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32

Fabíola se deteve ao adentrar a sala,  observando Cícero deitado com ar distraído no enorme sofá em forma de L.

— Querido, precisa se levantar, ir pegar um sol lá fora... Ficar assim não vai te fazer bem.

Ele virou o rosto para ela.

— Não, obrigado, mãe.

— Está tão calado e pensativo desde que chegou, Cicinho... Algum problema?

— Ah, estou só... — Ele exalou pelo nariz. — Tentando absorver tudo o que aconteceu.

— Por que não divide comigo? — Ela se aproximou enquanto ponderava. — Não quero me intrometer, mas...  Está tudo bem entre você e a Aline? — Ele ficou em silêncio, mas sua mãe não recuou: — Porque eu vejo você falando com várias pessoas, mas nunca com ela.

Cícero levou um tempo para responder:

— Ah, mãe... tem tanta coisa fora do lugar na minha vida por tanto tempo, que acho que acabei me acostumando.

Fabíola se sentou no estofado, sem compreender.

— Aline me falou umas coisas que fazem sentido — prosseguiu ele. — Tudo que eu fiz foi pelo meu pai. — Pronunciar as palavras lhe era custoso. — E agora que ele se foi, tudo parece tão... vazio, sem sentido.

— Eu já sabia.

— Sabia? — Ele levantou a cabeça. — Como?

— Quero dizer, ao menos desconfiava. Eu vivia brigando com seu pai por ele estar enfiando essas coisas de política na sua cabeça, querido. Ele queria transformar meu filho no protótipo dele. Eu fiz o que pude para tirar essa ideia da sua cabeça, mas você já estava convencido. Ficou ao lado do seu pai e contra mim. Sempre que voltava da casa dele eu já podia esperar para saber o que mais ele tinha convencido você a fazer.

Cícero ficou perplexo, revirando sua memória.

— É sério, mãe? Me desculpe...

— Você me via como a vilã da história. Mas acredite, eu nunca quis te afastar do seu pai, só não gostava muito do jeito dele... Bem, nosso casamento não deu certo por um motivo.

— Era ele mesmo quem se afastava — concluiu Cícero. — A Aline me disse que eu buscava inconscientemente a aprovação do meu pai. Ela estava certa.

— Aline parece ser uma mulher sábia.

— Ela é. — Abriu um sorriso triste.

— Gostaria de conhecê-la.

Os olhos de Cícero se encheram de lágrimas.

— Ah, mãe, quando eu penso em tudo o que fiz... Quão longe eu fui só para ter o mínimo de reconhecimento do meu pai...

— Essa vida política encobre muita sujeira, por isso te queria afastado desse mundo. — Ela soltou um suspiro. — Eu fiquei tão decepcionada, meu filho, com as notícias que vazaram sobre você e a secretária... Você sabe o quanto a mamãe sofreu com as traições do Sérgio e...

Foi então que Cícero se entregou ao choro. A intensidade de seu pranto foi tamanha, que surpreendeu sua mãe, calando-a.

Fabíola se levantou e foi se sentar ao lado de seu filho. Ela indicou que Cícero deitasse a cabeça em seu colo e, enquanto acariciava seu cabelo, Fabíola não sabia o que mais podia fazer. Ela deixou que ele se acalmasse aos poucos.

Buscando ar, Cícero se virou de lado e, com a voz trêmula, enfim revelou:

— É mentira, é tudo mentira... Aline e eu não somos casados.

— Como não? Vocês se casaram na igreja, estavam todos presentes... Os documentos, a cerimônia...

— Sim, isso tudo era verdadeiro. Mas não vivemos como um casal, nem nos conhecíamos...

Assim, com o fôlego entrecortado, Cícero contou toda a verdade à sua mãe.

— Por fim eu estava cansado desse acordo e me interessei pela Lucilene... Eu nem tentei disfarçar. Mas então houve toda aquela repercussão, como se eu fosse alguma celebridade... e a prejudicada foi a Aline.

— Eu... Nem sei o que dizer. Meu filho... — Repreensão suave havia em sua voz.

— Eu sei, mãe. Me sinto tão mal...

— Então de quem você gosta de verdade é essa tal Lucilene...?

— Eu já não sei de mais nada, mãe. Ela seguiu em frente e eu... Eu passei um tempo com a Aline. Desde então não consigo tirá-la da minha cabeça.

— Ah, meu filhinho... Tão crescido e ao mesmo tempo tão imaturo... — Ela beijou sua testa.

— Nós quase nos beijamos.

Fabíola ficou em silêncio chocado, mas se recuperou o bastante para dizer:

— Bem, parece que você vai ter que pensar direitinho no que quer fazer.

Cícero assentiu em concordância e se acomodou melhor no colo da mãe. Houve uma pausa onde apenas o silêncio e o som de suas respirações reinou. Uma brisa suave entrava pela janela e farfalhava as cortinas.

— Eles tentaram me comprar — afirmou Cícero, ressentido. — Me ofereceram propina, mãe. Eu me senti sujo.

Fabíola seguia com as carícias em seu cabelo.

— Eu tentei implementar a mudança — prosseguiu ele. — Mas eles sempre me vetavam. Só pensam nos próprios bolsos, então eu não me sinto bem naquele ambiente. — Ele soltou o ar. — Acho que não puxei ao vovô, e simplesmente não sei como ele conseguia trabalhar nisso e ser bem sucedido.

— Querido...

— Acho que por isso eu passei a não levar nada a sério, senão eu acabaria enlouquecendo.

— É tempo de você mudar de profissão!

— Sim, mas... Eu não sei o que quero fazer. — Ele se virou para cima, para ver o rosto de sua mãe. — Eu queria fazer tudo certo lá dentro quando comecei, mas vendo a quantidade de propina correndo e eles querendo me coagir, me comprar...

— Veja, querido, você não se deixou corromper.

— Mas fiz coisas que agora me fazem pensar: onde eu estava com a cabeça? Digo, olha só... Eu cheguei ao ponto de me casar com uma completa desconhecida.

Fabíola não disse nada, temendo que qualquer comentário que fizesse pudesse piorar a situação de seu filho.

— Acho que estou gostando dela — confessou.

Já não via sentido em esconder nada de sua mãe.

— E isso é ruim? — perguntou ela.

— Ela se mostrou uma pessoa tão companheira... me apoiou bastante. Eu não vejo problema algum, mas ela parece não gostar muito de mim. — Ele suspirou. — Será que aquela mulher sabe o quanto ela é maravilhosa? Tenho vontade de estar com ela, perto dela.

— Bom, filho... — Ela abriu um sorriso contido, inseguro. — Talvez eu não seja a melhor pessoa para aconselhar. Você sabe que eu fui um fracasso nos meus casamentos, mas... Por que não conta a ela o que sente? Quem sabe vocês possam recomeçar.

Cícero assentiu e segurou sua mão.

— Ah, mãe... Estou feliz por estar aqui com você!

— Eu também, querido! E pode ficar o tempo que quiser, mamãe está aqui para você.

Cícero estava tão mal que não a repreendeu por tratá-lo como criança. Mas era realmente reconfortante tê-la por perto naquele momento.

Sua mãe recomendou que ele fosse ao clube em sua companhia e eles passaram a conversar sobre amenidades.

                                  ✨

Aline não sabia porquê suas mãos suavam enquanto era maquiada para a entrevista. Ela tentava, de forma racional, eliminar o nervosismo que a envolvia. Seu corpo, porém, não queria obedecer.

A maquiadora terminou seu trabalho e saiu, deixando Aline sozinha para tentar se controlar. Aline observou que estava realmente linda, e após uma série de exercícios de respiração, conseguiu ver uma mulher calma e contida em seu reflexo.

Estava há poucos minutos admirando sua imagem, quando vieram informá-la de que era hora da entrevista.

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