Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

018

Nimia acordou com a luz do dia atravessando as frestas da janela, iluminando suavemente o quarto. Piscando algumas vezes, sentindo o calor da claridade acariciar seu rosto. O corpo ainda estava pesado, um misto de cansaço e satisfação percorrendo cada músculo.

Quando se virou, encontra Zoro ao seu lado, ainda mergulhado em um sono profundo. Seu rosto estava tranquilo, os traços firmes suavizados pela serenidade do momento. O peito subia e descia em um ritmo calmo, e seu braço estava jogado sobre a cintura da garota, como se inconscientemente ainda quisesse a manter perto de su.

Ela soltou um sorriso discreto, seus dedos traçando levemente o contorno de sua mandíbula. Ele murmurou algo inaudível, mas não despertou. A cena parecia quase irreal — tão simples e, ao mesmo tempo, tão carregada de significado.

Desvencilhou-se do seu abraço com cuidado, para não acordá-lo, e se sentei na beirada da cama. O cobertor deslizou pelo corpo dela, expondo sua pele marcada por - marcas - toques e beijos da noite anterior. Suspirou, tentando organizar os pensamentos, enquanto esticava os braços para me espreguiçar.

Nimia se levantou devagar e pegou as primeiras peças de roupa que encontrou: meu top faixa preto e um short jeans. Antes de sair, olhou mais uma vez para ele. Seu cabelo verde estava bagunçado, caindo ligeiramente sobre a testa, e uma sensação de conforto a invadiu.

Depois de fechar a porta com cuidado, foi até o banheiro para um banho rápido. A água ajudou a afastar o resquício de cansaço e a lembrou da nova textura de sua pele. A garota passou os dedos suavemente por algumas cicatrizes roxas que insistiam em não desaparecer, enquanto tentava ignorar o incômodo que elas traziam.

Quando terminou, terminou de se vestir e começou a pentear os cabelos, ela ouviu passos pelo corredor. Não demorou muito para identificar o barulho vindo do quarto de Sanji. Caminhou até lá e, ao espiar pela porta, o viu arrumando algumas coisas. Encostou no batente, silenciosa, esperando que ele notasse minha presença.

Sanji se virou rapidamente ao ouvir passos atrás de si, levando a mão ao peito, assustado.

── Ai! — exclamou, franzindo a testa. ── Achei que fosse uma assombração do mar.

Nimia, encostada no batente da porta, deixou escapar uma risada contida.

── Desculpa. — Ela ergueu as mãos em sinal de desculpas, ainda rindo de leve. ── Devia ter avisado que estava aqui. Bom dia.

── Dia, porque bom não é — respondeu Sanji com um tom azedo, cruzando os braços.

Ela arqueou uma sobrancelha, curiosa.

── O que aconteceu?

── Seu namorado.

Nimia congelou por um instante, surpresa pela declaração.

── Namorado? Eu.. não... — balbuciou, tentando negar, mas o rubor em suas bochechas a entregava.

Sanji soltou uma risada seca, balançando a cabeça.

── Não adianta negar, ouvi tudo ontem a noite.— acusou, olhando diretamente para ela.

Nimia arregalou os olhos, o constrangimento estampado em seu rosto.

── Sinto muito que tenha ouvido... — murmurou, desviando o olhar.

Sanji suspirou e, após alguns segundos de silêncio, disse com um tom mais melancólico:

── Eu gosto de você, sabia? Por um momento, achei que um dia iríamos nos casar e ter doze filhos.

Nimia parou ao ouvir aquelas palavras, incrédula. Ela se aproximou da cama e começou a dobrar o lençol, tentando ocupar as mãos e a mente enquanto buscava uma resposta.

── Se eu pudesse escolher de quem gostar... — murmurou baixinho, como se falasse mais para si mesma do que para ele.

Sanji permaneceu em silêncio, seus olhos fixos nela, observando os cabelos molhados e pretos carvão da garota caindo pelo rosto.

── Me escolheria? - Sanji sorriu indo guardar algumas roupas na cômoda

── Não. - Respondeu sem hesitar, fazendo o sorriso de Sanji desmanchar ── Escolheria ficar sozinha mesmo. Amar alguém só nos torna vulneráveis, não recomendo.

── As vezes vale a pena ser vulnerável por outra pessoa que nos faz se sentir amados. - Comentou

── Mas se eu tivesse uma escolha. - Continuou com o seu argumento, afinal é perfeito, pensou ── Mas não podemos escolher por quem o coração resolve ficar afim, e eles escolhem sempre as pessoas mais difíceis.

── As piores. - Sanji concordou ── O seu é o um certo exemplo disso.

── Ah não fala assim. - Deu risada, se sentando na cama ── O Zoro é bem legal as vezes.

── Nunca presenciei essas vezes. - Ele riu

O som estridente do impacto ecoou pelo interior do barco como um trovão distante, chamando a atenção de ambos os dois. Tudo pareceu estremecer ao mesmo tempo: copos que vibraram na bancada, livros que escorregaram das prateleiras e até a porta, que bateu com força suficiente para fazer o eco ressoar pelos corredores. Era impossível ignorar o acontecimento, e o silêncio inquietante que se seguiu parecia intensificar ainda mais a tensão.

Sanji franziu o cenho, mas não pareceu alarmado. Ele deu de ombros, com sua típica despreocupação.

── Relaxa, pode ser só uma baleia no caminho. — Disse com um tom leve, desviando o olhar para a água do lado de fora.

No entanto, o barulho havia sido alto o suficiente para, com certeza, acordar o restante da tripulação.

── Vou ver se os adormecidos finalmente levantaram. — A garota anunciou, já se dirigindo à porta.

Sanji riu baixinho, sem desviar os olhos da janela.
── Seria impossível não acordar com um barulho desses.

Ela agarrou a maçaneta com firmeza, pronta para abrir a porta, mas percebeu algo estranho. Não se movia. A porta não se mexia nem um milímetro, como se tivesse sido selada pelo impacto. Tentou mais uma vez, com um pouco mais de força. Nada.

── Espera... a porta não está abrindo.

Sanji finalmente desviou o olhar da janela, percebendo que havia algo errado. Ele se aproximou dela com passos firmes, analisando a situação rapidamente.

── Deixa eu tentar. — Ele se colocou ao lado da garota, segurando a maçaneta e puxando com força. Mas, mesmo com sua força superior, a porta continuava imóvel, como se algo a estivesse bloqueando do outro lado.

A tensão no ar começou a crescer. Ela o olhou, nervosa, esperando que ele tivesse uma resposta para o problema.

── E agora? — Sua voz era um sussurro carregado de ansiedade, os olhos fixos nele.

Sanji respirou fundo, tentando não deixar transparecer qualquer sinal de preocupação.

── Deve ser alguma coisa travando do lado de fora. Talvez o impacto tenha deslocado alguma parte da estrutura. — Ele voltou sua atenção para a porta, dando uma pancada leve no painel, como se isso fosse mudar alguma coisa. Não mudou.

Ela cruzou os braços, o nervosismo crescendo conforme o silêncio se prolongava. O barco ainda balançava levemente, como se estivesse sobre águas agitadas. Sanji suspirou, já calculando o que fazer em seguida.

── Não vamos entrar em pânico. — Ele falou calmamente, embora fosse evidente que ele também estava tentando entender o que estava acontecendo.

Do outro lado da porta, o som abafado de passos e vozes podia ser ouvido. Os "adormecidos" provavelmente estavam de pé, tão confusos quanto eles. Agora restava descobrir: o que, afinal, havia causado aquele impacto? E, mais importante, como eles sairiam dali?

Os socos firmes de Sanji contra a porta ecoaram pelo corredor, acompanhados de sua voz firme.

── Podem tentar abrir do lado de fora! Ajudem aqui! — Ele insistiu, batendo com mais força para chamar atenção.

Ao lado dele, Nimia, já sem paciência, gritou com mais determinação:
── Ei! Suas pestes, acordem!

Por um momento, tudo parecia em silêncio. Mas, logo depois, ouviram passos do lado de fora e, finalmente, uma voz familiar.

── Por que vocês estão trancados aí? — Era Luffy, o tom despreocupado como sempre. Apesar do caos, Nimia nunca tinha se sentido tão aliviada ao ouvir aquela voz.

── Não nos trancamos! — Sanji explicou, apertando a ponte do nariz, já começando a perder a paciência. ── A porta bateu quando o navio brecou de repente.

Nimia, por sua vez, murmurou em um tom mais baixo:

── Me ajuda a sair daqui, por favor. E… não conta pro Zoro, ou ele vai…

Mas antes que ela pudesse terminar a frase, outra voz, com um tom carregado de sarcasmo, interrompeu:

── Tarde demais. — Era Usopp, que parecia estar se divertindo com a situação.

Nimia congelou, sentindo o rosto esquentar, e logo ouviu a voz baixa de Zoro.

── O que está rolando aqui? O Louro José se trancou no quarto?

Antes que alguém pudesse explicar, Usopp, com um sorriso que Nimia sabia que era cheio de malícia, respondeu prontamente:
── Exatamente isso. E, pra melhorar, ele está trancado com a sua namorada.

Sanji parou de bater na porta por um momento, virando-se para a outra com uma expressão confusa.

── Namorada? Achei que você não tivesse contado pra mais ninguém.

A garota suspirou, sentindo-se encurralada.
── Eu não contei! — respondeu rápido, olhando para a porta como se esperasse que alguém ali fora viesse salvá-los daquele constrangimento.

Do outro lado da porta, a voz de Zoro ficou mais próxima, carregada de um tom que a garota não conseguia decifrar.
── Nimia?

Ela engoliu em seco, soltando um riso nervoso enquanto respondia:
── Oi, Zoro…

Sanji revirou os olhos, murmurando algo inaudível. A tensão estava no ar, mas Nimia sabia que as coisas poderiam piorar. Ela só esperava que a porta fosse aberta antes que aquele momento se tornasse ainda mais embaraçoso.

A porta começou a tremer violentamente, a maçaneta sendo forçada repetidamente do lado de fora, como se Zoro estivesse decidido a abri-la pela força. O som ecoava no pequeno espaço, aumentando a tensão dentro do quarto.

── Eu vou matar esse cara! — rosnou Zoro, a irritação evidente em sua voz enquanto continuava tentando forçar a entrada.

Nimia cruzou os braços, observando a situação com uma mistura de diversão e exasperação.

── Parece que ele está irritado de novo com você, Sanji. Não vai ser hoje que ele vai te mostrar o lado bom dele.

Sanji, que até então mantinha a calma, suspirou profundamente.

── Não foi minha culpa dessa vez.

Do lado de fora, a voz grave de Zoro respondeu, carregada de sarcasmo:
── Aposto que você está adorando isso, como sempre.

Antes que qualquer resposta pudesse ser dada, um estalo alto soou. A maçaneta, vencida pela força do espadachim, caiu no chão. A porta se abriu de repente, revelando Zoro, Luffy e Usopp. Os três encaravam o interior do quarto com expressões curiosas, e Zoro parecia particularmente desconfiado.

── O que vocês estão fazendo aqui? — Zoro perguntou, os olhos se estreitando levemente enquanto alternava o olhar entre Nimia e Sanji.

Nimia ajeitou os cabelos, tentando parecer casual.

── Só estávamos conversando, mas o barco bateu em alguma coisa, e a porta fechou sozinha.

Luffy, com seu jeito despreocupado, balançou a cabeça antes de sair apressado.

── Vou ver o que foi!

Sem prolongar a conversa, Nimia deixou o quarto e seguiu para a cozinha. Fugindo dos dois. Encheu um bule com água, colocando-o para ferver enquanto se acomodava em um dos bancos altos. Observava a movimentação ao seu redor quando Luffy entrou correndo.

── E então? Achou alguma coisa? — ela perguntou, sem desviar o olhar.

Luffy abriu a geladeira e começou a remexê-la como se estivesse procurando algo importante.

── Não vi nada. Talvez tenha sido uma pedra… ou uma baleia.

Nesse momento, Sanji entrou com seu sorriso confiante e o avental impecavelmente amarrado.

── E aí, o que querem comer?

A garota sorriu, cruzando os braços sobre o balcão.

── O que tem no cardápio de hoje, chefe?

Sanji parou por um momento, pensativo.

── Não há muita coisa, mas posso fazer panquecas.

── Amo panquecas. — suspirou Nimia, os olhos brilhando de expectativa.

Logo atrás dela, Zoro entrou na cozinha com sua postura casual. Ele se sentou ao lado dela, segurando uma garrafa de cerveja e inclinando-se para trás na cadeira.

── Também amo panquecas.

Nimia o olhou com curiosidade e empolgação, mas o entusiasmo logo diminuiu quando ele completou, com a voz seca:
── Na verdade, não. Nem sei por que disse isso.

Ela desviou o olhar, soltando uma risada sem graça. O café da manhã seguiu tranquilo, e, assim que terminaram, a maior parte da tripulação saiu para o convés, aproveitando o clima ensolarado.

Zoro, no entanto, retornou ao quarto, e Nimia, intrigada, o seguiu. Ao entrar, encontrou-o sentado em um pequeno sofá, os braços cruzados enquanto encarava uma de suas espadas sobre a mesa. A expressão dele era séria, mas não exatamente tensa, como se estivesse perdido em pensamentos.

── Atrapalho? — perguntou ela, hesitante.

Ele desviou o olhar para ela, com a expressão suavizando levemente.
── Não. Pode ficar. - indagou ── Mas porque?

Nimia deu de ombros e caminhou mais para dentro do quarto, deixando a porta entreaberta.

── Preciso explicar toda vez que quero passar um tempo com você?

Zoro não respondeu imediatamente. Em vez disso, relaxou a postura, recostando-se no sofá.
── Não precisa.

Ela sorriu com a resposta simples, mas se levantou, fingindo que ia sair.

── Tudo bem. Mas se você quiser ficar sozinho, eu posso ir.

Antes que ela alcançasse a porta, ele se inclinou levemente para a frente.

— Não. Já disse que pode ficar. Eu gosto da sua companhia.

Nimia voltou, sentando-se ao lado dele. O silêncio entre os dois era confortável, mas logo Zoro quebrou a quietude com uma pergunta inesperada.

── Não pretende mais se casar com o Dorian Rashaad, não é?

Ela piscou, surpresa, antes de responder.
── Não, nunca pretendi. Meu avô insistiu que eu me casasse com ele e tomasse parte de negócios pra ajudar na vida financeira de casa, mas eu não quero essa responsabilidade.

Zoro assentiu, sem dizer nada, mas Nimia percebeu que ele estava realmente ouvindo, mesmo que não demonstrasse muito interesse.

── Ah, lembrei de uma coisa. — disse ela de repente, atraindo o olhar dele. ── O chefe Zeff me contou sobre uma sereia que ele conheceu, que tinha uma cicatriz de nascença nas costas. Quero saber se tenho algo assim.

── Acha que ela é sua mãe? — Zoro perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Nimia assentiu com firmeza.

── Talvez. Pode olhar para mim?

Sem hesitar, ela virou-se de costas para ele. Zoro, sempre direto, colocou uma das mãos nas costas dela e começou a examiná-la cuidadosamente. Quando chegou à barra do top que ela usava, ele hesitou.

── Posso tirar?

Ela engoliu em seco, nervosa, mas deu um pequeno aceno.
── Pode.

Ele deslizou o tecido com cuidado, passando-o por cima da cabeça dela. Suas mãos, firmes mas gentis, percorreram cada detalhe das costas dela, até que ele parou em um ponto específico.

── Você tem. — murmurou ele, a voz baixa e grave. Suas mãos pousaram levemente na cintura dela, e ele a puxou delicadamente para mais perto. ── Parece uma concha.

Nimia sentiu um arrepio ao ouvir aquelas palavras. Mesmo sem confirmar totalmente suas suspeitas, aquilo reacendeu uma pequena chama de esperança dentro dela.

Zoro entregou o top de volta para ela, mas antes que ela pudesse vesti-lo, ele murmurou:
── Isso significa que a resposta é sim?

Ela o encarou, os olhos brilhando.
── Significa que eu tenho esperanças.

O silêncio foi quebrado por algo inesperado. Nimia sentiu um cheiro estranho no ar e franziu o cenho, inalando profundamente.

── O que foi? — perguntou Zoro, observando-a com curiosidade.

── Estou sentindo um cheiro… mas não parece humano. — disse ela, levantando-se rapidamente.

Nimia seguiu o aroma até a cozinha, onde encontrou Luffy. Sem pensar, aproximou-se dele e começou a cheirá-lo, tentando localizar a origem do odor.

── Por que está cheirando o Luffy? — Zoro perguntou atrás dela, cruzando os braços.

Ela ignorou a pergunta por um momento antes de murmurar:
── Esse cheiro não é humano.

── O Luffy não tomou banho de novo? — Usopp brincou, arrancando risadas de Sanji.

── Engraçadinho. — Luffy resmungou, sem graça.

── Parece cheiro de peixe, mas… tem algo estranho nisso. — Nimia comentou, agora mais séria.

── Também estou sentindo. - Luffy fungou

── Isso é de família, é? - Usopp ergueu uma sobrancelha em dúvida

Zoro franziu o cenho, cruzando os braços.
── O Arlong mandou alguém te seguir.

A conversa descontraída foi interrompida pela voz de Sanji, que apareceu na porta da cozinha, com seu avental manchado de molho, um olhar desconfiado e ligeiramente irritado, como se já soubesse que algo estava para acontecer.

── O que devemos fazer então? — perguntou ele, cruzando os braços e encarando os outros com uma expressão que misturava cansaço e exasperação.

Zoro, que estava escorado no balcão, não deixou passar a oportunidade de provocar:
── Talvez jogar você no mar como isca e furgirmos. — O sorriso debochado no rosto dele demonstrava que, para Zoro, uma boa piada sobre Sanji era sempre bem-vinda.

── Jogue-se você! — retrucou com uma risada desafiante, mostrando que não se deixaria intimidar facilmente.

── Vocês dois, calem a boca! — Nimia mandou entre dentes.

Os dois rapazes, surpreendidos pela súbita explosão de Nimia, trocaram um olhar momentaneamente confusos, antes de se calarem, embora o silêncio entre eles fosse carregado de frustração reprimida.

O vento continuava a soprar, agora trazendo uma tensão renovada para o convívio entre eles, e Nimia, ainda irritada, voltava a olhar para o horizonte com uma leve careta no rosto, desejando que as coisas fossem um pouco mais tranquilas a bordo.

── Não consigo entender por que o Arlong acha que tem algo em mim que ele precisa pegar. — Nimia desabafou, claramente frustrada.

── Quando ele apareceu no Baratie, estava atrás de você. — Sanji comentou, lembrando-se do momento com um olhar pensativo.

── Exato! Ele estava mesmo! - Luffy respondeu rapidamente, seus olhos arregalando-se ao recordar o ocorrido.

── O que essa sardinha quer comigo? — Nimia perguntou, a frustração em sua voz ainda evidente, enquanto ela olhava para os outros, esperando alguma explicação.

── Ele está tentando chegar no demônio do oceano. — Foi Zoro quem quebrou o silêncio, com seu tom usualmente despreocupado, embora um pouco intrigado pela situação.

Claramente não tão convencido de sua própria hipótese, mas convencido o suficiente para expressá-la.

A sala ficou em silêncio por um momento, todos os olhares se voltando para ele, tentando entender onde ele queria chegar com aquilo. A tensão no ar se tornou palpável, enquanto cada um processava as palavras de Zoro, aguardando uma reação ou resposta mais concreta.

── Não é possível a Nimia ser. - Sanji sorriu, desdenhoso, mas sua expressão mudou rapidamente. Ele repensou, uma sombra de dúvida surgindo em seu olhar. ── É... tudo é possível no mundo em que vivemos.

── Remora Sandbar? - Luffy olhou para a prima, uma expressão de total incerteza em seu rosto. Ele franziu a testa, confuso. ── Ela pode ser a sua mãe? Como você chegou a essa conclusão?

── Não cheguei a nenhuma conclusão, exatamente. - Nimia balançou a cabeça levemente, o olhar perdido, seus lábios se apertando em uma linha fina de confusão. ── Eu só tentei procurar pistas que se encaixassem, com base no que Mihawk disse no dia do desafio com o Zoro.

── Por isso precisamos ir ao vilarejo Cocoyasi. Tem uma pessoa lá que conhece a Remora. - Zoro, de maneira calma e imperturbável, caminhou pela cozinha. Seu olhar passou brevemente pelos outros, antes de se fixar na porta de vidro. Ele se encostou nela, observando o movimento tranquilo lá fora.

O vento soprava com força no lado de fora - onde todos estão nesse momento - balançando os cabelos de Nimia e trazendo uma refrescante sensação de liberdade enquanto ela se encostava na proa do navio. O vasto mar se estendia diante dela, azul e infinito, enquanto o sol brilhava intensamente no céu.

Ao fundo, o som rítmico das ondas quebrando contra o casco misturava-se com a conversa que vinha da mesa de controle, onde Usopp estava concentrado, seguindo atentamente as orientações do Buggy. Era uma cena um tanto inusitada, mas, de acordo com Luffy, os dois tinham algum tipo de acordo. E, como ele era o capitão, o resto da tripulação confiava – ou, pelo menos, tentava confiar – nisso.

Sem tirar os olhos da linha do horizonte, ela quebrou o silêncio:
── Eu tive um sonho bem estranho essa noite.

Usopp ergueu o olhar, curioso.

── E sobre o que era?

Ela hesitou por um instante, revivendo a estranha cena que insistia em se repetir em sua mente.

── Bom, eu acordei em um lugar escuro e amordaçada, quando escapei, entrei na sala da minha casa e me lembrei de coisas que.. Não sei se são reais ou não. — disse, franzindo as sobrancelhas enquanto a lembrança do sonho lhe trazia uma sensação desconfortável e ao mesmo tempo intrigante.

── Hah, só pode ter sido um sonho de bêbado — comentou Usopp, lançando um olhar confuso, mas divertido. ── Eu sempre tenho esses. Inclusive, ontem à noite, sonhei que alguém estava me chutando.

Ela soltou uma risada ao lembrar do que acontecera na noite anterior.

── Isso não foi um sonho. — corrigiu, rindo mais ainda ao ver a expressão pensativa de Usopp.
── Foi o Zoro te chutando. Você desmaiou depois de beber demais e, além disso, comeu a única comida que ele queria.

Usopp arregalou os olhos, surpreso, antes de coçar a cabeça, sem jeito, enquanto um leve rubor surgia em seu rosto.

── Ah... Então era isso. — Ele murmurou, mais para si mesmo.

Buggy de repente interrompeu com um tom firme, chamando a atenção de todos de maneira abrupta. Sua voz, carregada de experiência, cortou o silêncio como uma lâmina afiada.

── Não sejam burros. - Ele falou, os olhos fixos na garota de cabelos pretos. ── Isso se chama "sonho de lembranças" ou o seu cérebro tentando recuperar algo que alguém te tirou.

── O que? - Nimia não conseguiu esconder a incredulidade de seu rosto. Suas sobrancelhas se arquearam em confusão, e o eco do que Buggy disse não parecia fazer sentido. ── Sonhos de lembranças?

Buggy soltou uma risada baixa, quase zombando da falta de compreensão dela. Sua expressão era uma mistura de frustração e paciência, como se estivesse lidando com alguém que, embora próximo, ainda estivesse perdido em um mar de incertezas.

── Não sabe nada sobre si mesma, né? - Ele riu, o tom de escárnio impregnando suas palavras. ── Pois eu sei.

A confusão da garota aumentou. Ela fitou o palhaço, o peso de sua afirmação ecoando em sua mente. Antes que pudesse responder, Zoro, que estava subindo as escadas com uma expressão cerrada, interrompeu o silêncio com sua voz grave.

── Eu sei que o Luffy fez um acordo com você. - Zoro disse, sua voz carregada de ameaça enquanto seus olhos se fixavam no palhaço.
── Mas se tentar alguma gracinha, vai se ver comigo.

O olhar de Zoro era mortalmente sério, e seu corpo rígido indicava que ele estava pronto para agir. Mas Buggy, impassível, lançou um sorriso debochado, uma provocação sem limites.

── Vai fazer o quê? Tirar sangue de mim? - Buggy zombou, a expressão de desdém clara. Ele se divertia com o confronto iminente, como se soubesse que estava no controle.

Mesmo não estendo.

Zoro não hesitou. O movimento foi rápido e preciso, ele agarrou a cabeça do palhaço e o levantou no ar, como se fosse uma simples marionete. O gesto, carregado de força e frieza, contrastava com a expressão de puro pânico que rapidamente tomou conta de buggy. O espadachim não precisava de palavras para demonstrar o que poderia acontecer.

── Quer que eu te mostre diversas opções pra fazer você sofrer? - Zoro disse, sua voz tranquila, mas com uma ameaça latente, enquanto seu olhar se mantinha fixo no palhaço.

Que agora completamente atordoado, começou a implorar, sua voz trêmula e desesperada.

── Não. Não. Por favor! - Sua atitude arrogante desapareceu, substituída por um medo real e urgente. ── Olha, eu posso ajudar a sua namorada a descobrir o que aconteceu com a espécie dela. - Ele olhou diretamente para Nimia, os olhos brilhando com uma mistura de medo e expectativa. ── E pode ter certeza de que nem todos foram mortos.

── Espécie? – Nimia perguntou, franzindo o cenho enquanto tentava compreender o que havia acabado de ouvir.

── O Boga só pode estar brincando com a gente. Não dá pra confiar em nada que ele diga. – Usopp afirmou, lançando um olhar desconfiado para o palhaço. Ele parecia estar de pleno acordo com Zoro, que permanecia em silêncio, mas visivelmente irritado.

Sem perder tempo, Zoro pegou o palhaço pela cabeça com um gesto firme e determinado. Com a tampa de um barril próxima já aberta, ele não hesitou.

── Pro barril. – Disse de forma curta e direta, antes de jogá-lo dentro e fechar a tampa, ignorando as reclamações do prisioneiro.

Enquanto a tensão no convés diminuía, Nimia afastou-se silenciosamente em direção à proa do navio. Seu olhar estava perdido no horizonte, mas sua mente estava mergulhada em pensamentos. Ela tentava desesperadamente se lembrar de mais detalhes daquele sonho estranho que a perturbava. No entanto, tudo o que conseguia visualizar era o mesmo fragmento que já havia contado a Usopp, como um eco preso na sua memória, insistindo em voltar sem oferecer novas respostas.

A brisa do mar soprava suavemente, mas o som das ondas parecia distante, abafado pela confusão em sua mente. A sensação de que havia algo importante escondido naquele sonho não a deixava em paz, como se fosse uma peça fundamental de um quebra-cabeça muito maior do que ela podia imaginar.

Zoro se aproximou em passos firmes, parando ao lado de Nimia. Seu olhar sério, porém preocupado, buscava uma resposta. Ele cruzou os braços, observando a expressão do outro, como se tentasse decifrar seus pensamentos.

── Você tá bem? — perguntou, a voz grave quebrando o silêncio.

Nimia assentiu com um leve aceno de cabeça, evitando encarar diretamente o espadachim. Mesmo sem palavras, o gesto era suficiente para transmitir uma aceitação contida, ainda que não completamente convincente.

Zoro apertou os olhos, desconfiado, mas decidiu não pressionar. Desviando o olhar para o horizonte, sua voz soou mais firme.

── Nós vamos achar alguém mais confiável que um palhaço traiçoeiro.

Havia determinação em suas palavras, uma promessa implícita de que não descansaria até encontrar uma solução.

── Tá bom — respondeu a arqueira, a voz baixa e resignada, mas com um traço de alívio.

Os dois permaneceram ali, lado a lado, compartilhando o silêncio enquanto o vento marítimo carregava consigo as tensões do momento.

Zoro moveu a mão devagar, até que seus dedos tocaram suavemente a mão de Nimia. Não disse uma única palavra, mas o gesto por si só falava mais do que qualquer explicação. Os olhos da garota se levantaram, encontrando os dele, apenas para logo depois deslizarem até os lábios do espadachim, que a encarava com a mesma intensidade silenciosa.

Mas risadas chamaram a atenção do asiático, que quebrou o contato olhando para trás. ── Dois bobos da corte.

Zoro desceu os degraus com passos pesados, até alcançar o local onde Sanji e Luffy estavam conversando. Os dois pareciam absortos em uma discussão, mas isso não impediu o espadachim de se aproximar.

Pouco depois, Nimia também começou a descer as escadas, parando um pouco atrás do jovem de cabelos cacheados, observando a cena com uma expressão neutra.

── Não acho que uma mulher inteligente e incrível como a Nami iria escolher estar no bando do Arlong — argumentava Sanji, a voz carregada de convicção enquanto olhava para Luffy.

── Não foi o que a tatuagem dela disse. — rebateu Zoro, a voz firme e sem qualquer traço de hesitação, parando atrás dos dois e cruzando os braços.

Sanji girou ligeiramente o corpo, encarando o espadachim com irritação. ── Você não sabe os motivos dela.

── Achar o tal tesouro? — sugeriu Zoro com um tom calmo, quase despreocupado. Ele deu de ombros antes de completar, com uma pitada de cinismo. ── Ganância.

Sanji bufou, visivelmente incomodado, mas não recuou. ── Eu não acho que ela foi só por isso, tenho minhas opiniões.

Enquanto isso, Nimia se acomodou no último degrau de cima, observando o bate-boca com um misto de tédio e diversão, apoiando os cotovelos nos joelhos.

── De você, eu só quero saber o que fez pra comer. — Zoro alfinetou, lançando um olhar desafiador para o loiro. ── Cozinheiro frouxo. Você não conhece a Nami.

Sanji estreitou os olhos, mas logo abriu um sorriso zombeteiro. ── Parece que você também não, cabeça de ranho.

A troca de provocações foi interrompida pela voz de Luffy, que observava tudo com sua habitual simplicidade, mas carregando uma certeza inabalável

── Nami deve ter os motivos dela.

── Também acho. - Nimia concordou

Com esforço, ela se levantou do degrau, sentindo as pernas fracas e o desconforto que lhe acometia. Uma expressão de desconforto rapidamente cruzou seu rosto enquanto descia as escadas, como se tivesse corrido por horas.

── O que aconteceu? — perguntou Sanji, enquanto Zoro observava a cena de perto, com a atenção disfarçada.

── Nada demais — respondeu, tentando manter o tom casual, embora tensa. ── Só uma d- Hesitou, buscando uma desculpa convincente.
── Ahm, estresse nos ombros.

── Deve ser o estresse que esse aí transmite — comentou Sanji com ironia, apontando para Zoro. ── Se quiser, posso te fazer uma massagem.

── Se ela precisar de uma massagem, eu mesmo faço. — Zoro interveio sem hesitar.

── Ou vai acabar estressando ela mais? — rebateu Sanji, provocando.

── Vocês podem parar de brigar por um minuto? — pediu ela, impaciente, observando ambos alternarem olhares desafiadores.

── Impossível. — murmurou o loiro.

Nesse momento, Luffy, com sua habitual ingenuidade, interrompeu:

── Então vocês dois estão namorando? Nunca suspeitei disso.

── Nós não estamos na-

── É porque você é lerdo — Usopp respondeu alto, interrompendo-a de continuar a dizer.

── Ou talvez porque seria improvável uma mulher incrível estar com esse aí. — implicou Sanji, encarando Zoro diretamente.

── O minuto já acabou? — Zoro retrucou, impaciente. ── Já posso jogar ele no mar?

Antes que as coisas escalassem, ela se aproximou, segurando o braço de Zoro.

── Vem comigo — disse, puxando-o para dentro.

── Pra fazer o quê? — questionou ele, surpreso, enquanto era arrastado.

── Só quero manter vocês longe um do outro, pois minha cabeça até dói. — respondeu, soltando-o e caminhando em direção à geladeira. Ao abrir a porta, constatou: ── A cerveja está acabando. Então maneirem.

Zoro sentou-se, indiferente, enquanto ela lhe entregava uma garrafa.

── É inevitável brigar com aquele cozinheiro — comentou ele, bebendo um gole. ── É meu segundo passatempo favorito no momento.

── E qual é o primeiro? — perguntou, arqueando as sobrancelhas com curiosidade.

── Fazer o que fizemos ontem à noite. — murmurou ele, com um sorriso discreto.

Ela sentiu o rosto corar imediatamente, mordendo o lábio interior grosseiramente para esconder o sorriso que teimava em surgir. Ao erguer os olhos, encontrou os de Zoro fixos nela. O espadachim exibia um raro sorriso, algo tão raro quanto bonito.

── É uma pena que sejamos tão interrompidos. — Zoro quebrou o silêncio. ── Esses curiosos são capazes de arrombar a porta.

Ela riu, lembrando-se de algo que logo percebeu ter sido uma má ideia mencionar.

── Igual você arrombou a porta do Sanji quando eu fiquei trancada com...

── Não entra mais no quarto dele. — Zoro cortou-a, visivelmente incomodado.

Ela apenas assentiu, tentando não prolongar o assunto.

── Beleza. — Mudando de foco, pegou um pote de biscoitos na bancada. ── Nossa, que delícia! — exclamou, saboreando um pedaço, enquanto Zoro a observava com desdém.

── Por que você não gosta de comer nada? — ela perguntou, sem entender a atitude dele.

── Eu como o necessário — respondeu, rindo de leve. ── Não gosto de coisas que não acrescentam. Tipo isso aí.

── Mas é tão bom! Como por prazer. — retrucou, mordendo o biscoito novamente, deixando claro o quanto gostava.

— Terra à vista! — gritou Usopp, interrompendo a conversa.

Zoro levantou-se, seguindo para o convés. Nimia, ainda segurando o pote de biscoitos, foi atrás. Juntos, pararam na proa, contemplando a pequena ilha que se aproximava no horizonte. Parecia desabitada, misteriosa.

── Ah, esqueci de te perguntar, Zoro — Luffy chamou a atenção do espadachim, que o olhou com curiosidade. — Ontem à noite, ouvi um barulho terrível no seu quarto.

── Ouviu, é? — Zoro respondeu, desinteressado.

── Você tava treinando com as espadas àquela hora? — questionou o capitão.

── É. Com certeza eu estava. — respondeu Zoro, sem mudar a expressão, desviando o olhar para a ilha.

Nimia manteve-se em silêncio, mordiscando os biscoitos, mas sentiu o olhar inquisidor de Sanji pousar sobre si. Evitou-o, distraindo-se com o horizonte à frente.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro