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Capítulo 27 + fanart

"Os Cavaleiros da Seita não são apenas os membros mais confiáveis dos Illuminatos. Os Quatro são os membros do corpo de Lucius. Funcionam como seus pés e mãos, tão unidos e interligados, agindo sempre discretamente, usando de artificies para engrandecer seu líder. São eles, responsáveis pela maioria das mortes de grandes Assassinos. Permanecem escondidos sob as máscaras de cidadãos comuns, porém logo encarnam o véu da maldade que escondem na alma. Cada Cavaleiro carrega uma sina consigo: fome, guerra, peste e morte. Carregam tal título com orgulho, pois é isto que causam onde quer que estejam. Seu título somente é adquirido por herança. Passam a função de Cavaleiro de pai para filho. Como sei disto? Tenho como discípulo o filho do Cavaleiro Negro."

Era este trecho do diário que Vincent tinha lido horas antes. Rememorava-o a todo instante. Talvez pelo fato de haver um Illuminato a sua frente.

O Cavaleiro Amarelo permanecia inerte, amarrado na cadeira com cordas grossas de nós difíceis de se desfazerem. Vincent tivera todo o trabalho de trazer o nada leve homem adulto às entranhas da fortaleza. Sob a luz das tochas acopladas a parede de pedra, Rubens era mantido em vigilância. As roupas sujas de terra e rasgadas indicavam o esforço que Vincent fizera em arrastá-lo montanha acima.

Jervaise, sentado ao chão ao lado de um balde com água, mordia uma maçã, com o olhar semelhante ao de uma víbora na direção do cavaleiro cuja cabeça estava caída de lado. O loiro não estava somente desejoso pelo interrogatório. Estava excitado. Fantasiava nas maneiras como aquele cavaleiro sofreria somente para ter suas confissões tiradas dele, da forma mais perturbadora possível.

— Creio que devamos começar — Jervaise falou para Vincent. — Digo, olhe para esse porco. Deve ter matado muitos dos nossos. — mordeu a maçã com tanta força, que era possível ouvir seus dentes baterem um no outro.

Vincent nada dissera, permanecendo em seu sigiloso e frio silêncio, de braços cruzados. Suas costas doíam, por ter arrastado aquele homem pesado e a cabeça também. Um homem importante fora arrancado de seu lar por ele. Logo a população daria por falta do escultor, e os mensageiros sairiam berrando pelas veredas de Florença que Rubens Barcamonte estava desaparecido.

— Odeio esses miseráveis — Jervaise cuspiu o chão um pedaço de maçã que estava estragado. — Ainda bem que o Sr. Sameque foi sábio em lhe dar esta missão, Vince. Se fosse eu, teria matado este maldito sem hesitar.

Isso que eu cometi é claramente sequestro, Vincent retorceu os lábios. Temia que alguém tivesse o visto sair da casa do escultor com o corpo do homem derrubado por ele, posto sobre os lombos do cavalo que pertencia ao próprio. Odiaria matar uma pessoa inocente, uma testemunha, somente por ver o que não deveria. Mas esta era a regra de um Assassino. Um Assassino nunca, em hipótese alguma, mata inocentes.

Fizera tudo certo. A rua estava com as lamparinas apagadas e não havia lua no céu para iluminá-la. Deixara Rubens desacordado do modo mais furtivo possível, exceto quando o cavaleiro amarelo levantou a voz a iniciar um tolo questionamento. Vincent tentava acalmar-se. Aprendera a não demonstrar seu nervosismo, mas sua consciência insistia em dizer que olhos o espreitavam no escuro, enquanto cumpria seus objetivos. Dizia a si mesmo que era tolice. Não desejava falhar em sua primeira missão de anos.

A pesada porta de ferro da cela abriu-se, e Ícaro, com o falcão repousado em seu ombro e aljava de flechas ao redor do corpo, passou os olhos do prisioneiro para o rapaz de olhos rubros e para o outro sentado de jeito desleixado no chão.

  — E como está Lívia? — Jervaise questionou o arqueiro.

Ícaro não respondeu. 

— Não achei que fosse conseguir, Vincenzo. Afinal, nem mesmo é um Assassino — o arqueiro dissera quase amargo. — Devo parabenizá-lo.

— Não perca seu tempo com isso — Vincent permanecia com a carranca endurecida. — Apenas fiz o que deveria fazer.

Os olhos de Ícaro pareciam petrificados diante da desfeita de Vincent.

— Levante-se, Jervaise — Ícaro exprimiu com o maxilar trincado. Destetava ver o amigo ser tão desmazelado. — O Sr. Sameque estará chegando daqui a alguns minutos.

Pouco depois do arqueiro falar, o líder mais velho apareceu. Curvado, andar arrastado e apoiando-se em seu cajado. As vestes de mangas longas e folgadas o deixavam ainda menor e de aparência frágil. Estava acompanhado de mais dois Assassinos, mas fez sinal para que esperassem por ele do lado de fora da cela.

— Jervaise — dissera Ícaro, — acorde este infeliz.

Prontamente, Jervaise apanhou o balde de água e lançou sobre Rubens. O escultor acordara arfando, virando o rosto para todos os lados, atordoado. Mexia-se, tentando romper as cordas em volta de seu corpo. Era impossível, ainda mais quando se tem os braços voltados para trás e amarrados com tanta firmeza.

— O que significa isto? — berrou. — Acaso é alguma brincadeira de mau gosto? Quem é este velho decrépito? — referia-se a Sameque. — Miseráveis! Soltem-me!

— Melhor calar esta latrina que chama de boca. Como ousa se referir de maneira tão infame ao Sr. Sameque? — Jervaise dissera, retirando o punhal do cinto. — Ou será que deseja ter a porcaria da sua língua arrancada? — agarrou o maxilar de Rubens, abrindo um sombrio sorriso.

Sameque depositou a mão sobre o ombro do loiro impaciente, e apenas com seu olhar gentil sob as pálpebras enrugadas, o fez guardar a arma.

— Sr. Rubens Barcamonte — Sameque dissera muito hospitaleiro ao prisioneiro. — Bem-vindo ao meu mundo.

— Com mil demônios! — Rubens contorcia os pulsos por baixo das cordas. — O que significa isso?

— Esta é a sua nova casa agora. — Sameque abriu um sorriso que ficara escondido pela espessa barba branca. — Passará algum tempo com meus subordinados e ficaria muito contente, caso colaborasse conosco. — apoiou-se no cajado.

— Então... são... — Rubens empalideceu. Os olhos tornaram-se grandes, quase ao ponto de sacarem das órbitas. — Estou no covil do demônio! — agitou-se, fazendo a cadeira ranger.

— Sério que usará este tipo de linguajar conosco? — Jervaise estava a um ponto de sacar o punhal. — Somos nós quem limpamos a bagunça que os Illuminatos causam.

— Pobre diabo. — Rubens gargalhou. As emoções oscilando entre o desespero e a falsa coragem. — Marionete de demônios! Querem torturar-me?! Acham que direi algo sobre a Seita? Nunca! Nunca! Nunca! Se não me soltarem, pagarão! Estão tocando em um dos Cavaleiros do homem santo! Morte a todo Assassino pecador! — gargalhava insanamente. — Vós e este velho miserável irão morrer!

Sameque não parecia abalar-se com a histeria do escultor. O mesmo poderia ser dito de Vincent, que observava Rubens sucumbir à loucura. Ícaro avançara os passos ao prisioneiro e desferiu um forte tapa na face do homem, forte o suficiente para fazer o sangue subir a bochecha, silenciando-o por fim. Olhou-o severamente, paralisando-o com seus gélidos olhos azuis.

— Tenha mais respeito ao dirigir-se ao Sr. Sameque, seu pedaço de estrume — Ícaro mantinha a voz controlada. — Eu, no seu lugar, sentir-me-ia honrado por ter a ilustre presença deste homem em minha frente.

— Então és uma marionete de demônios também? — as pequeninas veias vermelhas dominavam os olhos de Rubens, deixando com a aparência ainda mais perturbada.

— Fale o que quiser — Ícaro permanecia com seu timbre aveludado e inabalável. — Uma hora ou outra terás que falar, onde estão os outros Cavaleiros do Apocalipse.

— Como eu disse, será melhor se colaborar — Sameque retornou a dizer, com sua voz paciente.

— E se eu não quiser? — Rubens desafiou.

