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"Pare de lutar, Borboleta!"


                 –Ivela! Meu deus, ele me beijou.

                 Ivela deu um gritinho agudo e bateu palmas, mas Felps ficou sentado na poltrona larga, fitando o nada, com um sorriso aparvalhado nos lábios.

                  Tocou-os.

                –Por deus, ele me beijou mesmo.

              –Mas você nunca tinha...?

                Fez que não e a criada aplaudiu e gritou outra vez, depois baixou a voz subitamente para inquirir em tom de fofoca:

            –Então você também nunca fez...?

               Felps fez que não outra vez e estreitou os olhos quando ouviu-a gritar mais alto do que nunca.

                –Meu deus, Ivela... E se ele quiser? Digo, e se ele achar que eu devo...?

                A outra sorria, mas talvez tendo percebido que o assunto realmente incomodava a Felps ficou séria:

             –Você quer?

             Felps encolheu os ombros.

              –Olha...– Ela sentou aos seus pés e segurou-lhe as mãos – Fica calmo, o Caçador nunca vai fazer uma coisa que você não quer. E ele não vai obrigar você, sabe? Ictar é meu amigo, ele vai entender se você disser "não".

              Ela disse a última palavra num falsete agudo que fez Felps franzir o cenho.

             –Eu não falo assim.

                Ivela riu alto.

              –Claro que fala.

               Ouvindo-a rir e imitá-lo, Felps brincou com dois de seus novos anéis de rubi enquanto a dúvida dançava pela sua cabeça desenhando uma cena terrível que começou a ganhar cada vez mais força na sua imaginação, fazendo-o tornar a encarar Ivela, apavorado.

            –Meu deus, e se...

              –Escuta,– Ela o cortou – Não pensa nisso ainda. Foi só um beijo. Não tem que se preocupar com nada. Quando achar que está pronto a gente dá um jeito em tudo. Olha, eu soube que tem uma comida que ajuda alimpar tudo por dentro.

               –Ivela!

              –Ué? Não era disso que a gente tava falando?

              –Não!

             –Nossa,desculpa. – Ela riu mais e a risada dela era tão enérgica e tão divertida que ele sorriu também.

           – Então se não tem medo de sujar o mundo inteiro, o que é que te assusta?

           –Não vou te contar. Você não leva nada a sério.

            –Eu levo, pode falar. – Ela ainda ria.

           –É que...Pode parar de rir um momento?

         –Tá, desculpa.

          –Ivela...Ictar me disse uma coisa e começo a pensar que...Bem, acha que eu devo ir embora daqui se ele partir para sempre?

           –Você tem outro lugar para ir?

             Felps fez que não. Ivela apertou os lábios.

            –Olha, eu estou aqui, podemos ficar bem juntas.

          –Você também tem medo de estar aqui, não tem?

          – Sem Dom Caçador? – Fez Ivela –Oh, sim, naturalmente.

          – Ele disse que meus antepassados foram feitos para a guerra, que eram soldados e matavam homens como eu. Ele disse que por isso eu fico tentando... Tentando não ser... Sabe?

            –Seus bisavós matavam homens afeminados? Aaaah... Então é por isso você fica tentando não ser uma menina?

           –Ivela!

           –E não é isso o que você é ? Olhe pra você, eu nunca vi uma mulher tão confortável num vestido !

          –Você acha?

          Ivela ficou tão séria que quase pareceu aborrecida.

         –O que eu acho não importa, Felps. Nem o que o Caçador acha, importa. Só importa o que você acha e não se preocupe com o resto. – Ela tirou um lenço dentre os seios e enxugou o rosto do rapaz.

              –Ele me chama de "Borboleta". – Fungou Felps num meio sorriso.

               –Oh, é adorável. – Fez a criada e tornou a guardar seu lenço.

               –Não é? – Felps sorriu outra vez. Sim era adorável. Soava mais confortável até que seu próprio nome.

                – Você pode ser isso, então, não pode? Penso que, se os seus pais foram anjos, talvez não haja nada de errado se você for uma Borboleta.



                           E naquela noite, Felps sobrevoou as pequenas árvores do Jardim Anão, e os muros de Portão Branco, e o sonho o levou através do vento frio da altura, fazendo sacudir no ar os seus cabelos livres de trança, e até a seda do vestido parecia leve e lisa como água dançando sobre suas pernas.

                           Embaixo todas as casas se transformavam em pequenos formigueiros e as pessoas, insetos ocupados, estavam interessadas em transportar de um ponto a outro pares e mais pares de asas penadas, brancas como gelo sobre as Marcellas.

                          Tivera asas assim, pensou Felps, os braços abertos numa tentativa de voltara se equilibrar, mas era tão difícil quando não se podia bater as penas.

                     Nos sonhos as quedas são quase sempre piores porque duram mais tempo.Então, girando cada vez mais rápido, despencou da altura interminável sentindo um frio congelante se agitar dentro do estômago.

                       Quanto tempo durou aquilo? Pareceram meses! Até que finalmente feriu aterra com o rosto e Marion estava lá, os braços cruzados, o olhar severo, enquanto Caçador pesava sobre as suas costas nuas.

                     "Parede lutar, Borboleta!" – Mandou e Felps acordou tremendo. O ombro latejava violentamente.

                     –Bom dia, Borboleta. –Disse Ivela num agudo cantante.– Já viu os presentes de hoje? O baú está cheio de novo e você pode escolher sapatos e fitas para os cabelos. A gente podia prender de outro jeito, não podia? Você fica bem de cabelo trançado, mas tem tantas coisas que dá pra fazer com essas fitas e grampos... – Ela estivera sentada na banqueta de três pés que puxara para diante da cama, o rosto ansioso, ignorando totalmente o transtorno que Felps não fez questão de esconder.

                   E ainda falando e falando, Ivela estendeu sobre a cama um belo vestido de seda negra com fios dourados que estivera segurando, e orgulhosamente mostrou os arabescos do bordado na gola e mangas. Ela mostrou-lhe também um longo cordão de ouro do qual pendia um rubi solitário e em forma ovalada, mas não simétrico. De fato a pedra parecia quase bruta. Mas o mais bonito dos presentes era uma longa túnica de pele de pantera hibrida, tão negra que brilhava.

                    Felps a tocou com respeito.

                    –É absurdamente lindo. Eu não devia usar isso. É feito de animal.

                     –Ah, por que não? Vista só pra gente ver como fica.

                      Com as memórias do sonho perturbador escorregando de suas lembranças,Felps afastou as cobertas para experimentar as coisas novas. Ivela o penteou e atou a costumeira trança vermelha sobre o ombro porque Ictar gostava dela. Então prendeu a ponta com uma presilha perolada que tirou do baú de madeira e depois deu-lhe o espelho de mão.

                  – O que você acha dessa trança chata de tediosa? – Perguntou e Felps sorriu para o próprio reflexo.

                  A manta de pele de pantera era deliciosamente confortável e tinha sido feita sob medida, pelo menos ao que parecia. O vestido era um espetáculo a parte, e sobre ele o rubi parecia ainda maior e mais vermelho, e até o cordão de ouro combinava perfeitamente com os detalhes dourados da gola e mangas.

                   –Eu acho que está tão linda... – Disse Ivela, depois suspirou com tristeza. – Quer que eu o ajude a tirar?

                     –Acho que vou ficar assim um pouco.

                    Ivela deu seu gritinho seguido de aplauso, que desta vez foi superado pelo som de alguém esmurrando a porta.

                      Quase como se ela identificasse a batida, o sorriso de Ivela morreu na mesma hora. E a criada se virou para atender a porta, dizendo um mecânico: "Bom dia, meu senhor" que obviamente não tinha sido dirigido a Ictar.

                    A voz que respondeu também não era cheia e vibrante como a do Caçador, mas sim suave, quase musical e o homem que entrou no quarto era menor e mais magro, se vestia como um fidalgo e Felps o conhecia muito bem.

                     Marion Macnamara ostentava a sóbria lacerna de veludo negro e os cabelos rigorosamente tombados para um lado num topete simetricamente calculado para não deixar escapar nenhum fio. Ele caminhava como se tudo ao redor lhe pertencesse desde sempre e Felps percebeu que o odiava, quando o viu fixar o olhar na sua direção, como se farejasse o medo que havia ali.

                   –Não devia se esconder atrás do dossel. – ele disse zombando. –As cortinas são transparentes.

                Felps, que não se lembrava muito bem do momento em que se refugiara por trás dos tecidos, deixou o esconderijo devagar, vendo um sorriso perigoso se formar nos lábios do outro quando finalmente ficou à mostra.

              –Oi, Borboleta. – Ele disse.

              Não lhe respondeu, porque nos lábios do outro, as palavras quase soavam ofensivas.

                 –É assim que estão chamando você agora, não é? Veja só, a boneca com que meu irmão anda brincando... – Marion riu com leveza, depois lançou um olhar sobre o ombro para ordenar.–Deixe-nos, Ivela.

                E Felps teve raiva da rapidez com que Ivela o obedeceu enquanto o outro prosseguia debochado:

              –Estou vendo que se acomodou bem.

               Queria que Marion fosse embora logo, e por isso achou que talvez fosse melhor ouvir em silêncio. Então ficou vendo-o falar tolices com seu riso de ironia, enquanto tirava do bolso uma caixinha do tamanho de um porta anel.

                 – Já que gosta de presentes, espero que aceite este. – Disse estendendo-a

                   Algo na forma como ele o encarava, ou talvez o gesto brusco de seu braço fez com que Felps abanasse a cabeça veementemente.

             –Ora...Não vai começar a recusar as coisas agora, não é, garoto? Olhe s ópara você, não parece o tipo de pessoa que rejeita presentes, e Ictar é idiota o suficiente para cobri-lo de ouro dos pés á cabeça. Está gostando muito disso, imagino.

                Marion disse essas coisas enquanto dava passos na sua direção e Felps caiu sentado na cama.

              –Tanta teimosia comigo quando há tanta condescendência com ele...

              O Dom abanava a cabeça com reprovação, ocupado em abrir a tal caixinha, cada vez mais próximo do rosto de Felps. Então mostrou-lhe seu presente. Um pedaço de mínimo de carne quadrada,que pulsava vermelha e viva como um pequeno coração.

              Felps ouviu o próprio grito antes de tapar a boca com as mãos.

            –Eu sei o que você é, seu mestiço de merda. Cria de um darf com um puro, não é? Ah eu sei... Sei o que vai virar quando estiver faminto.

             –Eu não sou... Eu não posso...

                Mas Marion apoiou um dos joelhos na cama e segurou Felps com força porum punho.

                –Se não comer isso agora, eu vou...

               –Não!

               –Obedeça! Ictar tem que ver o que você é! Abra a boca!

               Felps virou a cabeça para gritar o mais alto que podia, no mesmo instante em que a porta se abriu com um estouro.

             Outra vez Ictar se avolumando sobre ele para salvá-lo, o rosto transtornado de fúria enquanto trás dele, em pé ante a porta,Ivela se encolhia e Felps podia jurar que a tinha visto sorrir quando Caçador estalou o punho contra o rosto do irmão.

             –Saia!– Trovejou para Marion que cambaleou para trás. – Nunca mais a toque! Nunca mais ouse!

               –Você não sabe o que é essa coisa, Ictar? Está desperdiçando ouro comum animal capaz de devorá-lo vivo! – Marion cuspiu com raiva apontando um dedo contra Felps – Eu não vou deixar que meu irmão durma com um animal. Está entendendo? Você vive no meio deles,Ictar, perdeu o medo, mas você viu o que eles fazem. Você viu! –Marion limpou o sangue do nariz com raiva. – Um deles comeu a mão de Lolá, se lembra?

                  Ictar bufava também, mas parecia muito mais cansado do que com raiva aquela altura.

                  –Em Belvereth você vai poder assustar todas as pessoas que quiser, Marion. Mas você ainda está em Portão Branco. Comporte-se como um homem.

                   Marion não respondeu àquilo. Ajeitou a lacerna como pôde e quando ele passou por Ivela na porta, empurrou-a fazendo-a cair e a chamou de"cadela".

                –Ivela!– Felps quis correr para a amiga, mas Ictar o interpelou no caminho.

                 –O que ele fez? –Caçador o segurou pelo punho tal como fizera Marion,e com a outra mão apertava-lhe o rosto obrigando-o a olhá-lo. –Diga para mim o que ele fez.

              –Ele não...

           –Eu o ouvi gritar. Diga o que ele fez.

               –Por favor não se aborreça comigo... Ele...Ele Queria que eu comesse uma... Uma carne...– Soluçou –O senhor chegou antes, então...

                 –Marion está cada vez mais descontrolado. –O Caçador apertou Felps contra seu peito absurdamente marcado pelo cheiro de suor. Felps sentiu-o suspirar. – Obrigado por me chamar, Ivela, você é uma boa amiga.

               –Valeu a pena ver o senhor socá-lo. – Felps ouviu-a dizer. Então a criada fez uma pausa e por fim acrescentou: – É verdade o que o senhor disse? Dom Marion vai partir para o norte?

               –Eu não sei, mas é o que espero. – Felps sentiu Ictar Beijar-lhe o alto da cabeça. – Você está bem, Borboleta?

               –Estou com medo.

               –Claro que está... – Ele raspou sua barba contra o rosto do rapaz quando seus lábios o tocaram. –Marion não vai incomodá-la de novo, eu juro, se os deuses forem bons ele partirá logo para as Marcellas evai nos deixar em paz.

                  Houve um instante de silêncio no qual Felps suspirou também, tentando se acalmar e parar de pensar no que tinha acontecido. Ora, por que o outro queria que ele comesse partilha? Era maluco? Talvez fosse.Ivela devia ter razão, era melhor ir para outro lugar se Ictar fosse mesmo para o norte.

                  –Eu vou para o porto hoje. Há darfs para buscar, acha que vai ficar bem aqui? – Disse a voz de Ictar.

               –O senhor vai demorar? – Perguntou Felps corajosamente.

               –São darfs, Borboleta, eles dão algum trabalho ainda mais quando precisam ser colocados nos comboios que vão para as Marcellas. Eu não sei porquê, mas eles nunca querem isso. Mesmo assim alguém precisa buscá-los ou começarão a passar fome.

             –Quando o senhor vai voltar?

               –Talvez em dois ou três dias. Eu pensarei em você todas as manhãs e também a tarde. – Caçador se curvou para sua Borboleta e ela ficou na ponta dos pés para que pudesse ser beijada.

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