※ Capítulo 1 ※
Capítulo 1
- Haeri, querida, seja rápida. — Disse a mãe que estava no andar de baixo. — O teu pai já está uma pilha de nervos.
- Vou já, Omma! — Gritou Haeri e terminou de colocar os seus brincos, enquanto procurava pelos seus sapatos. — Aigoo! — Reclamou ela ainda a procura dos sapatos. — Onde estão?
- Disseste o mesmo a meia hora atrás. — Reclamou a mãe.
- Olha, eu não sou culpada se a senhora e o Appa continuam a insistir que eu vá nesses eventos.
- Não vem que não tem, Haeri. — Contradisse a mãe. — Eu sei perfeitamente o quanto tu gostas de acompanhar o teu pai nestas ocasiões.
- Hanse Haeri. — Gritou o pai e Haeri assustou-se a ouvir a voz do mesmo. — Vem já cá para baixo.
- Vou já, Appa, vou já.
- Disseste o mesmo ainda a pouco a tua Omma, e a meia hora atrás também. — Reclamou o pai.
- Eu prometo que desta vez digo-o a sério. — Respondeu Haeri.
- Aigoo! Haeri, tu vais ficar. — Advertiu-a o pai.
- Aish! Tem calma, Appa. Eu já disse que vou já. — Reclamou Haeri e correu até a sua penteadeira onde pegou o seu perfume e um batom.
- Vamos perder a hora, Haeri. — Reclamou o pai.
- Eu não sou culpada se vocês insistem em avisar-me as coisas a última da hora. — Respondeu ela enquanto andava pelo quarto e pelo closet a procura do seu telemóvel. — Aigoo! Onde está? Onde é que está o maldito telemóvel?
- Última da hora? — Perguntou a mãe como se aquela fosse a maior mentira que tivesse ouvido. — O teu pai avisou-te a séculos sobre este evento, tu é que estás sempre a perder a hora.
- Eu não o diria assim... — Começou Haeri e pegou no seu casaco, nos sapatos e na sua bolsa e deixou o quarto as pressas.
- Então como é que o dirias? — Perguntou a mãe.
- A Omma sabe que eu trabalho, não é? — Indagou. — E o meu trabalho suga-me as energias todas, e por mais que eu queira ser pontual nem sempre é possível. — Explicou ela enquanto andava pelo corredor. — A Omma sabe disso, não sabe?
- Sim, Haeri, mas tu estiveste a tarde toda a dormir.
- Aigoo! — Exclamou Haeri. — Isso não é verdade.
- Ah, não?! — Perguntou a mãe com ironia. — Haeri, não me tentes distrair. Sai já desse quarto, temos de ir. — Disse a mãe quando finalmente percebeu que tudo o que sua filha estava a tentar fazer com aquela conversa, era comprar algum tempo para terminar de arrumar-se.
- Estou pronta! — Disse Haeri e parou a frente da mãe, ofegante. Ela havia descido as escadas a correr e tinha a máxima certeza de que tinha a face corada, pois sua mãe olhava para ela com aquele olhar de quem não sabe se a vai repreender ou rir dela.
- Eu não acho que estejas pronta. — Apontou a mãe e olhou para os sapatos que Haeri tinha nas mãos.
- Isso é apenas um detalhe. — Respondeu Haeri e calçou os sapatos, quando terminou alisou a saia do vestido com as mãos e então olhou para a mãe.
Sua mãe trazia um vestido azul de renda, comprido que descia recto até aos pés, com alguns bordados com formato de flores, um decote profundo, porém civilizado, nada muito ousado e com alguns detalhes rendados em um azul mais escuro o que fazia com que parecesse que ela trazia uma blusa por dentro e as mangas no mesmo material que o dos detalhes do decote. Ela calçava uns Louboutins Pigalle em verniz na cor azul-escuro e tinha o cabelo preso todo para trás. Tinha de admitir, sua mãe estava linda, aquele azul ficava lindamente com a sua cor de chocolate.
- Óh, Omma! Estás linda. — Disse Haeri com um sorriso depois de apreciar a beleza da mãe.
- É claro que a tua Omma está linda. — Declarou o pai vindo do nada. — Ela é a minha esposa. — Disse. — Por que é que tu achas que eu a escolhi?
- Sei lá eu?! — Respondeu Haeri. — Talvez porque a amas? — Indagou com um sorriso.
- Bem visto, mas a beleza dela também chamou-me a atenção. — Respondeu o pai e Haeri olhou para ele com atenção. Seu pai também estava vestido lindamente, ele trazia um smoking de três peças que possuía as calças pretas e o paletó branco, com uma camisa e um pulôver a condizer com o paletó, e por fim uma gravata estilo borboleta preta e um lenço de bolso que combinava com a cor do vestido da sua mãe. Ele estava extremamente lindo, se não fossem sair os três, Haeri provavelmente não o deixaria sair.
Ah! E ele calçava também os seus sapatos italianos pretos. Seu pai adorava sapatos daquela marca que naquele momento ela não lembrava o nome, e tinha o cabelo penteado todo para trás.
- O Appa também está lindo. — Disse Haeri depois de analisá-lo dos pés a cabeça.
- Pois bem, eu tinha de vestir-me a rigor para poder estar pelo menos ao calcanhar das mulheres da minha vida. — Respondeu o pai. — O que não é nada simples, dado que as duas são imensamente belas e vestiram-se lindamente. — Acrescentou e Haeri sentiu sua face corar, depois que ouviu a gargalhada da sua mãe.
- Eu se fosse a ti parava com os elogios, Taeshin, pois como podes ver... — Começou a sua mãe. — A tua filha já está a ficar toda corada.
- Eu gosto que ela fique corada, Helena. — Disse o seu pai. — Assim nenhum rapaz chega perto dela.
- Aboji! — Exclamou Haeri e cruzou os braços, zangada. — Afinal não estávamos atrasados para o evento? — Perguntou ela e o pai puxou para um abraço e beijou-lhe o topo da cabeça.
- Tu estás linda, minha pequena. — Disse o pai. — E tu sabes que eu só faço isso para garantir que nenhum rapaz com más intenções se aproxime de ti.
- Aigoo, Aboji! — Reclamou Haeri. — Eu pensei que estávamos atrasados.
- E estamos. — Concordou o pai. — Mas não podia deixar de apreciar a beleza da minha pequena. — Disse. — A cor do teu vestido realça a cor da tua pele e do teu cabelo. — Acrescentou e Haeri olhou para o próprio vestido. Ela vestia um vestido com tecido chiffon, da cor salmão só que num tom claro, com bordados no tronco e uns poucos a descair na cintura. O vestido dela possuía tule na zona dos ombros e alguns bordados, cobrindo assim os mesmos. Ela calçava uns Louboutins Simple Pump, prateados, tinha o cabelo preso em um coque bagunçado no alto da cabeça, com alguns fios soltos na parte de trás e nos lados e uns brincos brancos em formato de pérolas e por fim, um sobretudo branco e uma bolsa a condizer com os sapatos.
- Ah! Finalmente. — Disse a mãe elevando as mãos ao céu, o que fez com que Haeri e o pai soltassem uma gargalhada.
Meia hora mais tarde...
Haeri e seus pais acabavam de entrar no edifício onde se realizaria o evento para a comemoração do Ano Novo Lunar, ou Seollal como normalmente é designado pelos nativos. Eles foram recebidos por um homem que recebeu os sobretudos de Haeri e dos pais e entregou-os a uma mulher que levo-os para algum lugar onde estariam guardados, depois o mesmo homem que os havia recebido, dirigiu-os a mesa onde eles sentar-se-iam. O homem despediu-se depois que eles estavam devidamente acomodados e Haeri e a família cumprimentaram a um casal que estava na mesma mesa que eles. Após alguns minutos, os seus pais já estavam engajados em uma conversa animada com o casal que se encontrava na mesa e Haeri sentia-se perdida no meio deles.
Depois do jantar, Haeri já se sentia demasiado aborrecida com a conversa dos seus pais e do casal que estava na mesa com eles. Seu pai, o homem que estava com ele e mais dois homens que chegaram pouco depois deles, conversavam a respeito de trabalho, já sua mãe e a mulher que encontraram na mesa, e mais duas que aparentemente, eram esposas dos homens que conversavam com o seu pai, falavam sobre cozinha, tarefas de casa, fofocas de famosos e tudo mais e bem... Haeri não estava lá muito interessada em nenhum dos tópicos abordados, então virou-se para sua mãe e avisou-a que iria sair por alguns minutos, pois pelo que virá no horário que havia na mesa juntamente com o menu, as apresentações só começariam as dez da noite e ainda faltava um quarto de hora para as dez.
