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Beijos de Garotos e Discos de Vinil

CAPÍTULO UM:

BEIJOS DE GAROTOS
E DISCOS DE VINIL

Hyunjin não era o maior fã de festas.

Nunca foi o tipo de cara que gostava de beber até cair, ingerir substâncias que trazem efeitos nem tão reversíveis para seu corpo, ou jogar beijos fora com pessoas que você não vai trocar uma palavra no dia seguinte. Seus amigos, pelo contrário, achavam divertido, e sempre que podiam, o arrastavam consigo.

— Ei, pirralho — Chan o chamou, jogado na cama do mais novo, com um cigarro aceso preso entre seu dedo indicador e o do meio. — Termina logo de se arrumar.

— Eu preciso mesmo ir? — Hyunjin indagou, encarando a imagem do amigo pelo espelho no guarda-roupa, fazendo uma careta quando viu o cigarro.

— Sua boca já tá criando teia, Hwang. Vai beijar, você tá precisando.

Hyunjin suspirou, se sentando do lado dele, e puxando o cigarro da mão do Bang, o apagando no cinzeiro que deixava no canto de sua cômoda, que só estava ali justamente pelo fato do melhor amigo viver fumando em seu quarto.

— Nenhuma das garotas que vão estar lá me interessam. — Deu de ombros, desinteressado.

Bang Chan deixou uma risada solta escapar, e com os olhos entreabertos, balançou seu corpo, com uma feição no rosto tão descontraída que quase parecia que estava chapado. Talvez estivesse mesmo. Hyunjin nunca sabia.

— Eu não disse que precisa ser uma garota...

Hyunjin o encarou por alguns segundos, e então, agarrou o travesseiro mais perto, batendo com ele no mais velho.

— Vai se foder, Bang!

Chan riu alto, e logo foram interrompidos pela porta abrindo, e a cabeça de Ash aparecendo por entre a fresta. Os três saíram de lá rapidamente, se despedindo da família Hwang que estava toda na sala.

Hyunjin não disse nada, mas ficou o resto do caminho pensando sobre o que Chan tinha dito.

Ashley era um garoto de um metro e oitenta, com cabelos loiros meio ondulados que passavam de seu queixo, traços delicados e roupas despojadas. Era o tipo de adolescente com uma popularidade intrigante, que dava festas quase todo final de semana, conhecia todo mundo e era amigável com todo mundo. Hyunjin o invejava.

— Escuta, Hyunjin — Chan o puxou pelo ombro, com uma garrafa de vidro de cerveja em sua mão. — Você já tem dezoito, tecnicamente pode fazer o que quiser — Hyunjin estranhou a conversa, com certeza o amigo já estava bêbado. — Só, sei lá, não faça nenhuma merda, tudo bem?

O mais novo riu. Bang Chan ficava estranhamente carente e carinhoso quando bêbado. Chegava a ser uma mudança impressionante de personalidade.

— O Kim não vem mesmo? — Perguntou, cambaleando para o lado, enquanto tomava outro gole do conteúdo da garrafa.

Hyunjin negou balançando sua cabeça.

— Seungmin odeia festas.

Pfft.

Ele perguntaria porque o amigo parecia tão genuinamente curioso com isso. Perguntaria mesmo. Se Seulgi não o tivesse puxado com a mão para beber algo consigo. E por alguns momentos da noite, bebeu e dançou com a amiga.

Hyunjin gostava de acreditar que para tudo se tinha um porquê. Que se algo acontecia, tinha uma explicação. Mas, agora, deitado em uma cama de algum dos quartos da casa de Ash, rindo abobalhado meio bêbado ao lado de sua melhor amiga, ele não sabia explicar nem como tinha chegado ali.

A festa ainda rolava, uma música desconhecida tocava no andar de baixo, mas os dois pareciam presos demais aos próprios mundos. A televisão por algum motivo estava ligada, e algum filme de terror do começo dos anos 80 passava nela, mas nenhum deles prestava atenção.

— Eu queria sair da cidade. — Seulgi disse, de repente.

Hyunjin prendeu sua respiração, continuando a encarar o teto.

— É?

— É.

Silêncio. Seulgi se deitou de lado, apoiando o rosto em sua mão, olhando para o Hwang.

— Queria ser mais do que todos nós somos agora. Alguém melhor.

— Mesmo?

— Mesmo.

Diálogos com bêbados eram sempre simples. A sinceridade pode se mostrar apartir do momento mais fragilizado do ser humano. Mas no momento, Hyunjin não conseguia ser sincero e responder direito, já que, a única coisa que rodava em sua cabeça, eram as palavras do amigo de mais cedo.

— Seulgi.

Hm?

— Posso testar algo?

— Depende do quê.

— Posso, ou não?

Ele a encarou seriamente. Seulgi analisou seu rosto. Por fim, deu de ombros, assentindo.

The lights were off
The mood was right

Hyunjin se aproximou dela, enquanto Seulgi analisava copiosamente seus movimentos, sem se mexer um centímetro sequer.

She came and laid with me

I looked into her eyes

Ele levou uma mão até a maçã do rosto dela, segurando ali com delicadeza, e a puxando lentamente para mais perto.

Tried to make her mine

But then she said

Hyunjin piscou rapidamente, e a largou. Olhou para a amiga, e se jogou de volta para onde estava antes, encarando o teto.

— Não consigo.

Um silêncio desconfortável se instaurou. Seulgi ainda estava parada no lugar, quando assimilou tudo, e soltou uma risada alta.

— Posso te contar algo?

— Pode.

— Você tá muito bêbado ou vai conseguir se lembrar disso amanhã?

Na verdade, daqui uns anos, Hyunjin se lembraria vagamente desse dia, como se tudo não tivesse passado de um sonho vívido. Saberia, apesar, que tinha sido real, pois todas as sensações o acompanhariam, e principalmente, o que descobriu aquela noite.

— Não sei.

— Não importa, na verdade. — Seulgi riu mais uma vez. — Eu não gosto de caras.

I'm really not that into guys

1980 horror film
1980 horror film

— Hyunjin? Você tá passando mal?

Ash encontrou Hyunjin sentado encostado na parede do corredor, encarando seus dedos como se fossem as coisas mais interessantes do mundo. O garoto se assustou brevemente ao escutar a voz do amigo, e levantou o olhar para ele.

— Não. Eu tô bem.

O mais velho achou esquisito, e colocou seu copo em cima de uma mesa que tinha ali, se sentando ao lado dele.

— Tá mesmo? Vi que você e a Seulgi subiram. Mas ela desceu sozinha. Aconteceu algo? Vocês..

— Não! Não, não! — Hyunjin o interrompeu de imediato. — A gente tá bem. Muito bem.

Não entrou em detalhes. Estava bêbado, mas não perdeu sua noção, não sabia até onde podia falar, pela privacidade da amiga, decidiu apenas ficar calado.

Ah...

Os dois ficaram calados. Ash o encarando, enquanto Hyunjin olhava para as escadas. Este, resolveu quebrar o silêncio.

— Você.. Você se lembra daquele garoto?

— Hm?

— Aquele. Da Nineteen, do outro dia.

Ash demorou um momento para assimilar. Se lembrou brevemente de quem Hyunjin poderia estar falando, e balançou a cabeça.

Acho que sim.

— Você o convidou pra festa?

O loiro alcançou seu copo na mesa, dando um gole, e soltando um risinho logo depois que o gosto amargo desceu por sua garganta.

— Eu não costumo chamar muita gente. Os convidados fazem isso por mim, então, hm, tecnicamente, posso ter convidado. Por que?

Hyunjin enrusbeceu. Ash arregalou os olhos brevemente, surpreso, abrindo sua boca em um pequeno "Oh".

— Ele é bonito. Bem bonito.

Ash deu um último gole na bebida. Se levantou, e puxou o Hwang pela mão, o guiando até o fim do corredor, onde ficava seu próprio quarto, sem dizer mais nenhuma palavra.

Esse seria o ponto crucial daquela noite. Depois daquilo, Hyunjin passou a se sentir mais perdido do que sempre fora. Ainda mais fora de órbita, ainda mais diferente e longe de se conhecer, entre os amigos. Tudo isso, até conhecer ele. Então, valeria a pena, já que, no fim, tudo aconteceu.

Hyunjin não se lembrava de ter entrado muitas vezes no quarto de Ash. Provavelmente, sempre que entrava ali, ele estava de um jeito diferente. Mas havia um padrão. Em um canto, revistas de super heróis e pôsteres de bandas e cantores grudados na parede. Depois do guarda-roupa, uma coleção belíssima de guitarras, que Ash cuidava e apreciava tal como se fossem parte de sua família, e também, o bem mais precioso de Ash, dentro de sua capa, encostado nela, — Um contrabaixo Gibbson, modelo Thunderbird. Mas, Hyunjin notou, pela primeira vez, uma bandeira incomum que nunca havia visto na vida. Ela era composta das cores azul, rosa e branco.* O Hwang só se tocaria anos mais tarde do que ela significava, mas, não importava, já que não mudaria absolutamente nada entre eles.

Ash pediu para que ele se sentasse, e Hyunjin o fez, passando o olhar pelo quarto brevemente, vendo o amigo ir até o toca discos, e colocar algo para tocar. A música do andar de baixo parecia ainda mais distante, considerando onde estavam, e agora, a voz de Eddie Money preenchia o ambiente.

Naquela noite, tal como na letra, Hyunjin sentiu a respiração de Ash bater em seu rosto, e seu próprio coração bater mais alto. Não por ser seu amigo ali, e sim, pela situação em que se encontravam. Parecia tão errado.

I can feel your breath
I can feel your heart beat faster

— Você vai lembrar disso depois, Hwang? — Ash perguntou, e Hyunjin piscou devagar.

— Sim.

O mais velho riu.

— Eu preferia que não se lembrasse.

— Quer que eu finja?

Ash colocou a mão sobre o ombro do amigo, o trazendo ainda mais perto.

— Apenas finja que não foi comigo. Eu só... Estou te ajudando. E de certa forma, ajudando a mim também.

Depois daquela noite, os dois nunca mais tocaram nesse assunto, e a amizade se seguiu da mesma maneira de sempre. Mas, Hyunjin, se lembraria para sempre do que descobriu.

A música do disco mudou. Ash saiu do quarto, deixando apenas o outro ali, e seus pensamentos.

Naquela noite, Hyunjin descobriu que amava beijos de garotos.

You're never gonna change
All these endless nights

*A bandeira trans só foi criada no ano de 1990. A fanfic se passa em 1986, então, tecnicamente ela não existia, mas, ficção é ficção, então, isso é apenas um adendo.

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