𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐄𝐥𝐞𝐯𝐞𝐧: 𝐆𝐫𝐨𝐮𝐩 𝐁𝐚𝐭𝐭𝐥𝐞𝐬
"Não sei como me sentirei quando morrer, mas não quero me arrepender de como vivi."
— Batalhas em grupo.
Akari franziu as sobrancelhas ao ver Nobara parada na porta, cercada por uma pilha de malas. Os olhos de Akari se encheram de surpresa e diversão, e ela levou a destra à boca, tentando segurar a risada que ameaçava escapar.
— O que você tá fazendo? — perguntou, com a voz carregada de curiosidade e um toque de deboche.
Nobara, que ainda segurava uma alça de sua mala mais pesada, olhou para Akari com uma expressão de perplexidade.
— Porque vocês não estão levando nada? — retrucou, cruzando os braços com uma expressão desafiadora.
O grupo de Tokyo trocou olhares confusos, sem entender o que estava acontecendo. Panda, que até então estava observando a cena em silêncio, não resistiu à curiosidade.
— O que você tá fazendo com toda essa bagagem? — perguntou, inclinando a cabeça para o lado, como se tentasse compreender a lógica por trás da ação da ruiva.
Nobara piscou algumas vezes, claramente sem entender a razão de tanta confusão.
— Como assim? A gente não vai pra Kyoto? — disse, a voz carregada de sinceridade e um toque de impaciência.
Foi então que Akari não conseguiu mais segurar. Uma gargalhada alta e genuína ecoou pela sala, contagiando alguns dos presentes. Ela se dobrava de tanto rir, até que um tapa rápido e certeiro na cabeça a fez parar de imediato. Fushiguro, com a expressão fechada, cruzou os braços.
— Idiota! — Megumi repreendeu.
— Sem noção! — Akari gritou de volta, ainda ofegante de tanto rir, mas agora se defendendo do olhar furioso de Megumi. Ela ajeitou os cabelos, tentando recuperar um pouco da compostura, mas não conseguiu esconder o brilho de diversão em seus olhos.
Panda, sempre mais tranquilo, tentou apaziguar a situação, embora também estivesse achando graça na confusão.
— É um intercâmbio com nossa escola irmã em Kyoto, só que em Tokyo — murmurou, sua voz baixa, mas clara o suficiente para que Nobara ouvisse.
Os olhos da ruiva se arregalaram em choque, e um grito frustrado escapou de seus lábios. Ela começou a pular de irritação, o rosto vermelho de raiva e constrangimento.
— Não pode ser! Pra que eu me preparei tanto, então? — Nobara exclamou, a voz carregada de frustração. Ela olhava para as malas como se elas fossem a causa de todo seu infortúnio.
Maki franziu o cenho, ligando as peças no quebra-cabeça em sua mente enquanto olhava para Nobara com uma expressão levemente exasperada.
— Por isso nossas conversas foram esquisitas — resmungou, lembrando-se das perguntas estranhas de Nobara sobre o “intercâmbio”.
Fushiguro, que até então mantinha a seriedade, murmurou com um aceno de cabeça, seus lábios se curvando ligeiramente para cima.
— Faz sentido — ele comentou, enquanto Akari, ao seu lado, já estava rindo novamente, sem conseguir se conter.
Nobara, vermelha de raiva e embaraço, virou-se bruscamente para Akari, os olhos estreitados em fúria.
— Você sabia! Sua praga! — ela exclamou, acusando a amiga. Nobara parecia prestes a explodir, sua indignação crescendo a cada segundo.
Akari limpou as falsas lágrimas de riso que escorriam pelo rosto, ainda se dobrando de tanto rir.
— Não aguentei, desculpa — murmurou entre risadas, tentando se recompor, mas falhando miseravelmente.
Foi a gota d’água para Nobara. Com as mãos fechadas em punhos, ela avançou na direção de Akari, determinada a dar o troco.
— VOLTA AQUI! FOGE NÃO! — gritou Nobara, a voz carregada de frustração e desafio.
Akari, percebendo a ruiva em sua direção, deu um salto para trás, começando a correr pelo espaço livre, ainda rindo descontroladamente.
— SAI! — gritou de volta, tentando escapar da fúria da amiga, sua risada agora misturada com a adrenalina da perseguição.
O grupo assistia à cena com expressões de puro entretenimento. Maki cruzou os braços, balançando a cabeça, enquanto Fushiguro soltava um suspiro resignado. Panda e Inumaki, por sua vez, apenas observavam com seu habitual sorriso calmo, achando graça na confusão toda.
Nobara corria atrás de Akari com toda a sua determinação, mas não conseguia evitar o riso que começava a escapar, contagiada pela alegria desinibida da amiga.
Maki, que até então observava a cena com uma expressão de indiferença, soltou um suspiro profundo, levantando a mão como se quisesse cortar o ar com sua autoridade.
— Ai! Parem de gracinha, estão me deixando tonta — ordenou, sua voz firme e ligeiramente irritada. No entanto, havia um brilho sutil de diversão escondido em seus olhos, que só os mais atentos perceberiam.
Akari e Nobara pararam de correr imediatamente, ofegantes e ainda rindo. Nobara encarava Akari com olhos semicerrados, mas não conseguia mais esconder o sorriso que ameaçava se formar em seus lábios. A atmosfera caótica deu lugar a um silêncio temporário, apenas interrompido pelo som de passos ecoando na escadaria próxima.
Os alunos de Kyoto finalmente apareceram no topo da escada, com Utahime à frente, liderando o grupo. A sensei tinha uma postura firme, mas seus olhos observavam cada detalhe ao seu redor, avaliando a situação. Atrás dela, Aoi Todo, com seu porte imponente, Mai Zenin, com seu olhar debochado, e Kei Nakamura, que observava tudo com uma expressão calma, mas intensa.
Akari torceu o nariz, uma expressão de desagrado tomando conta de seu rosto ao ver o grupo que acabava de chegar. O sorriso que antes iluminava seu rosto desapareceu, dando lugar a uma expressão de desdém mal disfarçada.
— Vocês já estão aqui? Vieram para nos dar as boas-vindas? Gentalha — desdenhou Mai, jogando o cabelo para trás com um movimento exagerado, enquanto seus olhos deslizavam com desprezo sobre o grupo de Tokyo.
Kei Nakamura se adiantou, seus olhos fixos em Nobara. Ele lambeu os lábios de forma lenta e deliberada, um gesto que não passou despercebido pela ruiva.
— Como vai, Kugisaki? — perguntou, sua voz baixa e insinuante, como se estivesse saboreando cada palavra.
Nobara sentiu um arrepio subir pela espinha. Ela fez uma careta, deixando claro que não gostava nada da presença dele.
— Péssima depois de ver você, homem-aranha! — debochou ela, cruzando os braços e olhando para ele com desprezo. Ele estreitou os olhos, um sorriso cínico dançando em seus lábios.
Antes que a situação pudesse piorar, Utahime interveio, sua voz autoritária cortando o ar.
— Sem briga, pessoal — ordenou, cruzando os braços enquanto lançava um olhar severo para os alunos. Sua expressão era firme, mas havia um toque de exasperação. — Cadê aquele idiota?
O grupo de Tokyo trocou olhares, e foi Panda quem respondeu, com a calma característica que muitas vezes o fazia parecer o mais sensato do grupo.
— O sensei Gojo tá atrasado — disse ele, tranquilamente, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
Utahime suspirou profundamente, claramente acostumada com a falta de pontualidade de Gojo, mas ainda assim frustrada.
O grupo de Tokyo trocou olhares, e foi Panda quem respondeu, com a calma característica que muitas vezes o fazia parecer o mais sensato do grupo.
Satoru Gojo logo apareceu, caminhando pelo gramado com seu estilo despreocupado. Ele puxava um carrinho de mão, e sobre ele havia uma grande caixa metálica, brilhando sob o sol. Atrás dele, Souka vinha com um sorriso gentil, suas passadas suaves e calmas contrastando com a presença vibrante de Gojo.
— Cheguei! — Gojo anunciou, com seu sorriso radiante e despreocupado, fazendo com que todos se voltassem para ele. — Opa, tá todo mundo aqui! Eu tava numa viagem no exterior, sabem como é... então, eu trouxe uns presentinhos pra vocês!
O grupo de Kyoto e Tokyo se entreolhou, desconfiado. Gojo nunca fazia nada sem um toque de extravagância. Ele começou a distribuir pequenos amuletos para os alunos de Kyoto, que, embora sérios, os aceitaram com curiosidade.
— E para os amigos de Tokyo, tenho algo especial! — disse ele, com um sorriso ainda maior, gesticulando dramaticamente em direção à grande caixa metálica sobre o carrinho.
Akari, já familiar com o estilo grandioso de Gojo, abafou uma risada, cobrindo a boca com a mão para não chamar atenção, mas seus olhos brilhavam de antecipação. Ela sabia que algo estava prestes a acontecer.
Gojo estalou os dedos, e a caixa metálica começou a se abrir lentamente com um rangido. De repente, algo ou alguém saltou de dentro. Era Itadori Yuji, com um grande sorriso no rosto, seus olhos brilhando de energia.
— Oi! MMPB! — Itadori exclamou, acenando com entusiasmo para todos ao seu redor. Ele parecia completamente à vontade, como se pular de uma caixa fosse a coisa mais normal do mundo.
O silêncio que seguiu foi absoluto. Nobara e Megumi ficaram completamente estáticos, suas expressões congeladas em uma mistura de choque e descrença.
— Nosso falecido amigo Yuji Itadori! — Satoru exclamou com sua animacao habitual.
Nobara piscou várias vezes, tentando processar a visão à sua frente, enquanto Megumi permanecia boquiaberto, incapaz de dizer uma palavra.
Akari, por outro lado, que já havia antecipado que seu pai faria algo completamente fora do comum, sorriu suavemente. Ela caminhou até Itadori, levantando a mão para um "toca aqui" casual, que ele rapidamente correspondeu com seu típico entusiasmo.
— Finalmente voltou! — disse Akari, rindo, enquanto a atmosfera começava a mudar de tensão para alívio e felicidade.
Nobara finalmente recuperou o fôlego e, sem aviso, correu até Itadori, socando-o fortemente no ombro.
— Idiota! — a ruiva exclamou.
Gakuganji, se adiantou com o olho arregalado e uma expressão de espanto.
— Hospedeiro do Sukuna? O que isso significa? — ele questionou, a voz carregada de incredulidade e, ao mesmo tempo, temor. Era como se o peso de suas palavras fizesse o ar ao redor ficar mais denso, e o silêncio caiu sobre o campo.
Souka, que estava ao lado de Satoru, observava a cena com um sorriso misterioso brincando nos lábios. Ela deu alguns passos à frente, sua postura tranquila. Aproximando-se do reitor, seu olhar fixou-se nele com uma intensidade quase predatória.
— Surpreso, reitor? — Souka falou em um tom zombeteiro, sua voz suave e carregada de ironia. Ela inclinou ligeiramente a cabeça, como se estivesse avaliando a reação do velho homem à sua frente. — Eu e o Satoru ficamos preocupados que você ver isso pudesse te matar de choque.
Ela riu com uma doçura venenosa, um riso que soava ao mesmo tempo delicado e cruel, ecoando pelo campo enquanto os alunos de ambos os colégios assistiam à cena com crescente inquietação.
Gakuganji cerrou os dentes, os punhos fechados ao lado do corpo. A tensão entre os dois era palpável. Ele não respondeu de imediato, mas sua expressão endurecida deixava claro que a provocação havia atingido seu ponto fraco.
— Que bom que o senhor está bem! — Souka acrescentou com um brilho malicioso nos olhos, o sarcasmo em sua voz era cortante. Seu sorriso se alargou, assumindo um toque quase diabólico enquanto ela olhava diretamente nos olhos do reitor, saboreando cada segundo de sua perturbação.
Akari estava sentada no chão com as pernas cruzadas, lançando olhares furtivos para Nobara, que a fulminava com os olhos, claramente irritada. O clima na sala era tenso, e Nobara não parecia disposta a deixar a situação passar sem uma boa discussão.
— Olha só, foi ordem do sensei Gojo — Akari resmungou, tentando se defender, mas sua voz carregava uma nota de impaciência. Ela sabia que Nobara não ficaria satisfeita com essa justificativa, mas era a verdade.
— Não ligo — Nobara respondeu, o tom afiado e mal-humorado, com os braços cruzados em uma postura defensiva. Sua raiva transbordava, e ela não fazia questão de esconder o quanto estava chateada por terem escondido de todos que Itadori estava vivo.
Akari revirou os olhos, exasperada com a teimosia da ruiva. Nobara sempre fazia questão de mostrar sua frustração, e desta vez, não seria diferente.
— Em outros casos, isso poderia ser considerado bullying pesado! — Itadori interveio com um resmungo amuado, sentindo-se alvo de todas as piadas e mal-entendidos desde que havia voltado.
Nobara virou-se para ele com um olhar mortal.
— Cala a boca, que morto não fala! — Ela reclamou, sem rodeios, deixando claro que, para ela, o retorno repentino de Itadori ainda era um ponto sensível.
Maki, que até então havia permanecido em silêncio, suspirou e revirou os olhos. Ela sabia que essa discussão não levaria a lugar algum se não tomasse as rédeas da situação.
— Devemos focar no intercâmbio agora — disse Maki, sua voz firme e direta, cortando a tensão que pairava no ar. — A batalha será como previmos, mas agora temos um aluno a mais. Devemos mudar nossa estratégia? — Ela olhou para todos na sala, esperando que alguém trouxesse uma resposta sensata para o grupo.
Panda coçou a cabeça, ponderando a pergunta de Maki.
— Bem... isso depende se o Itadori quiser participar — murmurou, sua voz calma, mas com um toque de preocupação.
— Okaka! — Inumaki concordou.
Maki estava encostada na parede, os braços cruzados enquanto refletia em voz alta, sua expressão séria.
— Bom, porque com certeza o Todou vai vir atrás da gente... talvez a Mai venha logo atrás pra me pegar — ela murmurou, seus olhos focados no chão, como se estivesse analisando todas as possibilidades. — O Todou é um monstro, o pior cenário possível seria todos nós o enfrentarmos e perdermos... O plano era deixar alguém pra trás, alguém forte o suficiente para mantê-lo ocupado. — Ela ergueu o olhar, direto para Itadori, sua expressão carregada de seriedade. — Itadori, vamos deixar esse papel com você! — disse sem rodeios, a determinação em sua voz deixando claro que não era uma sugestão.
— Hum? — Itadori piscou, surpreso, sem entender direito o que estava acontecendo.
— Acho melhor não perder ninguém que possa encontrar inimigos pelo caminho — Maki continuou, abrindo um sorriso tranquilo e mostrando o joinha com o dedo, como se fosse algo simples. — Não precisa vencer, só aguenta lá e ganhe o máximo de tempo possível. — A expectativa pairava no ar, mas o jeito direto de Maki mostrava que ela acreditava em Itadori, mesmo que não dissesse abertamente.
Panda, sentado ao lado, deu um leve soco no ombro de Itadori com sua pata gigante.
— Pode ser ousado contra ele! — disse Panda com uma risada, mas havia um tom de seriedade em suas palavras. — Na verdade, não estávamos contando muito com suas habilidades. Se você quiser sair, não vai nos afetar tanto.
— Que sacanagem! — Itadori resmungou, seu rosto se contorcendo em um falso desgosto, mas logo se recompôs, sabendo que, de algum jeito, aquilo era uma oportunidade para ele provar seu valor.
Akari, que estava quieta até então, olhou para Megumi por um momento, sua expressão suave, mas compreensiva.
— Sinto muito, Megumi. Você queria enfrentá-lo, não é? — ela perguntou, com um olhar divertido.
Fushiguro deu de ombros, sua expressão serena, embora seus olhos revelassem um pouco de frustração.
— Está tudo bem. Ganhar é o mais importante. — Ele bagunçou os cabelos de Akari levemente, num gesto quase carinhoso, aliviando a tensão do momento com uma pequena demonstração de afeto.
— Então vamos indo — murmurou Nobara, os braços cruzados e a expressão séria. Ela estava ansiosa, mas tentava manter o controle. — Já vai começar.
Akari, ao contrário, exibia um sorriso animado e cheio de energia. O brilho em seus olhos mostrava que ela estava mais do que pronta para o que vinha pela frente.
— Vamos! — disse ela, quase pulando de expectativa. O entusiasmo em sua voz era contagiante, apesar da tensão que rondava o grupo.
— Lembrando que não vale matar, hein, Gojo! — Fushiguro resmungou, tentando manter um tom de advertência, mas com um sorriso de canto de boca.
Akari fez um beicinho exagerado, claramente desapontada com a regra imposta.
— Ah, mas posso quebrar uns ossos, né? — exclamou, com um sorriso travesso iluminando seu rosto. Ela balançou os ombros como quem já tivesse decidido que, sim, quebrar alguns ossos seria bem divertido. — Principalmente do Kein Nakamura! — completou, com um brilho nos olhos que misturava provocação e excitação.
O grupo de Tóquio se moveu rápido, sem perder tempo. Assim que adentraram na densa floresta, decidiram se dividir em dois grupos para aumentar as chances de sucesso. Todou não demorou a aparecer, sua presença esmagadora foi suficiente para que Itadori se jogasse diretamente na batalha contra ele, se separando dos demais. Restavam Akari, Megumi e Maki, que se afundaram ainda mais na mata, atentos a qualquer movimento dos alunos de Kyoto.
A tensão era palpável. A luz filtrada pelas copas das árvores lançava sombras sobre o trio, que se movia com cautela entre a vegetação. Akari, sempre inquieta, não conseguia esconder sua preocupação. Ela olhou para Fushiguro, seus olhos violetas brilhando com uma mistura de ansiedade e urgência.
— Tem certeza de que eles não encontraram alguma maldição? — Akari perguntou, a voz baixa, mas carregada de preocupação. Ela conhecia bem o perigo que rondava e não podia deixar de sentir que algo estava errado.
Fushiguro balançou a cabeça em resposta, o olhar focado em seu Cão Divino, que farejava a área ao redor.
— Meu Cão Divino teria nos avisado se houvesse algo assim por perto — ele respondeu, mantendo a calma habitual, mas havia um certo peso em suas palavras. Ele sabia que o verdadeiro perigo não vinha de maldições, mas dos próprios estudantes de Kyoto.
Maki, colocou a mão no queixo, pensativa. Seus olhos brilhavam com um cálculo frio, como se estivesse montando um quebra-cabeça em sua mente.
— Eles estão indo para onde deixamos o Yuji — resmungou ela, sua voz carregada de preocupação.
As palavras de Maki fizeram o coração de Akari acelerar. Ela arregalou os olhos, virando rapidamente na direção de onde haviam deixado Itadori. O pavor se instalou em seu peito, e seus instintos gritavam que algo estava prestes a acontecer.
— Eles estão…? — Akari começou, a urgência em sua voz se misturando com a incredulidade.
— Sim... — Megumi interrompeu, com o rosto sério, os punhos cerrados. Ele encarou Akari com firmeza, a tensão agora mais forte entre eles. — Acho que eles estão tentando matar o Itadori.
Akari estava agitada, suas mãos tremendo ligeiramente enquanto mordia o lábio inferior, o nervosismo evidente em cada movimento. Ela segurava seu baralho amaldiçoado de cartas, que rodava entre seus dedos de maneira quase frenética, como se tentasse encontrar algum conforto no objeto familiar. Seus olhos estavam fixos em uma direção indefinida, refletindo a preocupação e a ansiedade que se acumulavam dentro dela.
— Precisamos ir — resmungou Zenin, seu tom carregado de urgência. Havia uma seriedade na sua voz que não deixava espaço para dúvidas. — A vitória não importa se algum amigo nosso morrer.
Akari assentiu, sua expressão mudando de uma mistura de nervosismo para uma determinação firme. Sem mais hesitações, ela se preparou para a ação. Com um último olhar em direção a Zenin e Fushiguro, que estavam igualmente focados e tensos, ela começou a se mover. Seus passos eram rápidos e decididos, o barulho das folhas secas sendo esmagadas sob seus pés ecoando na floresta silenciosa.
Zenin e Fushiguro a acompanharam, e juntos avançaram em direção ao local onde Itadori estava em perigo.
Akari avistou Kein Nakamura ao longe, sua figura inconfundível de pé entre as árvores, como uma sombra aguardando o momento certo. Sem hesitar, ela avançou com toda a velocidade, as cartas em suas mãos brilhando com poder enquanto tentava acertar um golpe certeiro em Nakamura.
Mas ele preparado. Com um movimento rápido e calculado, Kein ergueu o braço, bloqueando o ataque de Akari com facilidade. Um sorriso diabólico se formou em seus lábios, e seus olhos brilharam com uma malícia que fez o sangue de Akari ferver.
— Olha só... Gojo — Kein murmurou, sua voz carregada de provocação, enquanto seus olhos a percorriam com um ar de superioridade. Ele parecia se divertir com a raiva dela, como se o confronto fosse apenas um jogo.
Akari sentiu sua fúria subir à superfície. Ela puxou seu braço com força, libertando-o do aperto de Nakamura. Seus olhos violetas brilhavam intensamente, sua expressão determinada e cheia de desprezo.
— Me diga, Nakamura — ela começou, a raiva evidente em cada palavra que saía de sua boca. — Vocês estão tentando matar o Itadori?
Kein, em vez de responder de forma direta, inclinou a cabeça levemente, um sorriso debochado se alargando em seu rosto. Ele deu de ombros, como se a vida de Itadori fosse um assunto trivial.
— Talvez sim — disse ele, o sarcasmo escorrendo de suas palavras, seus olhos dançando com diversão cruel — Não temos motivos para matá-lo!
— Tem de sobra! — Akari gritou, a raiva borbulhando dentro dela como um vulcão prestes a explodir. Sem esperar, ela avançou contra ele novamente, os punhos cerrados, o desejo de protegê-lo queimando em seu peito.
Kein gargalhou, uma risada alta e cruel que ecoou pela clareira, gostando de cada gota de ódio que via nos olhos de Akari.
— Tem razão, gracinha. Afinal, é só uma maldição... e eu só estou cumprindo minhas ordens.
Ela revirou os olhos com desgosto diante da provocação descarada dele.
Sem pensar duas vezes, ela se abaixou e tentou uma rasteira rápida, uma tentativa de pegar Kein desprevenido. Mas ele estava atento. Saltou com facilidade, desviando do golpe como se fosse um mero exercício. Seu sorriso nunca desaparecendo, apenas se alargando como se estivesse se divertindo com a fúria dela.
— Não vai tocar nele! — Akari rosnou com uma força renovada. Num movimento ágil, ela se ergueu e, antes que ele pudesse reagir, agarrou-o pela gola do uniforme, puxando-o com força para mais perto. Num segundo, seus rostos estavam a centímetros de distância.
Sem aviso, Akari lançou sua cabeça contra a dele com uma força impressionante. A cabeçada ecoou com um som seco, e ela sentiu o impacto reverberar por todo o seu corpo. A dor era intensa, mas a satisfação de vê-lo cambalear para trás, finalmente surpreso, a fazia ignorar qualquer desconforto.
Kein balançou a cabeça, atordoado por um momento, sua mão instintivamente indo até a testa. O sorriso havia desaparecido, substituído por um olhar de choque misturado com irritação.
— Vai se arrepender disso, Akari... — murmurou, sua voz agora mais baixa e séria.
Mas Akari não se intimidou. Ela respirava com dificuldade, o coração batendo rápido, mas sua determinação era inabalável.
— Você nunca vai tocá-lo — repetiu com convicção.
— Veremos, Gojo! — Kein zombou, um sorriso arrogante surgindo em seus lábios enquanto ele se afastava, desaparecendo entre as sombras da floresta.
Akari sentiu o sangue ferver, e, sem hesitar, começou a segui-lo. Cada músculo em seu corpo estava tenso, e ela sabia que essa não seria uma perseguição simples. Kein era astuto, sempre tentando cercá-la, enredando-a em sua teia, como da última vez. Mas desta vez seria diferente. Ela estava preparada.
Enquanto corria pela mata densa, a luz filtrava-se fracamente através das copas das árvores, lançando sombras longas e traiçoeiras. O som de seus passos se misturava com o vento que balançava as folhas, e o coração de Akari martelava em seu peito. Ela sabia que Kein estava à espreita, esperando o momento certo para tentar prendê-la novamente.
Os olhos de Akari varriam a floresta, atentos a qualquer movimento. Suas cartas brilhavam em suas mãos, rodopiando entre seus dedos, prontas para serem usadas a qualquer instante. Ela sentia o ar pesado ao seu redor, como se o próprio ambiente conspirasse contra ela, tentando desorientá-la. Mas, desta vez, Akari não deixaria que Kein tivesse a vantagem.
— Não vou cair na sua armadilha de novo... — murmurou para si mesma, os olhos estreitados enquanto corria, mantendo o foco.
Ela sabia o que estava por vir. Kein tentaria confundi-la, cercá-la como um predador caçando sua presa. Mas Akari estava pronta para virar o jogo. Ela ajustou seu ritmo, desacelerando levemente, escutando com atenção. O barulho de galhos quebrando à distância a alertou: ele estava perto.
— lâminas de ceifador! — ela murmurou e com um movimento rápido, ela jogou uma de suas cartas em direção ao som, fazendo-a ricochetear nas árvores. Kein, surpreso, desviou, revelando sua posição. Um sorriso surgiu no rosto de Akari.
Akari avançou na direção onde Kein havia se escondido, seus passos agora mais calculados e firmes. O ar ao seu redor parecia mudar, ficando mais denso e carregado. Ela podia sentir a energia no ambiente se transformando, estava entrando na área que Kein havia preparado, uma zona onde ele tentaria ativar sua teia e prendê-la, assim como da última vez.
Mas desta vez, Akari estava pronta.
Ela parou por um momento, sentindo o peso do ambiente ao seu redor. A floresta, que antes parecia silenciosa, agora parecia cheia de tensão. O vento havia parado, e o único som era o de sua própria respiração. Akari sabia que a qualquer momento ele poderia atacar, puxar as cordas invisíveis de sua teia e tentar prendê-la. Mas ela não seria pega desprevenida. Não dessa vez.
Respirando fundo, ela fechou os olhos por um breve instante, concentrando-se no fluxo de energia ao seu redor. Ela podia sentir a teia de Kein se estendendo, se preparando para capturá-la. Seu coração batia forte, mas sua mente estava focada. Akari ergueu uma de suas cartas, deixando-a flutuar na palma da mão enquanto sua energia se concentrava em seu corpo.
— Eu sei o que você está tentando fazer, Nakamura... — murmurou baixinho para si mesma.
De repente, sentiu uma leve pressão em sua perna, como se algo invisível tentasse agarrá-la. Era o primeiro fio da teia. Mas Akari estava pronta. Num movimento rápido, ela se lançou para frente, rolando no chão e lançando uma de suas cartas energizadas na direção de onde a pressão vinha. A carta cortou o ar com um brilho intenso, atingindo um dos fios invisíveis da teia de Kein.
O som que veio a seguir foi um estalo, como se a energia tivesse rompido algo no ar. Kein, escondido entre as sombras, observava com olhos arregalados, claramente surpreso.
— Você está mais esperta do que antes, Gojo — ele disse, sua voz soando nas sombras.
Akari se levantou com agilidade, os olhos focados e frios.
— Eu disse que não cairia de novo na sua armadilha — respondeu com firmeza.
Kein riu, um riso curto e amargo.
— Vamos ver quanto tempo você consegue manter isso, gracinha!
Akari sentiu os fios invisíveis apertando em torno de seu tornozelo, como se fossem serpentes que a prendiam ao chão, se enroscando mais fundo em sua carne. A sensação era terrível, como pequenas agulhas perfurando sua pele e se espalhando por todo o corpo. O ar ao redor se tornou sufocante, pesado, quase impossível de respirar, exatamente como da última vez em que Kein havia tentado enredá-la em sua maldita teia.
Kein sorriu com crueldade enquanto avançava lentamente, seu rosto malicioso se aproximando do dela. Com a ponta dos dedos, ele agarrou o queixo de Akari, forçando-a a olhar diretamente para ele. Seus olhos brilhavam com uma satisfação sádica, como se já tivesse vencido.
— Meu inseto... preso em minha teia — ele zombou, a voz escorrendo com veneno. O riso baixo e vitorioso dele ecoava pela floresta, amplificando o desespero da situação.
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