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Viviane e Aline conviviam em harmonia.

A tia não hesitava em reforçar o quanto estava contente com a presença da sobrinha em sua casa. Mas ela também a notava quieta e pensativa.

— Line... Você sabe que pode me contar se tiver algo te incomodando, não é? — sugeriu Viviane, um dia, sentando-se ao seu lado no sofá.

Aline apenas observou-a. A confusão de sentimentos era grande em seu interior.

— Sei que você pode estar se perguntando se tomou mesmo a decisão certa... — insistiu a tia. — Posso dizer que no início é assim mesmo, mas depois você vai ver o alívio que é o peso sendo tirado dos seus ombros.

— Eu sei que tomei a decisão certa, tia. Só que mesmo as escolhas certas não são fáceis. Requerem um tempo para ser digeridas, para que possamos nos adaptar. É só que... — Ela exalou pelo nariz. — Por que tudo tem que ser tão complicado?

— Você sente falta dele?

Aline piscou ao encará-la. Ficou surpresa com a forma como aquela simples frase resumiu tudo.

— Posso dizer que isso vai passar, você vai ver! — assegurou Vivi, sorrindo.

— Você não entende, tia... — Aline estremeceu, suando frio. O fato de ter que esconder a verdade a aborrecia. Desejou poder contar a alguém tudo que se passava em seu íntimo: a natureza dos sentimentos que nutria, ainda que contra a sua vontade, a intensidade deles, as implicações de seu casamento falso, tudo o que acompanhava o fato.

Viviane estudou-a.

— Você ainda o ama — concluiu.

Aline cobriu o rosto com as mãos.

— Escute, meu bem, você pode me contar. — Ela tocou seu ombro. — Estou aqui para ouvi-la.

Aline inclinou-se para a frente, contendo um grito de frustração.

— Quais foram as circunstâncias dessa separação? — Viviane aguardou. Ao perceber que Aline não lhe diria nada, mudou de estratégia: — Como foi a última conversa de vocês? Ele foi amigável quando vocês se encontraram para discutir os termos do acordo?

Aline se sentiu acuada, como uma vaca sendo perseguida pelo vaqueiro, cercada por todos os lados, até ser enlaçada. Ela sabia que sua tia continuaria insistindo, forçando, portanto respirou fundo e, com cautela, revelou:

— Cícero foi um amor.

— É claro, ele estava tentando reatar com você!

Aline não gostou de seu tom.

— Não, tia Vivi...

— Não o defenda! — protestou. —Muitos homens agem feito cordeirinhos na audiência, querem se mostrar arrependidos, mas o comportamento deles não muda.

— Pare, tia... — Ela meneava a cabeça. — Apenas pare.

— Vai me dizer que ele não pagou de santo na frente dos advogados?

Sem poder mais se conter, Aline explodiu, frustrada:

— Tia! Não houve advogados, nem audiências, nem tentativas de reconciliação, porque nem conversamos! — Ela se levantou do sofá.

— Então como...

— Eu deixei uma carta. — Ela se apoiou no balcão que separava a sala da cozinha, sentindo faltar-lhe as forças.

— Uma carta! — exclamou, incrédula. — Aline... Está me dizendo que fugiu de casa? — Ela arregalou os olhos.

— Falando desse jeito...

— Você cruza o estado sem avisar a alguém de lá que estava saindo... E se tivesse acontecido alguma coisa?

— Estava tudo expresso na carta — argumentou.

— Na carta — repetiu, indignada. — Um pedaço de papel que pode ser facilmente carregado pelo vento! Te passou pela cabeça que, se não a encontrarem, você está ferrada? É um milagre ainda não ter dado nada no noticiário!

— Eu a deixei num lugar fácil de ser avistado. E eles já pararam de me fazer ligações. Eu nem precisei trocar de chip, o que significa que devem tê-la encontrado!

— Ou não! — Ela passou a mão pela cabeça, estarrecida.

As duas ficaram em silêncio, as palavras pairando sobre ambas.

— Aline... — começou Viviane. Aline lançou a ela um olhar feroz, que a fez mudar o tom. — Eu só ia dizer que, desse jeito, as coisas não ficam resolvidas. Que você devia agir como uma adulta e resolver tudo cara a cara com ele.

Aline bufou e seguiu para o quarto, fechando a porta atrás de si.

— É claro que ela não entende. — Ela cruzou os braços. — Como poderia entender? E como eu poderia contar mais, sem expor a farsa do contrato?

Ela meneou a cabeça, pensativa, e resolveu tomar um banho para clarear as ideias.

                                   ✨

Novembro trazia consigo as primeiras decorações para o Natal. É o mês das promoções e as pessoas começam a planejar festas, comprar presentes. Parentes se programam para reunir a família para as comemorações.

O peso da data fazia Viviane se questionar sobre a decisão de Aline de não contar nada para os pais. Vivi mantinha contato com a irmã e começou a se sentir culpada por esconder algo tão grandioso dela.

Determinada manhã, Viviane recebeu uma ligação de Ivete. Esta comentava sobre o silêncio de Aline e sua preocupação. Naquele momento, Viviane tomou uma decisão: assim que Aline chegou em casa, ela confrontou-a com os fatos, deixando bem claro o seu posicionamento.

— Ivete é sua mãe e é minha irmã. Independente de como vai reagir, ela precisa saber. Creio que, apesar de tudo, ela quer ver a sua felicidade. O Natal está logo aí... Vai mesmo querer passar as festas sem ver os seus pais, a Tina, sua família?

Aline abriu a boca para responder, mas Viviane prosseguiu em sua argumentação:

— Como eu disse, a decisão cabe a você. Mas pense bem!

Então saiu, deixando Aline a sós.

A moça soube que não havia alternativa. Pegou o celular e abriu o aplicativo de mensagens, deslizando a tela até encontrar o contato de sua mãe, que estava bloqueado. Aline desbloqueou-a e avistou as mensagens que recebera.

Respirou fundo três vezes. Desejou ter uma bebida consigo, para ajudá-la a criar coragem. Ela ligou. Ivete atendeu após algumas chamadas.

Aline! Fico feliz que tenha dado notícias! Hoje mesmo eu estava comentando com a sua tia que você sumiu e...

Aline engoliu em seco. Ivete seguiu tagarelando e perguntou como ela estava. Aline abriu um sorriso sem graça antes de responder:

— Então, mãe, preciso te contar umas coisas... É melhor a senhora se sentar.

O que é isso, Aline? Estou ficando preocupada.

E então Aline contou a ela a mesma história que inventara para sua tia. A reação de sua mãe foi mais contida do que esperava. Ivete ouviu-a sem interromper nem tentar argumentar.

— E agora estou aqui, passando um tempo com a tia Vivi.

Aquela salafrária-cachorra-praieira-platinada...

— Mamãe! — censurou Aline.

Eu conversei com ela hoje cedo e ela não me falou nada! Nadinha! — Ela resfolegou ao telefone, causando ruído. — Estou me sentindo traída. Você não procurou sua mãe, foi direto para a tia.

— Não se sinta assim, mãe... Eu não quis magoá-la, de verdade. Só achei que a senhora não entenderia...

Depois do tanto que eu te aconselhei, filha...

— Mãe. — Silêncio vigorou do outro lado da linha. — Mamãe, me escuta... Não tem nada a ver com a senhora, o problema sou eu. Foi falha minha. A senhora fez sua parte me aconselhando e eu tomei a minha decisão... Eu já sou crescida.

Sei. É o que você disse quando te perguntamos se estava pronta para se casar. Você acha que a vida é uma brincadeira?

— Mãe, por favor... — Ela fechou os olhos. — Foi o mais sensato a se fazer. Da forma como nos separamos, eu ainda tenho carinho pelo Cícero e... Não digo que estejamos bem, mas...

Gostaria de falar com ele.

— Infelizmente não será possível.

Eu só acho que...

Aline sentia que estava prestes a explodir, portanto, interrompeu:

— Mamãe, eu tô ligando porque a tia Vivi se sentiu mal por não ter contado a você. Ela sabe que o Natal é época de se estar em família e ficou preocupada por eu passar as festas longe de vocês. É isso. Essa é a minha vida de agora em diante: decidir onde e com quem quero passar as festas, não mais estar presa ao meu marido. O que passou, passou.

Ivete soltou um suspiro, o ruído mais uma vez incomodando sua interlocutora.

Seu pai e eu estávamos discutindo viajar para algum lugar, já que a Tina vai passar com a família do Nando, então nós sobramos. É o primeiro natal do Bernardo fora do hospital, e a Tina quer levá-lo para ver a família do pai.

Aline ouvia em silêncio.

Queria nós cinco festejando juntos, já que agora você está... "disponível". Mas é uma pena, dessa vez não vai dar.

— Então a senhora e o papai pensaram em vir para cá?

Seu pai não gosta muito de Ubatuba, mas acho que, por você, ele faria um esforço. — Ela fez uma pausa. — Eu só quero te ver. Você sabe que é muito preciosa para mim!

— Eu sei, mãe. — Sua voz falhou com a emoção.

Então... Vou conversar com ele. Até outra hora!

— Até outra hora, mãe!

As duas desligaram, com vontade de falar mais, porém.

Aline sabia que não estava acabado, que sua mãe ainda não havia sido dissuadida de suas opiniões. Sabia que essa parte não seria fácil, mas considerou que ter a presença de seus pais junto de si para a virada de ano compensaria todo o resto. Ela só lamentou por não poder ver a irmã e o sobrinho, estava louca para apertar aquele menino em seu abraço.

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