006
Estava em uma floresta, olhando para todo lado posso ver uma fumaça branca bloqueando a minha visão dos sons que estava ouvindo. Apertei o meu punho em volta do arco e me virei mais uma vez em direção do som de galho quebrando atrás de mim.
Vi um garoto de cabelos verdes escuros, posso dizer que seria Zoro se não fosse bem mais novo, segui o caminho que o garoto vazia e o vi parando próximo a uma garota de cabelos azuis chamativos e cumprimenta-la.
── Você também veio Tarsi. - Sua fala foi interrompida quando ouvi um baque alto atrás de mim e me virei depressa.
Acordei com o susto que tive quando ouvi algo caindo no chão, me sentei no sofá depressa enquanto esfrego os olhos e vejo o samurai de três espadas girando aquelas espadas dele.
── Consegue ser mais barulhento? - Ironizei o olhando incrédula
── A senhorita tem um sono pesado, já derrubei dois quadros e você nem se mexeu. - Ele disse com naturalidade ── Achei que estivesse morta.
── Fico assim mesmo quando estou dormindo. - Espreguiço o meu corpo, sentindo minhas costas doerem pelo desconforto ── Mas bem que você poderia respeitar o meu sono e ir girar essas suas espadas em outro lugar, pé de alface.
── Já falei pra parar com esses apelidos.
── Quer respeito, é? Você não merece, então te chamo do que quiser. - Soltei um sorriso provocativo
Zoro permaneceu em silêncio, ele desviou seu olhar para qualquer canto que não fosse na minha direção e isso é estranho, ele não revidar.
Eu me levantei do sofá que era pior do que o antigo que Nami havia roubado e me direciono até a porta da cabine.
Mas antes que eu saia, Zoro colocou seu braço na frente da passagem e isso me fez levantar o olhar para encará-lo com confusão de seu ato repentino. Franzi o cenho ainda raciocinando o que está acontecendo.
── Não ache que esqueci da sua traição. - Zoro murmurou ── Os outros dois podem ter esquecido que você nos roubou e fugiu, mas eu? Eu nunca esqueço.
Ele soltou um riso fraco e se afastou, voltando a girar aquelas espadas dele.
Fui até o banheiro, ou o que chamavam, pois parece mais uma dispensa de porcarias com uma pia, lugar para necessidades, fora as coisas que estão entulhadas lá dentro, provavelmente servindo de moradia para ratos e insetos.
Tropecei em algumas delas até parar na frente da pia e me inclinar para lavar o rosto, em seguida me abaixei e abri o pequeno armário vasculhando parar ver o que tem.
── Creme para mãos. - Leio em voz alta, guardo o vidro no meu bolso e pego uma pasta de dentes
Voltando a ficar na frente do espelho. Não iria pegar aquelas escolas de dentes que já estavam lá, então improviso com meu próprio dedo.
── Ta fazendo o que? - Me assusto, Nami entrou no banheiro parando na porta
── Escovando os dentes. - Olhei para o meu dedo e depois abaixei até alcançar o balde, pegando água para lavar ── Tive que improvisar.
── Não julgo você por ter fugido. - Nami disse de uma vez, me fazendo parar o que fazia para olha-la brevemente ── Não nos conhece bem, exceto o seu primo maluco matraca, e não deve lealdade a ninguém.
── Foi mal por ter fugido. - Disse, mas na verdade, eu não sinto muito.
── Não vai fazer mais isso? - Perguntou e eu sorri fechado acenando, por mais que não fosse meu plano cumprir minha promessa
── Claro. - Preciso ter a confiança dela outra vez para saber onde está o mapa.
── Pelo menos ainda tenho você. - Murmurou, me fazendo olha-la confusa ── Esses dois são um verdadeiro saco.
── Uma Autocrítica ? - Zoro rebateu, aparecendo atrás da ruiva igual uma assombração
── Hey! Não é educado ouvir conversas dos outros atrás da porta. - A ruiva protestou
── Eu estava me aproximando, não atrás da porta, e a minha audição é boa. - Explicou ── Só vim avisar que o banheiro tá vazando.
── O banheiro é esse. - Ela o olhou com confusão
── E não tá vazando. - Eu olhei para trás, vendo que está tudo no lugar
── Então não sei o que é aquilo na cabine, mas tá vazando água por todo lado. - Zoro deu de ombros, dando meia volta
── Merda! - Nami resmungou saindo às pressas e eu continuo encarando a saída enquanto termino de secar as minhas mãos
Saí do banheiro tranquilamente, me perguntando onde eu colocaria o mapa caso fosse a Nami, mas parei no meio do caminho sentindo a minha barriga revirar, coloquei a mão em frente mudando a minha expressão no mesmo momento.
── Olha isso! - Luffy me mostrou uma bandeira, empolgado como sempre e eu tive que sorrir junto para não deixar a criança triste.
── Ficou legal. - Falei
── Olha. - Ele desmanchou o sorriso, terminando os detalhes da bandeira, para deixar segura onde está ── Eu sei que você roubou o mapa e fugiu, mas eu não vou guardar rancor.
── Deveria. - Me encostei na proa o observando
── Você é minha prima, ou melhor, minha irmã. - Luffy sorriu para mim e eu suspirei, é um saco enganar esse garoto, me sinto mal. ── É minha pessoa favorita em todos os mares!
── Você sabe que também é a minha. - Desviei o meu olhar respirando fundo
── Porque está com essa cara? Te conheço muito bem, e com certeza sei quando algo está te incomodando.
── Eu.. - Murmurei, voltando a encara-lo, ele com aqueles olhinhos de cão abandonado me parte o coração ── O vovô me pediu para te levar de volta.
── Me levar de volta? - Luffy me olhou surpreso
── E matar o seu bando. - Continuo, olhando ao redor, e vejo o cabelo verde como sempre fazendo movimentos simuladores de luta ── E eu iria de boa, não tenho problema com isso.
── Não pode matar o meu bando. - Luffy trincou a mandíbula
── Posso. - Cruzei os braços, mas voltei a olhar o asiático ── Hum, ele é forte, muito forte, mas seria uma honra tentar matar ele e tomar o lugar de demônio caçador de piratas.
── Por favor, Nimia. - Luffy parou na minha frente, segurando a minha mão ── Não faz isso, ainda mais pelo vovô controlador, ele sempre quer nos fazer seguir todos os passos dele.
── Essa seria uma missão favorável para mim. - Falei, com certeza seria.
── E se continuar com o meu bando for ainda mais vantajoso?
── Como seria? - Perguntei
── Você quer descobrir quem são os seus pais de verdade, e de onde você veio? Eu prometo que farei de tudo pra isso acontecer. - Disse segurando o meu rosto me impedindo de desviar o olhar
Parei para pensar e isso em nenhum momento passou pela minha cabeça, eu nunca fui tão longe antes como estou agora que sai da ilha, e sempre quis ir saber onde estariam ou se eles ainda estão vivos. Algo me diz que meu passado está por aí, e se eu procurar da forma certa, ele vai aparecer.
── O que você fez com o barco? - Nami saiu da cabine indo para a frente de Zoro irritada
── Eu não fiz nada. - Respondeu o asiático
── Até parece, você fica com essas suas espadas pra lá e cá o dia inteiro. - Rebateu
── Vou ter que concordar. - Murmurei, me intrometendo na pequena discussão que Nami estava iniciando
── Cala a sua boca. - Zoro me olhou
── Não me manda calar a boca! - Olhei-o irritada
── Pera ai gente! Eu to sentindo uma tensão no meu bando. - Luffy disse
── Nós não somos um bando. - Nami e Zoro falaram ao mesmo tempo
── To aqui mas a qualquer momento posso sumir. - Comento com um leve sorriso no rosto
── É, eu sei que você pode. - Zoro me olhou como se soubesse de todos os meus segredos mais obscuros
── Eu vou enforcar esse cara enquanto estiver dormindo. - Nami ameaçou voltando a olhar para Zoro
── Eu deveria fazer isso também. - Concordei
── Se quiser, eu deixo me enforcar. - O asiático disse com seus olhos em minha direção, mas sua frase me fez franzir a testa
── Ta bom! Aqui, reunião de bando. - Luffy chamou a atenção de todos
── Já falei que não somos um bando. - Nami reformulou
── Precisamos de um navio pro bando do chapéu de palha. - Continuou, ignorando as palavras dela
── Bando do chapéu de palha? - Repeti
── É. O nome perfeito para o nosso bando.
── Isso não mete nem medo. - Zoro falou com indiferença ── Dorian Rashaad Chifrudo, da mais medo que isso ai.
Eu olhei para o samurai três espadas confusa, pois conheço esse nome de algum lugar.
── Não é pra dar medo. - Suspirou
── Aqui. - Nem percebi que Nami havia entrado para pegar o mapa e voltou ── A cidade mais perto de onde estamos, esse é o lugar perfeito para acharmos um navio.
── Isso ai! - Luffy sorriu ── Então a próxima parada vai ser ao destino do nosso novo navio. O navio dos piratas chapéu de palha!
── Mas você não vai pendurar isso no navio. - Nami voltou para dentro da cabine
── Eu achei que ficou muito bom. - Falei, para tentar reconfortar o garoto. Bom, não que ele se importasse com a palavra "não"
── Valeu. - O garoto sorriu, e eu me aproximo observando a bandeira de perto ── Só pra saber, você também faz parte do nosso bando.
── Não existe bando nenhum. - Zoro disse
Zoro apenas soltou um riso passando por nós e se isolou em um canto do navio. Enquanto Luffy e eu íamos conversando, os dois foram quietos e cada um no espaço pessoal para não acabar se matando antes de chegarmos.
Até que finalmente chegamos na cidade mais próxima de nós, estava empolgada para ir conhecer o que podia enquanto Nami iria procurar um navio melhor para ser roubado.
Logo o nosso foi estacionado próximo ao cais e eu fui a primeira a sair dele, parei esperando o grupo descer. Olhei para a estrada vendo as feiras, eles vendem muita coisa por ser o lugar mais movimentado da cidade.
Enquanto Nami e Luffy se espalharam para buscar um lugar onde havia navios para vender, Zoro tomou outro caminho então eu dei uma corridinho seguindo o homem.
── Zoro, tem alguns berries pra me comprar algo? - Perguntei, caminhando ao lado dele
── Tenho, mas não vou gastar com você. - Disse
── O que custa, seu brucutu?
── Não sou seu pai e nem virei sua baba. - Ele parou, olhando um paredão enorme ── Não acredito que aquele pirata idiota custa 15 mil berries. Eu deveria ter colocado a cabeça dele em um saco e receber esse prêmio.
── Você não iria poder levar ele até a Marinha. - Lembrei ── Esqueceu que é fugitivo?
── Ah, é mesmo. - Desviou o olhar pensativo.
── Esse lugar é ainda maior que a cidade em que eu morava. - Suspirei, olhando ao redor
── Ta com fome? - Perguntou e eu assenti
── Um pouco.
── Vem, vamos procurar alguma banca ou lanchonete por aqui. - murmurou indo na minha frente e eu o segui
Zoro levantou seu olhar vendo a placa grande de um bar e entrou.
Vou atrás dele passando por aqueles homens fedidos e bêbados me encarando como se fossem urubus e eu uma carne fresca.
── Tem cardápio? - Zoro vasculhou o balcão e a mulher tirou um da prateleira o entregando, ele me deu e apontou para uma bebida ── Eu vou querer duas garrafas.
── Quero esse macarrão. - Apontei no cardápio, parecia o prato mais apetitoso que eles tinham então o escolhi
── Dois do macarrão. - Ele jogou o cardápio no balcão e a mulher gritou para a cozinheira preparar o pedido
Juntei minhas mãos no colo sentindo o incomodo do homem sentado ao lado do asiático me encarando sem parar. Estava me preparando para levantar e bater nele, eu mesma, mas antes que faça isso
── Ta olhando o que? - Zoro indagou sem olha-lo
O homem parece ter o reconhecido, pois assim que encontrou o rosto do asiático se espantou e saiu tropeçando nas coisas.
── Aqui está. - A mulher colocou os dois pratos de macarrão na nossa frente
── Toma. - Zoro empurrou a garrafa de bebida para mim e eu a peguei
── Valeu. - Agradeci tomando um gole
Deixo a garrafa na mesa e seguro o garfo começando a comer o macarrão, e o homem fazia o mesmo mas claro, dando preferência para a bebida dele.
Roronoa Zoro não é muito de falar, então a nossa refeição foi em completo silêncio. E assim que terminamos, ele jogou o pagamento na mesa e saímos sem esperar a atendente vir pegar.
Parei em uma barraca e milagrosamente Zoro olhou para trás e parou também.
Eu peguei um chapéu de cowboy com o tecido macio, e coloquei nele, rindo da sua expressão mau humorada de sempre.
── Você não ri? - Desmanchei meu sorriso
── Não sou inimigo do sorriso, mas não vejo necessidade de ficar por aí igual pateta. - Disse tirando o chapéu ── Tipo você.
── Eu não fico assim. - Protesto, seguindo-o para a próxima barraca
Ele apenas pegou algumas coisas na mão, mas largou de volta no lugar e saiu.
── E você, quantos anos tem? - Perguntei tentando quebrar aquele silêncio entre nós ── Eu lembro que me perguntou a minha.
── Dezenove.
── Uuh.
── Gosta de caras mais velhos? - Zoro parou soltando um riso ladino
── Ahm.. - Antes de ter a chance de responder, sou interrompida por Nami
── Achamos o lugar pra procurar os navios. - Avisou fazendo Zoro se afastar de mim e ir em sua direção ── Vamos apressar.
Suspirei o seguindo para o local, era uma espécie de loja de navios cheias deles.
── Cade o Luffy? - Perguntei a Nami
── Sumiu. - A ruiva olhou ao redor balançando os ombros ── Disse que iria procurar um navio perfeito para comprar.
── Achei que fossem roubar. - Questionei
── Vamos. - A ruiva disse
Nami e Zoro param atrás de Luffy que conversa com um cara, e eu continuo um pouco distante deles com tédio.
Estava ocupada prestando atenção no moço limpando a madeira de um navio branco, era satisfatória ver ele tirando a sujeira e deixar aquilo bem limpinho.
Como se eu estivesse em transe. Não consigo desviar o meu olhar nem se eu quisesse.
── O que está olhando? - A voz de Nami me chamou a atenção outra vez e eu a olhei
── Nada. Oque aconteceu?
── Esse maluco está falando que é amigo do dono desse navio. - Murmurou baixinho próxima do meu ouvido
── Já sei! Que tal eu levar vocês para uma pequena reunião na casa dela? - O garoto inquiriu
── Sério? Você pode? - Meu primo sorriu empolgado
── Claro. - Disse ── Eu e ela somos amigos. Posso ir na mansão sempre que quero.
── Vamos ir. - Luffy decidiu por todos
── Vamos ? - Nami o olhou
── É a oportunidade perfeita. - Ele explicou
── Vou pela comida e bebida de graça. - Zoro apoiou a decisão do mais novo ── Então, sim.
── Também. - Concordei pensando no mesmo que o cabelo de capim, afinal aquele prato de macarrão não foi o suficiente para matar minha fome.
── E lá Vamos nós! - O garoto que eu não sabia o nome exclamou, nos guiando para sair de lá
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