Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

2. lute por uma reação


2. lute por uma reação

     Viver escondendo as coisas não era um jeito mais fácil de viver. Muitas vezes quando alguma coisa acontecia fora do normal os segredos atrapalhavam. Era isso que eu fiquei pensando, o quanto eu estava atrapalhado naquele dia, quando meus irmãos estavam de férias e a minha vizinha não tinha como ficar com os dois, o que arruinava completamente o meu treino.

     Miriam era uma mulher boa, querida e preocupada. Quando minha mãe desapareceu e meu padrasto a deu como morta, Miriam me ajudou a cuidar dos outros dois, quando eles eram apenas bebês.

     E eu tinha 15 anos. 

     Não sabia a metade das coisas que um bebê precisava, só que eles precisavam de mamadeiras e fraldas, sendo que essas coisas eu mal sabia como fazer e meu padrasto não ajudava. Aquele filho da p*ta só sabia pedir cervejas e entregar o dinheiro para que eu buscasse mais, me prendendo dentro de casa para fazer o que minha mãe fazia. 

     Os gêmeos ficavam chorando a maioria dos dias, e eu chorava junto. Eles por causa de fome e eu porque estava sendo forçado a sair da escola por causa das minhas notas que só pioravam conforme os dias, e assim ficava sem comer também. 

     Sem minha mãe lá não tinha como ir para receber as provas e os temas* e tudo aquilo mais, só tinha como aprender agora a lavar mais do que uma maquinada de roupa e então aprender a lavar na mão porque a máquina tinha estragado e não tinha como falar sem apanhar e ser culpado pelo estrago. 

     Miriam me ajudava. Quando ela descobriu que minha mãe realmente não tinha voltado das suas saídas noturnas, quase um mês e meio depois, ela me ajudou com comida e com os gêmeos. Desde então eu comecei os treinos e as lutas vieram logo depois. Eu tinha jeito para a coisa, diziam eles. E eu acreditei. Eu precisava acreditar. 

    Assim como eu precisava treinar mais, e precisava da ajuda de Iara. A última pessoa que eu queria pedir ajudar, mas só conseguia pensar no quanto eu perderia se não fosse no treino. 

     Antes eu me preocupava com fraldas, naquele momento eu me preocupava com o dinheiro que eu conseguiria comprar o que eles precisavam. O que eu tinha que ganhar para deixar eles bem e ir embora. 

     Eles eram meus irmãos, pela metade, mas eram... e eles iam se divertir tanto em estragar a cara sem sal de Iara que, só ali, pensei que conseguiria rir da situação. Mesmo sabendo que ela iria manipular tudo o que eu era depois. 

     — Eles tem 11 anos e não querem nem saber de livros, então acho que tu vai ter que encontrar outra coisa pra falar com eles se não as merdas dos teus livros. — Disse, antes de sair caminhando para a porta. Ela fechou o computador em um barulho agudo, seus sapatos fazendo barulhos atrás de mim e essa era a única coisa que fazia eu ter certeza que ela estava atrás de mim. Nenhuma palavra, nenhuma reclamação. 

    — Certo. — Concordou. Olhando para ela, tão mais baixa que eu, vi o seu peito subir e descer tranquilo, os olhos calmos de sempre e os pés rápidos para ficar do meu lado. Desviei o olhar com raiva e continuei caminhando, até mesmo um pouco mais apressado, para ver se a sua respiração aumentava e eu conseguia tirar alguma reclamação dela, alguma coisa de sentimento.

    Não só quando ela meteu a sua mão na minha boca, completamente nervosa. Não queria que aquela fosse a sua única quebra de tranquilidade na minha volta. Queria mais alguma coisa que fizesse eu ser o único sem apego do grupo.

     Chegando na parada de ônibus, eu me sentei e fiquei olhando para os carros que passavam, esperando que eles viessem. Meus braços cruzados, os olhos pequenos por causa da claridade. Iara ficou em pé, apoiada em alguma foto publicitária que eles colocavam em todos os locais possíveis, divulgando alguma oferta irrecusável de recarga de celular. 

     Seus braços estavam para trás do seu corpo, os pés cruzados, um deles com a ponta no chão, o que fazia com que seu joelho balançasse, de um lado para o outro. O jeans apertado fazia com que as suas coxas grossas mostrassem a base de músculo que ela tinha, e ela usava a mesma camisa solta mais social de sempre, com uma regata branca por baixo, escondendo os seios grandes. A mesma cara me olhando.

    Desviando dela, eu queria mais do que tudo socar algum saco de areia. Ou uma mandíbula qualquer. So para sair daquele momento. 

    Não ter ninguém por perto fazia com que o olhar dela queimasse mais ainda minha pele, e era sim o olhar dela, não era o sol. 

     — Tu pode parar? — Perguntei, voltando o rosto para olhar pra ela. 

      Como se ela nem tivesse me escutado, Iara continuou olhando, limpando a garganta com calma e então o freio alto do ônibus mostrou que ele tinha parado na minha frente. Da porta de saída, meus irmãos saíram com mochilas velhas e rasgadas. 

     Martina foi a primeira a correr na minha direção. Pulando para ser agarrada, ela me abraçou e sussurrou no meu ouvido, perguntando se ela podia me chamar pelo nome. Eu ri com a sua pergunta, respondendo baixinho pra ela que era melhor não, descendo ela do meu colo. 

     Vinícius ficou parado enquanto eu e ela trocávamos informações, olhando para Iara como se ela fosse uma pessoa de outro planeta. Quando Martina foi pro seu lado e fez um sinal com a cabeça e não, ele começou.

     — Eu pensei que nós íamos ficar com a Tia Aimée de novo. — Falou, cruzando os braços. 

     — Eu sei, meu véio. Mas essa guria aqui é amiga da tia. A tia é só depois que ela vai conseguir falar com vocês. — Falei, me agachando na sua frente. Agachado eu ficava da altura dos dois, e tinha certeza que eles seriam tão altos quanto eu quando crescessem. 

      Ele levantou uma sobrancelha, olhando de lado para Iara que continuava apoiada na propaganda da parada de ônibus. Martina ficou olhando ela diferente, e a mulher olhava os dois sem nenhuma reação. 

    Virando meu pulso, vi que estava na hora de sair dali. Olhando para meus irmãos, coloquei a mão no ombro de cada um. 

     — Lembrem das regras, ok? Aqui está a chave da tia Aimée. — Retirando a chave do meu bolso, entreguei para eles. Voltando para Iara, não pude deixar voltar a ficar irritado. Minha cabeça trabalhava mil maneiras que ela podia fazer com que as crianças falassem algo, mas confiava nos dois. Sabia que eles não iam contar algo que me prejudicasse, ou fizesse com que ela criasse mais perguntas do que as que eu já tinha certeza que ela tinha. 

     Com um balançar de cabeças, os dois foram para a direção de Iara. Martinha sendo a primeira a falar. — Tu é muda? — Ela perguntou, usando a mão, ainda, para apontar para o seu ouvido e perguntar de algum jeito se Iara era surda também. 

     Saindo da sua posição, Iara começou a fazer gestos com as mãos. Libras. 

     — Nenhum dos dois. Mas tem gente que é. — Foi a sua resposta, conforme ela falava ao mesmo tempo as combinações de palavras com os dedos. 

      Revirando os olhos, olhei para os dois que ficaram impressionados. Para mim era só mais uma coisa dela que fazia ela parecer superior, e eu odiava. 

      Iara pegou na mão dos dois e foi de volta para a cafeteria, sem nem virar a cabeça na minha direção. Eu agradeci, um pouco, por não ter aquelas poças de cor café me encarando e, caminhando para a outra direção, dobrei a quadra onde o carro já me esperava no local normal. 


     Não era um treino qualquer para a maioria dos lutadores, mas para mim era. Na verdade era só um jeito de conseguir mais apostadores. 

      Quando o carro parou na frente do galpão que parecia abandonado, eu estalei o pescoço. Meu cabelo estava amarrado do melhor jeito possível, seguro para que não acontecesse nada durante o treino de combate. Minhas mãos estralaram uma a outra quando eu saí, assim que a porta foi aberta para mim. 

     Entrando pela porta de madeira, grande demais e bonita demais para um lugar que ninguém vivia, ví o ringue, os sacos de areia pendurados, o tatame e as cordas penduradas do teto. Os pesos distribuídos em lugares exatos, para que ninguém se cruzasse muito ao ir pegar. E além de tudo aquilo no espaço enorme, poltronas felpudas de vermelho rodeavam o lugar. Os apostadores, ou "gordos", podiam andar entre os lutadores ou ficarem sentados, anotando em algum papel qualquer quem que eles iam apostar. 

     Meu treinador estava em um dos bancos de madeira que colocaram em volta do ringue, minha mochila amarela do seu lado, enquanto ele desenrolava as faixas pretas e amarelas para as minhas mãos. 

     — Preparado? — Ele perguntou, sem levantar a cabeça. 

      Sempre. 

     Tirando a minha calça de abrigo e a minha camisa, fui para a checagem. A fila já estava basicamente formada quando eu fui, sendo um dos últimos. Subindo na balança só conseguia pensar no processo todo que eu tinha passado na última semana, com os litros de água e a quantidade de aeróbicos para fazer com que meus músculos aparecessem ainda mais no meu corpo. Eles queriam só os músculos, e era isso que eu fornecia. 110Kg, nenhuma grama a mais. 

     Os "gordos" estavam lá, parados em uma fila olhando todos que esperavam para serem examinados. 

     Malditos cheios de dinheiro, torcedores que se escondiam no sul para gastar mais ainda de um dinheiro que eles tinham pra dar e vender.

     Eles anotaram o nome de quem eu iria lutar, como treino, e me deram em um papel branco. Sem interesse, amassei o papel e fui de volta para o banco, pegando o calção preto de luta. Os outros lutadores ficavam olhando para mim, sussurrando em alguns momentos palavras que nem me afetavam. 

     Eu estava muito mais tempo do que eles naquela vida. No meio de pessoas sem nome que conviveram comigo por anos, entendendo o jeito que todos os com dinheiro e lutadores pensavam. Eles não iam vencer. Eu podia nem ter terminado o ensino médio direito, mas eu tinha me graduado naquela função.

     Sacudindo meu pescoço, escutei os estalos.

     O treino de apostas era dividido em três etapas: A primeira media a nossa velocidade e técnica no saco de areia. O modo como nós dávamos os socos e chutes, se éramos precisos ou não. A segunda etapa era de resistência. Aeróbicos com cordas e séries de corrida, pranchas que passavam dos minutos que qualquer pessoa iria recomendar, testando já como aguentaríamos depois de uma luta. A terceira etapa, finalmente, era o treino corporal. Os que sobreviviam todo o treino intenso e não cansavam como os outros, que não estavam aparentemente tão exaustos, lutando um com os outros até três ficarem em pé.

     Os "gordos" eram obrigados a ir escolhendo quem eles iriam apostar nas duas primeiras etapas. A terceira fazia com que quem apostasse correto, recebesse um prêmio no dia das lutas oficiais, eles recebiam mulheres, danças privadas e tudo que um velho ridículo gostava.

     Meu treinador largou as faixas no banco, alinhadas e organizadas de um jeito que eu nunca conseguiria, chamando a minha atenção. Levantando, ele ficou na minha frente com uma faixa, pedindo uma das minhas mãos.  

     Meu pescoço se mexia de novo, meus pés começando a se mexer e eu me comecei a balançar o meu corpo, relaxando mais ainda meus músculos e sentindo eles se mexendo. Eu estava calmo, mas por dentro tudo gritava para sentir a dor nos meus dedos. Era o meu vício, a adrenalina que vinha assim que eu dava um soco nos sacos de areia ou em um oponente.

     O apertado das faixas nos meus pulsos me davam mais vontade ainda de lutar. Esticando e então voltando com meus dedos, o outro continuava me preparando para o treino, colocando as mesmas faixas nos meus calcanhares. 

     Eu olhava os lutadores, que somente três ficariam, eu incluído. Eu ia lutar, para vencer, e para ter a reação que eu amava: o silêncio de impressionados, enquanto o corpo do meu oponente ficava deitado no chão, chorando ou reclamando de dor. E dessa vez, alguma coisa ou outra eu ia fazer diferente, só pela adrenalina.

     Todos eles estavam se preparando com as faixas, e eu já estava alongando meus braços, me movimentando. Com o capuz agora na minha cabeça, foquei no meu corpo, os meus movimentos. Meu treinador pegava meus braços e os esticava para trás, os alongando o máximo que ele conseguia. Eu sabia que com a dieta da semana anterior meu corpo estava cansado, mas era tudo parte do treinamento. Quem não lutava, perdia. Não importa se fosse por desidratação ou um soco.

      E com o som da porta se abrindo, Alli chegou. Meu treinador largou meus braços, e inconscientemente eu aumentei mais ainda a minha vontade. Ele não sabia o que esperar naquele dia, e eu sabia que ia surpreender.

      Comandando as lutas ilegais desde o início, Ali era o único que eu conhecia por nome e pela sua reputação. Dono de um tabelionato, investidor de frigoríficos, ele que ia em busca de quem não conseguiria ter sucesso sozinho na vida e os fazia feito eu: máquinas de luta. Ele era como aqueles olheiros de futebol, mas gostava mais do sangue e dos ossos quebrando em um ringue. 

     Com a sua entrada e a posição de quem está ali para realmente observar, era tempo de treino.


n o t a  d a  a u t o r a:

Capítulo relativamente pequeno, mas estejam preparados para o after match do que vai acontecer aqui. 

Como estão? O capítulo veio tarde, mas vou colocar mais um na sexta, como eu tinha comentado.

Eu comecei a escutar essa música e do nada percebi como ela se encaixava com o perfil do Zeus e eu to bem feelizzzz. Believer deles ( imagine dragons) também se encaixa, mas pra outro aspecto do livro ahahahah 

Amo vocês!

comente & vote & compartilhe

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro