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One Brumilla - Breaking Rules


Sejam bem vindos a minha primeira One Brumilla. Eu estava tão ansiosa pra postar pra vocês! Espero que gostem ok? Só tem um capítulo mesmo então se gostarem e quiserem mais One nesses estilos comentem muito la embaixo e votem pra eu saber!


"Breaking Rules ou Quebrando Regras"


Universidade Estácio de Sá

Rio de Janeiro


Ludmilla Oliveira

O despertador interrompeu meu sono e eu estendi a mão para pegar meu celular e desliga-lo na inútil tentativa de dormir um pouco mais. Me virei para o lado e meu subconsciente me despertou alertando que as férias haviam acabado. Inferno. Me espreguicei sem pressa e me levantei procurando minha dignidade que tinha ficado integralmente nas férias.

Eu não podia reclamar, havia ido em todas as festas que fui convidada, viajei, curti horrores e agora minhas obrigações me esperavam. Respirei fundo e caminhei até o banheiro na tentativa de tomar um banho e me arrumar.

Sai do banheiro e abri meu guarda roupa para procurar meu uniforme. Mas porque eu tinha essa mania de não achar minhas coisas? Depois de bagunçar tudo e ficar irritada, me olhei no espelho para me maquiar e arrumar o cabelo. O ergui para o alto num rabo de cavalo e comecei a me maquiar.

Ouvi uns gritos no andar de baixo e era minha mãe chamando eu e meus irmãos para tomar café da manhã.

Dei uma última checada no meu visual e desci para comer.

Já estavam todos na mesa me esperando, inclusive meu pai todo orgulhoso quando me viu, me sentei e comecei a comer junto com eles.

- Não vai dar bom dia filha? – Minha mãe disse inconformada.

Eu sorri forçadamente querendo apenas que o silêncio e a paz reinassem pelo menos no café da manhã.

- Esses jovens de hoje em dia... Já acordam mau humorados!

- Eu preciso ir, eu estou atrasada. – Peguei um pedaço de queijo branco e dei uma golada rápida no suco de laranja.

- Mas você nem comeu direito filha??!

- Tchau família, até mais tarde, eu estou muito atrasada. – Falei depositando um beijo na testa da minha mãe, na do meu pai, nos meus irmãos e sai.

Corri na garagem de casa e liguei minha moto, ajeitei a bolsa transversal no meu corpo e coloquei o capacete.

- Cuidado nessa moto meu amor. – Minha mãe gritou pela janela da sala.

Eu joguei um beijo para ela e dei partida.

[...]

As férias poderiam ter terminado, mas os pré-jogos estavam a todo vapor e eu como uma boa taurina competidora, já tinha me inscrito para os próximos jogos.

Nosso treinador fazia questão de colocar todos os treinos nos nossos horários vagos das aulas teóricas. Eu mal podia esperar pelo grande campeonato entre as universidades do rio de janeiro.

Eu era muito aplicada e me dedicava integralmente aos estudos, consegui me destacar pelas minhas boas notas e principalmente pelo meu desenvolvimento e resistência física, não que eu me importasse em ser a nerd da sala, longe disso, mas eu tinha que manter minhas notas altas para permanecer no time.

Mas antes de eu contar sobre tudo o que acontece sobre mim nesses últimos dias, permitam-me apresentar. Eu sou a Ludmilla, a galera do time e meus melhores amigos me conhecem como Lud, eu estudo Educação Física em uma das melhores faculdades do Rio de Janeiro e desde que entrei para a Atlética, foquei em entrar para o time de futebol, e desde então, venho me dedicando a chegar no último status do time, o titular. Era péssimo ver todo meu potencial sentado no banco reserva, mas eu sentia que esse semestre isso ia mudar e estava me esforçando muito para ser reconhecida. Nos tempos vagos eu amava dar festas, tocava percussão e as vezes dava uma palinha quando a resenha era pagode.

Estava chegando na universidade quando meu celular tocou, e quando atendi a ligação era meu treinador pedindo para que eu fosse na coordenação do meu curso conversar com ele. Meu coração acelerou muito e eu sabia que era algo sério, no mínimo importante, ele nunca fazia esse tipo de contato principalmente querendo ver alguém pessoalmente.

Fui correndo pelos corredores da universidade quando vi as líderes de torcida conversando antes de iniciarem o primeiro ensaio na sala delas. Achei estranho o movimento em volta de uma garota loira de cabelos longos que eu não conseguia ver o rosto, achei estranho, na torcida só havia morenas. A curiosidade era tanto que eu parei pra ficar observando que era e deduzi que ela seria a garota que ia preencher a vaga que faltava na torcida. Olhei para o meu apple watch e vi que estava no meu horário e não podia me atrasar.

- Vem cá Lud, se liga na nossa nova tilider. – Lari a tilider mais conhecida e famosa me puxou pelo braço não me deixando sair.

- Eu estou atrasada Lari. – Tentei impedi-la numa tentativa em vão.

Me aproximei das meninas as cumprimentando com um beijo no rosto quando ela sorriu para mim timidamente.

- Oi .. – Fiquei esperando ela se apresentar quando ela se aproximou e falou seu nome e me cumprimentou com um beijo no rosto.

- Prazer Brunna, eu sou a Lud. Seja bem-vinda ao time. Hoje à noite tem festinha para os calouros lá em casa, vai com a Lari. – Eu sorri para ela e ela olhou pra Lari constrangida.

Me despedi de todas correndo novamente e imaginando como seria a festa com uma nova tilider, geral ia querer ficar com ela, e até que ela era bonitinha. Passei por alguns corredores quando cheguei na grande porta escrito "Coordenação".

Bati na porta algumas vezes e ouvi uma voz masculina um pouco grossa e rouca do lado oposto pedindo para que eu entrasse. Quando entrei na sala ele estava lendo um papel, parou de ler pra me encarar e pediu para que eu me sentasse. Ele ajeitou os óculos no rosto e virou o papel para que eu lesse. "Contrato de admissão do time de futebol".

Comecei a ler e o último parágrafo fez meu coração acelerar me impedindo que eu continuasse de ler todo o resto.

- Caraca Professor, isso é sério?

- Você tem até amanhã para assinar, e se estiver de acordo, amanhã mesmo te passo toda a parte burocrática de treinos e alimentações.

- Falou professor. – Me levantei com o papel na mão. – Eu estou muito feliz, o senhor nem faz ideia.

- Espero que tenha lido até o final. – Ele riu sarcasticamente.

- Eu leio depois Professor, pode deixar, muito obrigada pela oportunidade, sério eu queria muito. – Sorri para ele e sai da sala encostando a porta atrás de mim.

- Caralho! – Comemorei olhando para o papel.

- Eu posso saber por que a mona está toda felizinha? – Marcos me cumprimentou tirando o papel da minha mão e dando um tapa na minha bunda.

Marcos, 18 anos, meu melhor amigo e o gay mais conhecido da universidade toda. Todos os boys queriam ter uma chance com ele, até os que diziam serem héteros antes do segundo copo de cachaça. Ele era o tipo que chamava atenção, parecia o Big Sean, se vestia bem e entendia de moda. Amava balada noturna e estudava Moda, mas coincidentemente tínhamos algumas matérias juntos. Nós éramos como irmãos, ele me defendia de tudo e todos e sabia dos meus maiores segredos, a gente se conhecia desde o Fundamental e desde então, não nos desgrudamos mais.

- De os parabéns para a nova titular do time de futebol. – Me curvei para ele o saudando.

- Ahhhh... Não acredito mana, arrasou muito! Se já pegava o colégio todo imagina agora.

- Para Marcos! – Bati no ombro dele sorrindo sem jeito.

- Mais um motivo para comemorar na sua festinha de hoje. – Ele fez uma cara de safado.

- Em falar em festa, chamei a novata.

- Hum, artilheira que já quer fazer o gol. Sua safada! – Fomos caminhando para sala de aula quando o sinal tocou.

- Cala boca Marcos. Tudo bem ela é gata, faz meu tipo, é gostosinha, mas você sabe como eu sou, ela nem vai querer ficar comigo, ela tem mó cara de burguesinha hétero.

- Quem não quer ficar com você garota? Se liga, eu hein. Até as pocs abrem as pernas quando você passa meu amor!

Soltei uma risada alta me despedindo do Marcos que ia para a sala ao lado e entrei na minha sala fazendo a atenção de todos virem para mim, inclusive a da Professora.

- Muito bem Ludmilla, atrasada no primeiro dia de aula. Espero que mude seu comportamento esse semestre, aqui não é mais ensino médio se você não percebeu.

- Ihhh Pro, deixa de caô, eu estava com o Coordenador, achou ruim fala com ele.

- Senta antes que eu te tire da sala. – Ela disse irritada, porém sem motivo.

A professora de anatomia era toda marrentona, sempre queria me diminuir e me fazer passar vergonha. Ela caminhou pela sala até chegar perto da minha carteira e me encarou.

- Cadê seu material Ludmilla?

- Está incomodada demais comigo, eu hein.

Ela deu de ombros e continuou andando pelos corredores das carteiras e falando sobre seu plano de aula.

- Vamos dar boas-vindas a nossa nova colega que se transferiu para nossa universidade. Espero que sejam solidários a ela e a trate bem. Ouviram?

- Com certeza bem melhor que você. – Dei de ombros fazendo a classe movimentar.

Eu não tinha me dado conta que a garota que ela se referia era a Brunna que eu havia conhecido a pouco. Porra, cala boca Ludmilla, não paga mico na frente dela.

A aula se iniciou e vez ou outra pegava ela olhando para mim e soltando um riso fácil. Seria ótimo ter aula de anatomia com uma princesa dessa na sala. Inclusive anatomia feminina? Eu dominava!

A aula terminou e a próxima seria na quadra aberta. Fui para o vestiário me trocar e ela saiu do banheiro apenas de calcinha e sutiã segurando seu novo uniforme na mão. Eu estava acostumada com aquilo, mas não estava entendendo por que ela me deixava assim. Era normal ver as meninas se trocando, por que meu surto agora?

- Hey Lud, vou levar umas bebidas hoje à noite. – Patrícia falou passando por mim me fazendo tirar atenção da Brunna a perdendo de vista.

Patrícia, uma das minhas melhores amigas e confidentes. Amava ir para os rolês com ela. Porra louca era seu apelido e ela vivia brigando comigo por tudo. Amava aquela garota e ela era do meu trio. Patty, Marcos e eu. Ela era tilider também e da minha sala em algumas matérias.

- Inferno Patrícia, para onde ela foi? Você me fez perde-la de vista.

- Ela quem Lud? Porra já está na dela?

- Na dela quem garota? Se liga. – Tirei a roupa para me trocar quando ela entrou.

Ela passou por trás de mim tocando delicadamente nas minhas costas. Eu virei para trás e ela sorriu de um jeito diferente me deixando constrangida. Que raios ela me deixava nervosa. Saco.

- Ih primeiro dia de aula já está assim Lud? – Patrícia falou zombando de mim e saiu para se trocar.

As meninas saíram do banheiro para iniciar o treino e ela ficou, ela estava trocada com seu novo uniforme verde com branco mostrando sutilmente as coxas, com um decote que não deixava a desejar e seu cabelo liso loiro claro cumprido preso num rabo de cavalo. Ela passou por mim exalando um perfume doce e parou na minha frente antes de ir me impedindo de sair.

- Me falaram que você é a mais popular do time e que você joga muito bem. Eu quero saber se joga mesmo tanto quanto é gata. – Sua voz se tornou sedutora enquanto ela acariciou meu braço malhado e mordeu o lábio inferior.

Eu travei. Porra Ludmilla vai, fala alguma coisa. Eu apenas olhei para ela erguendo uma sobrancelha me fazendo de difícil e ela saiu correndo no campo gramado dando uma mortal para trás, se virou pra mim rindo e deu uma piscada.

Eu não acredito que a novata ia me intimidar. Chacoalhei a cabeça e sai do banheiro correndo para o treino. Fui correr com as outras meninas do meu time enquanto a olhava dançar com a torcida. A bunda dela tinha vida própria, já vi que teríamos uma nova líder para o time, ela dançava muito e seria difícil me concentrar por aqui.

- Foco Ludmilla. – O treinador gritou nervoso em minha direção.

Abaixei a cabeça e aumentei a velocidade da corrida quando olhei para o lado onde ela estava e ela se agachou e jogou a bunda para mim me provocando.

Ela sabia que eu estava dando sinais e uma tensão sexual começou a surgir. Uma vontade de beijar ela invadiu meu pensamento me distraindo de novo. Nem nos meus melhores sonhos ela ficaria comigo, linda demais para mim, não é possível que ela estava fazendo um jogo comigo.


[minutos depois]


Hooligans x The Wall


O jogo de interclasse já havia começado e elas torciam do outro lado do campo junto com o mascote. Foquei minha atenção e fiz o primeiro gol daquele fim de manhã. Sai em comemoração quando ela puxou um coro em alta voz: " Me da um L, me da um U, me da um D, me da um M, me da um I [...] "Ludmilla, Ludmilla, Ludmilla".

Eu ri desacreditando da ousadia e o juiz apitou iniciando novamente a partida. Eu corri perto dela para pegar a bola e ela gritou para eu fazer um gol para ela. Abusada, mal chegou e já está assim achando que pode pedir gol. E ela podia, podia pedir o que quisesse para mim.

Fiquei prestando atenção nela dançar quando o time adversário fez um gol empatando a partida.

- Inferno. – Bufei e voltei para pegar a bola.

- Presta atenção Lud. – Minha parceira de time chamou minha atenção. – Onde está sua cabeça bicho?

- Foi mal. – Bati na mão dela como de costume antes de iniciar a partida e voltamos a jogar.

O jogo terminou em 2x1 para o nosso time e fomos para o banheiro tomar banho e se arrumar para ir embora.

- Te vejo a noite? – Lorena passou por mim e me cumprimentou.

Lorena, 18 anos, joga no mesmo time que eu na posição de atacante, uma das meninas mais gatas do time e ela era apaixonada por mim. A gente já tinha se pegado numa festa de jogos na faculdade, e até rolou uma pegação mais quente depois, o que deixou ela ainda mais apaixonada por mim e desde então sempre que tinha uma oportunidade, falava que queria ficar comigo de novo. Não que eu não gostasse, tê-la aos meus pés era privilégio para poucas, mas eu tinha a alma de pipa voada e não gostava de me prender a ninguém.

- Vai colar lá na festa? – Ajeitei minha mala enquanto ela me olhava.

- Está me convidando?

- Na verdade, eu chamei todo mundo Lo. – Falei sem fazer contato físico.

- Suave. Se rolar eu vou. Vou malhar a noite.

- Beleza então, se você for leva suas amigas! – Falei sugestiva fazendo ela entender o que eu queria.

Ela concordou rindo incrédula e saiu do banheiro quando eu percebi que estava sendo observada. Tirei minha chuteira dos pés e coloquei outro tênis quando senti o novo e irreconhecível perfume do colégio parar perto de mim, era ela. Mas que porra meu coração acelerava assim?

- Tchau Lud, prazer te conhecer.

- Tchau gatinha. – Me levantei para cumprimentá-la dando um beijo no rosto e ela pegou na minha cintura apertando sutilmente. – É... você vai na minha festa? – Falei sem jeito olhando pra mãos dela na minha cintura quando ela me soltou.

- Não sei, não sou acostumada com festinhas universitárias sabe, rola o que? – Ela estava se fazendo de difícil ou de desentendida?

- Muita bebida, música, pegação, drogas e é isso. É um problema para você? – Ajeitei minha bolsa no ombro e fomos caminhando até o portão de saída.

- Não, é só falta de costume mesmo, ninguém me convida para sair, é só casa para academia e faculdade sabe? – Ela fez uma cara de entediada e riu dando de ombros.

- Então você vai? – Parei perto da minha moto.

- Não crie expectativas Lud, não vou te prometer. – Ela disse jogando o cabelo para o lado e me olhando séria.

- Tudo bem. – Disse sem jeito. - Então até a próxima aula Brunna. – Subi na moto.

- Até Lud e pode me chamar de Bru. – Ela sorriu gentilmente e foi ao encontro da Larissa.

- Tchau Bru. – O "Bru" soou tão doce e íntimo que perdi o rumo da chave no buraco do contato da moto.

 Ela era tão fofa e tão sexy ao mesmo tempo. Como conseguia ser assim e mexer comigo desse jeito? Ela parecia uma obra de arte cuidadosamente desenhada por Michelangelo. Ela vestia uma calça jeans clara rasgada nas cochas e uma regata pink. Seus cabelos soltos loiros batendo na cintura balançando com o vento, um tênis branco e mochila rosa bebê nas costas.

 Fiquei olhando-a encontrar com a Lari. Torci para que ela olhasse para trás, mas ela não o fez. Coloquei o capacete na cabeça e quando dei partida, atrai olhares para mim pelo barulho do ronco da minha moto.


Brunna Gonçalves.


Assim que encontrei a Lari ouvi um barulho de moto atrás de mim, olhei para confirmar quem era e era ela, notório que ela gostava de chamar atenção, ia ser difícil conquistar essa garota, no mínimo tinha um "leão" perdido em seu mapa astral. Entramos no carro da Lari para ir embora, coloquei minhas coisas no banco de trás e estiquei minhas pernas na tentativa de relaxá-las. Primeiro dia de aula e o treino havia sido muito puxado.

Meus pais haviam se separado e nos últimos anos eu estava cursando o ensino médio na cidade onde meu pai morava, quando entrei para a faculdade tentei transferência para a cidade da minha mãe e fui morar com ela e meu irmão. A adaptação na casa dela de início foi bem difícil por ela ditar as coisas da forma dela, criação do interior, bem regrado e tudo sob o controle dela, mas eu sobreviveria. Por outro lado, meu primeiro dia na faculdade me rendeu boas risadas e sensações. Teria um longo ano pela frente.

- Eai amiga, gostou da facu? – Lari colocou o cinto e ligou o carro.

- Superou minhas expectativas, está valendo a pena o valor que estou pagando na mensalidade, essa facu é perfeita.

- Você não viu nada ainda. – Ela focou sua atenção no volante.

Liguei o som quando ela voltou a conversar quando paramos no farol.

- E fez bastante amizades hoje?

- Ninguém de interessante. – Menti.

- Não gostou das meninas da torcida?

- Ah, gostei até... todas têm muito potencial e são bem unidas.

- E o time da sala?

- Normal, as meninas jogam bem, mas precisam treinar muito se quiserem ganhar um campeonato. Onde quer chegar? – Sorri entendendo o rumo da conversa.

- Conta logo, gostou de alguém? – Ela voltou a dirigir.

- Ai amiga, você sabe né, vários meninos vieram falar comigo, mas são todos tão... – Falei com ranço. – E eu não estou aqui com esse objetivo, me respeita.

- Se liga, eu te conheço melhor do que ninguém. E depois que você terminou fica ai se fazendo de difícil e não se permitindo. E a Ludmilla? – Ela disparou.

- O que que tem?

- Não curtiu ela?

- Ela é bem gata, joga bem, foi super simpática comigo e me chamou para festa na casa dela, mas..

- Mas (?) Olha, ela é mala quando ela não gosta de alguém, se te tratou bem amiga, já tem pontos com ela.

- Pontos?

- Ela não dá moral para qualquer uma, principalmente para as novatas. Ela deve ter gostado de você.

- Ela é lésbica né?

- Ela é bi, mas as últimas pessoas na facu que ela pegou foram mulheres.

- E quem ela já pegou? – Perguntei curiosa.

- Hum, vamos lá.. Patrícia. Elas são amigas mas sempre se pegam nas festas sabe? Quando estão muito loucas rola uns beijos. Já pegou a Lorena umas vezes também, mas não são amigas como a Patrícia, pegou duas meninas do time, que eu me lembre só. Mas na real, geral quer ela. Eu não sei o que ela tem que dá umas coisas assim... – Ela abanou em direção da virilha.

- "Nera" hetero Larissa? Que gatilho é esse? – Falei sem entender rindo dela.

- Ela coloca a prova qualquer orientação sexual, amiga. Bem difícil lidar com aquela mulher.

Fiquei em silêncio pensando em tudo que ela havia me falado hoje e nas aberturas que ela tinha me dado. Por que eu não aproveitei todas elas?

- Vamos na festa né? – Larissa cortou meu pensamento.

- Não sei amiga, não quero parecer fácil.

- Então você gostou dela né safada.

- Caralho Larissa dirige esse carro, não me deixa com vergonha.

- Vai ser bom para você conhecer todo mundo, e vai vários gatinhos, quero sair de lá como?!

- Depois eu que sou a safada.

- Eu te pego as 21:00.

- Ai ta bom vai, eu vou mas você fica comigo que eu não quero me sentir perdida la.

- Essa é minha garota.

Cheguei na minha casa, aproveitei para comer alguma coisa com a Mia, minha mãe, e fui para o meu quarto arrumar uma roupa para de noite. Liguei meu celular e me joguei na cama morta de cansada, essa festa teria que valer muito a pena para me fazer sair de casa no meio da semana. Entrei no insta e vi que ela tinha me seguido. Meu coração acelerou e eu fui no feed dela quando fiquei de cara passando as fotos.

- Que gostosa meu Deus, perdoa meus pensamentos mas já pequei. – Sussurrei.

Várias fotos dela com uniforme do time, na academia, na praia com roupa de banho e que perdição de mulher! Acabei curtindo uma foto sem querer e descurti logo em seguida.

- Burra, tomara que ela não tenha visto.

"Oi Bru, curtiu minha foto e tirou o like?! Que isso gatinha, desaprendeu mexer no insta? hahaha eu to te esperando hoje à noite."

Vi a mensagem dela chegar na barra de notificação e quase morri de vergonha. Meu Deus eu sou muito sem noção. Ela vai achar que eu sou uma idiota.

- Merda ela ta online. Vou entrar no jogo dela para tentar corrigir e não deixar uma má impressão.

Virei de barriga pra baixo com os pés erguidos para cima e mandei uma mensagem para ela.

"Por que eu deveria ir à sua festa?"

"Porque não é qualquer pessoa que eu chamo, e se te chamei você deveria considerar. Sei que você não é difícil." – Ela respondeu no mesmo segundo, ponto pra mim.

"Vou pensar no seu caso."

Me peguei rindo para o celular.

- Deixa de ser besta Brunna, vai ficar gamada logo na jogadora mais cobiçada do time? Isso é suicídio social. – Falei para mim mesma.

Fui tomar um banho e me arrumar, não tinha nada a perder mesmo.

Não demorou muito para Lari buzinar incessantemente.

Eu coloquei uns shorts colado preto, tênis preto e um top branco com decote. Soltei o cabelo e peguei meu celular. Dei a última conferida no meu corpo e na minha maquiagem pelo espelho e desci as escadas.

- Nossa para quem não ia você demorou hein. – Larissa disse irritada pela demora.

- Sorry amiga, eu estava insegura.

- Você está gostosa, até eu te pegaria, agora coloca o cinto que a gente está atrasada.

- Você dirige devagar que eu quero chegar viva Larissa. Tudo isso é pressa?

- Pressa de beijar várias bocas.

- Você precisa arrumar um namorado para aquietar essa xota garota.

[Minutos depois]

Lari desligou o som e estacionou seu carro em frente uma casa incrivelmente perfeita.

- Meu Deus do céu, essa é a casa dela? – Sai do carro olhando para a grande mansão na minha frente.

- Finge costume e vamos. – Ela me deu o braço e fomos caminhando para a grande porta branca.

Entramos na casa ao som do pancadão, várias meninas descendo até o chão, rebolando de forma que parecia disputa, casais se beijando, uma galera se jogando na piscina e muita bebida espalhada pelo grande cômodo a minha frente. A gente foi passando pelas pessoas até encontrar um lugar para ficar quando um garoto que eu logo reconheci da minha sala puxou a Lari e a beijou.

Eu não acredito que ia ficar sozinha nessa festa, Larissa tratante.

Sai de onde eles se pegavam e fui me servir.

Peguei uma taça grande e preparei minha bebida, entre todas as disponíveis rodeadas de frutas e gelo, peguei gin coloquei 3 gomos de tangerina, coloquei alecrim, muito gelo e um pouco de limão.

Me virei para analisar as pessoas que me cercavam e dei um gole na minha bebida. Eu não estava acostumada a beber e senti uma leve queimação descer pelo meu corpo me dando uma sensação gostosa. Dei mais uma golada até que senti alguém se aproximar.

- Oi Brunna! – Patrícia me cumprimentou com um beijo no rosto toda simpática sorrindo.

- Oi. – Disse tentando me situar.

- Já vi que sua amiga está ocupada. – Ela riu. – Vem ficar com a gente!

- A gente quem?

- Ludmilla meu anjo, ela ta te esperando e está toda agoniada que você não chegava, mas não conta que eu te falei, ela tem gay panic.

- Tudo bem, prometo guardar segredo. Mas porque ela fica assim? – Fomos caminhando até ela que estava um pouco distante em outro cômodo.

- Papo reto, ela ta afim de você, mas ela tem todo um nervosismo quando quer alguma coisa. Geralmente as meninas que chegam nela, entendeu?

Eu queria muito rir, como pode alguém com a moral dela ser assim tão fofa? Que perfeita ela ser assim, sinal que minhas investidas tinham dado certo. Eu também queria então, já sabia que caminho tomar.

- Obrigada por me contar.

- É reciproco? Diz que sim, não faz minha amiga sofrer hein caralho.

Dei risada sem graça.

- Acha mesmo que eu não quero pegar ela?

- Ai graças a Deus, então vai que é tudo seu.

- Pode deixar.

Chegamos onde ela estava conversando com o Marcos e ela abriu um sorriso quando me viu. E que sorriso! Inferno de garota linda, ela sorria com o olhar, tinha um jeito tão conquistador que eu estava com medo de começar a ficar rendida por ela. Era só um beijo e nada além disso.

- Marcos vem aqui comigo pegar uma bebida?

- Vamos mona.

Marcos me cumprimentou e saiu sendo praticamente puxado pela Patrícia.

- Eai Bru, chegou agora? – Ela estalou um beijo na minha bochecha.

- Cheguei e já fui trocada pela a minha amiga.

Ludmilla tentou procura-la e riu quando achou.

- Aqui é assim mesmo, galera não perde tempo.

- Ah é?! – Disse sugestiva.

- Daqui a pouco alguém chega em você! – Ela disse fazendo careta.

- Duvido, eu estou acompanhada.

- Ah é, com quem?

- Você é besta ou se faz?

- Depende Bru, que tipo de companhia você quer que eu seja.

Dei uma golada na minha bebida e fiz uma cara de "entendi a indireta filha, continua assim". Ela se aproximou e tragou o narguilé que ela estava usando.

- Eu quero! – Ela me deu a mangueira para eu tragar.

Ela ficou me olhando como se estivesse hipnotizada.

- Caralho o que tem aqui? – Tossi.

Ludmilla riu de mim.

- Tem um pouco de maconha. – Ela deu de ombros.

- Pouco? Se acontecer alguma coisa comigo você é a culpada.

- Só dormir aqui, ta com pressa de ir para casa?

- Nenhuma. – Me aproximei dela e acabei de beber meu drink.

Eu já havia ficado com outras meninas antes, mas ela me dava umas sensações diferentes, era como se meu corpo precisasse do dela, eu tinha necessidade de beijá-la e a forma como ela me olhava me convidando para que isso acontecesse era completamente sedutor. Eu sabia que ela queria.

Peguei a mangueira de novo da sua mão e traguei, fui soltando a fumaça perto da boca dela fazendo ela sorrir maliciosamente e ficando com o corpo mais perto do meu cada vez mais, até que eles já estavam colados. Terminei de soltar a fumaça e assim que senti sua mão na minha cintura me aproximei para beijá-la. Eu tremia não vou negar, ela era linda demais pra ser verdade.

Senti seu braço me envolver e a outra mão segurar minha nuca por debaixo do meu cabelo. Sua pegada era tão gostosa e convincente que ela queria assim como eu que eu apenas correspondi.

Quando nossos lábios se colidiram, eu senti uma sensação completamente incomum, suficiente e prazerosa. Nossas bocas se encaixaram perfeitamente e eu correspondi da melhor forma possível. Minhas mãos acariciavam suas costas durante o beijo e ela apertava minha nuca como se não quisesse me perder. Me perder de que, se eu não tinha pretensão de sair dali tão cedo?

Ela me encostou na parede e pressionou seu corpo no meu, eu podia sentir sua respiração alterada e seu batimento acelerado. Sua mão acariciava meu pescoço durante o beijo e a outra foi descendo até onde ela quis. Eu não ia ser louca de impedir, estava gostoso demais para impor limites para ela, e foda-se se ela pensasse que eu era fácil ou qualquer outra coisa do tipo, eu queria ela.

- Você beija benzão hein Bru! – Ela falou terminando o beijo e mordei meu lábio inferior.

- Você também beija bem pra caralho garota, mas vamos sair daqui eu to um pouco tonta. – Falei rindo.

- Bateu né? – Ela riu da situação que eu estava e me levou pro quarto dela.

Para onde a gente ta indo? Ela me levava de mão dada e me deu ataque de riso.

- Você está bem? Rindo sem motivo.

- Eu sei lá, eu só quero você. Eu só quero beijar essa boquinha linda. – Virei rindo e coloquei o dedo na boca dela.

- Espero que não esteja bêbada e amanhã não se lembre do que fez.

- Quem está bêbada aqui? – Eu ria sem parar.

Ela me puxou pra dentro do quarto e eu me sentei na cama dela apoiando as mãos para trás olhando pra ela caminhando na minha direção. Ela subiu em mim e foi me deitando na cama.

- Você é muito gata cara, que sorte que você apareceu. – Ela disse pra mim acariciando meu rosto.

Envolvi meus braços em torno do seu pescoço e fiquei olhando para ela admirando cada parte do seu rosto, seu olhar intenso, seu sorriso perfeito, seu perfume que ativava a piranha que habitava em mim e uma pegada perfeita, eu não queria mais nada aquela noite.

Ela tinha uma agilidade com as mãos que eu já estava entregue a ela. Ela me beijava enquanto apertada meus seios e deslizava seu corpo no meu. Que gostosa. Obrigada universo.

- Eu estou ficando com calor, não quer tirar minha roupa? – Sugeri já abrindo o zíper dos shorts.

Ela se levantou e enquanto puxava minha blusa começou a beijar minha cintura me fazendo arrepiar inteira.

- Melhor agora? – Sua voz esteva cheia de desejo e prazer.

Eu queria muito que rolasse alguma coisa a mais, mas estava insegura e um pouco tonta, não sabia o que fazer nem como agir, ela era boa demais pra mim e realmente quem brinca com fogo, se queima, estava disposta a sair queimada desse jogo.

- Eu ainda estou com calor, vamos beber? – Falei a puxando pelo cabelo.

- Caralho não puxa assim que eu gamo. – Ela disse safada.

Ela se levantou rindo e foi até seu frigobar buscar bebida para nós.

- O que você quer? Tem cerveja, wisque, vodca..

- Vodca.

- Vou por energético tá?

- Ta, coloca e vem!

Ela ligou o ar condicionado e me entregou o copo, eu dei uma golada grande sentindo bater no meu estômago na mesma hora. Porra, era para ficar bêbada? Então vamos ficar.

Ela bebeu de guti guti sua bebida e eu a puxei em cima de mim quando ela veio com vontade me beijar. Ela desabotoou seu sutiã e enquanto me beijava acariciava o bico do meu peito e o apertava sucessivamente o sugando em seguida.

- Isso Lud, faz assim. – Gemi.

Senti minhas pernas sendo apertas sutilmente por ela enquanto ela continuava me beijando, eu estava presa naquele beijo, tão gostoso e tão quente. Me faltavam adjetivos para qualificar o quão bom aquilo estava.

Ela parou de me beijar aos poucos e olhou pra baixo indicando que queria, mordeu a boca e sorriu. No mínimo ela sabia que o sorriso dela me desmontava inteira.

Peguei sua mão que estava no meu seio e antecipei o trabalho para ela. Depositei na minha virilha e ela acaricio tão gostoso que eu cedi e abri ainda mais as pernas. Ludmilla tirou minha calcinha e passou a mão em mim, de uma forma que eu não sei qual foi ela deslizou seu dedo na minha entrada e eu arqueei meu corpo com o contato soltando um gemido incontrolável.

- Por que você tem que ser tão gostosa? – Ela sussurrou quase sem força.

- Gostosa é você, olha para esse corpo, puta que pariu! - Nunca vi uma bunda tão gostosa quanto aquela.

Ela me estocava deitada em cima mim e beijava meu pescoço o chupando revezando com meu peito. Ela era tão ágil que eu me rendi e deixei ela fazer o que queria. Enfiou mais um dedo e por fim, um terceiro e estocava deliciosamente quando ela abaixou e começou me chupar, sua língua deslizava no meu clitóris o deixando duro e excitado. Segurei seu cabelo enquanto sentia sua boca dominar cada tanto do meu corpo. Caralho, ela fazia muito bom.

Comecei rebolar devagar fazendo seu dedo entrar mais em mim, seus dedos eram grandes e firmes, sabia o que estava fazendo comigo. Enquanto eles trabalhavam agilmente entrando e saindo de dentro de mim, sua língua fazia movimento circulares no mesmo ritmo até que ela aumentou a velocidade e beijava e a mordia enquanto ela se excitava junto comigo. Ela chupava meu lábios e passava aquela língua quente e grossa pelo meu clitóris.

Ela colocou a outra mão pra baixou e eu deduzi que ela se tocaria, nosso corpo estava no ápice do prazer e tudo que eu mais queria era gozar, nunca pensei que me entregaria assim pra ela tão rápido, mas teria me arrependendo se eu não fizesse.

Ela se tocava tão gostoso rebolando enquanto gemia pra mim e me fodia ao mesmo tempo que meu corpo não aguentou mais segurar a adrenalina.

- Isso, eu vou gozar! – Disse rendida quase gozando deliciosamente na boca dela.

- Vai, isso faz assim que eu vou gozar junto. – Ela se masturbava tão gostoso que era muito perturbador. Eu gozei – pra – ela.

Horas atrás eu nem queria ir pra festa dela, e agora eu estava deitada em seu peito nu sentindo sua respiração se normalizar.

- Está tudo bem? – Ela disse preocupada, mas sorriu de uma forma fofa.

- Eu estou ótima! – Sorri para ela e ela me deu um selinho demorado. – Não poderia estar melhor.

- Você está fodendo literalmente comigo. – Ela disse sincera.

- Ué, mas por que? – Me deitei melhor no ombro dela fazendo contato visual.

- Nunca fiquei com ninguém assim, de querer transar no mesmo momento que conheço a pessoa, eu queria dar para você ontem mesmo.

- Não resistiu né?

- Nem um pouco.

- Eu só vim porque você mexeu comigo também. Nossos corpos parecem ímãs e eu gosto de estar perto de você.

- Eu também. E agora?

- Cola em mim. – Falei divertida.

- Eu colo hein. – Ela acariciou meu cabelo analisando minha boca.

Eu vou prometer pra mim mesma que isso foi só uma foda, uma foda perfeita por sinal e que amanhã ela vai esquecer de mim. Eu não vou me iludir ela é boa demais pra mim.

- Diz a lenda que quem me beija se apaixona. – Soltei sem medir as consequências, eu ainda estava sob o efeito do álcool.

- E se eu disser que me apaixonei antes de te beijar?

- Ah.. mas você só pode estar de brincadeira!

- Nunca falei tão sério.

- Mas você é toda fodona, pega quem quer, é gostosa pra caralho, como se apaixona sem me conhecer?

- Não sei explicar, só sei sentir. Você quer ficar aqui comigo essa noite?

- Ai deixa eu pensar... – Segurei o rosto dela e a beijei. – Claro que fico boba.

- Quer descer ou ficar aqui?

- Eu estou com fome, mas prometo que durmo com você hoje.

- Então vamos descer, vem se troca.

Levantamos com o corpo completamente mole e nos trocamos. Ela segurou na minha mão e fomos até o andar debaixo onde tinha a comida sendo servida.

- Eu gostei da sua casa. – Falei pra ela animada.

- Quer conhecer depois?

- Ah, eu quero. Deve ser enorme.

- É bem grande mesmo, digamos que meus pais são exagerados com isso.

- E eles não se importam que você traz todo mundo para cá?

- Não ligam pra nada, e eles nem estão aqui, foram viajar com meus irmãos e retornam amanhã.

Eu peguei alguns salgados que tinham sobre o balcão e ela foi falar com o Marcos que veio na direção dela.

- Garota, eu estava te procurando. – Lari chegou por trás de mim e pegou um dog enquanto falava comigo.

- Me achou. – Enchi a boca.

- Onde você estava cara?

- Transando. – Falei de boca cheia.

- O QUE? Com quem?? – Ela arregalou os olhos já sabendo da resposta.

- O que você acha?

- Meu Deus Brunna, você não perde tempo mesmo hein.

- Amiga, rolou. Ela tem uma pegada muito boa eu não resisti, e também eu to muito louca sabe, foda-se se amanhã ela não quiser de novo ou não lembrar de nada.

- Ela vai querer viu! Ela é ruim de esquecer essas coisas!

- Acha que ela vai falar que sou rodada? – Disse angustiada, mas continuei comendo.

- Claro que não amiga, para com isso, ela não é assim!

- Hunf... – Bufei largada com meu salgado na mão.

- Que larica é essa?

- Amiga, só Deus pode me julgar!

- Você.. não.. não acredito.. usou?

- Foi só um pouco de maconha segundo ela, nada demais, to suave.

- Se você diz, ok! E me diz, gostou? Ela transa bem?

- Bem é apelido meu anjo, ela fodeu com força.

- A própria Christian Grey?!

- A própria Lari! E olha, não vou negar, perfeita eu amei, quero mais.

- Vixe gamou.

- Não gamei sua doida, mas quero replay, não posso?

- Você pode tudo linda. – Ela terminou de comer.

- Vamos dançar?

- Bora. – Deixei o papel na mesa e sai com ela.

A sala estava cheia de gente curtindo e eu e a Lari fomos pro meio dançar. Os olhos vieram todos pra nós e se abriu um circulo a nossa volta. Geral cantando e pedindo pra gente dançar mais. Na empolgação comecei a rebolar e me virar em círculos com a mão pra cima quando notei ela me olhando e batendo palma em comemoração.

Eu ia seduzi-la até ela me levar para aquele quarto de novo e não me tirar mais de la.

Ela se aproximou mais do círculo e cruzou o braço me encarando e duvidando do meu potencial.

Continuei dançando e rebolando de uma forma sedutora. Joguei o cabelo pro lado e virei minha bunda em direção a ela e fui descendo maliciosamente quebrando até o chão.

Ouvi ela me elogiando e quando virei ela estava ali babando horrores com a boca aberta.

- Caralho a novata é boa hein. – Um amigo dela comentou.

- Princesinha, pegava fácil. – Outro comentou.

Parei de dançar e fui pegar uma bebida quando senti uma mão me puxar.

- Fica comigo?

- Como assim? – Ri sem jeito.

- Você é muito gata, eu quero te beijar. – Ela se aproximou de mim tentando me beijar quando a Ludmilla chegou a impedindo.

- Ela está te incomodando Bru?

- Eu não sei quem é ela na verdade.

- Lorena meu anjo. Fala pra Ludmilla sair daqui que ela ta empatando?

- Ô abusada, pode pegar quem você quiser, menos a Bru.

- Eh, está de caô qual é? Desde quando é assim? Eu pego quem eu quiser.

- Hoje a Brunna é minha.

- Gente, não precisa discutir ok? – Interferi a discussão.

- Que pena Brunna. Mas a gente vai se trombar muito ainda na faculdade, quando quiser beijar minha boca me chama! – Ela se aproximou de mim e quase me beijou.

- Ela é meio doida né? – Disse assustada pra Ludmilla.

- Sempre.

- Mas, vocês não ficam?

- Todo mundo pega todo mundo Bru.

- E por que me impediu de beijar ela? – Provoquei.

- Por que hoje você é minha, quer que eu repita isso quantas vezes?

- Está com ciúmes Lud? – Me aproximei para beijar o pescoço dela, respirei perto do seu ouvido e depositei um beijo.

Ela ficou sem jeito e acabou concordando, o que acabei achando fofo da parte dela. Ela me prendeu entre seus braços segurando no armário da sala e me beijou atraindo olhares para onde estávamos.

A festa rolou até o dia amanhecer e a todo momento a Ludmilla ficava vindo me abraçar e me beijar toda preocupava, tanto comigo se eu estava bem e se os convidados dela estavam se divertindo. Dentro desse tempo rolou vários jogos, dentre eles "Verdade ou Consequência" que resultou em muitas risadas. Ela é o tipo de menina festa, ela alegra qualquer pessoa e sua energia é fora do comum, impossível não se envolver na conversa dela, o assunto fluiu e acabei contando tudo sobre mim pra ela. Melhor coisa que eu fiz foi ter vindo nessa festa.

Depois da brincadeira abrimos uma roda de samba e pagode e acabei conhecendo seu lado musical, ela tocava cavaquinho e cantava tão bem que se faltava algum motivo pra eu não me apaixonar, agora já tinha acontecido, ela cantando se tornou minha voz preferida.

E agora depois de toda a resenha, eu me encontro deitada na cama dela em plena manhã esperando o dia amanhecer para ir para minha casa. Virei para o lado e vi que ela dormia, ela era tão linda, parecia um nenê, eu nunca ia imaginar que aquela pose de bandida no campus se tornaria assim dormindo.

Me aconcheguei perto dela e a abracei. Ela nem se quer se mexeu. Fiquei assim com ela zelando pelo seu sono quando o celular dela tocou.

- Meu Deus eu nem dormi e já preciso acordar? – Ela falou baixinho resmungando.

Eu fiquei quieta olhando pra ela tentando pegar o celular e ela se virou pra mim.

- Bom dia Bru. – Ela esfregava os olhos com preguiça.

- Bom dia Lud. – Sorri gentilmente.

- Eu preciso levantar, tenho treino na academia. Você quer ir comigo ou já vai pra casa?

- Eu vou pra casa, preciso arrumar minhas coisas pra aula de hoje.

- Tudo bem eu te deixo na sua casa.

- Vai me levar de moto? – Me levantei da cama pra me arrumar.

- Sim, você tem medo?

- Um pouco. – Ri com vergonha.

- Posso pegar o carro do meu pai, não tem problema.

- Não precisa, eu tenho medo mas eu me arrisco com você.

- Me sinto honrada. – Ela brincou e se levantou pra se arrumar também.


 Ludmilla


Assim que terminamos de nos arrumar, descemos para tomar café e minha empregada já havia preparado tudo. Eu peguei minha mala para ir para academia antes de ir pra aula. Me lembrei que tinha que levar o contrato assinado e o tirei da bolsa pra ler enquanto eu comia antes de levar a Brunna. Assim que terminei de ler me engasguei com o café.

- Cuidado Lud. – Brunna disse preocupada colocando a mão nas minhas costas.

- Está tudo bem, não foi nada. – Meu cu trancou.

- Parece estar aflita, o que houve?

- Lê essa linha aqui. – Indiquei com o dedo.

Ela começou a ler com a voz alta.

- "Concordando com os termos citados, entrará em vigor que, assim assinado, a partir desta data estou ciente que não poderei manter nenhum tipo de relacionamento afetivo enquanto estiver no time e tampouco ter relações sexuais durante o período determinado pela gestão educacional para foco entre atividades de treinos e campeonatos. Se houver, será disciplinado e se houver provas, expulso do time sem segundas oportunidades."

Brunna ficou olhando pra mim sem entender e eu respirei fundo antes de dizer qualquer palavra.

- É foda viu, eu estou prestes a realizar um dos meus sonhos e agora isso.

- Mas por que você está tão aflita assim? É só seguir certinho o combinado.

- Um ano sem me relacionar com ninguém cara, isso é impossível.

- Eles não vão te monitorar igual o BB relaxa, e outra, você não namora, o que seria muito pior.

- Mas eu meio que estou apaixonada, não queria esse choque de realidade agora.

- Apaixonada por quem Lud?

Me levantei e ajeitei as coisas para sair e ela vaio atrás de mim até o estacionamento.

- Apaixonada por quem Ludmilla?

Eu parei do lado da moto e dei um capacete pra ela.

- Você não entenderia.

- Por que não?

- Brunna... – Olhei pra ela antes de por o capacete e segurei na sua mão fazendo ela corresponder segurando a minha mão junto. – Eu gostei de ficar com você!

- Eu também gostei muito.

- Pode parecer loucura, mas você é bem diferente das meninas que eu me relacionei, não sei explicar, mas queria que rolasse de novo sabe? – Disse meio tímida.

Ela se aproximou de mim, segurou meu rosto e sorriu.

- Eu também quero ficar de novo com você, mas se é seu sonho eu vou entender sua escolha. Você sonha com isso a meses, e eu cheguei na sua vida agora.

- Não da para escolher, eu quero os dois.

- Eu vou estar aqui te apoiando, e prometo não te seduzir mais durante a faculdade, porque vai que você corre riscos né. – Ela chantageou.

- Então quer dizer que fora você vai? – Falei rindo.

- Ludmilla!!! – Ela falou colocando o capacete e fomos para casa dela.

Assim que deixei ela lá, me despedi com um selinho demorado, mas ela me puxou pela cintura e me beijou. Game Over, eu estava apaixonada, e o mérito era todinho dela.

Fui para a academia e depositei toda minha tensão e preocupação lá. Que caralho de decisão, nunca pensei que passaria por isso, logo agora que tudo estava dando certo, tudo bem que eu poderia ficar com a Brunna sem que ninguém percebesse, mas, e se pegassem? E se eu colocasse tudo a perder?

Coloquei meus fones de ouvidos e empurrei a barra de ferro com toda força do mundo, depois de concluir todos os treinos que o instrutor passou, peguei minha toalha para passar no rosto e abaixei para pegar minha garrafinha de água.

Fui para o banheiro da academia tomar banho e em seguida fui para faculdade. Fiquei a manhã toda pensando durante a aula no que eu faria e o que valeria a pena.

Depois de pensar muito, fui entregar o contrato para o coordenador que me esperava na sala dele.

- Muito bem Ludmilla, vejo que você tem uma carreira esportiva promissora na nossa Universidade, ótima decisão. Espero que cumpra todos os artigos de cumprimento do regime e alcance muitas vitórias e traga muito troféus para nossa casa.

- Sim professor, pode contar comigo. – Disse aflita mas feliz por ter conquistado isso, foi difícil chegar onde cheguei e eu ia dar o meu melhor, custe o que custar.

- Espero que cumpra tudo mesmo, sua fama de galanteadora no time é grande e você deve ter lido as entrelinhas do contrato.

- Sim professor eu li tudo. – Disse triste.

- Vai valer a pena, volta aqui na segunda pra eu te passar seus novos treinos e adaptação alimentar.

- Tudo bem professor, eu volto.

Voltei pra próxima aula de Recreação e Lazer e o professor havia pedido pra fazer uma roda sentando no chão. Procurei um lugar e fiquei do lado da Brunna, ela fez carinho na minha perna sem contato físico e logo voltou sua atenção para o professor.

- Deu tudo certo? – Ela cochichou sem me olhar.

- Sim! – Eu respondi no mesmo tom.

- Não parece estar feliz.

- Eu estou, mas a preocupação é maior.

- Fica tranquila, vai dar tudo certo.

[...]

O tempo foi passando e fui conquistando vitórias atrás de vitórias e quando nossa agenda batia, Brunna ia para minha casa e a gente ficava juntas. O carinho e afeto por ela foi crescendo cada vez mais e junto com isso minha paixão por aquela garota. Quando tinha algum rolê com o Marcos e a Patty eu sempre a levava, tomávamos o maior de cuidado possível para não sermos flagradas até que um dia na faculdade eu estava beijando a Brunna escondido, a gente ficou até a faculdade fechar e fomos para o vestiário.

Tudo estava sob controle, e a adrenalina que estava dando causava um tesão ainda maior e mais gostoso. Fazer algo sem poder era completamente emocionante, meu coração acelerava mais e a vontade de foder ela era certa.

A segurei pela cintura e levantei uma perna dela fazendo ela parar o beijo e rir baixinho.

- Você é doida! – Ela sussurrou rindo com a mão na boca.

- Você que faz isso comigo baby.

Voltei a beijá-la quando ouvimos um barulho vindo em nossa direção.

