𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐞𝐧: 𝐄𝐧𝐜𝐨𝐮𝐧𝐭𝐞𝐫
"Não é "felizes para sempre". É muito melhor que isso."
— Encontro
A manhã estava ensolarada, e o trio caminhava pelo pátio da escola Jujutsu, o clima aparentemente leve. Satoru, com seu usual entusiasmo, andava ao lado de Itadori e Souka, a expressão brincalhona de sempre.
— Dessa vez, não vamos poder orientar você — Satoru começou, olhando para Itadori e Souka, seus olhos ocultos por suas vendas, mas a confiança em sua voz era inegável. — Mas não se preocupe, chamei um colega das antigas.
Antes que qualquer um pudesse responder, Satoru acelerou o passo, avistando uma figura conhecida ao longe. Com um sorriso que parecia iluminar ainda mais o dia, ele se aproximou do homem de aparência séria, jogando os braços com familiaridade sobre os ombros dele.
— ESSE AQUI É KENTO NANAMI, EX FUNCIONÁRIO DE ESCRITÓRIO! — Satoru exclamou com entusiasmo, como se estivesse apresentando um troféu.
Nanami, sempre o profissional, manteve sua expressão inalterada, mas era evidente o desgosto na maneira como seus lábios se contraíram levemente. Ele suspirou, um som que parecia carregar o peso de anos de paciência com o comportamento excêntrico de Satoru.
— Por favor, não me chame mais assim — ele resmungou, a voz baixa e firme, mas carregada de um cansaço resignado.
Souka, que estava um pouco atrás, observou a cena com um sorriso. Era raro ver Nanami naquele ambiente, e a presença dele trazia uma onda de nostalgia. Ela não pôde evitar uma risada suave ao ver a interação entre os dois. Fazia muito tempo desde a última vez que os três estiveram juntos, e a seriedade de Nanami sempre era um contraste bem-vindo com a energia contagiante de Satoru.
— Vários feiticeiros jujutsu são esquisitos — Satoru continuou, agora se dirigindo a Itadori e Souka. — Mas graças ao tempo dele na firma, ele é bem responsável! E um feiticeiro de primeira linha.
Nanami franziu o cenho levemente, como se estivesse ponderando a pergunta de Itadori, mas na verdade, ele já sabia a resposta de cor. Era uma verdade simples, mas amarga, que ele havia carregado por anos.
— Certamente ninguém quer ouvir você falando isso deles! — Nanami resmungou, suas palavras carregando um toque de ironia, mas sem deixar de ser uma crítica. Ele ajustou os óculos, o gesto quase automático, enquanto observava o jovem à sua frente.
Itadori, que estava acompanhando a troca com uma mistura de curiosidade e confusão, inclinou a cabeça, um ponto de interrogação praticamente visível em sua expressão.
— Ex-funcionário? Porque não virou feiticeiro desde o início? — ele perguntou, a curiosidade evidente em seu tom.
Nanami suspirou profundamente, como se já tivesse revivido aquela decisão inúmeras vezes. Ele olhou para o céu por um momento, antes de voltar seu olhar para Itadori, sua voz firme e quase didática.
— Uma coisa que aprendi depois de estudar na escola Jujutsu, é que os feiticeiros são todos uns idiotas. Então, o que eu aprendi trabalhando numa firma normal, é que as firmas normais também são idiotas.
Itadori piscou, absorvendo a declaração pouco convencional.
— Ah, sério? — ele murmurou, ainda tentando processar o que aquilo realmente significava.
Nanami assentiu, a gravidade de suas palavras contrastando com a simplicidade da explicação.
— Se os dois são a mesma merda, é melhor escolher o que me dou melhor. É o único motivo que me fez voltar.
Houve um breve silêncio, quebrado apenas pelo som suave do vento passando pelas árvores ao redor. Souka, que até então estava observando a troca com um sorriso pequeno mas caloroso, deu alguns passos à frente, se aproximando de Nanami. Seu olhar, cheio de ternura e gratidão, encontrou o dele.
— Senti sua falta, Nanami — ela falou, sua voz suave mas carregada de sinceridade. Sem hesitar, ela envolveu o velho amigo em um abraço, gesto simples mas carregado de significado.
Nanami ficou momentaneamente rígido, como se não estivesse acostumado com esse tipo de afeto, mas logo relaxou, um leve sorriso se formando em seus lábios enquanto ele dava um tapinha reconfortante nas costas de Souka.
— Também senti sua falta, Souka — ele respondeu, sua voz mais suave do que antes. Era uma admissão que ele não faria para muitas pessoas, mas ali, naquele momento, parecia a coisa certa a se dizer. Ele se afastou do abraço, ajeitando a gravata com um movimento quase automático. — Mas estou aqui agora. Vamos fazer o melhor que podemos, certo?
Satoru, que havia assistido à cena com um sorriso satisfeito, riu baixinho, quebrando a leve tensão que ainda pairava no ar.
— Isso aí! Com o Nanami aqui, Itadori está em boas mãos! — declarou com uma confiança absoluta, como se estivesse falando de algo tão simples quanto o clima. Ele estendeu a mão para um toque, e Nanami, relutante mas resignado, aceitou.
— Isso aí! — Satoru repetiu, dessa vez trocando um toque com Satoru, que não conseguiu segurar o riso diante da descontração do professor.
Aquela troca de gestos e palavras parecia quebrar qualquer tensão que ainda pudesse existir, trazendo uma leveza inesperada ao momento. A energia positiva de Satoru era contagiante, e até Nanami, sempre tão sério, parecia menos rígido.
Itadori riu, o som ecoando pelo pátio da escola, e foi então que Satoru virou-se para Souka, ainda com aquele sorriso que parecia iluminar tudo ao seu redor.
— Eu e a Souka vamos resolver algo importante — anunciou com a mesma seriedade exagerada que usava para assuntos triviais, seu tom fazendo a jovem erguer uma sobrancelha em desconfiança.
— Vamos? — Souka perguntou, claramente surpresa, franzindo as sobrancelhas enquanto observava Satoru. Ele, por sua vez, simplesmente esticou a mão, bagunçando os cabelos negros curtos dela com uma familiaridade que só ele tinha.
— Óbvio! — respondeu ele com um brilho travesso nos olhos, como se estivesse prestes a arrastá-la para alguma aventura absurda.
Ela suspirou, percebendo que, como sempre, não tinha muita escolha. Quando Satoru decidia algo, ele simplesmente fazia. E, embora relutante, ela sabia que podia confiar nele de olhos fechados. Era como se Satoru, com toda a sua excentricidade, fosse a única pessoa capaz de manter todos à sua volta seguros e, ao mesmo tempo, fazer com que a vida parecesse um pouco menos pesada.
— Certo, vamos então — ela disse, resignada, mas um sorriso discreto começava a aparecer nos seus lábios, enquanto seguia Satoru, que já se movia com passos largos, determinado como sempre.
Satoru e Souka caminhavam lado a lado, o som de seus passos ecoando suavemente pelo caminho de pedra que levava até os portões da escola Jujutsu.
— Pra onde vamos? — Souka perguntou, o tom levemente desconfiado. Ela conhecia Satoru o suficiente para saber que ele raramente fazia algo sem um propósito oculto.
Satoru, com sua habitual confiança, respondeu com um sorriso despreocupado.
— Vamos encontrar alguns dedos do Sukuna, não se preocupe! Vai ser moleza. — A maneira como ele falava, como se fosse uma simples tarefa cotidiana, a fazia suspirar.
— Por que? Achei que era trabalho do Itadori rastrear os dedos — resmungou, mantendo o passo ao lado dele, os dois caminhando em perfeita sincronia.
Satoru apenas deu de ombros levemente, como se a resposta fosse óbvia.
— Vamos facilitar o trabalho dele, o moleque tá ficando forte. Vamos ver quantos dedos ele vai aguentar.
Souka olhou para ele de canto de olho, a sombra de um sorriso brincando em seus lábios.
— Ou isso é apenas uma desculpa pra passar tempo comigo? — ela provocou, seu tom leve, mas carregado de uma insinuação que fez Satoru erguer uma sobrancelha.
Ele riu suavemente, um som quase musical que se misturava com o murmúrio do vento ao redor deles.
— Não viaja — zombou, mas havia uma suavidade na maneira como ele disse.
Por um momento, o silêncio se instalou entre eles, mas não era desconfortável. Era o tipo de silêncio que só é compartilhado entre aqueles que se conhecem profundamente, onde as palavras são desnecessárias. Eles continuaram andando, lado a lado, o caminho à frente se abrindo enquanto os portões da escola Jujutsu ficavam cada vez mais distantes atrás deles.
Satoru e Souka seguiram até o carro em silêncio, o ar entre eles carregado de uma mistura de tensão leve e conforto familiar. Ao chegarem ao veículo, Satoru, com um sorriso travesso, abriu a porta do passageiro para ela.
— Primeiro as damas! — ele disse com um tom brincalhão.
Souka não pôde deixar de rir, balançando a cabeça e fazendo uma careta divertida.
— Bobo! — murmurou enquanto se acomodava no banco.
Satoru, satisfeito com a reação dela, deu a volta no carro e se sentou ao volante, o sorriso ainda estampado no rosto. Ligou o carro, e Souka, já com o cinto de segurança preso, o olhou curiosa.
— E qual o destino? — perguntou, os olhos brilhando de antecipação.
— Okinawa! — respondeu ele, a voz carregada de uma confiança despreocupada.
Souka arqueou uma sobrancelha, surpresa e intrigada com o destino inesperado. O silêncio entre eles agora era preenchido por uma expectativa mútua, enquanto o carro começava a se mover, o motor roncando suavemente. O sol brilhava forte no céu, refletindo nas janelas do carro e criando um ambiente quase cinematográfico.
Satoru olhou de relance para Souka, o canto dos lábios se curvando num sorriso que ela conhecia bem, um sorriso que dizia que, por mais que ele zombasse, adorava cada segundo que passava ao lado dela. Enquanto dirigiam em direção ao horizonte, Souka sentiu que, apesar das provocações e brincadeiras, havia algo mais ali, algo que fazia seu coração bater um pouco mais rápido.
— E essa viagem toda é só pra recolher os dedos do Sukuna? — ela provocou, tentando quebrar o clima e voltar ao tom leve.
Satoru riu, mas não respondeu de imediato. Em vez disso, ele colocou uma mão no volante e a outra no apoio entre eles, os dedos relaxados, mas próximos dos dela.
— Quem sabe? — ele respondeu, finalmente, a voz suave, quase como um segredo.
O carro seguia pela estrada, o som dos pneus contra o asfalto preenchendo o silêncio confortável entre eles. Satoru dirigia com a expressão tranquila, mas atento à estrada, enquanto Souka estava perdida em pensamentos, olhando para a paisagem que passava rapidamente pela janela. As memórias a tomavam, lembrando-a da última vez que esteve em Okinawa. Naquela época, tudo parecia diferente. A juventude os acompanhava, e o trio inseparável estava junto, compartilhando risadas e momentos que agora pareciam tão distantes.
Satoru, sentindo a mudança em sua expressão, desviou o olhar da estrada por um momento, observando-a com cuidado. Ele conhecia aquele semblante.
— Uma moeda por seus pensamentos! — ele murmurou, a voz suave mas curiosa, trazendo-a de volta ao presente.
Souka piscou algumas vezes, afastando as memórias, e esboçou um pequeno sorriso.
— Só estava lembrando... a última vez que viemos para cá... estávamos todos juntos. — Ela fez uma pausa, sentindo o peso das palavras, e continuou com um resmungo suave. — Eu, você e Suguru...
Satoru também sentiu a melancolia nos pensamentos dela. O nome de Suguru trouxe um aperto no peito, mas ele escondeu bem isso com seu sorriso habitual. Não era fácil, mas ele preferia não afundar na nostalgia, especialmente agora.
— É... — ele respondeu, mantendo o tom leve, mas com um toque de compreensão. — Bons tempos, né?
Souka assentiu, o sorriso dela um pouco mais triste, mas ainda presente.
— Eram.
O silêncio caiu sobre eles novamente, mas dessa vez era mais carregado de sentimentos, como se ambos estivessem revivendo memórias juntos, sem precisar de palavras. As cicatrizes que o tempo havia deixado em ambos eram profundas, mas ainda assim, havia algo confortante em compartilhar esse momento, mesmo que em silêncio.
O carro estacionou suavemente em frente ao hotel luxuoso, o motor desligando com um leve ronco. Satoru, com um sorriso leve nos lábios, virou-se para Souka, que ainda estava meio perdida entre o sono e a realidade.
— Soso, chegamos — ele murmurou, cutucando suavemente a bochecha dela.
Souka piscou algumas vezes, os olhos ainda pesados de sono, enquanto tentava entender onde estavam. Quando seus olhos finalmente focaram no hotel luxuoso à sua frente, ela notou a vasta extensão de areia e o mar logo além. Sua expressão se suavizou, mas ainda havia uma pontada de confusão.
— Hum... — ela resmungou, ainda se ajustando ao ambiente — O que... estamos fazendo aqui?
Satoru não conseguiu segurar uma risada suave ao ver a confusão dela. Ele estendeu a mão, bagunçando os cabelos dela com um carinho brincalhão.
— Vamos passar a noite aqui, à beira-mar — ele disse, a voz cheia de entusiasmo. — Relaxa, Soso. Você vai adorar.
Souka ainda processava a ideia, mas não pôde deixar de sentir uma onda de tranquilidade ao ouvir o som das ondas e sentir a brisa salgada acariciar seu rosto. Ela suspirou, finalmente deixando que um sorriso se formasse em seus lábios.
— Sempre me surpreendendo, hein? — ela disse, abrindo um sorriso pequeno, mas genuíno.
Satoru a observava com um olhar que misturava carinho e algo mais profundo, uma conexão que ia além das palavras.
— Tudo por você Soso! — ele respondeu suavemente, sua voz carregando uma sinceridade que fez o coração de Souka acelerar um pouco.
Eles saíram do carro, Satoru rapidamente ao lado dela, pegando levemente na mão dela enquanto caminhavam para a entrada do hotel. O calor da palma dele contra a dela era reconfortante, uma pequena chama de algo que ambos sempre souberam estar ali, mas raramente permitiam que se expressasse tão abertamente.
Ao entrarem no hotel, o ambiente elegante e acolhedor os envolveu, mas o que realmente capturava a atenção de Souka era a visão da praia logo além, o mar iluminado pelos últimos raios de sol. A ideia de uma noite tranquila, apenas os dois, cercados por tal beleza natural, parecia quase mágica.
Satoru estava claramente empolgado, e Souka não conseguia deixar de notar isso enquanto ele a guiava em direção ao elevador do hotel. A brisa do mar que vinha da entrada fazia os cabelos dela balançarem levemente, e o som das ondas quebrando na praia próxima ecoava ao fundo, criando um contraste interessante com a atmosfera luxuosa do local.
— Satoru, tem certeza que tem dedos do Sukuna aqui? — ela perguntou, sua voz carregada de uma desconfiança suave, enquanto entrava no elevador. O aço frio das portas refletia suas expressões, e ela podia ver o sorriso despreocupado no rosto dele.
— Relaxa, Soso! — Satoru respondeu com um sorriso fácil, mas havia algo mais em seu olhar, algo que ela não conseguia identificar completamente.
Satoru levou Souka até a suíte na cobertura do hotel, a vista deslumbrante da praia se estendendo à frente deles. Ela piscou, fascinada com a beleza e o luxo do quarto, o brilho suave das luzes refletindo nas janelas que exibiam o mar ao entardecer.
— Toruu... — ela murmurou, ainda absorvendo a surpresa.
Satoru, com seu sorriso característico, deu um passo à frente e a envolveu em um abraço, seus olhos brilhando de leveza e carinho.
— Preciso que confie em mim, Soso... — ele sussurrou, sua voz suave e cheia de intenção.
Ela o encarou, um sorriso se formando lentamente em seus lábios. Algo dentro dela sabia que havia mais do que ele estava revelando, mas isso só a fazia sentir-se mais conectada a ele.
— Não tem dedo nenhum aqui, né? — Souka perguntou, inclinando a cabeça com uma expressão divertida.
Satoru riu suavemente, o som leve e envolvente, enquanto seus olhos se suavizaram ainda mais.
— Não... mas... eu precisava tirar você da escola sem reclamações! — Ele confessou, seus olhos brilhando com a usual travessura.
Souka revirou os olhos, mas não conseguiu conter o sorriso. Eles estavam ali, longe do caos habitual, apenas eles dois, com a brisa do mar entrando pela janela aberta, e por um breve instante, o mundo lá fora parecia distante e insignificante.
— Você confia em mim? — Satoru perguntou suavemente, sua voz carregada de uma doçura que fez o coração de Souka acelerar.
Ela ergueu os olhos para ele, vendo o brilho animado em seus olhos, e suspirou, incapaz de conter um sorriso.
— Confio, idiota... — respondeu, a suavidade em sua voz revelando a profundidade de seus sentimentos.
O sorriso de Satoru se alargou, uma alegria genuína refletida em seu rosto. Ele parecia quase não se conter, como se estivesse prestes a revelar uma surpresa que vinha guardando há muito tempo.
— Ótimo, porque eu preciso que você troque de roupa! — Ele disse, um brilho de travessura dançando em seus olhos.
— Hum? — Souka arqueou uma sobrancelha, intrigada, mas curiosa.
Sem dizer nada, Satoru apontou para uma caixa que estava em cima da cama. Souka franziu as sobrancelhas, caminhando até ela, a curiosidade crescendo. Com cuidado, ela abriu a caixa, e seus olhos se arregalaram ao ver o conteúdo. Um lindo vestido de seda vermelho, com uma abertura sensual na perna direita, acompanhava um par de saltos prateados que brilhavam sob a luz suave do quarto.
Souka sorriu suavemente, seus dedos deslizando pela seda macia. Havia algo de encantador e íntimo naquele gesto, como se Satoru tivesse pensado em cada detalhe, sabendo exatamente o que a faria se sentir especial.
— Te espero aqui... — Satoru sussurrou, a voz dele se misturando com o som do mar ao fundo. Ele deu um passo para trás, permitindo que ela tivesse seu espaço, mas os olhos dele permaneceram fixos nela, como se cada movimento dela fosse algo precioso a ser observado.
Souka olhou para ele por um instante, sentindo o calor se espalhar por seu peito. Havia algo na maneira como Satoru a olhava, um misto de admiração e carinho que fazia tudo ao redor parecer mais leve, mais simples. Ela segurou o vestido com cuidado, percebendo que, naquele momento, eles não estavam apenas em uma missão, mas criando uma lembrança, algo que ela guardaria consigo para sempre.
Ela então entrou no banheiro para se trocar, e enquanto se olhava no espelho, sentiu uma mistura de nervosismo e excitação. Quando voltou ao quarto, Satoru estava de costas para a janela, as mãos nos bolsos, olhando para o horizonte como se esperasse algo mágico acontecer.
Quando ele se virou e a viu, o tempo pareceu parar por um momento. O sorriso em seu rosto se alargou, e seus olhos azuis brilharam através dos óculos escuros com uma admiração silenciosa.
— Você está... incrível — ele murmurou, sua voz suave, quase reverente.
Souka sentiu o coração bater mais forte ao ouvir as palavras de Satoru, mas tudo o que conseguiu fazer foi sorrir de volta, as emoções borbulhando dentro dela.
— Obrigada... o vestido é lindo — ela sussurrou, sua voz suave, quase trêmula, enquanto suas bochechas adquiriram um tom levemente avermelhado.
Satoru sorriu, um sorriso genuíno que fazia seus olhos brilharem de uma forma que só ela conhecia. Ele estendeu a mão, um gesto silencioso, mas cheio de significado. Souka, sem hesitar, colocou sua mão na dele, sentindo o calor e a força de seu toque. Ele a puxou suavemente para perto, seus corpos agora próximos, a respiração dele acariciando sua pele.
— Você está perfeita, Souka... — ele murmurou, sua voz baixa, quase reverente. Seus olhos azuis a observavam com uma intensidade que fez o coração dela acelerar ainda mais. — Mas... precisamos ir antes que anoiteça.
— Pra onde? — ela perguntou, a curiosidade misturada com uma pitada de nervosismo.
— Você vai ver! — Satoru respondeu, um sorriso travesso surgindo em seus lábios.
Sem dar mais explicações, ele entrelaçou os dedos nos dela e a guiou para fora da suíte. O corredor estava silencioso, e o som suave das ondas do mar ao longe criava uma trilha sonora perfeita para o momento. Enquanto caminhavam lado a lado, Souka sentia-se envolta em uma atmosfera de antecipação. Satoru, com seu jeito despreocupado e confiante, a fazia sentir que qualquer lugar que fossem, estaria tudo bem, porque estavam juntos.
Quando finalmente chegaram ao elevador, ele apertou o botão para descer e, durante a breve espera, olhou para ela, seus olhos repletos de algo que parecia ser uma mistura de carinho e admiração.
— Soso — ele começou, a voz dele suave, mas carregada de emoção —, hoje... só quero que você aproveite. Sem pensar em maldições, Sukuna, ou qualquer outra coisa. Tudo bem?
Ela assentiu, sentindo uma onda de ternura por ele. Aquela era a maneira de Satoru de mostrar que se importava, de cuidar dela, mesmo que nunca admitisse isso em palavras. Quando o elevador chegou ao térreo, ele a conduziu para fora, e Souka viu que o sol estava começando a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa.
Satoru a levou para a praia, onde uma pequena mesa havia sido preparada, cercada por velas que dançavam com a brisa suave. O mar refletia as cores do céu, criando um cenário quase mágico. Souka ficou sem palavras, o momento era tão perfeito que parecia surreal.
— Eu disse que você ia gostar — Satoru disse, sua voz carregada de um orgulho brincalhão.
Souka olhou para ele, seus olhos brilhando de emoção.
— Você realmente... fez tudo isso por mim?
Satoru sorriu, um sorriso cheio de nostalgia e ternura enquanto segurava a mão de Souka com carinho. A suavidade de seu toque contrastava com a intensidade de seus sentimentos, aqueles que ele raramente expressava de forma tão aberta.
— Claro, você merece, Soso... tudo isso — ele sussurrou, a sinceridade em sua voz quase tangível.
Ele a conduziu gentilmente até a cadeira, onde Souka se sentou, ainda um pouco surpresa pela dedicação que Satoru havia colocado em cada detalhe daquela noite. Ele se acomodou na cadeira à sua frente, sem nunca soltar sua mão, os dedos dele envolvendo os dela com um cuidado que só ele sabia ter.
Souka sorriu, um sorriso que carregava tanto o brilho da felicidade quanto a sombra da surpresa. Quando o garçom chegou, servindo as taças de vinho com uma elegância silenciosa, ela observou a cena com um misto de encanto e incredulidade. Isso era tão diferente do Satoru que todos conheciam — o homem que raramente levava algo a sério e usava o humor para esconder o que realmente sentia.
— Satoru... isso é... — ela começou, sua voz baixa e hesitante, algo incomum para alguém tão confiante como Souka.
Ele arqueou uma sobrancelha, um sorriso brincalhão surgindo em seus lábios.
— Olha só, consegui deixar Souka Saito sem graça? — ele zombou, a provocação evidente em seu tom, mas havia um toque de ternura em suas palavras.
Souka riu, um som suave e genuíno que fez seu coração bater mais rápido. Ela levou a taça de vinho aos lábios, saboreando o líquido suave enquanto tentava organizar seus pensamentos. Era estranho para ela se sentir assim, tão vulnerável, mas ao mesmo tempo, era confortável. Como se, por mais que o mundo estivesse cheio de perigos, naquele momento, ali com ele, tudo estivesse exatamente como deveria estar.
— Idiota... é só que... — ela hesitou, seus olhos voltando-se para o mar antes de retornar para ele. — Isso me lembra quando a gente namorava... quando éramos adolescentes.
Satoru sorriu, mas dessa vez, havia algo mais profundo em seus olhos. Uma compreensão silenciosa, uma lembrança compartilhada de um tempo mais simples, quando o futuro ainda era incerto, mas eles tinham um ao outro.
— Sim — ele concordou, a voz dele baixa, quase um sussurro. — Eu me lembro de como era fácil... como era bom... só nós dois, sem o peso do mundo sobre nossos ombros.
Ela assentiu, as palavras dele tocando fundo em seu coração. Por um momento, o tempo parecia ter parado, deixando-os presos em uma bolha de memórias e sentimentos que só eles entendiam.
— Sabe, Soso — ele continuou, seu tom mais sério agora — eu faria qualquer coisa para trazer um pouco daquela paz de volta para você. Eu sei que nosso trabalho não permite que vivamos sempre assim, mas... pelo menos por hoje, quero que se lembre do que é só... estar.
Souka olhou para Satoru, seu coração se apertando com a intensidade do que ele acabara de dizer. As palavras dele eram sinceras, cada sílaba carregada de um peso que ela não via nele com frequência. Era raro vê-lo baixar a guarda assim.
— Satoru... — ela murmurou, sua voz suave, mas cheia de emoção.
— Eu sei que fui um idiota e, deuses, como eu sei disso... — ele repetiu, seus olhos azuis brilhando com arrependimento e afeto. — Olha, eu sou o homem mais forte do mundo, mas sem você... eu sou um desastre, Souka.
Ela sentiu seu coração se aquecer, suas bochechas corando enquanto um sorriso suave curvava seus lábios. Ele estava ali, abrindo-se para ela de uma maneira que raramente fazia. Souka sabia que por trás da fachada de confiança e poder, havia uma vulnerabilidade que ele compartilhava apenas com ela.
Souka colocou a taça de vinho na mesa, o líquido rubro refletindo a luz suave do ambiente. Seus olhos encontraram os de Satoru, e ela viu a vulnerabilidade rara em sua expressão. O vinho aquecia seu corpo, mas as palavras dele aqueciam seu coração de um jeito diferente.
Ele suspirou, os ombros relaxando levemente enquanto ele a encarava.
— Eu sei que te magoei no passado... — começou, sua voz cheia de arrependimento. — Mas, Souka, estou cansado de me sentir sozinho.
Antes que Souka pudesse responder, os pratos principais chegaram à mesa, interrompendo o momento íntimo entre os dois. O aroma delicioso da comida preencheu o ar, e ela piscou, um pouco surpresa pela interrupção. O garçom, com um sorriso profissional, colocou diante deles pratos que pareciam tão bons quanto cheiravam.
Souka lambeu os lábios, desviando o olhar para o prato diante dela. A apresentação impecável da comida, junto com o aroma, fazia seu estômago roncar levemente. Ela sorriu suavemente, sentindo a tensão emocional começar a se dissipar com a simples promessa de uma boa refeição.
— Parece uma delícia... — ela murmurou, sua voz quase um sussurro, enquanto pegava os talheres.
Satoru observava cada movimento dela, um sorriso genuíno nos lábios. Ele estava atento, ansioso por ver a reação de Souka ao provar a comida que ele havia escolhido cuidadosamente.
— Experimente, Soso — ele incentivou, seu tom caloroso e encorajador.
Souka cortou um pedaço da comida, levando-o aos lábios com um gesto gracioso. Assim que o sabor rico e complexo atingiu seu paladar, seus olhos se fecharam brevemente em apreciação.
— Hmmm, realmente está delicioso — ela disse, abrindo os olhos e encontrando o olhar de Satoru. — Parece que acertou em cheio, como sempre.
Satoru deu uma risada baixa, sentindo-se aliviado e satisfeito ao ver que, pelo menos naquele momento, ele havia feito algo certo.
Após terminarem a refeição, Souka repousou os talheres ao lado do prato, suspirando suavemente enquanto olhava para Satoru. Ele sorriu de volta, limpando os lábios com um guardanapo antes de se levantar e estender a mão para ela.
— Vem comigo... — ele pediu, com um brilho de expectativa nos olhos.
Souka sorriu e pegou a mão dele, levantando-se da cadeira. Eles caminharam juntos até o píer, onde uma brisa fresca vinda do mar os envolveu. O som das ondas quebrando suavemente na praia e o farfalhar das palmeiras ao longe criavam uma atmosfera calma e relaxante. O céu estava escuro, salpicado de estrelas, e a lua cheia iluminava o caminho à frente deles.
Chegando ao fim do píer, Souka parou, olhando para o vasto oceano à sua frente. A água brilhava sob o luar, e as ondas lambiam a praia suavemente, criando uma sinfonia natural que parecia se harmonizar com o silêncio confortável entre eles.
— Parece estranho... nós dois aqui — ela sussurrou, quebrando o silêncio, sua voz suave como o murmúrio do mar. Havia algo de surreal naquela cena, algo que a fazia sentir como se estivesse em um sonho, onde o tempo parecia suspenso.
Satoru, sempre confiante e inabalável, parecia diferente naquela noite. Ele parou de frente para ela, seus olhos azuis brilhando com uma intensidade que a fez estremecer.
— Parece certo... depois de tantos anos separados — ele murmurou, e por um breve momento, Souka quase pôde ver uma vulnerabilidade escondida em suas palavras. Se não o conhecesse tão bem, diria que estava sem graça, mas sabia que havia mais por trás daquele comentário.
Ela o encarou com uma intensidade que só ele conseguia despertar nela. Cada fibra do seu ser estava consciente da presença dele, do calor que irradiava de seu corpo, da força que ele exalava sem esforço. Satoru não hesitou; deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, e suas mãos se moveram para o quadril dela, os dedos longos e firmes envolvendo-a em um abraço possessivo, como se temesse que ela pudesse escapar a qualquer momento.
— Souka... — A voz dele era rouca, quase um gemido, enquanto ele a puxava contra seu corpo. Podia sentir a pulsação dele através do tecido fino de suas roupas, o coração batendo em sincronia com o dela. — Preciso de você tanto quanto preciso de ar para respirar... — Ele murmurou, a confissão escapando de seus lábios como um segredo antigo que finalmente encontrou a liberdade.
Seus rostos estavam tão próximos que podiam sentir o calor da respiração um do outro, o mundo ao redor desaparecendo enquanto seus olhos se fixavam um no outro. Satoru inclinou a cabeça, os lábios roçando os dela de maneira torturante, como se estivesse prolongando aquele momento o máximo possível. Era um toque leve, quase como uma promessa, mas o desejo entre eles era palpável, uma tensão elétrica que fazia o ar ao redor vibrar.
Souka, com o coração acelerado, permitiu que seu olhar se desviasse para os lábios de Satoru. Aquele desejo há tanto tempo reprimido, agora livre, ardia em seu peito. Satoru, com seu sorriso atrevido, não hesitou em agir. Sua mão desceu lentamente, um toque firme e decidido, até a coxa direita dela. Quando seus dedos encontraram a pele macia, ele apertou, levantando a perna dela com força controlada, o que arrancou de Souka um arfar involuntário, cheio de expectativa.
— Sinto sua falta... — As palavras dela saíram num sussurro, carregadas de uma honestidade que beirava o desespero, como se a ausência dele tivesse deixado um vazio impossível de preencher.
— Eu também... — A resposta dele foi imediata, quase um reflexo, mas não havia necessidade de mais palavras. O desejo estava claro em seus olhos, nos toques famintos, na maneira como ele a olhava, como se o tempo tivesse parado e ela fosse a única coisa que importava.
Satoru não esperou mais. Com uma urgência que falava de anos de saudade acumulada, ele fechou a distância entre eles. Seus lábios se encontraram em um beijo faminto, carregado de necessidade e paixão. Não havia hesitação, apenas o som abafado de respirações entrecortadas enquanto suas bocas se devoravam, um encontro explosivo de línguas que se enroscavam em um ritmo frenético e prazeroso.
O aperto de Satoru na coxa dela ficou mais forte, o corpo de Souka sendo puxado ainda mais contra ele, sua perna quase em torno do quadril dele, a carne dela sendo moldada entre os dedos firmes. O calor que irradiava dos corpos pressionados juntos se misturava com a brisa fresca do mar, criando um contraste que fazia cada toque, cada beijo, cada suspiro parecer mais intenso.
Souka não conseguiu evitar; seus dedos se enroscaram nos cabelos brancos de Satoru, puxando-os com uma intensidade que espelhava a força do beijo. Era como se ela quisesse se certificar de que ele estava realmente ali, que não era um sonho, e que a realidade daquele momento era tão ardente quanto a sensação que crescia dentro dela.
Ele respondeu ao puxão dela com um gemido baixo, um som que vibrou através do peito dele, aumentando o calor entre eles. O beijo continuava, cada vez mais profundo, mais desesperado, como se quisessem compensar todo o tempo perdido, como se quisessem se perder um no outro completamente, sem deixar espaço para mais nada.
As mãos dele exploravam cada centímetro do corpo dela, firmes, possessivas, enquanto a outra mão continuava segurando a coxa dela, mantendo-a próxima, onde ele queria que ela estivesse, onde ela pertencia.
Satoru afastou ligeiramente os lábios dos dela. Seus rostos estavam tão próximos que suas respirações se misturavam, e as testas deles estavam coladas, como se quisessem se fundir em um só.
— Soso... — Ele sussurrou, a voz rouca e carregada de emoção. — Eu amo você... —A confissão veio como um sussurro, uma declaração que carregava o peso de todos os sentimentos acumulados durante o tempo em que estiveram separados.
Aquelas palavras fizeram o coração de Souka acelerar ainda mais. O toque dele, cada parte daquele momento parecia estar envolta em uma aura de intensidade. Ela sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo terno e provocante, seus lábios ainda brilhando com a umidade do beijo.
— Eu... eu também amo você... idiota — ela respondeu, ofegante, as palavras saindo entre suspiros de prazer. Sua voz estava carregada de uma mistura de carinho e um toque de brincadeira.
Naquele momento, o mundo parecia ter desaparecido, deixando apenas a presença de Satoru e Souka. A lua alta no céu era a única testemunha silenciosa de sua conexão profunda. Eles estavam imersos em um universo só deles, onde não havia espaço para preocupações ou distrações. Seus corpos estavam entrelaçados com uma proximidade que falava de desejo e necessidade, cada toque, cada beijo, carregando a urgência de um amor há muito reprimido.
— A NOBARA TA VIVAAAAA!!!!
— Tudo bem meus amores?
— E SAIU A NOTÍCIA QUE O MUNDO NAO ACREDITOU! A IGREJA SUBIU, SATORU E SOUKA SE BEIJARAM!!!!!
NOSSO CASAL FELIZ 🗣🗣🗣🗣
— Próximo capítulo voltamos para o intercâmbio então estamos na reta final da temporada 😃✋️
— Eu realmente espero que tenham gostado!
NÃO ESQUEÇA VOTO E COMENTÁRIO!!!
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