13 de agosto (parte 1)
Existiam várias coisas que Louis Tomlinson não gostava. E tinha coisas que ele detestava.
Detestava acordar cedo.
Detestava ir a templos religiosos.
Detestava ter que discutir com Harry, seu marido. Como ele sabia que iria acontecer agora.
Mas ele detestava ainda mais ver sua filha chorando. Então essa discussão iria valer a pena se o bem-estar de Olívia fosse o resultado final.
Enquanto o telefone completava a ligação ele encarava uma foto sua com Harry de quando eles tinham acabado de se mudar para a Califórnia. Eram tão jovens ali.
─ Oi amor, eu ia ligar para você agora. Avisaram você também? Harry perguntou.
─ Avisaram o que?
─ A ajudante da sala do Freddie pediu entrou em contato comigo. Ele estava quietinho e quente demais. Ele está com febre, vim para o Hospital-universitário, a pediatra dele está de plantão aqui.
─ Mas ele estava bem hoje de manhã Harry! Louis exclamou.
Não era possível acontecer tantas coisas erradas no mesmo dia. Primeiro a discussão entre Harry e Olívia, que teve como resultado o castigo. Agora o caçula deles no hospital.
Louis respirou fundo. Lidar com um problema de cada vez. Ele conseguia fazer isso.
─ Posso falar com o Freddie? perguntou.
O Tomlinson mais velho conseguia ouvir o marido falando com o filho, o incentivando a falar no telefone.
─ Papa quer casa, Freddie choramingou.
─ Own princípe, você precisa ver a médica primeiro depois o papai Hazz traz você pra casa, Louis tentou incentivá-lo.
─ Não gosto, a criança falou chateada.
─ Eu sei vida, papai vai fazer cookies para você comer quando chegar em casa sim? Seja um bom garoto com a médica e com o papai Hazz certo, Louis falou de maneira carinhosa. Ouviu um resmungo baixo do filho concordando.
─ Princípe, você pode entregar o celular pro seu pai, ainda quero falar com ele, Louis pediu.
Ouviu Freddie dizer um okay e se despedir baixinho. Logo a voz de Harry voltou a ser ouvida.
─ O que você prometeu para ele? o marido perguntou.
─ Cookies. Mas eu preciso falar de outra coisa com você. Tem como se afastar um pouco do Freddie pra falar comigo? Louis pediu.
Ia fazer quinze anos de casados daqui a pouco mais de um mês. Sabia mais ou menos o tipo de reação que Harry tinha quando era contrariado. Ainda mais quando o assunto era a educação dos filhos.
─ Pronto, o Freddie está numa mesinha com um livro de colorir, pode falar.
Louis respirou fundo novamente. Era melhor não enrolar e arrancar o band-aid de maneira rápida.
─ Vou tirar a Olívia do castigo, disse.
Silêncio.
Independente de quantos quilômetros de distância os separavam Louis sempre conseguia sentir quando uma tempestade entre ele e Harry se formava. Era só uma questão de esperar alguns momentos.
─ Acho que não ouvi direito William. Porque eu pensei ter ouvido você falar que iria tirar a nossa filha do castigo que eu mesmo coloquei hoje de manhã... Mas eu com certeza ouvi errado não é? Harry perguntou em um tom baixo.
Ele com certeza está tentando não explodir porque está num local público co Freddie, pensou. Esse era um dos acordos que eles tinham: nunca brigar nem falar alto na frente dos filhos.
─ Não, você não ouviu errado babe: eu disse que vou tirar a Olívia do castigo e se você quiser ouvir o motivo, eu juro, que eu posso explicar, Louis falou.
─ Você tem que ter uma ÓTIMA explicação Tomlinson, porque eu estou prestes a gritar você por telefone mesmo, Harry falou ainda tentando manter a voz baixa.
─ Olívia estava lendo o seu diário... Aquele de quando nos conhecemos, falou.
Silêncio novamente. Louis conseguia ouvir a respiração de Harry se tornando mais pesada ao telefone.
─ Como? Onde ela encontrou isso... ela não deveria ler esse tipo de coisa Louis puta merda...
─ Eu não sei ainda onde ela encontrou amor. Fui chamar ela pra almoçar e ela estava chorando como se estivesse em estado de choque... Harry ela chorou muito, ela estava tremendo, eu não posso ficar sem fazer nada, é a nossa filha, ele falou um tanto aflito.
─ Louis - Harry falou de forma dolorida - eu não estou respirando direito acho...