— Hum, você não irá querer saber — Jervaise sorriu de canto, brincando com a maçã passando de uma mão para a outra.

Rubens fixou-se em olhar para Vincent, o rapaz calado encostado contra a parede de pedra. A boca abriu-se, mostrando os dentes amarelados, provavelmente com tártaro. Seu olhar, antes de confusão, transformou-se, diante da revelação abrupta que vasculhou na mente.

— Ryder... — sussurrou. — Como não percebi este equívoco antes? Esses olhos vermelhos... — aumentava gradualmente o tom de voz. — Ryder... Filho de Dimitri... Tu és o filho de Dimitri. Não pode ser... Colocamos fogo naquela casa. Matamos a cadela e sua cria. — a saliva escorria dos cantos dos lábios. — Filho de Dimitri. Miserabile! Dimitri! Filho do maldito Dimitri! Procuras vingança? Queres preencher o vazio que ficou na tua alma?

Vincent continuava emudecido e de braços cruzados a assistir o ensandecer de Rubens. Desviou os olhos, não dando a mínima para o que o escultor gritava.

— Aconselho poupar tuas forças — Sameque aprumou a postura, segurando-se no cajado. — Jervaise, ficarás aqui e vigiarás nosso prisioneiro.

Jervaise assentiu, dando outra mordida na esquecida maçã.

— Ícaro — dirigiu-se ao arqueiro, — quero que vás a cidade e fiques alerta a qualquer movimento suspeito. Uses a visão de Hórus como se fosse a tua própria visão.

— Sim, Sr. Sameque — retirou-se da cela.

Sameque volveu-se para Vincent, que ergueu os olhos para Sameque. A face enrugada como uva-passa e suscetível. Se Vincent tivesse um avô, seria exatamente como ele.

— Estás frettoloso, meu jovem, para algum compromisso?

— De forma alguma, Sr. Sameque.

Gostaria que me seguisse, Vincenzo — sorriu com brandura.

Vincent olhou de soslaio para Rubens, que ainda mantinha o olhar fixado nele. Sua boca tremia, como se rogasse uma espécie de praga para o rapaz de olhos rubros.

(...)

— Diga-me, como fostes tua iniciação na guilda?

Vincent quedou-se ao lado de Sameque, seguindo-o, calcorreando pelas alas da fortaleza. Era tão silenciosa quanto a Morte.

— Lembro-me pouco do que senti — Vincent levou a mão para a testa. Esmeralda, recordou-se de Esmeralda morta a sua frente. — Tontura, confusão e uma forte dor, dominaram-me por completo. Depois disso, enxerguei alguns símbolos estranhos. Os Anciões disseram-me que apenas revivi o mesmo que os ancestrais.

— Entendo — Sameque deteve diante de uma porta com entalhamento de uma águia de asas fechadas. Empurrou a porta. — Entre.

Confiando em Sameque, Vincent adentrou a sala. Era maior que a cela onde Rubens encontrava-se. E muito escura também. Sob a luz fraca das tochas, observou duas figuras encapuzadas dos pés à cabeça, que liam um grosso livro sobre a mesa. Ao verem o líder mais velho, fizeram uma breve reverência para ele. Vincent percebeu que aqueles dois não eram Assassinos, por conta de seu porte físico. Estavam mais para monges. Suas vestes eram carmim — sob a luz das tochas — e pareciam serem feitas de um tecido muito pesado, isso devido a forma limitada de como se moviam.

— A fortaleza é muito diferente da guilda — Sameque fez sinal para que os dois encapuzados levantassem. — Tenho conhecimento de que lá havia uma vasta biblioteca. Toda nossa história guardada com zelo. Aqui, lidamos com livros escassos em informações confidenciais ou de grande valor. — caminhou até o grande livro sobre a mesa.

Os dois encapuzados eram estáticos como duas estátuas de cera. Sameque notou que Vincent ainda olhava para os dois encapuzados.

— Vejo que estais diligente por conta destas pessoas tão peculiares — Sameque abriu um de seus sorrisos mais acolhedores. — Não temam. Ele é um dos nossos.

Entreolhando-se por debaixo da sombra do capuz, os dois indivíduos decidiram abaixar os capuzes de suas vestes ao mesmo tempo. A longa trança castanha pulou do capuz e na luz das tochas, as duas figuras revelaram terem o rosto juvenil e angelical como uma de boneca de porcelana. Oh, não eram homens, mas sim duas garotas. E eram exatamente iguais. A pele perfeita e azeitonada. Uma cópia perfeita uma da outra. Exceto pelos olhos. Uma tinha os olhos em castanho-claro, enquanto a outra tinha olhos verdes.

— Estas são Noemi e Naomi — Sameque explicou. — E como pode testemunhar, são gêmeas idênticas. Encontraram elas em uma aldeia incendiada por Illuminatos em Bari. Seus pais eram Assassinos e foram mortos pelos Cavaleiros do Apocalipse, na frente delas. Além disso, tiveram a língua cortada, porque no momento da morte dos pais, choravam muito.

Vincent compadeceu-se pelas gêmeas silenciosas. Carregavam um trauma mais denso que o dele. Viram os pais serem mortos e tiveram o direito de falar arrancado delas.

— Sabes, Illuminatos tem aversão a gêmeos. É uma regra estúpida daquele mundo distorcido onde vivem.

— E por quê?

— Acreditam que gêmeos são uma única pessoa com dois corpos separados. Uma única alma que vagueia em dois corpos, e por isso, um deles deve ser sacrificado — Sameque assentiu para as gêmeas. — Mas, Naomi e Noemi são minhas filhas agora. Cada um dos Assassinos são meus filhos e filhas, não de sangue, mas de espírito. — voltou o rosto para Vincent. — Você também, Vincent. Naomi e Noemi são deveras hábeis em desvendar símbolos antigos e a linguagem esquecida dos Assassinos, isso por conta do extenso treino mental que seus pais fizeram-na passar. 

Ofereceu a Vincent uma xícara de chá quente.

— Os Illuminatos desejam o nosso conhecimento. Almejavam ser como nós, ter uma sabedoria dada pelos céus, contudo são vazios. Fazem atrocidades, dizem estar do lado da luz, enquanto servem os seres das trevas. Assassino vem do árabe "Assasseen", que significa "guardião". Uma pena que tal palavra e significado tenham sido deturpados, comparando-nos com meros facínoras.

Sameque pigarreou. Havia se distraído em suas divagações.

— Preciso que descanse, Vincent. 

— Por que isto é importante?

— Porque, meu menino, posso testemunhar que não dorme há duas noites. Teu semblante denota imenso cansaço e aborrecimento. Não quero que se desgastes à toa.

Vincent espantou-se, mas o senhorzinho estava certo. Ter bons sonhos não era algo que Vincent estava acostumado. Em verdade, os pesadelos o recepcionavam todas as noites, durante toda a sua vida.

— Retorne ao teu posto de atalaia, Vincent. Precisas descansar depois de tudo. Por honra e por glória.

Vincent levantou-se e deixou a xícara com o chá intocado sobre a mesinha. Despediu-se e partiu. 

Na mansão do duque de Florença, Mileide andava de um lado para o outro, aflita. Cada pensamento seu estava nele, ansiava em saber como ele estava. Se estava bem, se estava sofrendo...

— A juventude nunca demonstra misericórdia e quanto mais ganha-se experiência, a tendência em sofrer aumenta em demasia. — Dracone dissera isto certa vez a ela.

Era assim que Mileide definia a vida. A sua vida. Pateticamente triste e miseravelmente sem graça. Bom, isso até dado o momento em que seus olhos deslumbraram a formosura dele, o herdeiro do trono. Era errado desejá-lo mas não conseguia deixar de evitar. O sorriso dele, seu rosto de anjo. O coração de Mileide quebrava aos poucos como uma fina porcelana, sem emitir um som sequer.

Horas antes, ocorreu uma correria infernal na mansão do duque, Tarsila chorava tolamente e a duquesa permitiu-se falar mal da Guarda Real e da major que tampouco protegeram a Vossa Alteza. As aias atendiam aos pedidos do médico que atendia Lorenzo. Entravam e saíam do quarto (aposentos temporários, que o rapaz havia se hospedado anteriormente), com mantas da cama, as roupas do príncipe e mãos untadas de sangue. Os gritos do príncipe ecoavam por todo o cômodo, dispersando-se no corredor. Estava tão atribulada em saber como estava o príncipe, que a sua raiva pelo atalaia em ter abandonando-a pelas veredas de Florença praticamente sumiu. Parou diante da imensa porta branca. Os olhos turvos cheios de água.

Uniu as mãos e fechou os olhos. Mileide orava por Lorenzo. Que Deus o protegesse. Que ele parasse de sentir dor.

Quando a major saiu do quarto onde encontrava-se o príncipe ferido, bufou de ódio, por pouco não chutando o suporte de madeira que carregava um vaso de cerâmica com flores. Isidora depositou uma das mãos no alto da cabeça, cravando as unhas nos cabelos e murmurando palavrões. Na outra mão, como Mileide conseguiu observar naquele minuto, havia uma flecha com a haste ensanguentada. Desceu as escadas, saindo da mansão. Mileide não atreveu-se a segui-la para perguntar sobre o estado do príncipe. A major estava deveras irritada para ser questionada. Ao menos, o príncipe havia cessado seus gritos.

O médico ao sair do quarto, não fora nada prudente em limpar as mãos ensanguentadas diante da apavorada criada.

Mas, graças a Deus, Lorenzo estava bem. A flechada deixara apenas uma mínima cicatriz em sua perna.

Distraiu-se quando a porta da entrada da mansão abriu-se, e um cansado atalaia passou por ela. Vincent havia chegado muito tarde.

— Deveria envergonhar-se! — Mileide exclamou com o rosto corado.

— Pelo quê? Por não ficar aqui na mansão, "chorando" por Vossa Alteza? — semicerrou os olhos para Mileide.

— Não se faça de tolo!

— Ah, por que te deixei sozinha, não foi?

— Você me abandonou nas ruas — acusou. — Voltei para cá temendo pela minha vida.

— Eu lhe disse, não gosto de companhia, e não gosto de pessoas medrosas.

— Você é tão patético.

Vincent a olhou por bons minutos. O silêncio a deixava ainda mais constrangida. Que ele falasse alguma coisa. Qualquer coisa. Aqueles olhos vermelhos aparentavam ver o fundo de sua alma. Mas ele estava tão longe. Não havia como ele ter tal poder de olhar para dentro dela. Vincent retornou a andar, os pés arrastados como se houvessem uma bola de ferro amarrada a eles.

— Boa noite, Flor Selvagem.

Deu as costas e prosseguiu seu caminhar lento e moroso. Mileide ainda o olhava, mas a feição de zanga foi desfazendo-se, dando lugar a uma expressão de pena. Sentir pena do atalaia arrogante. Era só o que lhe faltava.

— Mileide — Benito falou, — sua tia e prima saíram para visitar o nobre Lucius. Foram em buscas de orações e orientação para lidar com o grande problema que aflige o Príncipe Lorenzo. Dizem que ele traz conforto para a alma e pode curar qualquer aflição.

— Vossa Alteza está bem, meu tio? — mordeu o lábio por deixar o receio a vista.

— Sim, Vossa Alteza está bem. Apenas tem que ficar de cama durante um tempo... Não muito diferente de mim, claro.

Mileide baixou a cabeça, quase ao ponto dos cílios tocarem as bochechas. Recolheu a trouxa de roupa suja do tio. Era a quarta hora da manhã. Havia muito trabalho a ser feito. Não iria perder tempo pensando no príncipe, deixando seus pensamento voarem, como as asas de uma borboleta imprudente. O certo seria manter-se longe dele. Era o noivo de sua prima, era errado pensar nele.

— Não, não — a trouxa de roupa foi tomada de suas mãos. — Você vai levar o desjejum da Vossa Alteza. — a criada dissera.

— E-eu... eu tenho muita roupa para lavar. — tentava pegar a trouxa de roupa. — Por favor, diga para outra aia fazer tal serviço.

— Vais negar uma ordem? — a criada soou desafiadora. — Deixeis de tolices e vá apanhar a bandeja do príncipe que está na cozinha, que eu vou para o rio lavar roupa. Andiamo, Mileide.

Sem ter ganho aquela conversa, como sempre, foi acatar o que lhe era imposto.

Entrou na cozinha. Apanhou a bandeja. Saiu da cozinha. Subiu as escadas. Não haviam sentinelas na porta do quarto do príncipe. Bateu na porta.

— P-príncipe Lorenzo — a voz não era nada confiante. — Trouxe o vosso desjejum.

Nenhum som saiu daquele quarto.

— Príncipe? — tentou mais uma vez.

Novamente, o silêncio.

Mileide engoliu em seco. E se a flecha tivesse causado uma infecção que causou sua morte? Equilibrou a bandeja em uma só mão e atreveu-se a colocar as mãos na maçaneta e girá-la.

— Vossa Alteza? — Mileide pôs a cabeça para dentro do recinto. Adentrou e fechou a porta.

Estava tudo tão quieto. O sol invadia o quarto, banhando-o com sua luz, deixando tudo com ares etéreo. Lorenzo encontrava-se deitado na cama, adormecido. A perna ferida, para fora das coberta, revelando a faixa passada diversas. Os cabelos ruivos caíam sobre o rosto pálido. A respiração subia e descia devagar. Após tanta aflição que passara no dia anterior, com aquele ataque surpresa, era mais do que merecido que dormisse sossegado. Colocou a bandeja em cima da mesa de cabeceira, que ficava ao lado da cama. Tinha consciência que deveria sair daquele quarto, mas não conseguir tirar os olhos dele. Era a primeira vez que o via tão de perto.

— Lindo... — dissera baixinho.

Lorenzo remexeu-se na cama, abrindo os olhos. Mileide sobrepôs as mãos na boca. Havia-o acordado.

Tola, tola, tola.

O príncipe piscou os olhos várias vezes ao ver a garota de vestido verde, plantada no meio do quarto, olhando para ele.

— Quem és tu? — perguntou sonolento.

— Desculpe, Vossa Alteza — dava passos para trás, tentando encontrar a bendita maçaneta da porta. — E-eu vim aqui somente deixar vosso desjejum.

— Como te chamas? — Lorenzo ajeitou-se no leito, sentando-se com dificuldade por conta da perna. Era a primeira vez que falava com ela.

— Mi-Mileide... — ruborizou.

— Mileide... — Lorenzo dissera o nome de jeito suave. — Literalmente "Minha Dama". Se não me engano uma forma variada de "Milady", usado na Idade Média como pronome de tratamento. É um nome bonito.

Os olhos da garota brilhavam.

— P-peço perdão por ter invadido vossos aposentos.

— Não se preocupe. Será nosso segredo. — riu educadamente.

O coração de Mileide batia demasiado rápido. As batidas tremiam seu coração inteiro.

— D-devo voltar para meus afazeres — fizera uma breve reverência. — Com sua permissão...

— Mileide — chamou-a.

A moça virou-se. Os olhos dele de encontro aos dela.

— O teu cabelo — Lorenzo apontava para as mechas da garota. — Acho muito bonito.

Não havia chão sob seus pés e nem ar naquele quarto. Assentindo timidamente, Mileide retirou-se daquele lugar, antes que o príncipe percebesse sua estranheza. Jogou as costas contra a parede mais próxima. O rosto, abrasado ao limite. 

Desceu as escadas. Andava quase saltitante pelo vestíbulo. Enrolou as mechas curtas nos dedos. Era um belo sonho de menina. Seu príncipe, seu amor não correspondido sabia de sua existência. Ficaria agraciada com aqueles pequenos momentos. Mesmo que ele jamais soubesse o que ela sentia ao seu respeito.



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Notinha básica: E eis que abro meu e-mail e me deparo com essa linda Fanart, feita por um fã (a pessoa que me enviou não queria por nada desse mundo ter o nome revelado ;-;) Que linda ficou a minha major Isidora. ♥

Deu uma vontade de abraçar esse desenho (vou ver se imprimo ele e guardo em um quadro blindado a prova de balas) Sério, eu amei!! Só de pensar que tem alguém nesse momento, fazendo uma fanart desse livro (Que nem é popular ou coisa do tipo), meu coração já fica alegre ♥♥  

Ah, e para aqueles leitores que me enviaram fanarts a anos luz, não se preocupem: no fim do livro, colocarei uma sessão especial com todas as fanarts de vcs. 

E sobre as palavras em italiano e latim, no problem, irei fazer um glossário no fim do livro tbm (para inseri-las no livro, não fiz uso do terrível Google Translator, mas de um dicionário decente 😉)

Obrigada pela companhia e até o próximo episódio 💋


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