- Caralho. – Disse sem som.

A luz do banheiro se acendeu e a porta se abriu. Meu coração começou a acelerar e meu medo agora era real.

- Lava roupa todo dia que agonia. – Uma voz cantarolou em nossa direção. – Meu Deus que banheiro é esse? Essas alunas não cuidam de nada por aqui, que bagunça.

Logo reconheci a voz e vi que era a faxineira do turno noturno. Difícil seria sair dali sem ela ver.

Os passos foram intensificando quando ela abriu a porta do banheiro ao lado, Brunna me apertou e eu só queria rir da situação.

- Oh minha nossa senhora, essa porta está trancada, vou ter que pedir pra manutenção arrumar isso aqui.

Ela continuou indo nos outros banheiros e permanecemos quietas.

- Tudo arrumado por aqui, agora "vou-me embora".

A luz se apagou novamente e nós saímos bem na ponta dos pés, olhamos para fora e não tinha ninguém. A nossa sorte é que o estacionamento ainda estava aberto e fomos correndo em direção a minha moto quando percebi que uma das salas estavam com a luz acesa e assim que liguei a moto, meu Coordenador estava olhando pela janela pra ver a origem do barulho. Era só o que me faltava, não falei nada para a Brunna para não a preocupar e fui levar ela pra casa.

[...]

Segunda feira chegou e junto com ela um e-mail do meu coordenador na minha caixa de entrada, respirei fundo antes de abrir e era ele me convocando para uma reunião, o que me deixou mais preocupada foi ele ter pedido para a Brunna ir junto.

Assim que cheguei para a minha primeira aula agi como se nada tivesse acontecido, precisava pensar no que diria para ele. Sentei do lado da Brunna e mostrei pra ela o e-mail, ela me olhou incrédula e sem saber o que fazer, respirei fundo e tentei prestar atenção na aula.

Assim que a aula terminou nós duas fomos conversando no caminho para a coordenação, tentando entrar num acordo sobre o que iríamos falar, até que batemos na porta e ele pediu para entrar.

- Bom dia meninas, se sentem por favor.

Sentamos de frente a ele e ele começou o sermão, falou tanto que eu até cansei, falou sobre todas as responsabilidades possíveis que ele me julgou não ter.

- Já que terminou podemos ir? – Falei impaciente.

Ele me olhou sério e começou a falar de novo.

- O que as mocinhas estavam fazendo sexta feira na faculdade quando ela já havia fechado?

- Nada demais. – Falei séria e a Brunna balançava uma das pernas demonstrando nervosismo.

- Nada demais?

- Estávamos na detenção Professor, usamos os celulares durante a aula de laboratório e a professora nos mandou pra detenção, foi isso.

- Hum. – Ele se arrumou na cadeira. – Se houver qualquer problema parecido vou advertir as duas. Eu estou de olho Ludmilla, e o que eu não vejo, as câmeras me mostram.

- O senhor não deveria perder seu tempo com isso, alguma vez já dei algum tipo de problema?

Ele ficou em silêncio, mas pensativo.

- Acredito que não deveríamos estar aqui professor.

- Tudo bem, podem ir.

Brunna não disse sequer uma palavra de tão tensa que estava, apenas se levantou comigo, colocou sua mochila nas costas e saímos da sala.

- Como você consegue ser assim? – Brunna cochichou aflita.

- Assim como Bru?

- Convincente?! Você tem muita lábia, que isso gente?!

- Eu não estava afim de por tudo a perder.

- Não estou reclamando, você foi muito convincente, fez ele acreditar que realmente estávamos na detenção. – Ela riu toda boba. – Mas isso está ficando arriscado, vamos ter que ficar longe uma da outra aqui na facu já que a gente não sabe se controlar.

- Vamos pra aula agora antes que ele realmente fique atrás de nós.

Estava na última aula já preparando minhas coisas para ir para treinar para o próximo jogo que teria a tarde quando meu celular chegou uma notificação da Brunna.

"Acho melhor evitarmos qualquer tipo de contato Lud, não quero te prejudicar e nem ser uma ameaça e fazendo você correr riscos por mim, eu gosto muito de você, mas é melhor evitarmos"

"Tudo isso é medo?" – Respondi.

" Talvez seja um pouco disso também."

" Você tem certeza do que esta me pedindo?!"

"Me desculpa!" – Essa foi a última resposta dela naquela manhã.

Tentei colocar na minha cabeça que ela era apenas mais uma garota que eu conheci e que logo eu iria esquece-la, que tudo que vivemos foi bom, mas que não iria se repetir e que logo eu estaria com outra pessoa seguindo minha vida, mesmo que eu não pudesse estar com alguém.

Depois de me vestir com o uniforme do time e ir pra quadra, o jogo deu partida e minha cabeça estava totalmente fora dali, eu não aceitava perder e eu não queria que tudo terminasse assim.

Enquanto eu jogava, tentava olhar pra ela que dançava com as outras meninas mas sequer fazia contato visual comigo e me evitava ao máximo. Tudo isso resultando na minha falta de concentração e fazendo perder aquele jogo.


Brunna


Eu estava completamente apaixonada pela Ludmilla. Nós estávamos ficando já faziam algumas semanas e era inevitável não gostar dela, ela me tratava como se tivesse algo sério comigo, cuidava de mim, se importava, era o tipo de pessoa que eu procurava a minha vida inteira. Cada dia que passava eu me apegava mais e estava com medo de acabar sofrendo ainda mais.

Depois da chamada do coordenador, ela estava mais vulnerável ao time e eu não queria ser o motivo de qualquer tipo de condenação.

Assim que cheguei em casa fiquei lendo nossas conversas de dias anteriores e rindo igual uma trouxa dos planos que ela me propunha a fazer com ela, como se já me quisesse fazendo parte da sua vida.

Guardei o celular e me deitei na cama imaginando se eu tinha errado em ter dito aquilo pra ela, mas mesmo que me machucasse, eu iria evitá-la.

Meu celular tocou e era ela me ligando. Pensei algumas vezes antes de atender mas acabei aceitando a ligação.

- Oi Bru. Pode abrir a porta?

- Que porta Lud?

- Do seu quarto.

Levantei correndo e quando abri a porta era ela segurando um ursinho muito fofo na mão.

- Pode entrar. – Dei passagem pra ela e nos sentamos na cama.

- Pra você Bru! – Ela estendeu o ursinho com os olhos maranhados de lágrimas.

- Pra mim?! – Me ergui pra pegar. – Obrigada Lud, tem seu cheio! – Reconheci seu perfume.

- Sim, é pra você me sentir perto de você de alguma forma.

- Me desculpa pelo o que eu disse, eu.. – Ela não me deixou terminar de falar e me beijou.

Seu beijo era tão cheio de sentimentos que durante o beijo senti que lágrimas escorriam do seu rosto. Parei de beijá-la e as sequei.

- Isso aqui é pra você também! – Ludmilla me entregou um porta joias.

Abri o pequeno pacote e era um colar de um coração escrito em letras pequenas "Nunca vou me esquecer de você" Ela pegou da minha mão e colocou em mim ajeitando delicadamente no meu pescoço.

- Parece despedida. – Olhei pra ela sem entender.

- Amanhã a noite estou indo viajar pra Rússia Brunna.

- O que? Como assim?! – Segurei suas mãos.

- Meu treinador conseguiu uma bolsa de intercâmbio pra mim e não sei quando vou voltar.

- Eu não estou... – Uma lágrima rolou pelo meu rosto.

- Eu só vim me despedir de você e pedir pra você se cuidar, não sei quando retorno, vou continuar meus estudos la por enquanto.

- Você sabia disso e não me falou!

- Não Bru, eu não sabia.

- Eu falei que iria ficar longe de você, mas não imaginei que seria tão longe.

- Eu ficaria por você, mas é um sonho e não posso desistir agora, entende?

Ludmilla se sentou mais perto de mim e me abraçou, um abraço tão apertado e doloroso que parecia que eu estava me rasgando ao meio.

- Quando você vai?

- Meu vôo é hoje de madrugada. – Ela limpou o rosto.

- Posso ir com você no aeroporto?

- Melhor não, eu não quero sofrer mais e acabar desistindo de tudo e acabar ficando. – Ela sorriu triste. – Meus pais vão me levar.

- Eu não esperava por isso Lud.

- Nem eu. Mas vem ca, me abraça.

Nossos corpos se entrelaçaram num abraço apertado e já cheio de saudades, eu não sei quando a veria de novo, e essa incerteza formou um nó na minha garganta. Porque raios eu tive que me apegar tanto a ela, por quê?

Assim que ela foi embora, eu fui tomar um banho e tentar dormir, não tinha a mínima ideia de como seria amanhã na escola sem ela. Deitei e apertei o ursinho que ela me deu contra meu corpo sentindo seu perfume até me acalmar e pegar no sono.

(6:00 a.m)

Assim que acordei visualizei minhas mensagens no WhatsApp e ela tinha me mandando o link pra acompanhar o voo. Ótimo, teria um dia pela frente pra ficar presa naquele site. Mandei uma mensagem agradecendo e dizendo que estava com saudades, mas ela não iria ver isso durante o voo.

Fui para a faculdade, cumpri com meus compromisso e ainda faltavam duas horas pra ela chegar. Fui pra casa e fiquei descansando enquanto ela não chegava quando perdi o sinal de rastreamento do voo. Inferno, só podeia ser o meu wi-fi.

Fiz de tudo pra ver se o problema era a internet e nada, era problema no site mesmo. Tentei verificar pelo meu notebook e também não consegui. Então, achei melhor ir assistir tv e ficar atualizando a página do site.

Fui passando uns canais quando parei coincidentemente em um noticiário.

"Acabamos de receber uma informação de que o avião Antonov An-225 Mriya que saiu do Rio de Janeiro nesta madrugada com destino a Rússia perdeu sinal e está desaparecido. Autoridades não sabem dizer se o avião caiu em alto mar, perderam o contato com a base nacional. Ao todo havia 372 passageiros. Assim que tivermos notícias, interromperemos a programação"

Meu coração acelerou de tal forma que eu não sabia o que fazer, não é possível que isso estava acontecendo, com a minha Lud não. Por favor Deus não deixa que isso seja verdade. Eu comecei chorar de soluçar e liguei para o Marcos.

- Oi Brunna" – Eu conseguia sentir sua voz aflita.

- Marcos diz pra mim que isso não é verdade e ela está bem?!

Senti sua respiração pesar do outro lado da linha e ele pegou fôlego pra responder.

- Olha eu não sei, quero acreditar que ela está bem Brunna. Ela me mandou um áudio antes de entrar no avião e ela disse que estava feliz, que finalmente seu sonho internacional tinha chegado, e que a única coisa que deixava ela mal era ter que ficar longe da família e ... de você.

- Mentira que ela disse isso! – Meu peito apertou, não é possível.

- Se quiser te mando o áudio pra você ouvir.

- Me manda por favor. – Eu disse em lágrimas.

- Ei, fica bem calma, não vai ser nada você vai ver!

Terminamos de conversar e ele me mandou o áudio dela:

"Markito, eu estou indo viajar sem meu coração, deixei ele ai com vocês. Vou sentir muitas saudades, ve se cuida de todo mundo ai ok? É meu sonho e eu vou dar melhor aqui e eu estou feliz acima de tudo. Não deixa ninguém pegar a Bru ta, vou sofrer longe dela. – Ela ria sem jeito. – Um beijo mano, te amo."

Me bateu um desespero tão grande, que eu não sabia o que fazer. Fiquei andando pela casa com a tv ligada esperando por uma notícia quando o jornal entrou novamente com mais informações.

"Interrompemos a programação para mais notícias do paradeiro do avião Antonov An-225 Mriya que saiu do RJ nesta madrugada com destino a Russia. Autoridades do país informam que o avião caiu numa floresta antes de chegar no aeroporto. Estão investigando feridos e há sobreviventes."

Meu mundo tinha desabado, a sensação de ter perdido a Ludmilla me fez querer morrer. Isso não poderia ter acontecido.

Fiquei sentada no chão apoiada no sofá apertando o ursinho quando mostrou cenas do acidente. Tentei respirar fundo, mas eu não conseguia controlar minha respiração e a tremedeira, até que a jornalista entrou ao vivo e começou a falar os nomes dos sobreviventes. Até que depois de falar uns 40 anos, o nome dela apareceu. Eu me ajoelhei em frente a TV e fiquei chorando de soluçar agradecendo a Deus por ela estar viva. Puta que pariu que susto foi esse, eu não posso perde-la assim.

Eu mal conseguia respirar quando Marcos fel uma chamada de vídeo comigo chorando muito com a Patty e pedindo pra eu me acalmar. Minha mãe veio ver o que estava acontecendo e o motivo do nosso choro quando ela se deparou com a notícia na tv.

- Eu não quero perder a Ludmilla mãe, eu não quero. – A abracei forte tentando respirar em meio as lágrimas.

- Filha se acalma, ela está bem, você não vai perder ela.

- Não me dei conta de que eu estou amando ela mãe, eu não posso perder ela assim, não posso.

- Filah se acalma, vem aqui. – Ela me sentou no sofá e trouxe um copo de água com calmante.

Pov Ludmilla.

Minha cabeça doía muito e eu não sabia onde eu estava, tentei mexer meu corpo mas não consegue. Assim que consegui abrir os olhos vi tudo branco a minha volta e me dei conta que eu estava em um hospital. Ouvi uma voz de fundo dizendo que eu havia acordado.

- Onde eu estou? – Disse fraca e com sede.

- Boa tarde Ludmilla, sou enfermeira do hospital, voc~e sofreu um acidente mas se encontra bem e esta tudo sob controle.

- Como assim acidente? – Disse confusa e com muita dor na cabeça.

- Assim que for para o quarto vamos te dizer tudo o que aconteceu.

Depois de me recuperar e saber de tudo que havia acontecido eu só queria ir embora para o Brasil e abraçar minha família, eu precisava dizer pra eles que eu estava bem. A Brunna também precisava saber notícias minhas, e saber que eu a amava mais que tudo nessa vida, ela era o amor da minha vida e ela quase não fica sabendo disso. Eu precisava ligar pra ela mas meu celular havia quebrado.

Pedi pra enfermeira ligar na minha casa e depois de falar com meus pais, pedi pra eles passarem o numero pra Brunna e pedir pra ela me ligar o quanto antes.

Já era tarde no Brasil e eu não sei se ela ligaria ainda hoje, mas eu estava torcendo pra que ela me ligasse logo.

Acabei pegando no sono devido as doses altas de remédio que eu omei quando o telefone do quarto tocou. Ouvi o toque bem de longe e ergui o braço com dificuldade pra atender.

- Alô?! – Disse fraca.

- Ludmilla pelo amor de Deus está me ouvindo? Eu pensei que nunca mais ouviria sua voz.

- Eu estou bem Bru!

- Eu amo você. – Ela chorava do outro lado da linha.

- Eu também te amo!

- Me ama? – Ela disse surpresa.

- Eu precisei passar por tudo isso pra ter certeza que não quero mais sair do seu lado, eu amo você pra caralho e nada mais importa pra mim.

- Meu Deus eu não to acreditando. Mas calma, só me ouve, você não pode se esforçar. Só diz sim ou não, ta?

- Ta.

- Você está bem? Se machucou muito?

- Parece que quebrei uma perna e estou cheia de arranhões, mas nada além disso.

- Meu Deus, eu to toda me tremendo. Eu pensei que tinha te perdido.

- Eu sou dura na queda. – Ri fraca.

- Eu queria cuidar de você.

- Eu preciso ficar aqui alguns dias, mas não vou mais ficar no intercâmbio. Quero voltar pra casa.

- Você não volta agora, ta me ouvindo? Precisa se cuidar.

- Eu estou, prometo. Mas quero voltar logo.

Ficamos conversando por horas e se declarando um pra outra. As vezes a morte precisa nos testar para dar valor ao que realmente importa. Eu não queria passar por isso nunca mais na minha vida.

---

Depois de se recuperar, Ludmilla voltou para casa e ficou afastada da Universidade por cerca de dois meses até sua perna voltar ao normal e voltar as atividades do futebol. Ela pediu a Brunna em namoro e ficaram namorando escondido até que ela ganhou o campeonato do final do semestre e saiu do The Wall. Estar com a Brunna era o plano maior que ela tinha.

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