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Capítulo 14: good boy.

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Narrado por Alex.

— Bem, não há por que negar isso agora. — Benjamin disse enquanto estava parado em cima de mim. Eu não disse nada, em vez disso, só continuei a chorar, porque eu estava sendo usado esse tempo todo.

— A culpa é toda sua. Você deveria simplesmente tê-lo matado e acabado com isso de uma vez, mas decidiu brincar com ele. — ouvi meu pai dizer com raiva para Benjamin.

Esse desgraçado merece apodrecer no inferno.

— Ele é muito fofo para morrer. Eu queria ver se valia a pena salvá-lo e bem, aqui estamos. E Alex, o resto dos garotos não sabia disso. Fiz um pequeno acordo com Neels quando estávamos na enfermaria e ele decidiu concordar com isso. Tudo o que ele queria era dinheiro para realmente conseguir ajuda para o seu transtorno e eu dei isso a ele. Ele é um bom garoto quando quer ser. —Benjamin disse e eu só queria me enterrar no chão para ficar longe dele.

— O que vamos fazer agora, já que você não quer matá-lo? — ouvi meu pai dizer e Benjamin riu alto antes de um barulho estrondoso de tiro soar. Eu olhei para onde eles estavam parados e vi meu pai deitado no chão com sangue escorrendo de sua testa. Seus olhos estavam olhando fixo para o céu e eu sabia que isso era real.

Desta vez, Benjamin não tinha atirado no nada.

- Vamos voltar para o seu quarto no dormitório. Vou preparar algo para comermos e talvez possamos ficar agarradinhos um pouco, se você for um bom garoto, é claro. - Benjamin levantou meu corpo paralisado do chão antes de me afastar da cabana e eu apenas olhei para ele.

Eu não conseguia acreditar que eu sentia algo por ele.

Eu não conseguia acreditar que ele tinha me manipulado tão facilmente.

Ele realmente era louco.

— Você não vai a lugar nenhum com ele! — meus olhos se arregalaram quando vi Lukas muito, muito irritado avançando como um touro em nossa direção. Benjamin congelou no lugar por uma fração de segundo e me jogou no chão quando Lukas o derrubou. Eu rapidamente me afastei dos dois brigando no chão e tentei me orientar.

— Você não vai se safar depois de tudo o que você fez! — Lukas disse enquanto socava Benjamin uma e outra vez.

Estremeci quando ouvi o som de ossos quebrando antes de Benjamin cravar um dedo no olho machucado de Lukas. O gigante gritou de dor e eu pulei no lugar quando senti alguém me agarrar. Eu olhei para cima para ver Kan sorrindo para mim tristemente enquanto me ajudava a levantar do chão.

— Como vocês sabiam? — perguntei a ele e Kan apenas sorriu enquanto arrumava meu cabelo.

— Ouvimos a discussão do seu quarto e seguimos vocês. Nós também temos isso. — Kan ergueu seu celular e apertou um botão nele. Meus olhos se arregalam com o som da voz do meu pai e eu percebi que eles tinham gravado toda a conversa. Eu pulei para frente e abracei Kan, fazendo-o rir um pouco enquanto me abraçava de volta.

— Não é muito cedo para comemorar, vadias?! Eu ainda nem pude dar os meus créditos! — nos viramos para ver Neels correndo em nossa direção com um sorriso brilhante no rosto. Ele piscou para mim antes que uma expressão de raiva tomasse conta do seu rosto.

— Saia de perto de mim! — Benjamin gritou quando Neels pulou em seus ombros e o puxou de volta para o chão. Lukas estava segurando seu olho sangrando, mas isso não o impediu de agarrar o braço de Benjamin e torcê-lo para trás. Ele gritou em agonia quando caiu contra o chão. Neels tinha um sorriso diabólico em seu rosto enquanto chutava repetidamente a barriga de Benjamin.

— Seu... babaca... eu te dei dinheiro! — Benjamin grunhiu enquanto o olhava com raiva.

— Eu sei, mas como meu dinheiro já está seguro na minha conta bancária, não tenho nada com que me preocupar. — Neels cuspiu nele antes de chutá-lo no rosto. Benjamin gritou de dor e, então, eu ouvi o engatilhar da arma enquanto ela estava sendo preparada para disparar. Lukas a tinha em suas mãos e estava prestes a puxar o gatilho quando o parei.

— Não atire! — gritei com ele, assustando o gigante.

— E por que não? Esse idiota merece morrer pelo que fez com a gente! — ele gritou comigo e Kan veio ficar ao meu lado.

— Você é um monte de coisas, Lukas, mas não é nada parecido com ele. Já chamamos a polícia, lembra, logo virão para cuidar dele. — Kan disse a seu amante, que parecia em conflito. Lukas respirou fundo antes de olhar para Benjamin que parecia estar prestes a desmaiar a qualquer segundo.

— Que seja. — Lukas entregou a arma a Kan, que a pegou e jogou todas as balas fora e jogou a arma em algum lugar longe.

— Eu sabia que você me amava, Alex. E-eu sabia que era de verdade. Eu não estava esperando nada disso. — a voz falha de Benjamin soou. Eu olhei de volta para ele para ver que ele estava chorando, mas havia um sorriso em seu rosto.

— Eu te amo tanto, não me deixa. Por favor, Alex. Eu preciso de você. Não quero voltar para aquele lugar. Não deixa que me mandem de volta. — Benjamin disse enquanto estendia a mão para mim pateticamente. Eu senti meu coração doer, mas eu desviei o olhar dele quando Neels socou ele no rosto efetivamente o nocauteando.

— Vamos esperar a polícia. — Kan pegou minha mão e nos levou de volta para onde ficava a escola.

Quando chegamos lá, já haviam carros da polícia parando na escola. Senti esperança vibrar pelo meu corpo quando acenamos para eles e eles saíram para ver o que tinha acontecido. Um policial correu até nós antes de paralisar no lugar por conta da nossa aparência.

— Alguém quer me dizer o que aconteceu aqui? — ele nos perguntou com sua arma em mãos, só por garantia. Todos nós apenas olhamos uns para os outros e Neels apenas sorriu para si mesmo.

Kan avançou e entregou ao policial seu celular com a gravação antes de recuar novamente. O oficial olhou para ele antes de olhar para nós.

— Central, vou precisar de algumas ambulâncias no Instituto Carrington, câmbio. — o oficial disse em seu rádio quando percebeu que nos contariamos tudo.

Quando as ambulâncias chegaram, todo o campus se tornou uma grande cena de investigação e fomos levados às pressas para uma das ambulâncias. Benjamin foi levado em uma viatura separada enquanto nós quatro fomos juntos. A viagem foi extremamente silenciosa, mas eu sabia que estávamos todos felizes por sair daquele inferno de escola.

— Alex, você vai ficar bem? — Kan me perguntou quando chegamos ao hospital. Eu apenas dei a ele um pequeno sorriso.

— Sim, vou sobreviver. — disse a ele, mas duvido que ele acredite em mim. Nem eu mesmo acreditava em mim.

Depois de ser levado às pressas para a sala de emergência, finalmente estava sozinho em meu quarto no hospital. Já passava da meia-noite, mas ainda não estava com vontade de dormir. Eu nem sabia se conseguiria. Minha mãe tinha sido chamada enquanto eu estava sendo tratado e eu não sabia o que deveria dizer a ela. Eu sabia que ela ficaria com o coração partido.

O que havia acontecido na escola estava em todos os noticiários. A polícia havia nos dito que a imprensa iria querer saber o que aconteceu e não iria parar de incomodar até ter o que queriam. Eles nos disseram para estarmos prontos para tudo, mas eu estava tão cansado de lutar. As coisas que aconteceram me fizeram perceber que minha vida era incrivelmente triste e que eu ainda não tinha deixado uma marca no mundo. Que eu ainda não tinha vivido todo o meu potencial.

Eu era apenas um pirralho mimado no começo, mas agora eu nem mesmo sabia quem eu era.

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