O Sorvete
Era um dia de bastante Sol e calor na Romênia e Bucky não conseguia passar despercebido pelas pessoas na rua, afinal, vestia um casaco, luvas e boné apesar disso. Mas mesmo assim, tinha sido praticamente obrigado a sair de casa ao perceber que a única coisa que tinha na despensa era uma lata de sardinha.
Como tinha passado os dois últimos dias montando um móvel para a uma senhora no último andar do prédio, não dava tempo de ir ao mercado, mas pelo menos, naquele dia, ele conseguiu terminar e recebeu um ótimo pagamento pelo serviço, fazendo com que ele resolvesse que o destino do dinheiro, seriam as compras.
No entanto, apesar de ter ido no mercado comprar os costumeiros e práticos enlatados, Bucky também queria comer algumas frutas e por isso, parou na feirinha livre, perto da pracinha. Olhando ao redor, ele não achou ninguém conhecido e decidiu que realmente valia à pena ir.
E por alguém conhecido, Bucky quis dizer Mickaelly. Fazia uns dois dias, quase três, que ele estava fugindo dela. Não que fosse uma atitude muito legal. Ele sabia que não. Mas também não tinha tido tempo nem se quisesse por estar montando o móvel.
De qualquer forma, ele preferia se manter afastado pelo simples motivo de que o pai e a tia de Mickaelly avisaram, enquanto ele ainda estava no apartamento de Daise, que estavam indo para a Romênia para conhecer Philip e que iriam ficar alguns dias. E sinceramente, embora Bucky estivesse curioso até para saber quem era o pai de Mickaelly e como era a relação deles, ele sabia que não podia, afinal, seria mais uma pessoa que corria risco de reconhecê-lo e pelo jeito que Mickaelly falava dele, se fosse esse o caso, o homem não hesitaria em entregar ele.
Então, enquanto pagava ao rapaz de uns dezesseis anos pelas duas pencas de bananas e a caixinha com ameixas roxas, Bucky sentiu duas mãos em seus ombros e somente pelo toque, ele sabia quem era. Respirando fundo e fechando os olhos, ele sussurrou um "Oi, Mickaelly", se virando a seguir e forçando um sorriso para a garota.
Dava para ver em seu rosto que ela estava cansada e, ao invés do costumeiro sorriso que ela sempre dava ao ver ele, dessa vez, ela apenas levantou o canto dos lábios e murmurou um "Oi", o que fez Bucky franzir a testa, pegando a sacola de frutas.
-O que houve?
Mickaelly deu de ombros, cruzando os braços.
-Ter um bebê cansa. Você está ocupado? Eu estava indo para o cinema, mas… Vi você e… Sei lá..
Bucky a observou, percebendo que tinha alguma coisa errada quando ela simplesmente esfregou o rosto com as mãos e deu uma risada sem graça, negando com a cabeça.
-Quer saber? Deixa! Eu não devia… Desculpa, eu sou impulsiva, só isso! Nem pensei que podia estar atrapalhando…
-Mas você não está! - Bucky afirmou, seguro, ainda confuso. - O que aconteceu, Mika?
Mickaelly deu de ombros de novo e quando ela ensaiou que ia voltar para a loja, parecendo realmente envergonhada de ter ido falar com ele, Bucky esticou a mão e segurou o pulso dela, a puxando de volta, mesmo que isso tivesse atrapalhado o fluxo de pedestres atrás deles.
Os olhos de Bucky pousaram nos olhos de Mika e ele percebeu que estavam cinza escuros, sem brilho e cheio de lágrimas. Então, pensando rápido, ele apenas comentou:
-Quer saber? Vem, Mika! Vou te levar para tomar um sorvete!
Bucky entrelaçou seus dedos de forma firme e começou a puxar a garota na direção do seu prédio para guardar as compras. Mickaelly se deixou ser arrastada, mas mesmo assim, comentou:
-Mas você nem sabe se gosto de sorvete!
-Gosta, sim! - Bucky respondeu, sério, atravessando a rua. - Tomamos naquele dia do lustre!
-Ah… É, tinha esquecido!
O caminho até o prédio de Bucky foi quase silencioso e Mickaelly ficou esperando na entrada enquanto ele enfiava as compras em casa. A seguir, ele desceu de novo e a encontrou na calçada e, em um gesto automático e imperceptível, ele deu a mão a ela novamente e os dois caminharam pelas ruas agitadas de Bucareste até pararem na tal sorveteria.
Naquele momento, Bucky não tinha muita coisa para gastar, mas conseguiu comprar um milkshake para ela, mesmo que Mickaelly tivesse insistido que poderia pagar se voltasse em casa e pegasse a carteira. Porém, assim que ela percebeu que ele não pegou nada para si, os dois discutiram até Bucky ceder e aceitar dividir o milkshake com ela, o fazendo ter que levantar para pegar mais um canudo metálico.
Ao se sentar novamente, Bucky o fez bem ao lado dela e, por isso, ao enfiar o canudo na bebida e beber um gole, ele a encarou bem de perto, com uma ruga de preocupação na testa. E é óbvio que Mika reparou nisso, mas continuou sem dizer nada, até Bucky suspirar, alto, chamando a atenção dela.
Os dois se olharam e Bucky perguntou:
-Vai me contar o porquê dessa carinha triste, Mika?
Ela encarou a própria bebida e suspirou, comentando:
-Eu não menti para você quando disse que o casamento dos meus pais era lindo, sabe? Eles se amam, James… Dá para ver pela forma que eles se olham, que meu pai move o mundo pela minha mãe e que ela daria a vida por ele…
Bucky franziu a testa, sem entender o porquê do assunto abordado e lembrando que essa foi uma das primeiras coisas que Mickaelly disse quando o encontrou pela primeira vez.
-Hm… - Bucky bebericou o canudo de novo e a olhou de lado. - Certo.
-Mas… Como pai? Sei lá… Eu não quero ser ingrata: Estudei nos melhores colégios, fazia a melhor faculdade que ele podia pagar, sempre tive tudo que eu quis, mas…
-Faltava algo. - Bucky completou.
Mickaelly assentiu e bebeu mais um gole de Milkshake para ver se conseguia empurrar o nó em sua garganta.
-Era afeto. E atenção. E eu achei que não me afetava mais que meu pai não me conheça de verdade ou que não demonstre gostar de mim, sei lá… Mas ver ele com o Philip esses dois dias… Eu sei que é infantil, okay?! Não precisa me dizer isso, mas acho que tô com um pouco de ciúme…! James! Para de rir!
Bucky tentou esconder a risada, mas ficou difícil quando Mickaelly riu junto e ele acabou deixando milkshake escapar pelo nariz, o que fez ela rir mais ainda, chamando a atenção de algumas pessoas, enquanto Bucky pegava um guardanapo em cima da mesa e limpava o rosto.
Fazendo um biquinho adorável e cruzando os braços, Micakelly fingiu irritação, enquanto Bucky se virava para ela e tentava se manter sério, sem muito sucesso.
-Desculpa…!
-Já acabou?! Obrigada!
-Mas é que… Mika, sério… O menino acabou de nascer, ele precisa de atenção quase vinte e quatro horas.
-É, eu sei! - Mickaelly respondeu, suspirando. - Mas mesmo assim, não consigo evitar. Quer dizer, talvez eu seja mesmo uma patricinha mimada, mas… Não consigo evitar!
Bucky a encarou e negou com a cabeça, fazendo a franja cair na frente dos olhos e ele pôr para trás da orelha.
-Você não é, não! Deve ser normal… Olha, você está há… O que? Vinte e um anos?... acostumada a ser só você e aí vem uma coisinha pequena e rouba toda sua atenção… Eu ia me sentir assim, também!
Mickaelly sorriu de lado e apoiou a mão no queixo, observando Bucky. Os lábios rosados e delineados por uma barba crescida demais para dizer que era rente, estavam cobertos por milkshake e, por dois segundos, ela quis passar a língua sobre eles e sentir a textura da lingua dele, na dela.
Fechando os olhos, ela desviou o olhar quando percebeu que ele a encarou. Soltando todo o ar retido em seus pulmões, Mickaelly comentou:
-Não foi isso que me deixou desanimada. No caso, o ciuminho bobo… Para de sorrir!
-Não fiz nada!
-Fez, sim! Tá com esse sorrisinho idiota aí!
-Não gosta do meu sorriso, Mika?
-Não gosto quando ele é acompanhado por essa cara de safado, James!
Rindo, Bucky ajeitou o cabelo azul para trás das orelhas dela, prestando total atenção na mulher na sua frente. Ela era tão linda que, às vezes, era inevitável para Bucky não pensar em como seria beijá-la. Era um pensamento irracional e que ele não tinha o menor direito de querer ter, mas mesmo assim, sua boca salivava para sentir o gosto dela, principalmente quando eles estavam tão perto assim.
E por dois ssgundos, Bucky achou que tinha visto Mickaelly chegar mais perto, apoiando o rosto em sua mão, mas o som de uma bandeja caindo pelo local, soou alto, fazendo os dois pularem de susto e se afastarem, com pressa.
Encarando as próprias mãos, Mickaelly engoliu em seco, tentando acalmar o coragem agitado não só pelo som da bandeja. Sua respiração estava desregular e a boca seca e se não fosse por Bucky puxando assunto logo depois, talvez, ela não tivesse coragem de dizer "a" para o homem.
-Bem, como você estava dizendo… Você não está assim só pelo bebê. Não é?
Mickaelly soltou o ar, devagar, enquanto esfregava o rosto e notava que tremia, de leve. Pelo amor de Deus, ela tinha quantos anos? Quinze? Doze?
-É… Bem… É que meu pai estava insinuando sobre eu voltar para a faculdade em setembro. E… Okay, não é isso que está me deixando triste.
Bucky esperou, consciente de que seu coração ainda batia tão alto que ele pensou ser impossível que ela não ouvisse.
-Eu volto para os Estados Unidos na segunda-feira.
Bucky arfou, arregalando os olhos e fazendo uma conta mental, percebendo que na segunda feira já era o meio de abril.
-Nossa… Sério? Achei que vocês iam ficar mais tempo…
-Eu também. - Mickaelly encarou as próprias unhas, descascando o esmalte preto. - Mas minha tia e minha mãe conseguiram achar um comprador para a casa e a loja e… Bem, os advogados vão resolver as coisas a partir daí.
O clima na mesa, a seguir, ficou pesado e triste. Bucky sentia o impacto da notícia, que já era esperada, é claro, sabendo que a partir da semana posterior, não teria mais uma amiga para maratonar filmes ou apenas conversar. Voltaria para o silêncio solitário do apartamento todos os dias e, pior, ainda teria as lembranças recentes para acompanhá-lo enquanto passasse as noites acordado, olhando para a parede.
Mas a quem estava querendo enganar? Tinha se apegado a uma garota que sempre deixou claro que aquilo era apenas temporário, sendo que ele também sabia que assim que ela fosse embora, viraria apenas uma lembrança para o resto da vida.
Mesmo assim, ele não conseguiu não desejar ser outra pessoa para poder manter o contato, ou ainda, ter morrido naquela queda e não estar passando por nada disso.
-Você vai mesmo me procurar se for para os Estados Unidos?
A voz esperançosa de Mickaelly soou alta o suficiente para tirar ele dos seus pensamentos e Bucky a encarou, por longos segundos, o que fez ela torcer os lábios e virar para o lado, tentando não chorar.
-Mika…
-Eu já sabia. Tudo bem. É só… Não é por isso que tô chorando. É que… Eu amei tanto ficar aqui, com a minha mãe e o meu irmão… Em um lugar que ninguém tinha expectativas e cobranças sobre mim, sabe? E agora… Vou ter que voltar para a minha antiga vida. Mas… Bem, pelo menos, eu conheci você.
Bucky engoliu em seco e desviando o olhar, perguntou:
-E valeu à pena?
-Você sabe que valeu. - Mickaelly sorriu e esticou a mão de Bucky por cima da mesa, o olhando de lado. - Obrigada por ser meu amigo enquanto estive aqui. Significou demais e… Mudou a perspectiva que eu tinha de outras amizades, então, só… Obrigada.
Bucky assentiu e levou a mão dela à boca, depositando um beijo casto nas costas da mão gelada e suada.
-Disponha, Teco!
-Tico! - Mickaelly corrigiu, soltando uma risada. - Teco é você, seu insuportável!
Bucky revirou os olhos, forçando um sorriso, ainda sem soltar a mão dela, enquanto reunia coragem para perguntar:
-Mickaelly?
-Hmmm…
-Você vai fazer alguma coisa no domingo?
O coração de Mickaelly deu um salto e ela sorriu, levemente abestalhada antes de negar e se virar para Bucky, respondendo:
-Mesmo se eu tiver, eu dou um jeito de escapar. Por quê?
-Quer sair comigo? - Bucky perguntou, de uma vez, torcendo para não parecer um encontro. - Quer dizer… Eu quero te ver antes de você voltar para Nova York.
-Certo! Você aparece lá no loja?
-Apareço, claro! - Bucky beijou de novo a mão dela e vendo que, em partes, o sorriso dela tinha voltado ao normal, ele puxou outro assunto. - Ah, aliás… Como está o Philip? Eu não pude aparecer porque estava fazendo um serviço para uma vizinha, mas pensei nele essa semana umas três vezes…
Então, Mickaelly começou a falar sobre o irmão e sobre como ele dava trabalho, mesmo que ele nem conseguisse se mexer. Também falou sobre como bebês gostavam de chorar e que na maior parte das vezes, isso era bastante desesperador e dalí, ela puxou outro assunto e assim, eles ficaram quase três horas na sorveteria, seguidas.
De vez em quando, Mickaelly encarava o celular, vendo se a mãe precisava de ajuda, mas foi só no final da tarde que ela pediu para Mika tomar conta de Philip para ela fazer o jantar e ofereceu de Bucky ir junto para não atrapalhar, mas tanto Bucky, quanto Mika, acharam melhor que ele não fosse.
Assim, meia hora depois, os dois chegaram, de mãos dadas, à frente da loja da tia de Mickaelly e hesitaram, por alguns segundos, antes de soltarem suas mãos e se despedirem com o homem depositando um beijo na testa dela, antes de seguir o caminho para sua casa, sem olhar para trás.
Talvez, se ele olhasse, Bucky não conseguisse ir embora, mesmo sabendo que ainda a veria uma última vez.
E mesmo ficando um pouco decepcionada, Mika não ligou para isso. Não quando sorria igual uma boba após o beijinho na testa. Então, entrou na loja e subiu as escadas, achando Eleanor, sua tia paterna e George, seu pai, sentados no sofá, assistindo à televisão, que estava conectada em uma novela mexicana, pelo que parecia.
-Onde você estava? - George perguntou, franzindo a testa para a filha.
-Com uma amiga. - Mickaelly mentiu, passando pelos dois. - Cadê minha mãe?
-Cozinha. - Eleanor respondeu, erguendo a sombrancelha que parecia uma taturana para ela. - Que amiga, Mika?
-Já tô bem crescidinha para dar satisfações, Tia! - Mickaelly rebateu, atravessando a sala em um rompante.
Afinal, sabia que, embora ninguém fosse impedi-la de ver Bucky, a tia enxerida ia ficar apurrinhando os ouvidos de Audrey e Mickaelly preferia ser grossa do que sujeitar a mãe a essas coisas.
Audrey estava mexendo um molho vermelho em uma panela quando Mika entrou na cozinha, fechando a porta e indo direto para Philip, no carrinho de bebê.
-Oi, Querida!
-Oi, Mãe! - Mika sorriu e beijou a bochecha do irmão, percebendo que ele deveria ter acabado de sair do banho.
-Ué? O James não veio?
-Não. - Mickaelly respondeu, engolindo em seco. - Ele preferiu ir dormir um pouco. Parece que ficou esses dias trabalhando, sei lá…
Audrey desligou o molho e olhou por cima dos ombros para a filha, torcendo os lábios. Podia sentir a desanimação dela e viu o choque nos olhos de Mickaelly quando anunciaram que voltariam duas semanas mais cedo. E sinceramente, queria poder tirar essa dor dela, mas era uma experiência que Mickaelly precisava viver, assim como decidir se queria voltar para a faculdade ou não, ou até mesmo, se queria viver aquele amor de verão ou não.
Tirando o pano de prato do ombro, Audrey puxou uma cadeira e se sentou na frente dela, fazendo Mickaelly a olhar, curiosa.
-O que foi?
-Contou para ele?
-Claro! - Mickaelly deu de ombros, sem querer realmente entrar no assunto "Bucky". - Aliás… Vamos sair no domingo, tá?
Audrey assentiu, comentando:
-Contanto que não volte tarde e sábado suas coisas estejam arrumadas…
-Que horas é o voo mesmo?
Audrey pegou o celular e verificou a reserva, fazendo um "Hmmmmm", enquanto olhava para a hora.
-É no final da tarde. Cinco e meia. Mas temos que estar lá às três. - Audrey pensou por uns instantes e pôs a mão sobre a da filha, chamando a atenção dela de novo. - Mika… Esquece o que eu disse sobre a hora, okay?
Mickaelly deu de ombros e murmurou "É, diz isso para o papai", cruzando os braços a seguir. Audrey soltou um suspiro e afirmou:
-Deixa que com o seu pai e a sua tia, eu mesma me entendo, filha!
-Não, mãe… Tudo bem! A gente nem tem planos de demorar porque ele sabe que viajo no dia seguinte e…
Audrey a encarou, tão séria que Mickaelly franziu a testa e calou a boca desviando o olhar.
-Mika, você tem vinte e um anos. Morou sozinha durante dois anos e meio, tem me ajudado mais que qualquer pessoa me ajudou a vida toda, está lidando com a morte da sua tia favorita, o nascimento do seu irmão e todas as outras merdas que acontecem na sua vida de uma maneira que me enche de orgulho. Eu sou a sua mãe, eu passei o último mês vendo você e o James construindo uma amizade bonita e eu disse que se você quiser passar o fim de semana fora ou a noite do domingo, você pode! Estamos entendidas?
Mickaelly deixou o queixo cair e assentiu, se perguntando o porquê daquilo. Então, por fim, Audrey desistiu e comentou, baixo o suficiente para Mickaelly precisar chegar para frente para ouvir.
-Eu amo seu pai, Mika. Mas hoje em dia, não sei se era exatamente essa a vida que eu planejava, entende? Não me arrependo de nada, mas sou obrigada a dizer que preciso conviver com a sombra do "E se?". E além disso, eu nunca te contei, mas… Eu também tive um amor de verão. Um ano antes de conhecer o seu pai, eu e a sua tia participamos de um acampamento em uma floresta e eu conheci um garoto. E sabe qual o meu maior arrependimento quanto ao assunto até hoje?
Mickaelly deixou o queixo cair, sem ser capaz de disfarçar ou tentar negar que não estava vivendo um amor de verão. Pelo contrário, ela negou e se inclinou tanto para frente que a mesa amassava a sua barriga, a apertando.
-Foi não ter dado nem um beijo nele por medo de viver aquilo, por saber que não ia para frente. Se fosse hoje em dia, posso dizer que preferia me arrepender de ter aquela lembrança do que de não ter. E não me olha assim, mocinha! Você sabe que eu já tive a sua idade e já me apaixonei algumas vezes! Não é porque sou sua mãe que eu não era uma jovem sonhadora!
Mickaelly riu, desviando o olhar para o bebê, pensativa.
-É sério, filha. Não se priva das suas vontades por medo.
Mickaelly a encarou e deu de ombros, revelando:
-Minha vontade não é voltar para a faculdade, mãe.
-Tem certeza absoluta disso?
Mickaelly assentiu. Isso fez Audrey assentir e levantar da mesa, indo até outra panela que fervia, comentando.
-Certo. Eu vou falar com seu pai. Chega de deixar você viver meia vida ou achar que deve algo para nós dois, porque você não deve nada! Somos seus pais, escolhemos ter você e não fizemos mais que a nossa obrigação, Mickaelly. Você não deve nada nem a mim, nem a ele. Você deve a você. - Audrey fez uma pausa e a olhou por sobre o ombro, sorrindo. - E deve um beijo para aquele homem, porque ele é capaz de ter um treco se for embora sem!
-Ah, mamãe! Cale a boca! - Mika riu, sem graça, fazendo a mãe rir também.
Porém, em um rompante de agradecimento, ela ergueu o corpo da cadeira e correu para a mãe, a abraçando com toda a força do mundo, enquanto deixava as lágrimas rolarem por seus olhos, emocionada.
-Obrigada, Mamãe! Por tudo, sério!
Audrey correspondeu o abraço e as duas permaneceram assim, abraçadas por um longo período de tempo, até o cheiro de macarrão queimado invadir seus narizes
Oiie, Pessoal! 🤭❤
Cheguei com mais um capítulo para vocês! Aliás...
Hehehe
Vocês querem me matar agora por saberem que Mika precisava voltar aos Estados Unidos, né?? E mais ainda... Guerra Civil está chegando nessa parte da fanfic, ou seja, tudo que tinha que dar errado, VAI DAR ERRADO heheheh
Mas eu tô animada demais para mostrar os próximos capítulos que vão continuar nesse climinha aí, de tristeza e despedida, mas vão ser incríveis (Ou não... Quer dizer, talvez vocês queiram me bater heheh) 👀
Enfim,
Eu espero que, apesar disso, vocês continuem confiando em mim e, principalmente, tenham gostado desse capítulo!
Até o próximo! 💕
Beijos! 💋💋
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