
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐳𝐞𝐫𝐨: 𝐆𝐨𝐨𝐝 𝐭𝐢𝐦𝐞𝐬
— BONS TEMPOS
"Daqui pra frente vai ser uma solidão... eu e você vamos nos separar em breve."
Academia de Formação Jujutsu Tokyo
2006
Souka sentiu o gosto metálico do sangue em sua boca enquanto rolava pelo chão arenoso, a feiticeira respirou fundo sentindo seu corpo arder pelos arranhões. O sol poente projetava sombras longas no pátio de treinamento, onde o ar estava impregnado com o cheiro de terra e suor.
Ela firmou os punhos contra o chão, sentindo a textura áspera da areia contra a pele, e se levantou devagar. Gostava de treinar com Suguru porque ele não tinha medo de machucá-la. E Souka acreditava fielmente que a dor era um passo firme ao aprendizado e evolução.
Com os músculos ainda tremendo do impacto, ela focou na lógica fria que guiava seus movimentos: seu corpo criaria uma defesa automática ao ataque que causou dano, aprendendo rapidamente a se defender do inimigo. Era um ciclo de dor e resistência.
Suguru estava a alguns metros de distância, seu olhar penetrante fixo nela. Ele era uma figura imponente, sua presença emanava uma calma perigosa que fazia os outros alunos hesitarem em se aproximar. Mas não Souka.
— Rasgou meu uniforme! — Souka brandiu desapontada, negando levemente com a cabeça. Ela bateu uma mão na outra, tirando a areia da palma, e ergueu os olhos com a sua determinação renovada. — Vamos continuar!
Suguru sorriu, um brilho quase imperceptível de admiração em seus olhos.
— Você tem fogo nos olhos, Souka. — Ele disse, a voz grave carregada com divertimento.
Souka sorriu quase insanamente, seus olhos violetas brilhando de intensidade. O prazer pela batalha irradiava dela, transformando a dor em motivação.
— Sabe que eu não pego leve com você, gatinha! — Geto declarou, aproximando-se com tranquilidade, o tom de voz carregado de desafio. — Mas estou começando a ficar com pena de ver você caindo...
Souka apertou o bastão com sua destra, sentindo a madeira firme contra a palma, e se preparou para voltar à luta.
— Se você ficar se preocupando muito comigo, vou achar que está apaixonado! — debochou, atacando com o bastão contra as costas de Geto, colocando toda a sua força no golpe.
Geto riu ao sentir o impacto do bastão, seu corpo se desequilibrando por um momento. Mas ele rapidamente assumiu o controle, segurando a ferramenta com uma mão e empurrando-a contra o estômago de Souka, que recuou com um gemido de dor.
— Não se ache tanto, querida, vai ficar parecendo o Satoru... não cai bem em você! — Geto provocou, um sorriso zombeteiro nos lábios.
Ela curvou-se ligeiramente com o golpe, mas o sorriso nunca deixou seu rosto. Com uma risada desafiante, Souka recuou alguns passos, os olhos ainda brilhando de determinação. A adrenalina pulsava em suas veias, cada batida de seu coração alimentando sua vontade de derrubá-lo.
— Trouxa! — zombou, levantando-se com agilidade e chutando o rosto de Geto com toda a força.
Suguru se surpreendeu com o impacto do chute contra seu rosto, que o fez vacilar e tombar um pouco para o lado. Talvez tivesse subestimado um pouco a amiga. Ele esfregou o rosto, sentindo o gosto de sangue nos lábios, e riu, admirando a ferocidade de Souka.
— Você me pegou de surpresa dessa vez, Souka — disse ele, levantando-se lentamente, os olhos brilhando com animação. — Acho que você está ficando perigosa.
Saito riu diabolicamente, passando os dedos pelos cabelos negros de Suguru de forma carinhosa.
— Sempre fui perigosa, lindinho! — respondeu com divertimento, seus olhos violetas ainda brilhando com a adrenalina da luta.
Geto riu junto, levantando-se e limpando a roupa suja de areia. Havia uma camaradagem entre eles que transformava até os momentos mais intensos.
— Ei, ei! Porque estão se divertindo sem mim? — a voz de Satoru foi escutada de longe, atraindo a atenção dos feiticeiros.
Satoru Gojo se aproximava com seu sorriso habitual, seus olhos ocultos pelos óculos de sol característicos. Ele caminhava com a confiança de alguém que sabia exatamente o impacto que sua presença causava.
— Satoru, sempre aparecendo na hora certa para roubar a cena, hein? — disse Geto, com uma expressão divertida.
— Ah, você sabe que eu não resisto a uma boa batalha — respondeu Satoru, parando ao lado dos dois e avaliando o estado deles. — Parece que vocês dois se divertiram bastante.
Souka riu, relaxando a postura e deixando o bastão descansar ao seu lado.
— Suguru acabou com o meu uniforme novo! — resmungou vendo o rasgo na meia e o sangue escorrendo — estou cansada, o que acham de comer lamem?
— Eu topo! — Suguru aceitou na mesma hora com um sorriso travesso — último que chegar no portão paga a conta!
Dito isso, Suguru saiu correndo para fora do campo de treinamento, deixando uma nuvem de poeira para trás. Souka semicerrava os olhos, segurando na barra do uniforme do loiro, pronta para protestar.
— Satoru... — começou ela, tentando disfarçar a frustração em sua voz.
Gojo sorriu, aproximando-se de forma carinhosa. Segurou o rosto da morena entre as mãos, seus olhos brilhando com um misto de travessura e ternura.
— Você fica linda com raiva, amor! — disse ele, o tom brincalhão suavizando suas palavras. Ele selou seus lábios com os dela em um beijo cheio de carinho, dissipando qualquer vestígio de aborrecimento em Souka.
As feições bravas de Souka sumiram ao sentir o toque doce e familiar do namorado. Ela retribuiu rapidamente, passando os dedos pelos fios brancos de Satoru, o coração acelerando com a proximidade.
— Tchau, tchau, bobinha! — Gojo debochou, deixando um último selinho em seus lábios antes de se afastar correndo. — Vou pedir muito lámen hoje!
— Satoru! — ela exclamou, sentindo suas bochechas corarem. — Desgraçado... ainda tenho que trocar de roupa.
Ela olhou para o rasgo em seu uniforme e suspirou, mas não pôde deixar de sorrir. O jeito despreocupado e amoroso de Satoru sempre conseguia derreter sua frustração. Com um último olhar para o campo de treinamento, Souka se apressou a caminho do vestiário, sentindo o calor do beijo ainda presente em seus lábios.
Enquanto corria para se trocar, a imagem de Satoru sorrindo e o som de sua risada ecoavam em sua mente, enchendo seu coração de uma alegria tranquila. Apesar das lutas e provocações, esses momentos de ternura e afeto eram o que tornavam cada dia especial ao lado dele.
Souka saiu do vestiário, agora vestida com roupas limpas e confortáveis, sentindo-se revigorada. Ela olhou ao redor, procurando por Suguru e Satoru. O campo de treinamento estava quieto agora, com apenas o som distante da cidade ao redor.
Ao se aproximar do portão, viu Satoru e Suguru esperando por ela. Satoru, com seu sorriso habitual, levantou uma mão em saudação. Suguru estava encostado na parede, com um ar tranquilo e satisfeito.
— Demorou, hein? — provocou Satoru, rindo.
Souka revirou os olhos, mas não pôde evitar sorrir.
— Alguns de nós precisam de tempo para se recompor depois de serem desafiados por dois idiotas.
Suguru riu, empurrando-se da parede.
— Você mandou bem hoje, Souka. Merece um banquete de lámen.
Os três caminharam juntos pelas ruas de Tokyo, conversando e rindo. O céu já estava escurecendo, e as luzes da cidade começaram a brilhar, criando uma atmosfera acolhedora.
Ao chegarem à pequena loja de lámen, foram recebidos pelo aroma delicioso do caldo quente e dos ingredientes frescos. Escolheram uma mesa nos fundos, onde poderiam conversar à vontade.
— Três tigelas grandes de lámen, por favor! — pediu Satoru ao garçom, com um brilho travesso nos olhos. — E algumas porções extras de gyoza.
— Não se esqueça do karaage! — adicionou Suguru, sorrindo.
Enquanto esperavam pela comida, Souka olhou para os dois amigos, sentindo-se grata por tê-los em sua vida. Eles podiam brigar e provocar uns aos outros, mas no final do dia, estavam sempre juntos, apoiando-se mutuamente.
— Aqui está o nosso banquete! — anunciou o garçom, colocando as tigelas fumegantes e os pratos de acompanhamentos na mesa.
Satoru pegou os hashis e fez uma reverência exagerada antes de começar a comer.
Souka e Suguru seguiram o exemplo, e logo estavam saboreando a deliciosa refeição. A conversa fluiu facilmente, cheia de piadas, histórias do dia e planos para o futuro.
— Você sabe, Souka — disse Satoru, entre uma mordida e outra. — Talvez você devesse nos ensinar algumas das suas técnicas.
— Claro, desde que você me ensine a ser tão convencida quanto você, Satoru — retrucou ela, rindo.
Suguru quase engasgou de tanto rir, enquanto Satoru fazia uma expressão exageradamente ofendida.
— Eu não sou convencido! Só tenho consciência do meu talento natural! — comentou com tranquilidade.
— Coisa de gente convencida! — tagarelou Suguru, dando uma risadinha.
— Mi-mi-mi, convencido! — Gojo debochou, imitando Suguru de maneira exagerada, enquanto continuava a comer seu lámen com entusiasmo.
Souka sorriu, quase se engasgando com o macarrão, ao tentar segurar a risada. Ela adorava passar o tempo com eles. Ao lado deles, tudo valia a pena!
— Vocês dois são impossíveis — disse ela, finalmente conseguindo engolir o macarrão e limpando uma lágrima de riso do canto do olho.
— Impossíveis, mas irresistíveis — respondeu Gojo, piscando para ela.
— Exatamente! — concordou Suguru, inclinando-se na mesa. — E, sinceramente, Souka, você precisa admitir que esses momentos são os melhores.
Souka assentiu, olhando de um para o outro com carinho.
— Sim, são os melhores. Vocês dois sempre sabem como transformar qualquer dia em algo especial.
A conversa continuou animada, com provocações e risadas enchendo o ar. O restaurante, que antes parecia apenas um local para uma refeição rápida, agora estava repleto de memórias compartilhadas.
— Eu queria ampliar a minha técnica de Tarot... estava lendo os velhos livros da minha família e vi que tem a possibilidade de ver fragmentos de futuros com as cartas! — disse Souka, com entusiasmo evidente. Ela sacou uma de suas cartas de Tarot, seus olhos violetas brilhando de expectativa. — Posso tentar com vocês?
Suguru sorriu, estendendo a mão.
— Eu! Lê o meu futuro primeiro!
— Ei, eu sou o namorado aqui, devia ser eu! — Satoru resmungou com uma falsa birra, cruzando os braços e fingindo estar ofendido.
Souka riu suavemente, o som como música em meio à tranquilidade da noite.
— Calma, Vamos começar com Suguru, e depois faço a sua leitura. Prometo.
Saito riu um pouco, deixando Suguru pegar uma das cartas do baralho.
— Certo... — murmurou Souka, apanhando a carta de volta e recitando um pequeno encantamento.
Ela fechou os olhos, concentrando-se nas energias da carta. Quando os abriu novamente, encontrou-se numa aldeia que pegava fogo por todos os lados. As chamas dançavam vorazmente, devorando tudo em seu caminho, e os gritos das almas perdidas ecoavam pelo ar, preenchendo-o com uma sensação de desespero e dor.
Saito sentiu seu coração disparar ao escutar os gritos, a visão assombrosa e cheia de agonia parecia quase real. Ela tentou entender o que estava vendo, mas a confusão e o medo tomaram conta de sua mente.
Rapidamente, a morena abriu os olhos, respirando fundo, ainda confusa e perturbada com o que tinha visto. "Suguru estaria em perigo?" A pergunta queimava em sua mente, mas ela não queria alarmar seus amigos sem ter certeza.
— O que viu, Souka? — questionou Gojo, semicerrando os olhos, preocupado com a expressão no rosto dela.
— Nada... — mentiu descaradamente, tentando esconder o tremor em sua voz. — apesar da energia na carta... não consegui ver nada, acho que preciso aprimorar mais minha técnica...
Suguru olhou para ela, notando a inquietação em seus olhos, mas escolheu confiar em sua explicação por enquanto.
— Tudo bem, Souka. Com o tempo, você vai melhorar — garantiu gentil como sempre.
Satoru, embora preocupado, tentou aliviar a tensão.
— Não se preocupe, amor. Isso é só o começo. Vamos praticar mais, e você vai dominar essa técnica em breve.
Souka sorriu levemente, mas a imagem da aldeia em chamas ainda estava gravada em sua mente.
— Sim, talvez só precise de mais prática — respondeu guardando as cartas, tentando controlar a respiração e a preocupação que ameaçava transbordar.
Depois de terminarem suas refeições, levantaram-se da mesa, sentindo-se satisfeitos e revigorados. A noite estava fresca, e eles caminharam pelas ruas iluminadas pela luz suave dos postes, a conversa ainda fluindo entre eles.
— Então, qual é o próximo plano? — perguntou Satoru, olhando para os amigos com um sorriso.
— Mais treino amanhã? — sugeriu Suguru, embora com um tom de leve exaustão.
— Claro, mas antes disso, que tal uma maratona de filmes? — Souka propôs, seus olhos brilhando de entusiasmo.
— Ótima ideia! — concordou Satoru. — Mas, só se eu puder escolher o primeiro filme.
Suguru e Souka trocaram um olhar cúmplice.
— Feito, mas só se não for outro daqueles filmes estranhos que você gosta — disse Suguru, provocando.
— Fica quietinho aí que da última vez assistimos minhoca humana por sua causa! — Satoru resmungou de volta.
Souka fez uma careta com a lembrança.
— Nossa, aquele filme é medonho!
Com risos e mais provocações, o trio continuou sua caminhada, prontos para mais uma noite de diversão e companheirismo. Naquela noite, enquanto se acomodavam para a maratona de filmes, Souka sentiu-se completamente feliz e em paz esquecendo aquela maldita visão por algumas horas, sabendo que, ao lado de Suguru e Satoru, tudo ficaria bem.
— E nada ficou bem não é? Porque daqui pra frente é só ladeira a baixo!
— Olá feiticeiros e maldições!
— Nossos papais deram a largada para o início de Born to die 😭
— Confesso que esse é um dos primeiros prólogo que eu gosto de escrever! Eu espero que vocês tenham gostado.
— Sobre o Jujutsu da Souka, ele é chamado de Baralho amaldiçoado. Logo vocês vão conhecer melhor a técnica que eu desenvolvi junto com a maioral marehill 🗣💜
— Próximo capítulo já é ligado na 1 temporada 😃🙏 vamos aproveitar essa primeira temporada e implorar pra eles se acertarem porque depois é só tristeza 😭😭😭
— Até a próxima amores!
NAO ESQUEÇAM OS VOTOS E COMENTÁRIOS!!!
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