Puta merda! Harry passar mal também não estava nos planos de Louis.
─ Amor calma, diz pra mim o que tá sentindo: seu peito está doendo? Você não consegue puxar o ar? Não sente ele entrando? Louis perguntou.
─ Meu peito não está doendo... Mas eu sinto como se não estivesse respirando, o Freddie amor...
─ Amor, escuta a minha voz: tampe a narina direita e respira pela esquerda conta até dez e solta - Louis conseguia ouvir o marido puxando o ar com força e expirando devagar - Agora faz o contrário, tampe a narina direita e respira com a esquerda.
Os minutos seguintes foram Louis tentando ajudar Harry a controlar a respiração e com isso ir se acalmando. Harry obedecia os comandos do marido sem exitar. Foram longos anos para os dois aprenderem a diferenciar as crises de ansiedade do cacheado das crises de asma. Harry até mesmo já chegou ao ponto de ser internado por conta dos dois problemas.
─ Você está sentindo o ar entrando agora? Louis perguntou calmamente.
─ Sim... Obrigado por isso!
─ Não precisa me agradecer babe, o seu bem-estar você e o dos nossos filhos são sempre a minha prioridade... Entende agora o porquê de eu tirar a Olívia do castigo - Louis falou, aquilo precisa ficar claro. ─ Eu não quero desafiar a sua autoridade como pai ou invalidá-la, mas eu realmente fiquei preocupado com o que ela leu, nós não tivemos um passado nem um início fácil amor.
─ Eu quero chorar mas não quero assustar o Freddie, Harry disse.
O caçula dos Tomlinson era muito sensível. Assim como Harry.
─ Eu sei amor... Me sinto péssimo em pedir isso mas tem como você guardar o choro para mais tarde? - Louis falou aquilo com um nó na garganta. Era muito injusto pedir isso a Harry.
─ Eu vou tentar... Você vai cuidar da Olívia?
─ Da mesma forma que eu sempre cuidei de você, com amor e carinho, Louis respondeu.
O mais velho não viu quando Harry deu um sorrisinho nem quando enxugou uma lágrima teimosa que escapara.
─ Obrigado por isso! Eu te amo, Harry falou de maneira carinhosa.
─ Eu também te amo! To esperando você e o príncipe em casa, Louis falou.
Após se despedirem, o mais velho saiu da biblioteca que tinha em casa em direção a cozinha. O chá e os cookies já estavam prontos. Guardou alguns pois afinal, prometera ao caçula e levou a bandeja com as duas xícaras ainda saindo uma leve fumaça para a sala.
Olívia se encontrava encolhida no sofá com o olhar distante.
─ Se ajeita tampinha eu quero sentar, falou.
E toda a intimidade que com os anos foi construída, representada naquela frase, fez com que a garota pela primeira vez naquele dia esboçasse um sorriso.
─ Sabe que eu posso ficar mais alta que você né, a filha provocou.
─ Sei sim, e vou continuar te chamando de tampinha porque eu sou o pai e você é a filha, Louis falou enquanto entregava para ela sua xícara com chá.
Olívia respirou fundo aspirando o aroma.
─ Maçã com canela, meu favorito, ela disse sorrindo.
─ Apenas o melhor para a princesa da casa, respondeu. ─ Falei com seu pai...
E com atenção Louis percebeu como a filha ficou tensa. Seriam longos os próximos dias.
─ Eu não vou entrar muito no assunto sobre o que você leu, afinal, foi a privacidade do seu pai que foi invadida não a minha. Mas quero que você saiba duas coisas: primeiro, você sempre pode contar comigo. Sempre! Então se quiser conversar sobre o que você está sentindo eu estou aqui para você.
As lágrimas se formaram nos olhos de Olívia de maneira involuntária. Ela tinha os melhores pais do mundo.
─ Segundo, minha missão de hoje é colocar um sorriso no rosto da minha princesa então nós vamos fazer uma maratona de Brooklyn Nine-Nine, Louis sentenciou.
─ O papai Harry não vai ficar chateado por ter me tirando do castigo? Pera, o papai não vai brigar porque a gente tá assistindo a série preferida dele sem ele? Olívia perguntou preocupada.
─ Não para as duas perguntas. Agora, prepare-se pois quero assistir pelo menos umas quatro temporadas hoje, Louis falou.
Olívia concordou com a fala do pai sorrindo enquanto ele colocava a série para ambos assistirem na tv e se distrair pelas próximas horas.
Essa capítulo é bem diferente dos anteriores, o que acharam?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro