012
Minha barriga já estava cheia de tanto que eu comi nessas últimas horas, estávamos sentados na mesa ainda, todos em silêncio esperando o garçom voltar até aqui.
Um pequeno sorriso fechado se formou em meus lábios no mesmo instante que vi o garçom loiro se aproximar.
── Aqui está a conta. - Sanji entregou o papel para Luffy que se abaixou para assinar ── E pra você, uma flor tão linda quanto você.
Entregou para mim, e eu sorri sem jeito pegando a mesma, sem saber pra que eu iria usar uma planta. Mas o que vale é a intenção.
── Porque não pega essa planta e enfia ela em um certo lugar? - Zoro questionou encarando o loiro ── Pra ver se floresce!
── Faça o teste você. - Sanji rebateu
── Vou usar as minhas espadas pra colher os seus olhos, o que acha? - Zoro disse
── Calem a boca. - Nami murmurou com tédio
── Muito obrigado pela planta. - Falei olhando para Sanji e ele sorriu ── Diga, pela flor.
── Aqui está. - Luffy devolveu a conta
── Perfeito. - O loiro deu risada voltando para a cozinha
Olhei para o Asiático ao meu lado, não entendo como ele consegue beber tanto e não passar mal, ou pelo menos ficar sem controle.
Peguei o drink de sua mão tendo seus olhos curiosos em mim, virando o líquido de uma vez na minha boca.
── Agora me paga outra bebida. - Zoro disse vendo o copo dele vazio
── Não.
── Você me deve gatinha, e eu vou te cobrar. - Se ajeitou na cadeira desviando seu olhar para o meio do salão
── Não me chame de gatinha. - Reclamei
── Tudo bem, gata. - Implicou e eu lhe mostrei um sorriso forçado
── Quem é Monkey D. Luffy? - Ouvimos uma voz, e em seguida vejo um homem sair da cozinha caminhando impacientemente pelo saguão lotado
── Sou eu! - Luffy levantou seu copo sinalizando
── Isso é alguma piada? - Ele parou na frente da nossa mesa mostrando o papel para o garoto ── Como pode colocar a conta em um tesouro que não achou?
── Não. Não é. - Disse o garoto ── Eu vou achar o tesouro, e então vou ser o rei dos piratas, vou pagar isso e com juros.
── Ah ótimo! - O mais velho deu risada, e puxou o garoto para cima ── Não quer me pagar? Existe uma forma pra isso.
── Pra onde vamos? - Luffy questionou ao ser puxado pelo colarinho
── Você vai lavar a minha louça.
Apenas olhamos o garoto ser puxado para a cozinha, ninguém fez nada, continuamos ali sentados em silêncio.
── Ótimo. Será que vai demorar muito? - Usopp foi o primeiro a quebrar o silêncio
── Não vai ajudar o seu primo? - Zoro perguntou
── Não gosto de lavar louça. - Balancei os ombros
── Vamos, eu pago uma bebida pra vocês. - Nami levantou indo para o ar livre do restaurante
Nos levantamos seguindo para a parte de fora, onde fica o bar, e falando em bebida, isso deixou Roronoa Zoro totalmente animado com a proposta que foi o primeiro a segui-la.
Paramos em frente ao balcão e eu apoiei meus antebraços na base madeirada esperando Nami fazer os pedidos.
O bartender logo nos deu as bebidas e eles foram procurar uma mesa para se sentarem, mas eu continuei ali.
── Nimia, não vem? - Ouço a voz de Nami e me viro, vendo que os três estão me olhando
── Não. Eu fico por aqui. - Murmurei voltando a prestar atenção na minha bebida
Ainda pensava nas palavras que Zoro me disse, nas coisas que aconteceram e no fato de eu ter um noivo me esperando em casa. Não foi certo ter deixado aquilo acontecer e muito menos ter desejado que tenha acontecido mais, me sentia culpada por ter permitido o acontecimento e ainda por cima querer mais.
Eu me odeio por sentir o meu coração acelerar e não saber o porque, quando deveria sentir isso por quem estou em um relacionamento. Tenho certeza que ainda sinto, só preciso ver Dorian outra vez e perceber que é ele quem gosto.
Zoro é o tipo que nem ao menos tenta demonstrar qualquer tipo de afetividade com outra pessoa, ele não é a pessoa que me deveria fazer duvidar do que sinto por Dorian.
Por mais que nosso noivado tenha sido arranjado pelos nossos pais, é ele quem eu amo.
Virei o copo de uma vez, tomando todo o líquido e larguei o copo já vazio na mesa.
── Mais um, por favor. - Pedi ao bartender que pegou o copo para enche-lo novamente
── Você tem que maneirar um pouco. - Ouço a voz de Sanji
── Achei que estivesse monitorando o Luffy. - Puxei o copo recém servido para mais perto
── Vi você passando e não consegui perder a oportunidade de vir até aqui. - Ele sorriu
Desviei meu olhar quando o mais alto se inclinou e aproximou sua mão do meu rosto, ele prestava atenção em um ponto específico enquanto passava seu dedo polegar e eu estava prestes a lhe dar um soco no rosto pela ousadia.
── Tem um cílio aqui. - Disse
── Porque não vai pra beira de um fogão e sai logo de perto dela ? - Zoro me fez se afastar do loiro, ele parou do meu lado e eu desviei minha atenção voltando a beber.
── Você enche o saco, sabia? - Sanji reclamou dando meia volta ── Depois nos falamos amor.
── O que esse cara falou? - O asiático parece ter se irritado com o apelido
── Da pra você parar com isso? - Questionei o comportamento do Homem
── Parar com o que? - Ele se encostou no balcão pedindo mais um drink ── Pode me ver dois copos de rum.
── Pode trazer a garrafa. - Levantei a mão para que o homem me olhasse
── Me desculpa pelo que falei. - Zoro falou, mas falou baixo demais e a todo custo ele parece não querer mostrar total importância de sua parte.
── Você falou o que? - Olhei para ele indiferente
── Já falei, não vou repetir.
── Então some da minha frente. - Peguei a garrafa saindo de lá
── Fui eu quem pediu o rum.
── Aproveita e paga. - Rebati caminhando para longe daquela multidão
Do outro lado estava bem mais silencioso e quase ninguém também, a não ser por dois homens bêbados e desmaiados no chão, o outro fingia estar nanando enquanto seu parceiro provavelmente se afogou no sono.
Mas esta tudo tranquilo por aqui. Me sento na proa abrindo a garrafa de rum que acabei de roubar do cabelo de capim.
Respirei fundo sentindo o vento frio balançar os meus cabelos, refrescar o meu corpo e suspirei fundo tentando acalmar os meus nervos que estavam quase explodindo.
Não demorou muito para que eu ouvisse passos se aproximando e ao me virar, vejo Roronoa vir em minha direção enquanto mantinha os olhos nos bêbados jogados.
── Ah que pena, achei que era o Sanji. - Implico com o mais velho ── Eu ia dividir com ele a garrafa de rum.
── Nem pense. - Disse se sentando ao meu lado, tomando a garrafa e dando um gole
── E se jogarmos um jogo? - Proponho na intenção de arrancar algo do asiático, pegando a garrafa dele e virando um gole.
── Qual? - Indaga tomando-a de volta
── Te desafio dizer a verdade, caso não queira da um mergulho nessa água cheia de criaturas bizarras e perigosas.
── Jogo suicida que desafia a morte? - Ele questionou, agora me olhando com um sorriso como se tivesse ouvido coisa boa ── Gostei. Vamos
── Eu começo. Você já teve alguém importante na sua vida ? - Soltei, não pensei em começar com perguntas fáceis, tudo que queria saber viria primeiro, ele continuou sem me olhar ── Mas to falando de alguém que chegou na sua vida e se tornou importante.
Zoro respirou fundo, parece que sim, ele abaixou seu olhar para a água escura do mar.
── Tive uma amiga. - Respondeu sem detalhes, não é possível arrancar tantas palavras dele
── Eu nunca tive nenhum amigo na minha vida, até conhecer vocês. - Falei, tentando confortar ele e mostrar de que sou pior ── Meus amigos sempre foram meus pais, mas é difícil conversar com ele então..
── E o seu noivo? É importante? - Zoro me olhou
Desviei meu olhar para a frente encarando a garrafa em minhas mãos e sorri fechado, acenando positivamente ── Claro. Ele é muito importante pra mim.
