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Era sexta-feira, Aline lembrava a si mesma. Teria o final de semana de vantagem, pois os funcionários voltariam ao condomínio apenas no domingo, quase de noitinha.

Isto é, se Osvaldo colaborasse.

Aline achou que ele demorou demais a sair. Estava desinquieta. Ela se sentava, para logo em seguida levantar-se e andar pela casa — olhando disfarçadamente pelas janelas dos cômodos se o segurança já havia ido.

Aline deu um tempo ao ficar sozinha, portanto preparou tudo: colocou a mala no carro, conferiu os pneus, trocou de roupa, abasteceu uma garrafa de água e colocou a carta fechada na pequena mesa da cozinha. Sobre a carta, deixou a aliança que havia usado nos últimos dois anos.

Antes de sair, Aline deu uma última olhada para a casa que a havia aprisionado, mas que ela havia aprendido a amar.

— Adeus.

Aline assentou-se no banco do motorista e respirou fundo; não queria meter os pés pelas mãos. Ela sentia como se tivesse gelo em seu estômago, as mãos estavam suadas e trêmulas. Fechou os olhos e, numa prece silenciosa, reuniu a coragem que há tempos deixava adormecida, então deu a partida.

Ao chegar à guarita, onde a passagem de seu carro foi bloqueada, ela baixou o vidro.

— A senhora vai sair sozinha? — quis saber o porteiro, confuso.

— Uma amiga me convidou para passar o fim de semana na casa dela. — Ela camuflou o tremor que ameaçou sua voz. — Meu segurança ficou de me encontrar lá. Não vamos voltar até...

— Domingo? — completou o sentinela.

Aline forçou um sorriso.

— Muito bem, então. — Ele liberou sua saída. — Bom fim de semana, dona Aline!

— Igualmente!

Aline não acelerou muito ao deixar o condomínio, para não gerar suspeitas. Não pôde, contudo, evitar o enorme sorriso que brotou em seus lábios. Faltava pouco agora: sua liberdade estava a apenas alguns quilômetros dali!

Aline checou o nível de combustível do veículo e deduziu que não precisaria abastecê-lo logo.

Seu sorriso se desfez.

Um nó começou a se formar em suas entranhas. Ela sentiu como se estivesse abandonando Cícero à própria sorte.

Aline buscou se convencer de que de outra forma não seria livre e tentou refrear os sentimentos que tinha por ele. Aline refletia que talvez estivesse se iludindo por Cícero, que poderia ser devido ao tempo que ficou sem namorar ou conhecer pessoas.

Não conseguia, contudo, se desprender do sentimento e tentava lembrar a si mesma de que ele supostamente ainda gostava de outra pessoa.

— Quanto a mim, eu fiz a minha parte e mereço ser feliz — manifestou em voz alta. — Não posso permitir que um homem se coloque em meu caminho dessa forma!

Quando Aline fez o acesso para a rodovia, ela pisou fundo no acelerador, como nunca antes na vida, e ligou o som bem alto.

                                  ✨

Cícero aguardava ansiosamente a resposta de um criador de cães. Cada notificação no celular poderia ser dele. Quando olhava, porém, logo vinha o desânimo.

                                 ✨

Na estrada, Aline passou por uma lanchonete. Não havia muito que saíra da cidade e tudo parecia correr bem, apesar dos sentimentos conflitantes dentro dela. O rádio não estava sendo eficaz para distraí-la, pois Aline sequer prestava atenção ao que tocava.

O trecho de uma música, porém, veio despertá-la:

                          [...] história

A nossa pode ser feliz também

Se um coração diz que sim à paixão

Como pode o outro dizer não?

Mais que depressa, Aline desligou o rádio e freiou, parando o veículo no acostamento. Frustrada, ela se debruçou sobre o volante, apoiando a cabeça entre os braços. Cerrou os dentes e soltou um ganido do fundo de sua garganta.

— Ai que ódio! — Ela deu seguidos tapas no volante, acionando a buzina sem querer. — O carro é dele!

Minutos depois, com a raiva abrandada, Aline pegou a estrada oposta, em direção à cidade.

Resignada, ela avistou a lanchonete que encontrara mais cedo e estacionou lá. Entre suspiros, Aline recolheu seus pertences e entrou no estabelecimento, onde procurou o banheiro.

Ao lavar as mãos, Aline apoiou-as na bancada da pia e olhou profundamente para seu reflexo. A mulher que via no espelho parecia-lhe estranha. As roupas simples em contato com sua pele pinicavam. Aquela mulher básica não se parecia com ela, nem com a versão que era antes de aceitar o contrato, era... Outra pessoa.

Quem era ela, afinal?

— Ouça, Aline, não há como voltar atrás. Você veio até aqui e só vai descobrir onde pode chegar se estiver livre, onde ninguém pode mais cortar as suas asas. Eu sei, você vem sendo podada há um tempo, mas... — Ela fechou os olhos, para em seguida abri-los, decidida. — Você consegue. Vai conseguir!

Aline respirou fundo algumas vezes, então retocou a maquiagem e deixou o banheiro. Ela pediu um suco de laranja sem açúcar e sentou-se junto do balcão para esperar.

Quando a atendente a serviu, Aline indagou:

— Você teria o número de algum guincho, por gentileza?

A mulher ofereceu um cartão de visitas, do qual Aline copiou o número e fez a ligação, acertando os detalhes com o profissional. Então escreveu no verso do cartão outro número de telefone, que pertencia a um dos assessores de Cícero.

Aline se levantou e, ao pagar o que devia, devolveu o cartão de visitas à mulher.

— Ouça, estou indo viajar e vou deixar meu carro aqui. Já falei com o pessoal do guincho, que vem buscá-lo. Por favor, dê a eles este número, é com esta pessoa que eles vão se resolver. — E completou, ao dar as costas ao estabelecimento: — Boa sorte para vocês, tentando falar com esse sujeito.

Havia alguns táxis estacionados por ali. Aline pegou um deles, que a levou à rodoviária da próxima cidade, onde pegou um ônibus. Sua intenção era chegar ao litoral, onde morava sua tia.

Cansada e entorpecida pela viagem, Aline mal notou quando uma mulher passou por ela. Esta retornou logo em seguida e quis saber:

— Ei, você não é a esposa daquele político?

Aline tornou-se séria, sem deixar transparecer nada em seu semblante quando negou.

— Você se parece demais com ela! — exclamou a outra, admirada, e seguiu seu caminho.

Aline suspirou.

Aquela viagem parecia comprida demais e ela balançava o calcanhar, impaciente. Ao olhar a paisagem pela janela, Aline não pôde deixar de sentir-se triste, pensando que cada quilômetro a afastava mais de Cícero, que nunca mais tornaria a vê-lo.

"Bem, sempre há as redes sociais", pensou, para em seguida balançar a cabeça. "Foi melhor assim. Foi melhor...", repetia, buscando convencer a si mesma.

Depois de quase cinco horas de viagem, Aline desembarcou em Ubatuba, para seu grande alívio. Suas pernas fraquejaram um pouco, mas ela se pôs a caminhar a passos firmes em busca de sua mala.

Uma mulher passou por ela enquanto se afastava do ônibus e exclamou:

— Nossa, você é a cara da mulher daquele Cícero Carvalho!

Aline forçou um sorriso.

— Acredita que já me disseram isso? Acho que a gente se parece mesmo.

Aline apressou o passo e entrou em um táxi. Seguia para a casa de sua tia, quando receio a atingiu, e achou melhor ir para um hotel.

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