Você quer tomar no C*? - parte 2
Por Kara
Tudo era um sonho louco, só podia ser, como alguém sai do meio de um ferro velho na cidade em que mora, e vai parar no meio de Game of Thrones? Nos mais inesquecíveis e insanos sonhos talvez; e seria um se rapidamente acordasse dele, coisa que não aconteceu, ao menos não ainda poderia ser dito.
A batalha comia solta no caminho de Kara sendo escoltada por Lena e mais aquele homem de túnica verde água. Dentro do estábulo os cavalos empinavam desesperados, quase tanto quando o aflito e traumatizado coração de Kara. Que ainda tentava assimilar o que acontecera naquele salão, acontecera uma pinóia, isso tudo não passava de sonho. A loira beliscou com força a própria bochecha, que ardeu instantaneamente devido ao corte de espada feito pelo homem de capa vermelho pastel.
Então não era sonho, nesse caso então era um pesadelo.
- Não, acorda Kara! – Disse para si apertando ainda mais a bochecha até aumentar o corte pela insistência de acordar na agonia. Rapidamente Lena agarrou seu pulso firmemente, fazendo Kara resmungar de dor, mas agora pela força com que o pulso era esmagado. Foi então que se deu conta do quanto o corpo pesava, o quanto o tornozelo latejava junto ao corte na bochecha, o quanto mal podia com a força de Lena, o quanto seu corpo estava humano.
Encarou os olhos ímpares da Luthor que a miravam furiosa pelo que fazia, se machucar.
O moreno com elas rosnou alguma coisa indo para a porta do estábulo quase se abrindo, e a trancou cruzando um forcado nos puxadores. Homens gritavam do lado de fora tentando arrombar o estábulo.
Outra vez aquele homem de túnica verde água rosnou algo, um nome?
- Sea; - Algo que fez Lena se levantar e segui-lo.
- Lena, - Chamou Kara se erguendo logo atrás, mas o tornozelo trovoou a derrubando em dor ao apoiar ainda que de leve sobre o próprio pé esquerdo. – Espera Lena. – Pediu, mas a morena nem respondeu ao nome, muito menos esboçou qualquer reação às súplicas de Kara, como se as palavras dela fossem sem sentido, e as lagrimas de uma estranha.
E os dois totais estranhos deram as costas à loira, deixada no andar de baixo do estábulo junto dos cavalos agitados. Eles subiram a escada reta apoiada numa das vigas do segundo andar, sumindo na abertura de ventilação para o telhado.
A porta do estábulo era violentamente golpeada, os puxadores quase arrebentando contra o cabo do forcado, e Kara se viu encurralada, quando o som de duas coisas pesadas caindo findou os urros dos invasores do lado oposto ao forcado.
O coração de Kara deu um pulo em pânico ao assistir abrolhar uma poça de vermelho por baixo da porta, os assombros dos cavalos com aquilo foram ainda mais assustadores, com os relinchares mais altos ainda, e outro detalhe a fez temer ainda mais pela vida, Lena não voltara após os gritos e a borra carmim no chão só aumentava.
Ela tentou puxar o forcado, mas por Deus, aquela coisa pesava uma tonelada, então olhou para a única saída possível, e muito penosamente mancou até a escada, agarrou as duas hastes laterais, pôs o pé bom no primeiro degrau, e até aí tudo bem, mas no outro pé, céus, parecia que o calcanhar ia cair na próxima latejada. Bufou com a testa na haste da escada arfando com o afiado formigamento dolorido subindo a perna.
Outro relinchar zangado e assustado do cavalo escuro frente a ela lembrou-a do perigo que corria Lena, e num ato regado a adrenalina Kara agarrou o mais alto e distante degrau que pudesse, subindo pendurada com a ajuda de um pé bom apenas.
Droga! Doía até esticar a perna esquerda para descansar.
Era difícil com aquela dor, era impossível com aquela fraqueza, mas chegou ao segundo andar, bem a tempo de escapar dos soldados prateados que conseguiram arrebentar os puxadores da porta, não o forcado. Rente ao chão para não ser vista, Kara se arrastou para fora pele abertura para o telhado buscando por Lena naquela confusão. Escorada no telhado inclinado de madeira, a loira engatinhou até a extremidade da porta, e lá avistou pelo menos cinco soldados de armadura prateada empoçados num vermelho que pela ausência do corpo, sabia não ser o Lena, mas dos invasores.
Lena não estava entre eles, mas essa alegria se foi no segundo em que pensara que aquela cena tenebrosa fosse obra da Luthor.
Deus do céu, o que era tudo aquilo?
E de lá de cima conseguia entender pelo menos um pouco do que se tratava aquela tumultuo, uma invasão àquela vila em que estava.
Os invasores trajavam armaduras prateadas reluzentes, cavalgando através de um grande buraco aberto no muro de madeira que circundava a vila. Guerreiros trajados de peles de animais e três cores de mantos os enfrentavam com lanças, outros com espadas, e vários eram pisoteados, tanto pelos cavalos ou pela própria balburdia da confusão.
"Kara tinha de ajudá-los".
Frase bordão da mente, mas foi soldado gritar no segundo andar, que o medo com a bananisse da loira que o corpo todo a lembrou de seu deplorável estado rolando telhado abaixo e se espatifando no chão. Até o branco dos olhos doía. A loira virou-se de abarriga para cima na lama, lutando para não apagar como a dor bem queria, porém o som da aproximação de um galope a forçou a se pôr em pé.
Um soldado prateado perdido cavalgou em sua direção com a lança de prata mirada no peito da loira, que tentou dar um pequeno impulso do chão, ela era a Supergirl, podia voar, mas ela não, e o corpo voltou pesado, o sangue gelou, e a adrenalina minguou, os joelhos não respondiam, a mente paralisou.
Fim?
Lena entrou na frente metendo um cruzado de direita no cavalo que teve a mandíbula arrancada, o cavaleiro deu uma cambalhota com o bicho entes de levar uma dentada da Luthor no pescoço.
A cena era tenebrosa, emoldurada de chamas, gritos e a brilhante lua azul no topo do céu, com o cavaleiro prateado engasgando-se em sangue, a jugular entre os dentes da morena pintada do vermelho dele. Lena o soltou, e ele caiu igual banana podre diante de Kara, que não sabia mais dizer quem era essa mulher, o rosto era o mesmo, mas de resto era um tantinho diferente.
Mais cavalaria as cercou, mas antes que a Luthor pudesse fazer frente a todos eles, guerreiros trajados de verde água saltaram por sobre o estábulo emboscando os cavaleiros. E enquanto a confusão esquecia delas, Lena a puxou pela cintura e a jogou sobre os ombros, carregando a loira para longe da confusão, ao menos a de trás do estábulo, pois o resto da vila era uma completa zorra.
No caminho pode ver o fogo e a carnificina virar de lado, pois se antes era a vila a levar a pior, agora eram os cavaleiros a serem massacrados pelos guerreiros coloridos.
Os mantos verde água saltavam por sobre os telhados, emboscando os inimigos; os de amarelo musgo maiores e mais fortes surravam a infantaria onde um soco mandava três soldados pelos ares; mais adiante guerreiros de capa vermelho pastel duelavam com espadas contra os inimigos de armadura pesada, que mal aguentavam defender um golpe, tamanha era a força desses guerreiros, os guerreiros do povo de Lena.
Os invasores tomavam a pior agora, porém a batalha não havia acabado, e Lena caiu ao ser atingida por uma flecha no quadril. As duas estavam no chão, e dali Kara avistou alguns arqueiros no topo de um telhado de uma das casas. Guerreiros verde água saltaram naquele telhado, porém foram mortos por um guerreiro usando tortas lâminas amarradas aos braços.
Kara tentou ajudar a morena, mas a aquela criatura feroz estava furiosa demais, soltando um rugido inumano por entre os enormes caninos. Ela quebrou a flecha no quadril, arrastou Kara até o poço para se protegerem dos disparos, e lá a abandonou correndo na direção da casa dos arqueiros.
- Não Lena, volta! – Tentou gritar, mas todo e qualquer grito era abafado pelos urros da guerra.
A loira estava atônita, ainda sem entender o que diabos estava acontecendo, onde estava, e quem ou o que era aquela Lena. De costas na mureta do poço, Kara tentou espiar na direção da fuga da morena, que já havia sumido. O telhado dos arqueiros derrubava guerreiros verde água, amarelo musgo e vermelho pastel, ninguém conseguia chegar nos disparadores de flechas com aquele guarda costas. Foi então que algo explodiu de dentro do telhado, e essa explosão era Lena furiosa saltando para fora do buraco engolindo os arqueiros, voando telhas e pedaços de madeira para todos os lados. Essa o guarda costas da arquearia não teve tempo de reação, tomando uma espada de baixo do braço fendida nas costelas. Num chute Lena se livrou do desgraçado que rolou telhado abaixo por sobre a muralha de madeira.
Essa foi a cena: Fogo, caos, e a imagem da mulher que amava sem reconhecê-la, com a boca pintada de sangue, uma espada na mão, emoldurada no topo daquele telhado pela lua azul.
Que mundo era aquele, e que Lena era aquela?
***
Da autora(FDP):
Oi gente, eu sei, demorei, demoro, me perdoem por essa inconstância literária. Estou a tentar voltar aos poucos para cá, uma série de questões familiares tradicionais, um relacionamento nada estável, e uma parceria de escrita não muito feliz, acabaram por me balançar, e me tirar a paz da escrita. Um paraíso tornado num inferno. Mas estou aki, viva, e bem na medida do andar da carruagem, que aos poucos tento tocar nessa estrada, chamada escrever. Pessoas me permitam tentar voltar aki e contar cada uma dessas histórias que tenho na gaveta, voltar ao meu paraíso, então um enorme abraço de lobo em cada uma de vocês que esta aki, que veio até aki.
Será que lembro como se uiva?
AAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUHHHH!!!!!!
PS.: me perdoem, mas não resisti ao meme no nome dos caps.
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