O espadachim apenas ergue suas sobrancelhas sem mostrar interesse, como sempre faz sobre todos os assuntos, e voltou a encarar a água
── Porque você nunca se importa? - Perguntei, tomando a garrafa de suas mãos ── Nada que acontece faz você mostrar interesse.
── Eu sou assim. - Disse ── Não tem o que fazer.
── Hum.. - Suspirei com frustração, desistindo das respostas curtas dele.
── Nunca precisei me importar com nada e nem com ninguém, pelo menos em boa parte da minha vida. - Confessou virando uma boa quantidade do líquido ardente na boca
Continuei em silêncio, mexendo em meus dedos inquietos, o barulho do mar preenchendo o nosso silêncio e era até possível dizer que estava ouvindo o vento fazer um som que parecia estar tentando falar algo.
── Acho melhor você não ficar bêbado perto de mim. - Falei sem olha-lo ── Não quero que se desaponte de novo.
── Não to bêbado. - Disse simples
── Sério? - Olhei para a garrafa, vendo o tanto que ele já tomou ── Não fui eu que tomei a garrafa pela metade, sem tirar os copos que você bebeu antes.
── Eu não estou. - O asiático insistiu.
Assenti cruzando os braços sentindo um pouco de frio pelo vento cada vez mais forte, Roronoa continuou bebendo em silêncio e eu já havia desistido de falar com ele. Ele moveu o braço me fazendo sentir encostar no meu e o seu calor aquecer um pequeno pedaço da minha pele.
── Se você se importa tanto com seu noivo, porque me deixou fazer aquilo? - Perguntou e eu o olhei em silêncio completo ── Só me fez perguntas e não me respondeu nenhum, então?
── Eu não sei.
Ele me olhou pelas poucas vezes, diretamente nos olhos e segurou o meu rosto me puxando para mais perto dele
── Não Zoro. - Me esquivei antes que nossos lábios se juntassem ── Não quero que você faça isso, eu sei que você tá bêbado, e depois vai fazer o que? Jogar na minha cara que não sente nada e se arrependeu mais uma vez?
Zoro continuou sem dizer nada, ele se afastou desviando seu olhar dos meus.
Respirei fundo levantando para sair, assim que senti os pés no chão fiquei tonta, muito provável que pelo álcool. Quase me desequilibro e me junto com os bêbados desmaiados no chão.
Volto para o bar do restaurante enquanto sou seguida pelo samurai três espadas, que continua bebendo o rum.
── Resolveram aparecer? - Vejo Nami sentada em um sofá sozinha, ela nos olhou desconfiada ── Eai? Estavam fazendo alguma coisa interessante por aí?
── Não. - Soltei um riso ao me sentar e quase tropecei no próprio pé
── Se eu soubesse que teria de ficar a noite inteira esperando o Luffy trabalhar, eu teria tirado um cochilo a tarde. - Zoro comentou
── Vai ajudar ele pra terminar mais rápido. - Revirei os olhos
── Eu não. - Murmurou
Se bem que eu poderia fazer isso, ajudo o Luffy e ainda aproveito a companhia do loirinho gatinho.
── Ae Chapas, digam "Oi" para o meu mais novo melhor amigo.. - Usopp voltou para o sofá se jogando no mesmo, mais bêbado do que estava antes e olhou pensativo -tentando lembrar de algo - para o homem que acompanhou ele── Pode repetir o seu nome?
── Qual de vocês é Monkey D. Luffy? - O homem perguntou parando na nossa frente
── Quem tá querendo saber ? - Nami questionou olhando para cima
Parou um homem alto, com um chapéu grande, Katana maior que a cabeça dele e um olhar amarelado. Ele olhou com atenção para cada um na roda, até que Zoro se virou o olhando.
Parecia estar tentando raciocinar. O homem olhou para mim, eu fui a última a ser encontrada por seu olhos e logo sua expressão se escureceu e continuou me encarando de cenho franzido, como se me conhecesse de algum lugar.
Arregalei os meus olhos por milésimos segundos mas tentei não mostrar choque e nem surpresa, eu conseguia me lembrar quem era e nunca pensei ve-lo assim na minha frente.
── Você é o Dracule Mihawk. - Zoro disse, fazendo o mesmo olha-lo no mesmo instante
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