e sinais claros de tentativa de estrangulamento – confirmou Tutuola.
– Fin, você tenta descobrir a identidade da vítima enquanto eu e Prentiss falamos com o casal que encontrou a vítima e chamou o resgate – delegou Benson, estabelecendo as próximas etapas da investigação.
Enquanto a Tenente conversava com o marido, eu me aproximei da esposa, que estava visivelmente perturbada. A mulher parecia nervosa e sua voz tremia ao relatar o que havia visto. Ela informou que não conhecia a vítima e que nunca a tinha visto na região antes. A encontrou caída no chão, bastante machucada e inconsciente, sem sinal de quem poderia ter cometido o ataque.
Após encerrar a conversa, comparei minhas anotações com as de Olivia para garantir que a versão do casal estava consistente. No local, uma bolsa foi encontrada contendo todos os pertences da mulher. Fin encontrou a identidade e nos revelou o nome da vítima: Julie Green.
Retirei meu celular do bolso e liguei para Much, que estava no escritório, pedindo-lhe que localizasse o contato do parente mais próximo de Julie Green para que pudéssemos informá-lo e obter mais informações sobre a vítima.
Enquanto aguardava, minha mente se ajustava ao novo ritmo do caso, sabendo que a identificação e o próximo passo poderiam ser cruciais para resolver o mistério por trás do brutal ataque.
Conseguimos o telefone da mãe de Julie, que concordou em nos encontrar no Hospital Mercy, onde a jovem estava sendo tratada. Fin ficaria no local, enquanto eu e Benson, cada uma em seu carro, seguiríamos até o hospital. Quando chegamos, encontramos Rollins e Smith visivelmente cansados, assim como nós.
– Alguma novidade? – perguntei.
– Uma enfermeira disse que estão tratando de um edema cerebral. Ainda não há um prognóstico sobre se ela vai sobreviver – respondeu Rollins.
– Vocês podem ir descansar. Eu e Prentiss esperamos a mãe da moça – anunciou Benson. – Tudo bem para você? – Ela me olhou, esperando minha confirmação.
– Claro, só preciso de um café e estarei nova em folha – tentei sorrir.
Amanda se despediu, dizendo que iria tentar dormir um pouco, e Derek se ofereceu para me acompanhar até a cafeteria do hospital.
– Parece que Olivia está começando a se acostumar com você por aqui – comentou Derek.
– Pelo menos ela não faz cara feia quando tem que ser minha parceira – brinquei.
– Ela é boa gente, só é casca dura – ele riu.
Fizemos o pedido de três cafés no balcão e, quando eu ia pagar, Smith pegou a carteira e pagou por mim.
– Eu faço questão – ele disse, sorrindo de forma galanteadora – Mesmo cansada, você é muito bonita, sabia? – Ele parecia estar mesmo flertando.
– Para com isso – o empurrei de leve, levando na brincadeira.
– Você sempre desvia do assunto – ele riu - Mas um dia ainda te levo para jantar – piscou para mim.
– Vai sonhando –respondi, pegando os dois copos de café.
Derek me acompanhou até Benson e, depois de se despedir, foi para casa descansar. Eu me sentei ao lado dela na sala de espera e lhe entreguei o café.
– Derek me disse que você gosta com leite e pouco açúcar. Espero que esteja certo – disse, um pouco receosa de ter errado.
– Está perfeito – ela tomou um gole e sorriu. – Obrigada, estava precisando também.
Nos acomodamos nas cadeiras e ficamos em silêncio até Mary Green, mãe da vítima, chegar ao hospital. Olivia tomou a frente e contou o que aconteceu com a filha, que começou a chorar. Eu me aproximei para confortá-la e, surpreendentemente, ela me abraçou. Eu retribuí o abraço, reconhecendo a delicadeza do momento. Olivia parecia satisfeita com a minha reação. O abraço durou apenas alguns segundos, pois a médica responsável por Julie chegou para dar o relatório. Ela conseguiu controlar o sangramento cerebral, mas Julie precisaria ficar na UTI para observação. Conversei com a médica e pedi para que a mãe pudesse vê-la por alguns minutos para se tranquilizar; a doutora concordou.
Quando as duas saíram pelo corredor, Benson se aproximou e tocou meu ombro.
– Bom trabalho – ela disse com um tom satisfeito. – Esse momento é sempre muito delicado, e precisamos ter empatia não apenas com as vítimas, mas também com seus familiares.
– É claro – concordei, ainda olhando para a mão dela no meu ombro.
Olivia pareceu um pouco desconfortável e se afastou, voltando a sentar na recepção. Como não conseguiríamos falar com a vítima por enquanto, um policial ficaria de guarda no hospital para garantir a segurança de Julie, e nós duas iríamos descansar para retomar o trabalho no dia seguinte.
O despertador tocou exatamente às cinco da manhã, e eu quase não consegui abrir os olhos. A noite tinha sido longa, e cheguei em casa pouco antes da uma da manhã. Senti um peso na cama e, ao olhar para os meus pés, vi Lili dormindo tranquilamente ali. Isso me fez sorrir; desde pequena, sempre preferi felinos a cachorros. A independência dos gatos se encaixa bem com minha rotina atribulada.
Eu precisei de um banho revitalizante para espantar o sono. Após vestir minha calça preta e uma camisa social, decidi tomar café da manhã na rua para começar o dia.
Quando entrei na delegacia, com um croissant na mão e o café ainda quente, o relógio marcava seis e meia. Apenas Derek e Munch estavam na sala, cada um em sua mesa. Pouco depois, Tutuola e Rollins chegaram, e finalmente Olívia apareceu.
Amanda e Fin foram ao local do ataque para verificar se havia câmeras de segurança nas proximidades, enquanto Olívia e eu seguimos para o hospital. Mary nos informou que a filha dela havia acordado e estava pronta para conversar.
Julie estava consciente, mas tinha dificuldades em lembrar detalhes sobre o ataque. A médica disse que era um milagre que ela estivesse viva e sem sequelas mais graves, embora a recuperação pudesse ser longa e nos liberou apenas alguns minutos. Julie nos contou que saiu da escola de teatro às nove e meia da noite, quando um homem emergiu de trás de um arbusto e a atacou.
– Você consegue lembrar de algo sobre a aparência dele ou o que ele estava vestindo? – perguntei, anotando no bloco.
– Ele estava mascarado…–Julie fechou os olhos, esforçando-se para recordar – Não consigo me lembrar de mais nada – Ela começou a chorar.
Olívia imediatamente se aproximou, segurando a mão dela com gentileza.
– Eu sei que este é um momento muito difícil para você. Mas queremos encontrar quem fez isso. Qualquer detalhe pode ser crucial para a nossa investigação
Observei Olívia com admiração. A forma como ela abordava as vítimas com tanta empatia era inspiradora. Após alguns momentos, Julie conseguiu lembrar que o agressor era alto, cerca de 1,80 metros, bem forte e que a única coisa que ele disse antes dela desmaiar foi: “Quanto mais você tentar lutar, mais tempo vai demorar para acabar.”
Anotei a frase. Era um indício que poderia ser parte do modus operandi de um criminoso conhecido. A médica entrou no quarto para realizar novos exames em Julie, e nós saímos para dar espaço. Olívia conversou com Mary, perguntando se ela sabia de alguém que pudesse querer mal à filha. Mary garantiu que Julie sempre foi bem querida por todos.
Ao voltarmos para a delegacia, passei as informações para Munch e Derek, pedindo que verificassem se havia outros casos semelhantes. Em seguida, fomos até a sala do Capitão e compartilhamos o que Julie havia lembrado e o que a mãe dela tinha dito. O próximo passo seria visitar a escola de teatro. Talvez o ataque tivesse uma motivação pessoal.
Na escola de teatro, conduzimos uma série de entrevistas com alunos, mestres e funcionários, mas um professor em particular chamou minha atenção. Ele não apenas correspondia à descrição física que Julie havia dado, como também exibia um comportamento notoriamente defensivo. Sua evasividade ao responder nossas perguntas foi evidente e parecia que estava escondendo algo. Benson percebeu a mesma tensão; nossos olhares se cruzaram, e ambos compreendemos que havia algo de profundo e obscuro naquele comportamento.
Além disso, observei que havia câmeras de segurança na entrada da escola. Quando solicitamos as gravações para verificar o movimento dos envolvidos, o proprietário da escola se recusou a entregar as fitas sem um mandado judicial. A resistência dele em colaborar sem um motivo claro só aumentou minha sensação de que estávamos no caminho certo. Havia algo mais escondido ali, e a frustração e o mistério em torno da situação apenas acenderam a minha determinação de seguir em frente e desvendar o que estava realmente acontecendo.
E vamos de novo capítulo das nossas duas detetives favoritas. Aos pouquinhos Emy vai se aproximando de Liv, até porquê não tem como não gostar da Prentiss 🤍
Curtam e comentem amorinhos 🥰
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro