Capítulo 1
RENASCENÇA ITALIANA.
O olhar repleto de inocência do pequeno menino seguia o voo da águia, sob as nuvens plúmbeas e densas que cobriam a cidade. A ave era livre. Seu voo rasante era belo. Admirável. O menino prosseguiu seus vagarosos passos. Sentou-se no chão de granito, não aguentando mais em continuar com tal caminhada. Seus pés descalços doíam, e muitas vezes o solado chegava até mesmo a sangrar. Além do mais, era difícil de andar quando sua barriga insistia em fazer barulhos desagradáveis. Abriu o saco de estopa esfarrapado que levava consigo, e logo concluiu que estava tão vazio quanto o seu estômago. Comera todos os biscoitos que a bondosa senhora lhe entregou. Respirou profundamente, entristecido. Passaria fome outra vez.
A tarde encontrava-se cinzenta e fria. Logo, a chuva desabara, a fazer damas correrem exasperadas pelas ruas a fim de esconder-se da chuva, para que a água não desfizesse seus penteados ou estragasse seus sapatos de saltos. Os cavalheiros com suas imensas capas, se dirigiram à suas carruagens, apressados em seus compromissos pessoais.
Ninguém reparava no menino sujo e maltrapilho sentado no chão. O estômago do pequenino roncou alto, chegando a queimá-lo por dentro. Tão faminto... O menino estendia a mão pequenina, a cada adulto ingrato que passava, e o que recebia em troca, eram olhares de desprezo, susto, nojo. Algumas pessoas sentiam medo dos olhos do garotinho e em resposta reviravam o rosto, a fingir que não havia garoto algum sentado no chão a pedir esmola.
Seria impossível não notá-lo e não impressionar-se com seus olhos. Sua íris era avermelhada, como o sangue. Uma cor um tanto fabulosa e temível. Nem ele mesmo entendia por que fora "amaldiçoado" a carregar aquela cor assustadora em seu olhar.
O menino era solitário, como a águia que avistara no céu pardacento. Não queria morar nas ruas para sempre. Era uma penitência difícil de suportar. Um destino demasiado pesado para ele.
Queria estar morto. Como a sua família.
Morrer jovem parecia tão tentador para ele. Bastava arrumar uma briga com outros garotos de rua e ter sua vida ceifada. Ninguém sentiria falta de um menino de rua. Apartou os pensamentos fúnebres de sua juvenil mente. Levantou-se devagarinho do chão, sem pressa alguma.
Precisava ir atrás de comida. Revirar o lixo de alguma casa. Geralmente dava sorte quando revistava os fundos de uma taverna. Os melhores dias eram as quintas-feiras, pois era nesses dias que a taverna servia bife e sempre que sobrava dos pratos dos fregueses, jogavam fora, aos fundos da taverna, junto a um monte de tralha. Não tinham cuidado algum. Descartavam frutas podres com comida ainda boa para comer. A rua da taverna era longe. Necessitava de forças para chegar até lá.
Cada passo era um tormento. Tinha que aguentar a chuva e os olhares de julgamento das pessoas que passavam por ele. O menino perdera a noção de quanto tempo estava nas ruas, naquela vida de mendigo. Apenas sabia sua idade. Tinha nove anos. Ele também tinha nome. Diabos! Ainda era um ser humano! Mas seu verdadeiro nome fora substituído por "imundo", "sujo", "nojento", "mendigo", no entanto, ele ainda tinha um nome.
Em sua mente conturbada rolavam a todo instante fragmentos de lembranças de sua infância. Contudo, existia um dia em que lembrava-se com perfeição. Bastava passar a mão na cicatriz em seu lado esquerdo do peito. Ali deveria estar o seu coração. Porém devido a um infame erro da natureza, seu coração batia do lado direito. Graças a isso, ele permanecia com vida, condenando a esse destino. A vida não lhe poupara ao lhe lançar tantas desgraças sobre seus ombros.
Maldição! Certamente, seria melhor ele ter morrido!
A tristeza e a dor faziam morada naquele coração, e mesmo tão pequeno, mesmo tendo pouca idade, o menino provara o gosto amargo da vida. Presenciara o lado cruel das pessoas.
Amor e carinho, antes palavras que fizeram parte de sua vida, atualmente, de nada valiam. Enquanto o maltratassem, enquanto o desprezassem, o rancor seria o seu fiel companheiro.
Avistou ao longe, um garoto da mesma idade que a sua, atravessando a rua em pleno temporal, com um cãozinho nas mãos. Recordou-se de seu companheiro de rua, que fora tomado de maneira cruel de seus braços. Lembrou-se de Sujinho. Abriu um tênue sorriso. Acreditava que seu amigo canino desfrutava de uma vida melhor agora. Durante seu vagueio pelas ruas de Florença, achou um cachorrinho da raça Labrador, amarrado com uma corda no pescoço, preso em uma cerca, enquanto lutava, entre latidos e puxões, tentando libertar-se.
Libertou o cachorrinho e o adotou, batizando em seguida de "Sujinho". Eram grandes amigos. Sempre que conseguia restos de comida no lixo, o menino dividia com Sujinho. À noite, acomodava-se em algum beco com o cachorro. Com Sujinho por perto, o garoto sentia por um momento uma alegria infantil. Pena, que tal felicidade durara tão pouco. Lembrar de como Sujinho fora tirado dele, doía demais.
Certa vez, enquanto andava tonto pela fome e completamente sem rumo, Sujinho latia sem parar para uma dama. Uma jovem dama de seus vinte anos, de cabelo trançando em uma coroa castanha, trajando um vestido de linho vermelho com mangas longas e largas cujo tecido nas bordas fora bordado em fios dourados, avistara o cachorro e logo correra de encontro com o animal. Segurou as muitas saias e correu até ao cachorro com um sorriso no rosto.
— Onófrio? Onófrio é você? É você mesmo!
O menino, a essa altura, se perguntava quem era Onófrio. Sim, Onófrio era o nome verdadeiro de Sujinho. O cachorro pertencia a uma família de classe alta. A moça pegara o cachorrinho em seus braços, e este, lambia a sua face, expressando sua saudade:
— Meu amado Onófrio, como estás maltratado. Nunca mais deixarei você fugir de casa.
O menino aproximou-se como quem nada quer. Isso significava, que nunca mais veria Sujinho. Era uma despedida da qual não estava preparado.
— Com licença, moça.
A mulher o analisou de cima a baixo e arregalou os olhos, como se tivesse vendo o diabo em pessoa.
— O que quer? Eu não tenho esmola para você! — a garota abraçava o cachorro, dando passos para trás, afastando-se do menino.
— Não, moça! Não vim pedir esmola — escondera as mãos sujas atrás do corpo. — Eu posso visitar o Sujinho?
A mulher não o respondera, apenas olhara o menino com extremo repúdio, deixando-o sozinho, plantado na rua.
E ele viu seu único amigo ir embora nos braços de uma megera, que sequer o agradecera por cuidar do cachorro durante tanto tempo. Mesmo com um aperto no coração, e as gotas de tristezas teimando em rolar pelo rosto sofrido, ele segurou e continuou seu triste caminho:
— Adeus, meu amigo. Pelo menos um de nós terá uma vida melhor. — Sussurrou deixando o bolor na garganta transformasse em lágrimas.
✦
Sozinho e faminto, o menino revirava a comida no meio do lixo, que já exalava um cheiro pútrido. Colocou uma das mãos nas narinas e com a outra mão recolhia o alimento que ia ingerir. Haviam tomates e repolhos apodrecidos entre as caixas de frutas quebradas, mas nenhum sinal de bife ou alguma carne que ao menos tivesse boa para consumo. A porta dos fundos da taverna abriu-se e surgiu um homem de roupas brancas, que ao avistar o menino, soltou um grito de indignação e entrou. Ao retornar, trouxe consigo uma vassoura. Desferiu vários golpes com o cabo da vassoura nos lombos do garoto faminto. Não apiedou-se.
— Saia daqui, seu rato imundo, senão chamarei os guardas!
O menino ergueu-se a apoiar-se na parede úmida, andando até sair daquele beco imundo. Sentia o gosto metálico de sangue na língua. Fora humilhado. Estava transtornado. Ainda sentia fome. Era uma tortura. Levantou a vista para o céu escuro e a chuva ainda caía.
Deus, tenha piedade, rogava em sua mente, estou com fome.
Um cheiro gostoso invadira seu olfato, que fizera seu estômago roncar ainda mais. Andou, atraído pelo odor delicioso, e nem deu-se conta de que seus pés ganharam vida própria, guiando-o até o local. O cheiro provocante vinha de uma padaria. O garoto contemplou a fachada amarela, que parecia o acolher. Adentrou a padaria e andou, hipnotizado até os pãezinhos de açúcar expostos na vitrine protegida por um vidro. Pãezinhos de açúcar recém retirados do forno. O menino lambia os beiços a imaginar enterrando os dentes naquela iguaria. Sua imaginação voara tão alto, que nem percebera que a saliva escorria pelos cantos de sua boca.
Piedade, Deus, voltou a pensar, deixe-me comer estes pães.
Havia tantas pessoas acomodadas na padaria a observar a atitude estranha do menino, que continuava a babar na vitrine. Comia pães enquanto tomavam café, claramente incomodadas com o pequeno intruso. Ficaram abismadas com tamanha ousadia daquele pequeno mendigo. As mulheres ali presentes, posicionavam lenços a frente do nariz, insinuando que o menino exalava um cheiro insuportável. O garotinho estava absorto demais para prestar atenção em alguma coisa, que não fossem os intocáveis pãezinhos de açúcar. Estavam tão perto, separados apenas por um cruel vidro.
Deus, deixe-me comê-los antes de padecer, fechou os olhos.
De repente, seu flácido corpo voou, indo de encontro aos granitos no chão, ralando os joelhos e cotovelos. As pessoas na padaria pareciam aplaudir tal ato. Um homem, incomodado com aquele menino de olhos rubros, tomara a atitude de expulsá-lo.
— És um estorvo, maldito! — bravejou o homem. — Dê o fora, antes que eu o espanque.
O menino, ainda de joelhos ao chão e mãos espalmadas sobre o granito, encarou o homem adulto que tremeu com aqueles olhos flamejantes. Achou que o menino poderia queimar a sua alma.
— Não olhe para mim desse jeito, seu cão! Ande! Vás embora!
Ergueu-se meio tonto, com ardência nas rótulas de ambos os joelhos a fitar os arranhões nas palmas das mãos. Queria chorar, mas não o fez. Engoliu o choro e caminhou debaixo do chuvisco. Cruzou os braços, tentado apartar o frio. O tempo estava gelado, e tal temperatura parecia atingir até seus ossos. Sua barriga o relembrava que ainda estava com fome. Perdera a chance de comer algo no lixo da taverna, e, agora, perdera a oportunidade de sonhar com os pãezinhos de açúcar.
Odiava as pessoas, principalmente os adultos. Malditos adultos que o atormentavam dando-lhe nomes pejorativos e maltratando seu corpo debilitado. O menino parou a andança sentando-se em uma calçada, encostando o corpo em um poste de ferro, com adornos verticais e uma caixa de vidro no topo, cuja lamparina havia acabado de ser acesa e ainda podia-se sentir o cheiro de parafina. A noite caiu e nem mesmo percebera. Mais uma noite nas ruas de Florença. Mais uma noite com fome. Maldição! Curvou a cabeça e abraçou as suas pernas finas e machucadas. Tentava de todas as formas não pensar no ardor em seu abdômen.
Até que algo repentino e incomum acontecera.
Ele sentiu dedos, com repetidos toques, cutucarem sua cabeça. Suspendeu a cabeça, e coçou os olhos, acabando por deparar-se com uma pequena menina sorridente. Deveria ter, no máximo, cinco anos de idade. Ela segurava um guarda-chuva com rendinhas nas pontas, protegendo-se do nimbo, enquanto segurava um bolinho na outra mão, oferecendo-o ao garoto de rua. O garoto ficara boquiaberto. Não era hora para sentir vergonha e recusar o bolinho, que parecia apetitoso à sua vista. Apanhara o bolinho, levando-o a boca, acabando-o em questão de segundos. A menina sentira compaixão pelo garoto. Ela não via o menino como mendigo. Em sua ótica de criança, olhava apenas um garoto.
Ele também a observava, e notou a vestimenta da garotinha. Seu vestido era trabalhado na mais pura seda, e suas sapatilhas estavam bem engraxadas. O medalhão dourado em formato circular brilhava. Em sua cabeça, existia uma fita de cetim que prendia os cabelos cor do ébano, curtos e ondulados. Seus olhos eram negros, tão fundos quanto a escuridão da noite. Logo concluiu que aquela menina pertencia à alta sociedade. A menina admirou-se com os olhos escarlate do menino. Não havia nenhuma expressão de medo em sua face. Apenas curiosidade. Quando ela inclinou-se para ver tais olhos peculiares mais de perto, alguém a puxou bruscamente, afastando-a do menino.
— Pequena dama, o que estás a fazer? Se afasta desse mendigo!
O garoto, tomado por uma coragem abrasadora, por sua vez segurou na mão da menininha, impedindo-a que fosse levada. Todavia, falhou miseravelmente, escorregando a mão suada na dela.
— Solta ela! — O menino batia com as mãos de força débil nas costas do guarda. — Larga ela! — Fincou os dentes com firmeza, no braço do guarda, que gritou dolorosamente em seguida.
O guarda por fim o empurrara dando um pontapé, achando um insulto ser tocado e mordido por um menino de rua. Chutou-o várias vezes no abdômen e tórax, mesmo com o peso da menina em seus braços aos berros, lutando para sair. Terminando de dar a "lição" no garoto, levou a menininha chorosa para o coche, cerrando a porta em seguida. E a bondosa garota partiu, sem revelar seu nome.
O menino apoiou o corpo doído sobre os joelhos feridos, com a mão depositada sobre a barriga, enquanto se levantava e observava o coche partir. Por que todos o espancavam? Somente por ser sozinho e desamparado? Amaldiçoou a todos em seu intelecto, mordendo o lábio inferior, enquanto fazia força para ficar ereto.
"Quanto mais conheço as pessoas, mais as odeio!"
Dissera em seu pensamento, abafado pelos gemidos de dor. Lembrou-se do pequeno gesto daquela garotinha. Talvez ainda existissem pessoas boas no mundo, mesmo que fossem pequenas e indefesas. Desejava ser grande, não ter mais medo. Almejava ser forte. Ah, como ele queria esquecer todo o mal que fizeram a ele no passado, por aquela cicatriz em seu peito...
✦
Dias depois do incidente, não sabia quantos dias ao certo, o garoto percorreu um longo caminho, indo parar em uma parte desconhecida da cidade de Florença, vagando a beira do rio que ficava sob a ponte de madeira eivada. A chuva já havia parado dias antes, porém deixara o cheiro de terra molhada. O cansaço sobrepõe sua já desgastada força, e o garoto debruçou-se à margem do rio, olhando para seu reflexo nas águas tranquilas. Sentiu-se tão miserável, sem rumo. Um ser que apenas tinha serventia de sofrer em demasia.
— O que tanto olhas aí, guri? — Indagou uma voz anasalada. Voz de garoto.— Perdeu alguma coisa?
Em seguida, surgiu mais um garoto, um pouco mais velho que ele. O menino de olhos vermelhos ergueu-se, com o coração prestes a sair pela boca. Pior que os adultos eram os garotos de rua. Eles não apenas poderiam espancá-lo, como o espancariam até a morte por invadir seu território. De repente, já não pensava mais na fome, mas em uma forma de escapar dali.
— Não fique nervoso. Somos todos iguais aqui. — falou o maior da turma, descendo do caixote como se fosse um rei. — Todos me chamam de Tubarão. Tens um nome? — O questionou.
O menino ficou cabisbaixo, repousando as mãos sobre a barriga, desejando que ela parasse de roncar.
— Caramba! Parece que tem um urso nesse estômago!— Debochou um menino com poucos dentes na boca e de cabelo loiro e emaranhado.
— Pare de falar besteira e sirva nosso convidado, Olho de Peixe. — Tubarão ordenou.
Olho de Peixe fora até outra extremidade escura debaixo da ponte, e quando regressou, trazia consigo uma tigela de barro com feijão. Entregou ao garoto de olhos vermelhos. A aparência era feia e os pedaços de carne estavam esbranquiçados. Quis recusar, mas a fome falou mais alto que o pensamento.
— Não tem colher? — Perguntou em uma voz fraca.
— Vossa Alteza quer uma colher? — Um outro garoto, chamado Guelra, riu com sarcasmo. — Que piada! Coma com as mãos, garoto fresco!
— Ei, olhos vermelhos, qual é o teu nome? —Tubarão voltou a interrogá-lo.
O menino estava ocupado demais, mergulhando a mão na tigela e lambuzando-se com o feijão insosso e frio para o responder. Novamente, Tubarão insistiu.
— Então, vamos te chamar de Barbatana. — Sugeriu e seus amigos comemoraram.
— Eu tenho um nome...— Deixou a tigela um pouco baixa, sussurrando com dificuldade. — É Vi...
— Agora, não tens mais! — interrompeu-o. — Será conhecido como Barbatana! — A voz de Tubarão era ousada. Rancorosa. — Quer fazer parte do nosso bando?
— E ... o que fazem? — Sentiu que se arrependeria por perguntar aquilo.
— Roubamos. — Olho de Peixe falara.
— Sem nunca nos arrepender. — Guelra riu do que dissera.
— E sem jamais pedir perdão. — Tubarão completou. — Precisamos fazer o ritual de iniciação.
Tubarão lançou o caixote para longe, revelando ali escondida, uma garrafa de rum. Arrancou a tigela de barro das mãos do menino de olhos de sangue e enfiou, goela abaixo, a garrafa de rum. Ele engoliu o líquido que queimava sua garganta. Aquilo o sufocava. Queria cuspir aquele líquido de cheiro forte, isso se Tubarão não tivesse fechado o braço ao redor de seu pescoço. Sua cabeça girava. Embriagado.
— Hoje, és um homem, Barbatana. Amanhã, iremos saquear cidades e beijaremos puttanas! — Tubarão dera um trago na garrafa, como se fosse um capitão-pirata bêbado.
✦
Pela madrugada, Barbatana caminhou com cuidado pelo barracão que agora habitava com os novos companheiros, indo rumo à porta, que nada mais era que uma cortina, pé ante pé. Olho de Peixe não o deixara dormir, com roncos tão altos que parecia que iria desabar todo o maldito barracão.
O gosto do rum ainda estava em sua língua e a vontade de vomitar era enorme. Andou até a margem do rio e suspirou com fastio. Sentia raiva da vida, de tudo, e até dele mesmo. Não almejava tornar-se um mero ladrãozinho de rua. Por baixo daqueles trapos que vestia, ainda tinha sua dignidade. Ainda assim, não restava outra saída, a não ser aceitar a ridícula alcunha e andar junto àqueles delinquentes. O destino não estava sendo gentil com ele. Seguiria aquele bando eternamente? Baixou a vista, olhando para a correnteza do rio. Lembrou-se da mãe, de sua irmã gêmea e da avó. Não conseguiu conter o choro e acabou por render-se a tamanho desespero.
— Eu tenho um nome... — Sussurrou.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro