Brativers do meu Kokoro, voltamos -os pedidos para que o livro saísse do Hiatus foram tantos que acabei tomando vergonha na cara mesmo.

Espero que comtinuem gostando da história e divulgando para toda vizinhança.

Boa Leitura.

Era uma manhã de quarta-feira e Oksana acordara nervosa, faltavam apenas dois dias para seu tão esperado casamento. Nunca antes havia realizado um evento e pior ainda, um cuja importância era insensantemente aprofundada nos veículos de comunicação -uma vez que seu noivo era nada mais e nada menos que o designer e engenheiro bélico mais influente do mundo. Jornalistas, blogueiras e paparazzis queriam a todo custo saber quem eram a sortuda que conquistara aquele considerado o russo mais poderoso e influente do mundo. Exposição era tudo o que ela não queria naquele momento. Estavam todos curiosos para saber que vestido ela usaria e quem era o famoso estilista que o desenharia -porém, ela nem se quer sabia que vestido usaria. Okasana queria desfazer-se em lágrimas. Se Cassie não a tivesse ajudado em todos os detalhes referentes a festa de casamento ela estaria mais perdida que um navio em pleno Triângulo das Bermudas.

Naquele dia a loira acordara cedo, pois seu noivo havia pedido para que ela fosse logo cedo no seu escritório. Acordar cedo nunca fora um problema para ela, o problema era que estava sobrecarregada e com medo. Havia uma lista de coisas que ela tinha de fazer, no entanto estava com medo e com uma boa dose de receio. Havia combinado com Hunter que colocaria seus piercings naquele mesmo dia e ainda tinha que tratar do assunto do vestido. Sentia falta de Andrew naquele momento, uma vez que sempre quis que ele fosse seu padrinho e ele claro que ele entendia de moda melhor que ela. Okasana já havia pedido para que Omar o trouxesse para a mansão Mikhailkov -ela o queria bem perto dela, assim com queria estar igualmente perto de Amélia.

Oksana estava a pouco mais de vinte minutos no escritório de Hunter, lia calmamente a papelada que seu noivo lhe dera e a cada palavra seu nervosismo multiplicava. Seus olhos passavam pelas letras pequenas com atenção e bufou ao perceber o objectivo daqueles papéis. Era um contrato. O contrato mais absurdo que já vira em toda sua mísera existência.

-Q-que merda é essa Hunter? -questionou indignada.

Hunter fitava sua noiva como um falcão à sua presa. Ela estava bonita. Os cabelos loiros mais longos, os lábios sem vestígio de algum brilho labial ou batom. Naturalmente avermelhados. As sardas em seu nariz e bochecha davam um ar mais jovial a ela, e o vestido justo que ela escolherá deixava pouco para sua grande imaginação.

-Um contrato pré-nupcial Dogoroy. -Explicou. -Nada demais.

Oksana sorriu amarga e fitou seu noivo, que aparentemente encontrava-se relaxado demais para alguém que estava propondo um acordo antes do casamento. Não que ele não devesse, até porque ele tinha todo o direito de proteger sua grande fortuna, no entanto o valor das multas eram abismais. Com aquele dinheiro ela poderia comprar uma alma e se ela concordasse com aquilo, ela estaria vendendo sua alma ao diabo que era seu noivo malditamente bonito naquele terno negro feito sob medida.

-E tu achas que eu assinarei isso? -questionou a loira, sentindo-se abismada. -Não estou atrás do teu dinheiro e tão pouco tenho biliões para pagar multas por desobediência.

Hunter bufou tenso.

-Senta-te e releia o contrato, por favor. -pediu Hunter. -Em caso de dúvidas eu chamarei Slinder, para que ele possa explicar-te sem que queiras matá-lo, pois sei que queres mesmo matar-me. -disse ele, exibindo um sorriso preguiçoso.

Oksana fitou os dois globos diferentes na face de seu noivo e retornou a sentar-se na cadeira em frente à ele. Sabia que ele observava cada movimento seu, cada frazir de cenho e estalar de língua.

-Tu e Slinder são farinha do mesmo saco Hunter. -exprimiu a loira. -Basta que tu assobies para que ele apareça abanando a cauda para impressionar-te.

Hunter bufou. Oksana era difícil e era isso que ele mais gostava nela -seria entediante se fosse fácil demais.

-Oksana. -Repreendeu-a. -Não digas coisas como estás.

A loira deu de ombros. Retomou sua leitura sem prestar muito atenção nas palavras que seu noivo dissera.

-Isso é ultrajante Hunter. -Oksana reclamou, largando o contrato em cima da mesa de mogno. -Isso vai tornar-me tua propriedade, não há chances de eu aceitar isso. Como eu posso assinar algo que mais se parece com um pacto?

Hunter franziu o cenho irritado, no entanto procurou não demostrar a intensidade dela.

-Tu pertences a mim Oksana. -Ele afirmou com convicção. Deu a volta pela mesa e puxou-a para perto de si. -Eu penso nesse contrato como uma garantia.

Oksana abriu a boca, mas fechou em seguida. Era um ultraje, mas entendia o ponto de vista dele uma vez que ele a havia comprado. Entendia não apenas era pelo facto dele tê-la comprado, e também sim pelo facto de achar que a perderia.

-Isso é tão sujo Hunter -murmurou. -Aqui diz claramente que eu não posso de jeito algum separar-me de ti. Sinto-me com a liberdade num fio. Não que eu fosse realmente livre, mas...

-Oksana...

-Não, Hunter. -Interrompeu-lhe. -Isso não me parece certo.

-Isso é o certo. Só tu não percebes. -O moreno de olhos bicolores parecia assustado. -Eu preciso disso Oksana, eu preciso dessa garantia. E ai diz claramente que tu és minha e que quero-te como minha herdeira. A única. Se algo acontecer comigo a Bratva será tua, não posso deixar nas mãos de quem eu não confio.

Era a primeira vez que Oksana o vira tão assustado. Ele parecia inseguro e com medo.

-Não fiques assim Hunter. Eu sou tua, não sou? -questionou-lhe a loira preocupada. - Nada vai acontecer, nada pode acontecer. Eu assinarei o contrato se isso deixar-te mais tranquilo, mas tens de prometer-me que em momento algum usarás o contrato para tirar o pouco que resta da minha liberdade.

Hunter sorriu de leve e assentiu.

-Caso não concordes com alguma das cláusulas eu as retiro ou podemos suavizá-las. -rebateu o moreno. -Tudo bem para você?

Oksana sorriu menos preocupada e um pouco mais satisfeita. Acariciou o rosto do seu noivo e beijou-lhe a face ficando na ponta dos pés.

-Eu amo-te. -disse a loira.

-Eu amo-te ainda mais baixinha. Amo-te muito.

Oksana andava de um lado para outro preocupada com os preparativos para o seu casamento, que raio de noiva era, se mal sabia que vestido vestiria? Definitivamente Cassie Mikhailkova conseguia ser sua fada madrinha de maneiras surpreendentes. Sua cunhada conseguira encontrar o espaço perfeito, o buffett e todos os detalhes relacionados ao casamento, incluíndo as coroas, ela era boa no que fazia -bem diferente do que Okasana referia a si mesma. Haviam pelo menos 12 revistas de noivas espalhadas sob sua cama e nenhuma opção de vestido lhe parecerá agradável aos olhos -ou eram estravagantes e pomposos demais ou eram simples e sem vida demais. A loira quis gritar e acompanhar o grito estridente com choro. Estava frustada. Não conseguira encontrar um vestido de noiva que lhe agradasse aos olhos, mesmo os que eram obras divinas dos estilistas mundialmente renomados. Suspirou cansada, pelo menos sabia que Hunter, já havia escolhido seu traje e diferente dela, ele não era um desastre no quesito figurino principal de casamento.

Oksana respirou fundo arrumando as revistas -estava desapontada consigo mesma. Ela o amava e queria que a ocasião fosse especial e sendo assim, talvez a questão não fosse apenas o vestido e sim pessoas que antes faziam parte da vida dela, aquelas que a apoiavam e olhavam para ela com carinho -definitivamente sentia-se carente de amor fraternal. O moreno de olhos azuis e sua mãe do coração, faziam-lhe imensa falta. Faziam-se meses que não vira Amélia e Andrew e sentia como se os tivesse abandonado mesmo sabendo ela que não era isso que havia acontecido. Atirou-se na cama que amorteceu sua queda e encolheu-se na posição fetal pensando nos últimos acontecimentos.

Talvez estivesse tudo indo rápido demais. Talvez não estivesse pronta ou talvez... -eram tantos talvez que ela quis bater em si mesma por pensar daquela forma, mas o facto era que seu romance com Hunter fora repentino demais, era como se uma avalanche de sentimentos tivesse caído sobre ela, no entanto em momento algum sentiu-se atordoada ou com o pé atrás. Desde o momento que vira Hunter no Devil's, seu corpo e mente entraram em alerta total, não um daqueles alertas que mandavam largar a bomba e correr e sim um daqueles que diziam para desarmá-la por um bem maior. Foi impossível lutar pelo que sentira por Hunter, o magnetismo, a paixão, a atracção e os olhares eram mais que apenas paixão de 15 segundos. Ela o amara desde o momento que ele colocou as mãos nela e desde o momento que seus olhares se encontraram.

Grunhiu enraivecida e saltou da cama olhando seu pequeno reflexo pelo espelho que ficava de frente a sua cama. Fitou por alguns segundos a porta que dava para o seu quarto de dança e pensou que talvez dançar lhe fizesse bem -dançar trazia-lhe paz e ajudava a deixar de lado todos os problemas momentâneos. Quando pensou em ir até ao closet para vestir alguma roupa de dança, três batidas audíveis soaram pelo cómodo e de seguida a porta fora delicadamente aberta.

-Atrapalho? -Sua cunhada, barra Anjo, barra fada madrinha indagou com a cabeça para dentro do quarto.

-Definitivamente não. -disse Oksana. -Estou frustada e com raiva de mim mesma, que estou ao ponto de arrancar a pele das minhas bochechas e comê-las.

Cassie fraziu o cenho assutada.

-Então eu acho que este foi o timming perfeito. -disse Cassie, ainda com o cenho franzido. -Acho que minha surpresa vai melhorar o teu dia. Com certeza vai.

-Tem chocolate ai? -questionou a loira num murmúrio, caminhou alguns passos até a porta. -Se não for com uvas passas e amêndoas melhor jogar no lixo.

Cassie não consegiu segurar o riso. Oksana parecia uma boneca, olhos vivos, bochecas coradas e cabelo perfeito que moldavam a sua face, excepto -a caranca que mais parecia ser de desespero com uma mescla de raiva. Ela sabia o quão devia ser difícil para sua cunhada organizar um evento estrondoso, uma vez que tudo que ela fizera durante maior parte da vida fora servir café amargo para a víbora que era sua tia e dançar num clube que também era um prostíbulo contra sua vontade.

-Sorria. -Cassie sorriu levemente, abrindo amplamente a porta do quarto.

E lá estava sua adorada cunhada, com os olhos arregalados e levemente marejados, boca aberta e as mãos trémulas.

-Mikailkova. -balbuciou Oksana. -Isso é real?

-Sua oxigenada, não me chame de isso. Eu sou lindo demais para ser comparado a um objecto e claro que sou real. -o moreno de olhos azuis exprimiu, exibindo um enorme sorriso. -Senti sua falta Oksy. -murmurou o moreno com os olhos também marejados.

-Oh merda! -preguejou a loira. -Andrew.

-Oh merda! Vem cá.

Oksana rompeu a distância que os matinha longe um do outro, e correu até seu amigo que mais era seu irmão e abraçou-o. Permitiu que suas lágrimas caíssem sob a camisa que Andrew vestira -não acreditava que estava com seu melhor amigo, que na verdade era seu único amigo. Sempre foram eles contra o mundo -ela por ser quem era e Andrew por ser gay, algo muito mal visto na Rússia num nível colossal.

-Você está mesmo aqui. -murmurou a loira, sob os ombros do seu amigo. -Você veio.

Andrew olhou para Cassie, murmurando um "obrigado" silencioso e abraçou a amiga fortemente. Sentia a falta da sua companheira de batalha e daquela que sempre lhe aceitara como era, sem preconceito, superioridade ou quaisquer outras diferenças.

-Você não achou que eu perderia o casamento mais falado da mídia certo? -indagou seu amigo. -Acho que estamos no mesmo nivel que o casamento do primogénito Bonnatero ou até da família real inglesa. Além de que eu estava com medo da escolha horrível que você faria no quesito vestido e claro, eu seria obrigado a me autoflagelar eternamente caso o vestido de noiva da futura rainha da Bratva, não fizesse justiça a sua beleza, ao sobrenome que carregarás.

Oksana separou-se dele sorrindo e limpando as lágrimas. Estava com saudades de ouvi-lo tagarelar por horas sem fio, quando viam-se fora do alcance do radar pesonheto de Katrina.

-E Amélia? -indagou Oksana, lançando um olhar preocupado em direcção a sua cunhada.

-Ela chegará mais tarde. -explicou Cassie. -Hunter está ainda a tratar da mudança dela para cá. Definitivamente.

Oksana estava estupefacta.

-Isso é sério?

-Muito sério Oksy. -o moreno respondeu sorridente. -No final das contas, seu homem não é o demónio que dizem ser.

Oksana engoliu em seco sorrindo de leve. Talvez Hunter não fosse realmente um demónio, mas era apenas quando tratava-se dela ou de alguém da família dele, nesse caso sua irmã porque Alexandra com certeza deveria ser amiga de Katrina, as duas eram frutos da Sonserina.

Nos momentos seguintes Oksana e Andrew, entraram numa conversa empolgante sobre o que acontecera na vida de cada um nos últimos meses que não mantiveram contacto, e por isso Cassie retirou-se do quarto sem que eles se apercebessem para dar mais privacidade à eles. Oksana parecia feliz e Cassie sorriu -estava feliz por sua cunhada e agradecida aos Anjos e Santos pelo milagre na vida de Hunter. De maneira nenhuma seu irmão poderia casar-se com outra que não fosse a loira de olhos claros -a morena agradecera também por Janneth, ter seu plano de tornar-se a rainha da Bratva fracassado, tudo graças a tragédia que servira apenas para afundar ainda mais a felicidade de seu irmão. Hunter era o homem mais forte que ela conhecera, e por ser seu irmão, Cassie via como ele escondia suas tristezas, perdas e feridas com um sorriso caloroso e aberto. Para um mafioso, Hunter era muito simpático e sorridente.

-O que tanto pensas? -Omar indagou, assim que seus olhos seguiram até as décadas de onde vinham o ecoar dos saltos altos.

-Você pode cuidar da sua vida por favor? -Cassie cuspiu. Por algum motivo, não gostava de Omar Irnovich.

Omar andou alguns passos até Cassie, encostando seus ombros no corrimão da escada, enquanto Cassie estava alguns degraus acima. O moreno exibiu um sorriso preguiçoso fitando-a como um falcão.

-Eu estou tentando fazer isso -disse o moreno, sem tirar os olhos de Cassie. -, mas parece que ela está mal humorada.

Cassie fechou os olhos com força espantando o desejo que sentira. A voz rouca daquele homem, o cheiro único e inebriante, o olhar escuro, a pele escura e todo sex appeal que ele libertava, deixavam-na atordoada.

-Sério isso Omar? -bufou irritada. -Sai da frente, eu tenho um namorado sábia?

Foi a vez de Omar bufar com raiva. Será que Cassie não percebia que seu tão amado namorado, era um homem cujo único objectivo era aproximar-se do irmão dela para ganhar prestígio, pertencendo a família Mikhailkov.

-Derik James. -Balbuciou. -Quando Hunter, disse que precisavas desencalhar, não estava especificamente a dizer que tinhas de cair na rede do primeiro oportunista que agarrasse o teu pé.

-Primeiramente seu imbecil, eu não sou um peixe e segundo tu és louco. -disse a morena irritada.

Omar andou mais alguns passos até ela, podia sentir que Cassie estava inquieta, a respiração de dela estava mais rápida e podia jurar que -os batimentos cardíacos da morena, estavam descompassados. Ela o desejava, assim como ele o fazia fervorosamente.

-Diga que não me quer. -O moreno sussurou, próximo a orelha de Cassie, fazendo com que cada pêlo do seu corpo ganhasse vida própria ficando em pé. -Diga Cassy. É rápido e simples.

Dizer que não o desejava seria uma grande mentira, mas admitir estava fora de questão. Ela não podia deixar-se envolver tão intensamente. Omar Irnovich a faria perder a noção de tudo que ela conhecia -e de alguma forma, sentia que isso a afastaria de seu irmão. Ela tinha de cuidar de Hunter e ter a certeza que ele estava feliz e realizado, do mesmo jeito que fazia quando gostava de certificar que ele estava quentinho em sua coberta e que havia terminado o seu leite morno quando pequeno.

-Eu não sou Hunter, Omar e com isso eu quero deixar claro que não sou tua amiguinha e muito menos uma fã sua. -dizer aquelas palavras a magoavam duas vezes mais que a Omar. Primeiro porque ela achava que não, mas o amava e segundo, porque magoar Omar era como se estivesse a magoar a si mesma, so que num grau elevado.

A expressão ferida do homem que normalmente desfilava grande, belo e impassível feriu-a e ela quis quebrar seu pulso esquerdo por magoá-lo. Automaticamente Omar deu-a espaço e viu a mulher, cujo coração pertencia afastar-se perdendo-a por trás das paredes que davam para a área que ficava o escritório de Hunter.

Definitivamente Cassie era mais do que ele merecia. Bufou consternado.

Cassie andou em passos largos -seu subconsciente impendindo-a de olhar para trás e cair no fracasso. Parecia fácil demais colocar a própria felicidade sobre a felicidade do seu irmão. Ela prometera que cuidaria do pequeno Hunny, com a própria vida e não deixaria que qualquer outra pessoa o magoasse, muito menos Oksana Dubrova, porém o destino pregava peças e a da vez era uma em que todos os actores usavam máscaras perfeitamente ornamentadas e caras. O jogo das mentiras e omissões.

-Cassy. -Hunter chamou-a. Ele estava sentado como sempre na sua cadeira imponente, com o cenho franzido e os olhares especuladores. Faziam alguns longos segundos que sua irmã estava encostada na porta divagando. -Está tudo bem Panda?

Cassie fitou seu irmão por alguns segundo atordoada, mas não demorando para voltar a pose normal.

-Óptima. -tentou parecer convincente.

-Não. -disse Hunter, com os olhos nela. -Lembras-te que o pai sempre dizia que és uma péssima mentirosa?

Ele a conhecia. Ele a conhecia como se ela fosse um labirito que ele passara tempos e tempos explorando. Talvez ela realmente fosse um labirinto, mas apenas porque ela parecia perdida dentro dela mesma -bufou frustada, percebendo que nada daquilo fazia sentido.

-Oksana está preocupada. -disse, na tentativa de tirar o foco de Hunter dela. -Acho que ela vai ter um ataque de pânico a qualquer momento.

Hunter semicerrou os olhos. Seja o que fosse Cassie queria manter seguro o suficiente e usar Oksana -o vestido de casamento que não fora escolhido até o momento, era o melhor truque que ela poderia usar. Para uma psicóloga ela era péssima em estudar seu próprio comportamento, não que fosse algo fácil de se fazer.

-Eu só quero que saibas Panda, que quanto estiveres pronta eu estarei aqui. - sorriu. -Mesmo que para isso, tenhas que interromper o padre no altar durante a cerimónia.

Cassie revirou os olhos. Seu irmão sabia ser um completo idiota amoroso quando queria.

-Eu quero que fiques bem, apenas isso. -disse sério. -Sabes que eu faria qualquer coisa por você mana. Eu amo-te.

-Eu também amo-te mano. -devolveu Cassie. -Agora é hora de falarmos da noiva.

Hunter sorriu, fazendo Cassie acompanhar o sorriso genuíno e marcante. Era bom ver seu irmão feliz e Hunter sentia-se mal, pois sabia que Cassie não estava feliz. Desde que Alexandra viajara a casa parecia uma cidade reconstruída após um desastre natural. A paz aparentemente era a nova moradora da casa.

-Wayne cuidará dos último detalhes. -Pronunciou-se Hunter, após alguns segundos de auto reflexão. -Eu chamei-a.

Havia uma hierarquia no Submundo e Wayne estava junto aos mais perigosos e letais.

-Como você... -as palavras morreram em sua boca.

Hunter riu baixinho. Cassie Mikailkova espantada era raro de ver-se. Cassie sabia de todos seus segredos, confiava a sua irmã tudo que Mikhaël Mikhailkov deixara. Ela era a única que tinha seu sangue e que realmente confiava -bem sabia ele, que sua mãe era a última que merecia um acto de confiança.

-Foi com uma simples ligação. -explicou Hunter. - E por sorte ela estava aqui perto, assim que ela chegar, Omar irá para o nosso aeroporto pegá-la.

Ao ouvir o nome do homem, Oksana engoliu em seco ficando inquieta. Hunter ergueu a sombracelha analisando a reacção de sua irmã sob a pronunciação do nome do seu amigo. Por mais que Slinder fosse seu Conselheiro, Omar era como um irmão para Hunter -o Beserker o salvara incontáveis vezes, assim como o conhecia desde que Hunter lembrava-se como gente.

-Ah! -Exclamou a morena de olhos verdes excessivamente claros. -Eu achei que existisse uma lista de espera. Não consigo acreditar Hunny, Wayne é a rainha no mundo da moda e até um trapo que passe por suas mãos vira obra de arte. Eu não acredito.

-Quanta descrença. -murmurou Hunter, divertindo-se com a reacção da sua irmã.

-Você não entende. Wayne é a Deusa da moda por três motivos Hunny: primeiro porque ela desenha para a realeza e não é a do Submundo apenas, segundo porque suas criações são únicas ela nunca criou duas semelhantes, terceiro e não menos importante porque existe uma lista gigantesca de espera. Ela tem as mãos esculpidas por Deus. E sem contar que ela recusa trabalhos quando não vai com a cara do cliente, não importa o quão importante ele seja.

Era bom ver sua irmã empolgada.

-Definitivamente eu quero um AW's. -disse Cassie empolgada. -Por favor irmão.

Hunter gargalhou. Cassie tinha a possibilidade de comprar até um navio e tudo que ela queria era um vestido criado por Wayne. Era cómico de certa forma.

-Eu tenho certeza que Wayne ira satisfazer todos os teus desejos. - disse Hunter. -E ela recusa mesmo, por ser bipolar e mal-humorada.

-Isso soou um pouco sujo. -repeendeu Cassie. - Já a última parte, não soa nem um pouco como AW.

-Não sejas pervertida. -retorquiu Hunter. - Deixo tudo nas tuas mãos então e quem sabe possas convencer Wayne de desenhar algo para você e...

-Mas espera. -interrompeu a mais velha. -de hoje para Sábado o vestido não ficaria pronto Hunny. -Hunter podia ver o medo, dúvida e o terror nas expressões delicadas que estavam estampadas no rosto da irmã.

-Cassie, Wayne daria sua cabeça por mim e claro que um vestido é insignificante comparado a isso. O clã é sobre isso, é sobre cuidarmos uns dos outros, mesmo que o mundo externo veja-nos como inimigos mortais uns dos outros. É tudo sobre amizade e lealdade.

Cassie sorriu e acentiu. Queria bater em si mesma por não ter pensado naquilo. Claro que Wayne, fazia parte dos 15 e mesmo sendo alguém que observava mais do que falava. Wayne era duas vezes mais letal que muitos assassinos altamente treinados. Era uma Beserker.

Obrigada pela leitura e por manterem-se fieis Brativers...

Não deixem de votar e claro comentar muito - avisem a todos que Hunter & Oksana estão de volta