Capítulo 10: bloody kisses.
▂▂▂▂▂▂▂▂
Narrado por Alex.
Eu fiquei escondido em uma das salas de aula vazias pelas últimas horas, esperando por um sinal ou qualquer coisa para realmente me informar que Neels estava morto. O fato de eu estar me escondendo embaixo da mesa dos professores era quase cômico, porque quando geralmente estou aqui embaixo, não era para me encolher com medo. Mordi o lábio inferior enquanto esperava ouvir os passos vindo.
Benjamin realmente iria tão longe ao ponto de matar alguém? Quer dizer, ele conseguiria simplesmente tirar a vida de alguém com tanta vontade?
Isso me fez sentir mal só de pensar nisso. E também me deixou desconfortável quando Benjamin me pediu permissão. Eu não sou seu responsável, então, por que minha opinião importa se Neels morrer ou não?
Por que eu?
Eu estava começando a ficar ansioso quanto mais pensava sobre isso. Eu deveria sair daqui enquanto ainda podia. A abertura que encontrei no vestiário estava praticamente me chamando e se eu conseguisse sair, eu provavelmente poderia pegar uma carona ou me trancar no meu quarto no dormitório. O problema é que eu precisava de uma chave de fenda para abri-la sem me machucar. Se eu pudesse chegar à sala de oficina, do outro lado, eu estaria livre. Respirei fundo antes de sair de baixo da mesa e ficar em pé. Quando me virei para a porta, eu notei que não estava mais sozinho.
— Onde você está indo, Alex? — a voz de Neels rosnou para mim na frente da porta. Ele estava parado nas sombras e eu podia senti-lo olhando para mim. Medo me preencheu até me deixar sufocar quando ele mancou para a fresta de luz do sol que entrava pela janela.
Sangue estava manchando seu rosto e escorrendo de seu lábio cortado, pude notar que seus olhos castanho claro estavam completamente negros também. Eu tentei controlar minha respiração enquanto ele cuspia sangue no chão limpo. Neels passou a mão pelos cabelos e notei que ele estremeceu com a ação. Quando ele puxou a mão de trás da sua cabeça, eu pude ver sangue vermelho e brilhante nas pontas dos seus dedos.
— Ele pensou que poderia acabar comigo. Quase me pegou, quase. O filho da puta tem um fetiche em esmagar a cabeça das pessoas, mas, ah, eu o acertei direitinho. — ele disse enquanto sorria para mim, mostrando apenas dentes ensanguentados. Eu podia sentir meu corpo começar a hiperventilar com a ideia de que eu ia morrer. Neels me mataria ou faria coisa pior.
— Ele não vai ser capaz de salvar você agora, Alex. — Neels rosnou para mim enquanto rastejava em minha direção. Eu passei por ele, mas ele foi muito mais rápido quando pegou minha mochila e me puxou para trás.
Engasguei com o impacto do meu corpo no chão duro antes de tentar me levantar. Neels agarrou meu cabelo com força para me arrastar pelo chão de volta em direção à mesa.
— Me solta! — gritei com ele quando eu me virei para esfaqueá-lo. Neels agarrou meu pulso quebrado e o torceu de volta, fazendo-me soltar um grito de gelar o sangue. Senti minhas pernas cederem enquanto minha visão embaçava com lágrimas. Meu braço tremia de dor e eu não conseguia mais lutar.
— Cara, você realmente pensa mesmo que conseguiria lutar mais? Se alguém apertar seu pulso mais uma vez, acabou para você. — ele disse enquanto me jogava em cima da mesa. Ele ainda tinha um aperto mortal nos meus cabelos enquanto olhava as fotos do professor e de sua esposa.
— Você transou com ele também? Tenho certeza de que a esposa dele não ficaria muito feliz ao descobrir que você abriu as pernas e saiu distribuindo DSTs ao marido dela. — Neels jogou o quadro no chão e agarrou meu rosto com a outra mão. Eu choraminguei pateticamente quando ele olhou para mim com raiva nos olhos.
— Ei, não chore. Eu deveria estar chorando aqui, está me ouvindo? - Neels gritou comigo enquanto batia minha cabeça contra a superfície de madeira da mesa.
Minha visão ficou branca e eu não conseguia ouvir nada do que ele estava dizendo para mim. Tudo estava extremamente abafado.
— Você é ..... não pode ... Benjamin ..... morreu. — foram as únicas palavras que eu pude entender dele. Eu não acreditava nisso, porque Benjamin não poderia estar morto. De repente, me vi chorando incontrolavelmente nas garras de Neels, o que o confundiu.
Isso também me confundiu.
Ele não deveria estar chorando.
Por que estou chorando por ele?
Ele não merece minhas lágrimas.
— Por que caralho você está chorando?! Você não ouviu o que eu disse antes, seu merda! — Neels pegou minha camisa e rasgou-a, fazendo minha mente entrar em modo de pânico.
De novo não. Por favor, não.
— Benjamin! Benjamin, por favor, me salve! Benjamin... — gritei assustadoramente.
— Ele está morto! Ele não pode ouvir você! Cale a boca! — Neels gritou comigo e começou a me sacudir bruscamente. Eu nem sabia o que estava fazendo neste momento. Eu estava gritando para que um homem morto viesse me salvar e isso me mataria.
— Benjamin! Benjamin! Me salve! — gritei enquanto chutava Neels. Ele não entendia por que eu estava lutando agora enquanto ele me segurava.
— Benjamin.
— Pare de gritar meu nome, eu ouvi você da primeira vez.
Tudo congelou e eu não conseguia respirar. Os olhos de Neels se arregalam quando ele olhou para onde a porta estava. Olhei para onde ele estava olhando e senti meu coração acelerar ao vê-lo. Benjamin estava encostado no quadro da porta em busca de apoio com um corte feio que ia da bochecha até o peito. A ferida estava vermelha e sangue escorria por suas roupas enquanto pingava no chão, mas ele estava aqui e vivo. Neels fez uma careta com raiva antes de me soltar ir até Benjamin.
— Você não vai mesmo morrer...?
Ouvi três barulhos estridentes.
Pulei no lugar com os sons e cobri meus ouvidos para que eu não fosse potencialmente morrer. Tudo ficou quieto por um instante antes de eu levantar a cabeça para ver que Neels estava no chão. Ele estava deitado de costas com os olhos fechados e com três feridas de bala no peito. Olhei de volta para Benjamin para ver que ele tinha uma arma em suas mãos.
Minha arma.
— C-como você conseguiu isso? — perguntei a ele hesitante quando pulei da mesa. Benjamin apenas balançou a cabeça.
— Estou mais bem preparado do que você, Alex. — nós nos encaramos por alguns minutos antes que ele lentamente começasse a deslizar no chão. Eu corri em direção a ele e o levantei de volta antes de fazê-lo encostar em mim para poder se apoiar.
— Eu vou dar um jeito em você, ok? Apenas fique comigo. — disse a ele enquanto tentava o meu melhor para levar nós dois de volta a enfermaria.
— Você não pode consertar algo que está quebrado há muito tempo, Carrington. — Benjamin murmurou para mim enquanto mancava ao meu lado. Apertei meus braços nele para me impedir de chorar.
— Eu certamente posso tentar.
A enfermaria estava uma bagunça completa quando nós finalmente chegamos lá. Papéis estavam espalhados por toda parte, prateleiras quebradas, a tela do computador estava rachada. Respingos de sangue cobriram as paredes e apenas uma luz funcionava. Eu rapidamente coloquei Benjamin na maca antes de correr até a porta e a tranquei para que ninguém pudesse chegar até nós.
Eu estava me movendo freneticamente enquanto procurava por todas as coisas que eu pudesse encontrar para ajudá-lo. Peguei um pano, uma tigela de água, algumas pinças limpas e gaze antes de voltar rapidamente para Benjamin, que estava respirando pesadamente na maca. O ajudei a remover o blazer e a camisa antes de olhar o ferimento. Ele estava sangrando tanto que eu estava começando a entrar em pânico.
— Eu vou limpar isao agora. — disse a ele enquanto mergulhava o pano na tigela de água antes de colocá-lo na ferida. Benjamin gemeu com a dor antes de estremecer um pouco. Limpei o sangue gentilmente, mas rapidamente antes de pegar a pinça com minha mão. Inclinei-me um pouco para pegar um pedaço de vidro que estava em sua pele e o puxei o mais rápido possível.
— Droga! — Benjamin ofegou e eu pedi desculpas antes de continuar a limpar mais a ferida. Quando parecia razoavelmente melhor do que antes, eu o ajudei a sentar para que eu pudesse envolver a gaze nele, foi tanta porra de gaze. Como não tinha o suficiente para o rosto dele, coloquei alguns band-aids nos cortes. Ele tinha um band-aid de bulbassauro no rosto, mas ei, ainda era um band-aid.
— Pronto. Como você se sente? — perguntei a ele quando coloquei o pano ensanguentado e a água em uma bancada. Voltei para Benjamin para vê-lo respirando suavemente enquanto ele olhava para mim com os olhos quase fechados.
— Estou cansado. — ele me disse baixinho enquanto piscava preguiçosamente. Eu me sentei ao lado dele e gentilmente acariciei seus cabelos.
— Vá dormir então. Estarei aqui quando você acordar. — sussurrei para ele suavemente. Por alguma razão, a atmosfera ficou muito mais... íntima? Benjamin estava olhando para mim como se ele fosse um homem cego vendo luz pela primeira vez e eu não me senti nem um pouco desconfortável. Ele olhou para mim um pouco mais antes de sentar e puxar minha cabeça em direção a dele.
— Benjamin? — o questionei baixinho, mas fui ignorado quando ele pressionou seus lábios nos meus. Meu coração estava batendo aceleradamente contra meu peito quando ele virou sua cabeça ainda mais para aprofundar. Meus olhos se fecharam com o gosto de seus lábios e ele lentamente me puxou para cima dele. Eu tentei o meu melhor para não colocar todo o meu peso em seu ferimento e o ouvi gemer baixinho com o contato antes de me afastar.
— V-você deveria descansar. — disse a ele enquanto lambia meus lábios. Benjamin correu os nós dos dedos pelas minhas bochechas avermelhadas e me puxou para descansar em seu peito.
— Podemos descansar juntos. — ele me disse e, em seguida, eu estava caindo no sono em seus braços.
▂▂▂▂▂▂▂▂
Obrigado por ler até aqui, por favor, vote e comente.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro