Recomendação às cegas
Bom ano novo para todos!
Há um bom tempo que não atualizava este livro, mas isso não significa que não tenha andado a editar vídeos. Continuo, sim, a produzir vídeos, mas, neste momento, é apenas para projetos para os quais entrei como colaboradora.
Assim, podem encontrar-me no projeto WINged Team e O'Brainnium, ambos disponíveis aqui, no wattpad.
Porém, o que me traz aqui, hoje, é algo um pouco diferente. Fui desafiada pela LizzieLeitora a recomendar um livro que estivesse no 17º lugar do ranking de fantasia, mesmo sem ler o livro! Algo um pouco estranho, sim, mas divertido já que posso ter como base a sinopse e a capa, os dois primeiros elementos que nos levam ou não a tentar dar uma hipótese a um determinado livro. Quantos de nós já não construíram todo um cenário ao ler uma sinopse ou uma capa, e depois não acabámos completamente desiludidos? Ou até agradavelmente surpreendidos? Provavelmente, nunca ninguém acertou a 100% nos seus palpites para a obra, mas gostamos quando chegamos lá perto.
Para quem me conhece bem, sabe o quanto eu amo fazer este jogo de olhar para as capas e ver o que estas transmitem, por isso que muitas vezes eu as analiso nas resenhas que faço. E o mesmo se aplica às sinopses. Para mim, o simbolismo é tudo! Uma boa capa não pode ser apenas uma questão estética. E uma sinopse não pode ser apenas um resumo!
Mas vamos lá, então, a esta Recomendação às Cegas!
O livro que me calhou em sorte foi...
O penhasco de CARINERAPOSO! Um livro com bastante views e já até publicado em livro físico!
Para entrarem também neste jogo comigo, irei primeiro mostrar a capa e analisar ela e só depois mostrar a sinopse. Vamos lá!
Se eu não soubesse que era um livro de fantasia, à priori, dificilmente chegaria lá por adivinhação. A imagem me reporta a um ambiente dramático, com o céu enublado e as folhas já roxas e a cair. Claro que a coloração das folhas poderá ser vista como algo estranho, diferente, ou até fantasioso, e poderá transmitir, de facto, num segundo olhar, a ideia de uma criatura fantástica eventualmente presente no enredo. A protagonista aparece a olhar para trás enquanto está em movimento (talvez a correr) e isso nos passa a ideia de que ela poderá estar a olhar para alguém que a está a perseguir. No entanto, a expressão dela é um mistério, por estar oculta nos fios de cabelo, o que torna difícil perceber se estará com medo, triste ou até feliz. Essa característica, aliada à estranha coloração da copa da árvore e à nebulosidade no céu, aumenta o clima de mistério do enredo e da protagonista, em si. É difícil não nos sentirmos curiosos por desvendar a identidade desta protagonista, que pouco se mostra, e também deste "perseguidor", que desconhecemos de todo. Ainda que eu sinta a falta do "penhasco" que o título nos promete (já que na imagem não é clara a altura, nem a queda iminente), a ideia da fuga nos pode passar a ideia de que ela poderá vir a chegar nesse tal "perigo de cair".
Relativamente à estética, as fontes são simples, mas "encaixam" bem na imagem. E a capa, no seu todo, chama a atenção, já que se vê que está bem trabalhada, sem grandes exageros. Não é das mais chamativas, mas não repulsa ninguém. Uma capa que me levaria, sem dúvida, a ficar curiosa o suficiente para espreitar a sinopse. E, claro, é uma capa que mostra profissionalismo.
Provavelmente, já fizeram as vossas próprias inferências pela leitura desta sinopse, mas me deixem partilhar o que eu achei.
Não é usual vermos sinopses em primeira pessoa, mas eu mesma já fiz uma. É uma estratégia válida e que leva logo o leitor a se habituar com uma linguagem narrativa mais intimista. Porém, este tipo de abordagem, por norma, ao se centrar em um momento ou passagem do livro, pouco nos diz sobre o enredo. Acaba por sair como algo mais enigmático, sem que saibamos quem está a falar ou como é sua vida. A estrutura típica de uma sinopse obriga-nos a "apresentar" o protagonista, seu problema e deixar possível antever o caminho que vai traçar. No entanto, numa sinopse em primeira pessoa, principalmente quando é uma passagem do livro, não nos é possível seguirmos estas etapas. Mas, claro, nos traz algo que uma sinopse em terceira pessoa não consegue, que é estabelecermos uma ligação com a pessoa que nos está a falar. Sua forma de se expressar e as coisas que ele/ela salienta como importantes naquilo que vê/sente.
Na sinopse acima, percebemos que o enredo se vai centrar em algo claramente enigmático (como já se tinha previsto pela capa) e que tudo começará por um penhasco (referência evidente ao título). Será um encontro entre a protagonista e um homem com um olhar que ela descreve como único, diferente, o que nos leva a pensar que ele poderá ser a nossa criatura fantástica, mas não há como ter a certeza. Afinal de contas, ela mesma acorda em um lugar de que não se lembra e, portanto, ela poderá ter também uma descoberta sobre sua própria identidade (algo que é reforçado na capa com os cabelos da jovem a cobrir parcialmente seu rosto). É engraçada a sensação mista que divide a nossa protagonista, preenchida por fascínio/desejo e ao mesmo tempo por um medo/pressentimento ruim. Ainda que nada nos garanta que este seja, de fato, o caso, me lembrei de imediato de Bella de Crepúsculo e sua caminhada com Edward. Minha suposição é que esta seja uma obra de um romance entre duas espécies distintas, um ser sobrenatural e um ser humano (ou que, pelo menos, se julga como humano).
Se nos concentrarmos, agora, em um lado mais estrutural da sinopse, é possível ver, que mesmo estando redigida na primeira pessoa, ela contém os elementos necessários para cativar um leitor. Começa com "teria sido uma noite como qualquer outra, se...", e esta frase automaticamente nos desperta para a ideia de problema à vista, saída da normalidade. Claro que ficamos sem saber como era essa "normalidade" da protagonista, mas não deixamos de conseguir entender onde ela quer chegar. Não é muito criativo o começo, sendo já bastante utilizado, e me reportando novamente ao começo de Crepúsculo "Nunca pensei muito em como eu morreria, mas morrer no lugar de alguém que eu amo parece ser uma boa maneira de partir". Esse começo nos mostra, igualmente, que vêm problemas a caminho, ainda que a Stephenie Meyer tenha trazido o elemento "morte" que sempre acresce um pouco mais o elemento de drama. Mas, sem dúvida, que é um tipo de começo que funciona. O final da sinopse também está muito bem construído, já que nos traz a ideia de que aquele episódio não só é real, como vai ser "life changing", mudando a vida da protagonista para sempre: "No início, pensei que tudo fosse apenas um sonho. Quando despertei, já era tarde". No seu todo, é uma sinopse, que ainda que não nos revele nada em concreto, consegue chamar a atenção do leitor, que não consegue deixar de pensar quem será o homem misterioso ou de ponderar sobre o motivo da jovem estar naquele penhasco com ele. Lá está, estou a inferir que é uma jovem, mas nem isso eu sei kkkkkk
A ortografia impecável na sinopse, também nos transmite confiança em avançar. Sabemos que, muito possivelmente, será uma obra escrita com cuidado e com poucos erros. Um aspeto igualmente fundamental numa comunidade de escrita amadora.
No fim, só posso dizer que será, certamente, uma obra que vale a pena espreitar. Para quem gostar de fantasia, mistérios e romance (como eu kkkkkk), é uma obra que poderá ser um ótimo acrescento às nossas listas de leitura. E que tal dar uma chance? Eu já adicionei o livro e você? Aceda ao perfil da autora (que espero que não me mate por isto kkkkkkkk) e vá ver o livro, se achar que vale a pena, pode até comprar o físico!
Se você já leu, pode deixar aqui sua opinião sobre o livro para trazer mais pessoas até ao mundo da trilogia "O penhasco".
Agradeço à LizzieLeitora pelo desafio e quem sabe não volte a experimentar fazer outras maluquices do gênero kkkkkkkk
Até à próxima.
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