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epílogo


epílogo

21. eles não conseguem dormir

1 ANO DEPOIS

L Í V I A

Queria dizer que eu estava nervosa sem precisar, mas estaria mentindo e isso era algo que tinha prometido não fazer, não comigo mesma, não depois que Aquiles foi embora e disse que não ia voltar tão cedo. 

Eu menti para mim, simultaneamente ao fechar da porta, que o motivo de ele me deixar era porque eu não era o suficiente, mas então eu vi as suas mensagens perdidas de todos os dias que tínhamos passado afastados. E ele me lembrou que era porque ele ia melhorar. Me lembrou que eu tinha que dar atenção para o que eu era.

O processo todo de entender que eu e ele estaríamos realmente longe um do outro só começou quando Apolo foi buscar as caixas de Aquiles pela manhã do outro dia e ele me disse que Aquiles estaria indo morar com ele por um tempo.

— Tu tem meu número? — Apolo me perguntou.

— Não me lembro, também. — Respondi, limpando a garganta ao mesmo tempo que me abraçava ainda sentindo o toque de Aquiles por todo o meu corpo e lutando para não pedir que ele voltasse.

— Anota, assim quando ficar tudo muito ruim de saudade tu pode conversar comigo. — Ele disse, o tom de quem sabia como era. 

Só que depois daquele dia nunca mais nos falamos, não até o dia anterior àquele momento, onde ele disse que Aquiles tinha voltado a usar o próprio celular e que a ficha de um ano ia ser entregue. 

Era um ano sem bebida para ele e para mim, um ano que nós não tínhamos nos visto e que eu vivia sozinha e muito bem, mas morria de saudade das suas cantadas e do que eu tinha noção ser ele de verdade, mas não tinha certeza. 

O nervosismo era exatamente esse, pois eu sabia que ele estaria batendo na minha porta à qualquer segundo, e estaria diferente de quando nos conhecemos e eu me sentia nervosa de ele não ser quem eu me lembrava. 

Olhando o relógio no meu pulso de novo, passei a mão nos meus cabelos, me questionando também se ele ainda se sentiria atraído por mim sem as mechas vermelhas e com alguns centímetros à menos de comprimento nos fios.

Respirando fundo, me acalmei ao escutar os passos no corredor mas logo a eletricidade de vê-lo de novo correu pelo meu corpo, fazendo eu me levantar antes mesmo da batida na porta acontecer. 

Abrindo, não encontrei ninguém, apenas assustei o meu vizinho novo que caminhava até o apartamento dele. Pedi desculpas, levantando uma das mãos, o meu rosto claramente decepcionado.

Ele sorriu tímido e abriu a porta da sua casa enquanto eu me segurei no batente da minha, olhando o chão e percebendo que eu estava sem nenhum calçado. 

— Minha mãe diria que tu vai ficar com cólica por estar com os pés no chão. — Escutei a voz grossa e clara, sem nenhuma dificuldade de sair ou arrastada. 

Olhando para o lado das escadas, Aquiles estava parado com as mãos nos bolsos da sua calça jeans preta. Os seus braços estavam mais definidos, a sua pele brilhava contra a luz do corredor e o cabelo parecia ter ganhado um corte também. 

Sentia minha boca abrindo e fechando, o sorriso se preparando ao mesmo tempo que lágrimas se formavam. 

Eu só tinha sido avisada que ele estava bem e que ele ia passar ali, mas não sabia que seria tão bom. 

— Foi só um esquecimento. — Falei, levantando os ombros e encarando ele. — E eu descobri que gosto de ficar de pé no chão. 

Ele continuava parado no mesmo lugar, e eu cruzei meus braços, me encostando no batente da porta e olhando ele. 

Aquiles abriu um sorriso, mostrando os dentes brancos demais, seus caninos afiados, os olhos passando pelo meu corpo. — Tu se esqueceu de colocar alguma outra peça de roupa? 

E eu acabei rindo. — Eu acho que essa não é uma pergunta apropriada. 

Com o sorriso ainda maior, Aquiles começou a dar os primeiros passos na minha direção, o seu olhar agora sem sair do meu rosto. Meu coração acelerou com cada centímetro que ele fazia desaparecer entre a gente, minha língua indo até meus lábios com mais frequência que o normal até ele chegar e parar na minha frente, onde eu conseguia sentir a sua respiração. 

— Parece que eu to te vendo de verdade pela primeira vez. — Ele falou em um murmúrio, e eu ainda sorria. 

Levantando uma das minhas mãos, estiquei os dedos. — Prazer, me chamo Lívia. 

Um lado da boca de Aquiles sorriu mais que o outro. Pegando a minha mão, ele a trouxe até a sua boca, deixando um beijo nas minhas juntas. 

— Prazer Lívia, meu nome é Aquiles. — Disse, ainda com minha mão perto do seu rosto. — Tem certeza que eu não te conheço? 

Com a voz divertida, ele parecia estar saudável, sendo tudo o que eu queria, e não estava tímido, nem mesmo depois de todo aquele tempo. Parando e encarando o seu rosto, levantei uma sobrancelha. 

— Tenho quase certeza. Desse teu jeito, tu já teria um ou dois dedos quebrados por mim. — Falei, mutando a risada que queria ser solta. 

— Eu acho que me lembro de ter te visto com um suco de laranja na mão, na entrada da faculdade há alguns anos atrás. 

— Quase certeza que era outra pessoa. — Falei, o sorriso diminuindo e as palavras significando muito mais. Ele sabia, e eu via ele processando tudo aquilo com uma gratidão imensa. 

Por alguns segundos de silêncio, eu consegui me focar no cheiro dele, que tinha mudado mesmo que o toque de hortelã ainda continuasse ali, vi como os olhos estavam claros e não parecia estar cansado. 

— Acho que essa guria sofria por causa de um ex babaca enquanto eu me escondia de tudo o que eu sinto por ela, bebendo pelos bares de Porto Alegre e quase não dormindo.

— Sente? — Perguntei, meu coração batendo mais rápido. 

Aquiles sorriu. — A diferença é que hoje os bares não fazem mais parte da minha rotina. Inclusive, — Falou, uma das mãos indo pra dentro de um dos seus bolsos. — recebi isso aqui hoje. 

Na sua mão estava uma ficha de sobriedade, marcada como a de um ano. 

Olhando para ele e para a ficha, peguei o objeto verde, as palavras "unidade, serviço, recuperação" ficavam uma em cada reta de um triângulo, o AA como referência do Alcóolicos Anônimos no centro. 

Eu girei a ficha nos meus dedos, examinando e ainda sentindo as lágrimas se formando, mesmo que eu estivesse rindo e percebendo que depois de um ano, ele ainda me enlouquecia de todas as formas possíveis. 

Engolindo a saliva e limpando a garganta, devolvi pra ele o objeto. 

— E a parte de dormir? Tu tá conseguindo? — Perguntei, fazendo referência ao que ele tinha me dito antes, lembrando das vezes que ficamos deitados no sofá e conversando na sala, querendo aquilo mas nós ainda estávamos na porta, nem dentro do apartamento, nem fora. 

Um pé em cada lugar, e era só uma escolha a se fazer. 

Aquiles deixou a sua cabeça cair para o lado de fora do apartamento, me examinando e correndo a sua visão pelo meu peito e pelo meu braço, minhas pernas quase cedendo lembrando da promessa que tinha sido nossa última noite. 

— Posso dizer que o sofá não é mais necessário. Mas mesmo que eu consiga,— Deu um passo para frente, quase encostando em mim, e então começou a andar pra trás, para dentro do apartamento. — eu to sentindo que nenhum de nós vai dormir hoje.



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