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Concurso Gosick - Entrega 3

Mais uma entrega promovida pelo Concurso Gosick. Desta vez, incluirá booktrailer e resenha, tal como aconteceu na primeira entrega. O livro intitula-se de Rastros da autoria de Patrícia Queiroz e foi o grande vencedor, com medalha de ouro, na categoria de Conto.

Este booktrailer seguiu uma estrutura um pouco diferente do que estou habituada a fazer, mas foi para que melhor se adaptasse ao enredo em causa. Faz sentido que a linguagem do vídeo vá ao encontro da abordagem existente na obra (vejam, que logo vão perceber as diferenças).

https://youtu.be/6_d9qWlYr10

Se gostaram do vídeo, votem e comentem. Essa é uma forma de recompensar o meu trabalho, que não custa nada!

Relembro que esta resenha será feita com base nos critérios avaliados no Concurso Gosick, à semelhança das outras duas já entregues aqui.

No fim, irei colocar a pontuação atribuída a cada secção.


Resenha

Enredo

O enredo do conto é simples, mas promove reflexão e debate. É socialmente pertinente, abordando variadas temáticas que se entrelaçam entre si de forma lógica e de uma forma extremamente humana, emotiva e realista. A história surge quando a protagonista resolve escrever uma carta, transmitindo, por fim, todo o sofrimento que havia estado a guardar durante grande parte da sua curta vida. Assim, o leitor tem acesso às últimas palavras da jovem antes de ela tentar cometer suicídio.

A intencionalidade é clara. Não promove ou incentiva escolhas em detrimento de outras, ela explana um caso específico tentando alertar, consciencializar, os leitores para a realidade de muitos jovens que sofrem em silêncio. É evidenciado, mais do que uma vez, a necessidade do outro para que as coisas pudessem ter seguido um rumo diferente (como se existisse esperança, mas não uma esperança ilusória). No fundo, essa mensagem do "querer ser ouvido" é o que alicerça não só o enredo, como as opções para o tipo de narração, e o leitor surge como essa pessoa que pode ouvir o outro (não só aquele caso, mas para estar eventualmente atento a casos à sua volta).

Desenvolvimento

A abordagem mais criativa e, simultaneamente, mais certeira e envolvente possível para um tipo de conto como este. É impressionante a forma magistral como a autora nos conduz de forma subtil e, quase sem darmos por ela, para uma teia ricamente tecida, onde não temos como fugir. Quando damos por ela, já estamos totalmente imersos na realidade da protagonista e nos sentimos verdadeiros confidentes. Ouvimos e sentimos empatia, mas não podemos mudar nada. O nosso papel não é esse, pelo menos, não naquela história. Não com a Alícia. Mas, pelo menos, a autora não nos entrega o papel de meros observadores e acaba nos puxando para o meio das palavras.

Começamos por ver Alícia como todos os outros veem, por que ela faz questão de nos relatar o que os OUTROS pensam dela. E esse início não poderia estar mais próximo do que aquilo que sentimos por ela: ainda estamos afastados, nada sabemos da vida dela. Então, o leitor é só mais um "OUTRO". Depois a narradora nos transporta para a sua infância e vemos como ela é uma garota como outra qualquer. Feliz, simples e de imaginação fértil, como de uma criança se é de esperar. Aí, o leitor começa logo a perguntar-se: "O que terá acontecido para já não ser assim?". Ou seja, nos aproximou um pouco mais, vemo-la como um ser-humano, estamos um pouco curiosos, mas não vai muito para além disso (por enquanto!). A partir daí descobrimos algo que nos liga emocionalmente com a protagonista, através da descrição breve (nem há necessidade de ser doutro jeito) de uma tragédia, um evento traumático que lhe ocorre. Claro que sentimos pena dela e a nossa empatia já entrou em ação, mas ainda não estamos totalmente agarrados. Não. Porque, na verdade, é quando a protagonista se dirige diretamente a nós que somos puxados para a realidade narrada. No fundo, é a ideia: "Ela está a falar comigo, ela quer que eu esteja aqui, ela precisa de mim". É um chamamento. Um chamamento que ocorre mais do que uma vez (uma interrupção propositada). À medida que vamos sabendo mais detalhes, a partir desse ponto, acabamos por nos embrenhar na história de vida da Alícia, como se fossemos mais do que meros observadores. 

Um outro ponto a salientar, é a utilização do gelo/neve como elemento mobilizador e congruente da obra. A neve liga a obra do início ao fim, não como um elemento acessório e aleatório, mas como algo que dá coesão e um sentido mais simbólico ao desenrolar da trama.

O crescente de drama e desespero é muito bem conseguindo, e terminamos a obra, sem a termos terminado realmente. A reflexão que ela é capaz de gerar, em nós próprios, é a grande arma deste conto! 

Ortografia

Uma escrita irrepreensível, sem qualquer tipo de erro encontrado. Um texto bem pontuado e estruturado. A narração utilizada trata-se, maioritariamente, das últimas palavras da protagonista, escritas numa carta final. No entanto, esta é alternada de forma genial com apartes que a narradora vai tendo com o leitor (exemplo, "Perdoem estas letras tremidas") ou um narrador externo não identificável (no final do conto). Estas interrupções, principalmente as primeiras, tal como já referi anteriormente, têm a função importantíssima de aproximar o leitor da realidade narrada e fazer com que este crie uma maior empatia com a protagonista. Para além de que tornam a leitura mais fluída e envolvente. Apesar deste toque tão peculiar, a escrita é muito simples e não faz uso de grandes recursos estilísticos (percebe-se a intencionalidade nessa opção, levando em consideração que é uma carta, mas esse uso poderia ter tornado a escrita mais rica, principalmente tendo em conta a temática e os assuntos abordados).

Capa

A capa tem uma intensidade e um certo clima dramático que combinam na perfeição com o enredo da obra. O azul e o branco são as cores dominantes, reportando à ideia do frio e do inverno. O fundo utilizado mostra uma espécie de vincos, talvez até cortes, ressaltando a ideia de algo que está marcado (e isso poderá nos levar a pensar, obviamente, no âmbito físico, mas também no psicológico). A figura feminina aparece de perfil, sem mostrar o rosto, e com umas vestes que fazem lembrar as associadas aos hospitais psiquiátricos. A postura dela nos faz mesmo ver alguém que se esconde do mundo e as roupas salientam aquilo que os OUTROS podem pensar dela (que é louca). Simultaneamente, as vestes da jovem, fazem o leitor perceber que a obra poderá tratar de alguma perturbação psicológica. As fontes utilizadas e o detalhe do sangue no título só fazem com que esta capa brilhe ainda mais e acabe por captar eficazmente a atenção de futuros leitores.

Sinopse

A sinopse capta o mesmo tom intimista utilizado no desenvolvimento. De uma forma indireta, o leitor fica a perceber logo na primeira linha que a/o protagonista está perante a morte e que o seu papel não é de um simples observador, mas de um confidente. Mais, que serão depositados nos ombros dos leitores o peso das palavras finais daquela pessoa, de forma a que talvez alguém se possa agarrar a elas e fazer algo diferente ("Seja forte, por que eu não fui"). Nas linhas seguintes, se percebe que estamos perante uma morte para calar uma dor insuportável para o/a protagonista. Com esta sinopse, o leitor percebe rapidamente que o centro da história é perceber esta tal dor e qual o caminho que levou o/a protagonista a ter de calar a dor com a morte.

No entanto, não fica claro a individualidade do protagonista, visto que ao ser utilizada uma narração na primeira pessoa, se transmite a ideia de ser um relato anónimo (que seria plausível, mas essa não é uma intencionalidade da autora). Isto entra claramente em contradição com a necessidade inicial de expor logo no início do conto quem é a pessoa que está a narrar. O problema seria facilmente resolvido se a mesma primeira linha usada no conto, fosse colocado na sinopse ("Meu nome é Alícia. Ou era. A partir de agora não sei como me chamarão").


Pontuação (de 0,0 a 2,0)

Enredo: 2.0

Desenvolvimento: 2.0

Ortografia: 1.9

Sinopse: 1.9

Capa: 2.0


Apreciação Geral

Um conto breve, de rápida leitura, com uma capacidade extrema de mobilizar a nossa atenção total para a leitura da história. Em Rastros somos mais do que observadores, somos a parte fundamental da obra, somos os confidentes, os únicos que ouviram Alícia (talvez não a tempo de a salvar a ela, mas quem sabe a outros). Em poucas palavras, a autora consegue envolver-nos emocionalmente e gritar (quase tocar) na consciência do leitor. A barreira que separa narrador e leitor é facilmente quebrada e nos relembra do poder que o OUTRO pode ter na nossa vida. Um livro que dificilmente deixará alguém indiferente. Reflexivo, tocante e poderoso!

Muito obrigada, @patty_queiiroz


E aqui deixo a já mencionada capa do livro (a resolução não é a melhor, mas dá para entender a ideia). Se a quiserem ver com melhor resolução, é fácil, basta ir ler o livro lá na página da autora.


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