- Claro. — Respondeu sua mãe, rapidamente, e então voltou a conversa “animada” que estava a ter com as suas novas amigas. Haeri sorriu ao ver a animação da sua mãe e então depois de pedir licença deixou a mesa.
Enquanto caminhava pelo salão, Haeri ainda sorria da animação da sua mãe, pelo pouco que sua mãe a havia contado, a sua mudança para a Coreia depois de se casar com o seu pai não fora fácil, o facto de ser negra dificultara a sua adaptação no país, porém naquele momento, quase vinte e seis anos depois, as coisas pareciam ter melhorado imenso, não totalmente, mas algumas coisas já haviam mudado para melhor.
Haeri estava perdida em seus devaneios, enquanto caminhava até ao jardim de inverno que havia no hotel, ela amava o detalhe que havia no centro do mesmo, a clarabóia por onde entrava a luz da lua e dava um toque especial ao lugar.
Haeri encostou-se em um dos pilares enquanto admirava a beleza do jardim e pensava nas dificuldades que sua mãe tivera naquele país, não que ela também não passasse por tal situação, ter a pele negra nem sempre era algo bem visto pelas pessoas, o racismo e o preconceito existiam em tudo quanto era canto, mas pelo menos nos tempos actuais as pessoas lidavam um pouco melhor com esse facto.
Uma brisa fria passou por ela e Haeri passou a mão pelos braços para aquecer os mesmos e tirar a pele de galinha.
Haeri estava tão perdida em pensamentos que acabou por perder a noção do tempo enquanto observava o jardim e a lua, mas então lembrou-se que tinha de voltar para a sua mesa, pois dissera a sua mãe que regressaria antes das apresentações começarem, porém a julgar pelo som que vinha do interior do hotel, as mesmas já haviam começado. Haeri virou-se as pressas, para regressar ao interior do hotel, que não percebeu que não estava sozinha no jardim e esbarrou-se em uma parede de músculos.
- Aish! — Exclamou Haeri quando sentiu que perdia equilíbrio devido aos sapatos que usava e que estava para cair. Ela fechou os olhos a espera de sentir o embate do seu corpo com o chão, porém isso não aconteceu, ao contrário disso, sentiu uma mão segurá-la firmemente pela cintura antes que ela desse de cara com o chão.
Haeri abriu os olhos lentamente, com receio de que o que mais temia acontecesse, mas quando o fez espantou-se ao ver olhos negros como a noite em formato de lua virada. Ela viu-os analisá-la minuciosamente e parar por alguns segundos nos seus lábios, e então sentiu a mão que prendia a sua cintura apertá-la um pouco mais, ao perceber isso, seu coração começou a bater freneticamente e suas maçãs do rosto começarem a aquecer. Haeri retomou a sua postura e afastou-se do rapaz que a segurava.
- Ah... Kamsahamnida. — Disse Haeri e curvou-se um pouco.
- Não tens de quê. — Respondeu o rapaz em inglês e Haeri sorriu ao ver que o mesmo falava em outro idioma. Pelo facto de ela ser negra, e com a pele em um tom parecido com o do caramelo a maior parte das pessoas pensava que ela era estrangeira e optavam por falar com ela em inglês. — Estás bem? — Perguntou.
- Óh! Sim, eu... — Começou Haeri em coreano. — Eu estou bem.
- Devias ter mais cuidado. — Disse o rapaz.
- Sim, eu...
- Tenho a máxima certeza de que se não estivesses a usar essas armas que vocês tendem a chamar de sapatos, provavelmente não terias perdido o equilíbrio. — Apontou ele e Haeri olhou para os sapatos que trazia e depois para o rapaz ultrajada.
- Aigoo! Quem tu pensas que és para opinar a respeito dos meus sapatos? - Perguntou Haeri sem acreditar no que ouvia.
- Eu estava só a tentar fazer-te ver que isso a que vocês chamam de sapatos pode ser algo extremamente perigoso. — Respondeu o rapaz. — Ou então tu não terias tido um quase encontro com o chão. — Disse. — O que só não aconteceu porque eu segurei-te a tempo.
- Aigoo! Que rude tu és! — Exclamou Haeri. — Devo lembrar-te que isso só aconteceu porque tu apareceste vindo do nada e esbarrei-me em ti.
- Rude? — Perguntou ele e deu um meio sorriso. — Achas-me rude, jagiya?
- Ye. — Respondeu ela firmemente. — Extremamente rude e não me chames jagiya.
O rapaz segurou-a pelo braço e puxou-a para perto.
- Certeza, jagiya? — Perguntou ele enquanto olhava-a nos olhos.
- Ah... Eu... Eu... — Gaguejou Haeri, sentia-se confusa e hipnotizada pelo olhar dele, mas então o som da música vindo do interior do salão tirou-a do estado de hipnose a que havia sido envolvida, ao olhar para o rapaz que estava a sua frente e lembrou-se que já devia ter regressado para onde seus pais estavam. — Aish! Eu tenho de ir! — Exclamou ela e afastou-se dele rapidamente. Haeri agradeceu mais uma vez e saiu as pressas do jardim, cruzando-se com outro rapaz enquanto o fazia, mas Haeri simplesmente abaixou a cabeça sem parar para ver se o rapaz respondia o seu cumprimento e regressou assim a sua mesa.
Haeri chegou ao seu lugar e sentou-se no mesmo, sua mãe olhou para ela e Haeri desculpou-se silenciosamente com a mesma.
- Pensei que algo te tivesse acontecido. — Disse a mãe.
- Eomeoni?! — Indagou Haeri, ainda estava a tentar perceber o que acontecera no jardim.
- Eu disse que pensei que algo te tivesse acontecido.
- Mianhamnida, Eomeoni, eu...
- Deixa-me adivinhar... — Começou o pai. — Distraíste-te com o jardim? — Perguntou o pai e Haeri deu um sorriso envergonhado para o mesmo.
- Ela é vossa filha? — Perguntou uma das mulheres.
- Sim. — Respondeu o pai com um sorriso orgulhoso nos lábios. — Ela é a nossa menina de ouro.
- Aigoo, Aboji! — Exclamou Haeri com a face corada.
Todos na mesa sorriram com a reacção de Haeri e então ela corou ainda mais.
O MC que estava no palco anunciou a entrada de outro grupo e os membros na mesa ficaram em silêncio para ver a actuação do mesmo.
Haeri olhava para o palco e enquanto ela observava os integrantes do grupo surgirem no palco, seu queixo caiu e seus olhos arregalaram quando viu que um dos integrantes era o mesmo rapaz que a impedira de cair.
Ξ
P.O.V. Yoongi
Yoongi caminhou até ao jardim de inverno que havia no hotel, para relaxar um pouco antes de entrar para o palco, foi quando viu uma rapariga encostada a um dos pilares que lá havia, ela vestia um vestido chiffon na cor salmão e tinha o cabelo preso em um coque bagunçado. Ela parecia distraída a olhar para o céu, a luz da lua reflectia-se em sua pele, com cor de caramelo, aliás, ele achava que parecia-se mais com a cor de um cappuccino, Yoongi ficou impressionado com a beleza dela, e ainda sequer havia visto seu rosto na totalidade dado que do lado em que ele estava só via o perfil do mesmo.
Ele ficou alguns minutos simplesmente a observá-la olhar para o céu, enquanto parecia estar presa em seus próprios pensamentos, era uma visão magnífica, o vestido dela esvoaçava ao ritmo do vento. Yoongi viu-a passar as mãos pelos braços, como se estivesse a sentir frio e então sem perceber caminhou até ela com o intuito de dar-lhe o seu casaco, mas quando ele parou a sua trás ela virou-se rapidamente e esbarou-se nele perdendo o equilíbrio. Ele viu-a arregalar os olhos assutada com o embate e logo depois fechar os mesmos a espera de ir ao encontro do chão, mas antes que isso acontecesse ele segurou-a pela cintura impedindo que a mesma caísse. A rapariga abriu os olhos calmamente e quando ele, finalmente pôde ver a cor dos mesmos sentiu que se perdia naquela imensidão de castanho-escuro quase negros. Os olhos da rapariga eram da cor de jabuticaba, adornado por longos cílios e grossas sobrancelhas, ela tinha maçãs do rosto salientes e ele pôde notar que as mesmas começavam a adquirir um tom um pouco avermelhado, ele notara também que ela tinha o lábio inferior um pouco mais carnudo que o superior, e sem poder evitar, Yoongi imaginou como seria beijar os mesmos. Seu olhar estava preso no dela e ele sentiu a sua pulsação acelerar, porém antes que ele pudesse pensar em algo mais a rapariga retomou a sua postura e afastou-se dos seus braços. Como ele já havia concluído anteriormente quando só a vira de perfil, a rapariga era extremamente linda, para não dizer bela.
- Ah... Kamsahamnida. — Disse a rapariga e curvou-se um pouco.
- Não tens de quê. — Respondeu Yoongi em inglês pois a julgar pela aparência da rapariga, ela parecia ser estrangeira, porém ele viu-a dar um pequeno sorriso quando ouviu-o, e ele perguntou-se se era devido ao seu sotaque ao falar em inglês, e é de lembrar que ele não falava lá muito bem inglês, se é que se podia considerar as poucas palavras que ele sabia dizer, como saber falar inglês. — Estás bem? — Perguntou.
- Óh! Sim, eu... — Começou a dizer rapariga e para o seu espanto, em coreano. — Eu estou bem.
- Devias ter mais cuidado. — Disse ele enquanto tentava perceber como é que ela sabia falar coreano. Será que ela mudara-se para a Coreia? Ou simplesmente gostava da língua? Ou talvez ela estivesse lá para estudar?
- Sim, eu...
- Tenho a máxima certeza de que se não estivesses a usar essas armas que vocês tendem a chamar de sapatos, provavelmente não terias perdido o equilíbrio. — Apontou Yoongi e a rapariga olhou para os sapatos que trazia e depois para ele ultrajada.
- Aigoo! Quem tu pensas que és para opinar a respeito dos meus sapatos? - Perguntou a rapariga incrédula e ele teve que esforçar-se para não rir da sua expressão de incredulidade.
- Eu estava só a tentar fazer-te ver que isso a que vocês chamam de sapatos pode ser algo extremamente perigoso. — Respondeu Yoongi. — Ou então tu não terias tido um quase encontro com o chão. — Disse. — O que só não aconteceu porque eu segurei-te a tempo.
- Aigoo! Que rude tu és! — Exclamou a rapariga. — Devo lembrar-te que isso só aconteceu porque tu apareceste vindo do nada e esbarrei-me em ti.
- Rude? — Perguntou Yoongi e deu um meio sorriso. — Achas-me rude, jagiya?
- Ye. — Respondeu ela firmemente. — Extremamente rude e não me chames jagiya.
Yoongi segurou-a pelo braço e puxou-a para perto, e ao fazê-lo foi como se estivesse a passar a mão por cima de seda ou algo parecido, ela tinha a pele tão macia e suave que ele teve até receio de tê-la magoado ao puxar-lhe para perto dele.
- Certeza, jagiya? — Perguntou ele enquanto olhava-a nos olhos.
- Ah... Eu... Eu... — Gaguejou a rapariga, e a mesma pareceu lembrar-se de algo, pois arregalou os olhos e ele teve a certeza disso quando ouviu o que a mesma disse a seguir. — Aish! Eu tenho de ir! — Exclamou a rapariga e depois de agradecer mais uma vez ele viu-a sair as pressas do jardim, e cruzar-se com Taehyung que estava a entrar no jardim.
- Hyung! — Chamou-o Taehyung. — Cá estás tu! — Exclamou. — Estão todos a tua procura, vamos, nós temos de entrar no palco. — Disse e olhou para Yoongi que continuava a olhar para o lugar por onde a rapariga havia saído. — O que é que a Haeri estava aqui a fazer?
- Haeri? — Indagou Yoongi sem saber de quem se tratava.
- Ye, a rapariga que saiu daqui ainda há pouco?! — Respondeu Taehyung e começou a caminhar para fora do jardim seguido de Yoongi. — A Ahn Hanse Haeri.
- Ahn? — Perguntou Yoongi virando toda a sua atenção para Taehyung.
- Sim, Ahn Hanse Haeri. — Respondeu Taehyung como se fosse óbvio. — A filha do Ahn Taeshin.
- Espera! Ela é filha de um dos maiores senão o maior magnata da área tecnológica da Ásia? — Perguntou sem acreditar.
- O Ahn é assim tão importante? — Indagou Taehyung e posou o queixo sobre o dedo indicador e o médio. — Ah! Isso explica imensa coisa.
- Finalmente chegaram. — Disse Namjoon quando os dois entraram no camarim. — Temos de entrar em palco.
Os rapazes prepararam-se todos e entraram em palco. Durante a apresentação sempre que podia Yoongi olhava para as mesas que estavam dispostas pelo salão a procura da rapariga que havia encontrado no jardim.
“Haeri...” Murmurou lembrando-se que segundo Taehyung esse era o nome dela. Gostava de como o nome dela soava na sua língua.
- Hyung... — Chamou-o Namjoon depois que saíram do palco. — Parecias distraído hoje.
- Distraído? — Perguntou Yoongi enquanto tirava o casaco.
- Ye, distraído.
- Isso pode ser devido ao encontro que ele teve no jardim com a herdeira do império Ahn. — Disse Taehyung intrometendo-se.
- A herdeira do império Ahn? — Indagou Namjoon. — Estás a falar do Ahn da tecnologia?
- Sim, esse mesmo.
- Aigoo! O Yoongi Hyung encontrou-se com a Ahn Hanse Haeri? — Perguntou Namjoon e Taehyung balançou a cabeça concordando.
- Será que eu sou o único que não sabia quem ela era? — Indagou Yoongi com uma careta.
- Aparentemente sim, Hyung. — Disse Jimin e todos soltaram uma gargalhada, divertidos com a expressão de Yoongi.
Yoongi resmungou algo e seguiu para fora do camarim acompanhado dos outros.
Eles chegaram a sua mesa e sentaram-se para assistir as apresentações seguintes, porém diferente dos outros, Yoongi não estava a apreciar as apresentações e sim a procurar por Haeri e então quando o mesmo já estava perto de desistir viu-a sentada em uma mesa que diferente das outras contava com uma cadeira vaga, fazendo com que a mesa contasse apenas com nove pessoas e não dez.
- Eu se fosse a ti, limpava a baba que está a escorrer pela tua boca, ou vais fazer com que todos percebam que estás caidinho por ela. — Disse Seokjin com um sorriso.
- Aigoo! Que caidinho, qual quê? — Perguntou ele e fez uma careta, depois voltou a sua atenção a mesa onde Haeri estava sentada olhando-a discretamente. Foi então que viu-a levantar-se e sem pensar duas vezes também levantou-se e mesmo apesar dos protestos dos rapazes Yoongi seguiu-a.
Yoongi seguiu a rapariga e viu-a parar no bar, ele esperou que ela fizesse o pedido e observou enquanto ela brincava com alguns fios de cabelo que estavam soltos do seu coque. Quando garçon estava para entregar-lhe a bebida, Yoongi posicionou-se atrás dela e esperou que ela se virasse para que ela o visse.
- Annyeonghaseyo, jagiya! — Disse ele sério quando ela virou-se ele teve de conter-se para não rir da expressão assustada que ela fez.
- Aigoo! Qual é o teu problema? — Perguntou ela furiosa.
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• Omma - Mãe
• Eomeoni - Mamã
• Appa - Pai
• Aboji - Papá
• Aigoo - Expressão usada pelos coreanos para expressar uma exclamação.
• Kamsahamnida - Obrigada/o
• Annyeonghaseyo - Cumprimento formal, serve como Bom dia, Boa tarde e/ou Boa noite (modo formal)
• Mianhamnida - Desculpa (modo formal)
• Jagiya - Querida
→Gente, é de lembrar que eu não sou fluente em coreano, tudo o que está ai escrito eu pesquisei em sites, e os mesmos demonstraram-me que escreve-se desse modo, portanto lamento se estiver errado.
Espero que o primeiro capítulo tenha estado do vosso agrado e se assim votem e comentem e até o próximo capítulo 😘
क SeokNai क
02.06.2017
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