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Noite De Surpresas




-Ainda não conseguiu falar com aquele cientista maluco? 

A voz de Torres ecoou pelo apartamento de Bucky Barnes, fazendo com que, tanto ele, quanto Sam, negassem. 

O som da televisão estava confortável para todos e apenas servindo de fundo, enquanto os três homens tomavam umas garrafas de cerveja. Bucky tinha uma gata branca esparramada em seu colo, ronronando, enquanto ele penteava os pelos dela com uma escovinha própria para essa finalidade. 

-Ele se recusa a atender as ligações e a secretária dele diz que quando ele tiver um tempo, vai retornar. Isso já faz dez dias. 

-De dias?! Já?! - Torres perguntou, voltando a encarar Bucky, de lado. 

-Já… - Sam afirmou, também encarando Bucky. - Hey, tudo bem, cara? 

Bucky, que encarava a própria gatinha, levou cinco segundos para perceber que era com ele que Sam falava. Então, ele sacudiu a cabeça e franziu a testa, murmurando: 

-Desculpa… Me distraí. O que a gente estava falando mesmo? 

-O Sam acabou de te perguntar se você está bem. - Torres repetiu, vendo Sam ao seu lado, concordar. 

-É… Bem, você está parecendo um periquito murcho. E eu acho até que já sei o motivo! 

-Não enche o saco, Sam! 

Bucky reclamou, levantando do sofá e deixando Alpine em seu lugar, enquanto ia na direção da cozinha. Isso fez Sam rir e exclamar, sob o olhar curioso de Torres: 

-Pelo visto, o sexo casual dos dois últimos fins de semana não têm tido efeito terapêutico, né? 

Torres engasgou com a cerveja, rindo, e fazendo espuma respingar em Alpine, que pulou do sofá, com pressa, ofendida. 

-Espera… O que foi que eu perdi? 

-Nada! - Bucky reclamou, enfiando alguns amendoins na boca.

-O Bucky tá saindo com uma loiraça! Uns trinta anos, advogada, do tipo "gostosa de academia"... Sabe? 

Torres soltou um assobio impressionado, enquanto Bucky encarava um dos amendoins em sua mão e tentava calcular o quanto de força ia precisar para acertar dentro do olho de Sam e atingir o cérebro dele. 

-Aaaah… E por que o mau-humor? - Torres perguntou, confuso, entendendo onde Sam queria chegar e sorrindo. - Ela não é boa de cama? 

Vendo que ele esperava uma resposta, Bucky respirou fundo e deu de ombros, se perguntando quantos pecados teria que pagar ainda tendo Sam e Torres como amigos. E principalmente porquê se submetia a isso. 

-Ela é. 

-Hmmm… Então, não é legal. Nem inteligente. 

-Não, na verdade a Jude é… Bem, ela é legal. E divertida. E é inteligente. Não é isso… 

-Então, qual o problema?

-Ela não é a Mika. 

-Samuel, cala a porra da boca! 

Torres ergueu uma sombrancelha, percebendo que Bucky ficou instantaneamente vermelho, enquanto Sam continuava. 

-Inclusive, o mal-humor é porquê tem uns quinze dias que eles não se falam direito. 

-O que é ridículo porque foi ela quem me incentivou de sair com a Jude! 

Bucky pontuou, firme, enquanto voltava para o seu lugar, no sofá, encarando a televisão sem realmente ver nada que se passava nela. 

-Já parou para pensar que ela pode ter incentivado só para ver se você ia aceitar? - Torres questionou, pegando um dos amendoins que Bucky trouxe. - Mulher tem muito disso! E aí, se você vai e aceita, elas entendem que você não está interessado! Simples! 

Sam o encarou e perguntou, confuso: 

-E desde quando você entende de mulher? 

-Desde que comecei a sair com elas. Eu devia ter uns 15 anos… 

Bucky riu, revirando os olhos, enquanto encarava a parede. 

-Não estou de mau-humor e mesmo se estivesse, não ia ter nada a ver com a Mika, okay? E não… Ela não incentivou porque queria ver minha reação. Ela só não está interessada e… 

-Repita isso até se convencer. - Sam o interrompeu, apontando com um dedo para ele. - Quem sabe assim você consegue mentir para si mesmo? 

-Ah, vai a merda! 

Bucky deu um tapa na nuca de Sam, por trás da cabeça de Torres, que acabou enfiando o cotovelo na costela do primeiro homem quando sentiu o braço dele resvalar em sua nuca. 

O silêncio voltou a reinar no local e foi Sam quem voltou para o assunto anterior, comentando: 

-Pensei em ligar para o George e pedir para tentar dar um jeito de falar com ele. Não sei. 

-Duvido. - Bucky deu de ombros, encarando o teto, levemente entediado. - Ele nos contou aquilo tudo, mas não queria nem dizer o nome do cara. Lembra? 

-Muita doideira, né? - Torres refletiu, franzindo a testa. - Quer dizer… Hoje em dia, todos sabemos que existem Chitauris e até deuses nórdicos, além de Titãs loucos e outras coisas, mas… Naquela época, devia ser assustador e totalmente surreal. 

Sam e Bucky concordaram, juntos, em sincronia. Claro, esse tema e a história contada por George tinham sido tema de conversa entre os três dias antes. No entanto, o silêncio se instaurou pela segunda vez e quando Bucky estava prestes a sugerir para irem dormir, seu telefone tocou. 

Logicamente, ele supôs que era Jude e, naquela noite, apesar de já ser sexta, ele decidiu que não atenderia. Afinal, estava em uma reunião de trabalho, praticamente, considerando que estava com seus parceiros de equipe e falando sobre um dos casos que investigava. 

-Seu celular…

 Torres apontou, mas foi interrompido por Bucky, que exclamou: 

-Deixa tocar! Não tô afim de atender hoje… 

-Mas é a Mika. - Sam comentou, o que fez o homem rir. 

-Tá. E eu sou o Papai Noel. 

-Bucky, realmente é a Mika. 

Franzindo a testa ao ouvir Torres falar, Bucky encarou a tela e percebeu que era verdade. Era o nome e a foto de Mickaelly que brilhavam na tela. E sinceramente, nem mesmo quando tinha que levantar do chão para lutar com alguém, Bucky já havia levantado alguma vez tão rapidamente. 

Ele praticamente mergulhou sobre Alpine e pegou o aparelho, atendendo a seguir, enquanto Sam e Torres engasgavam de rir da cara dele. 

-Mika? 

-Oi. Você tá com a Jude agora? - Mika perguntou, em um tom de voz um pouco animado, até. - Se tiver, me desculpe mas… 

-Tô só com o Torres e o Sam. - Bucky deu de ombros e caminhou na direção da cozinha para sair de perto das risadas e do deboche. - Por que? Houve algum problema? 

Mika riu, negando a seguir. 

-Não! É que hoje a minha mãe pediu para ficar com a Anya e é a primeira vez em meses que tenho uma noite inteirinha livre. Ai, pensei que você podia querer fazer algo com a Jude e eu… Mas já que está com os meninos, eles querem fazer algo? 

Bucky mordeu os lábios, hesitando. Podia, sim, perguntar aos dois. Não custava nada. Mas já tinha duas semanas que Mika mal falava com ele e, embora conseguisse reconhecer o timbre levemente alcoólico dela, Bucky estava com mais saudade do que pretendia sentir. 

Inclusive, de Anya. 

No entanto, por enquanto, passar uma noite só com Mika parecia tentador demais e foi inevitável não pensar que a última vez que tinham feito aquilo, tinham transado. 

Não que ele pretendesse transar com ela agora, claro, mas aquelas porcarias de lembranças de Mickaelly em cima dele não saiam mais da sua cabeça e ele soltou o ar, devagar, pensando. 

Talvez, fosse mesmo melhor ter a amizade de Mika do que não ter nada. Então, ele comentou: 

-Quer vir para cá? Eles já estão de saída mesmo… - Vendo que Sam e Torres arregalaram tanto os olhos que eles quase saltaram para fora das órbitas, Bucky emendou. - Quer dizer… Ou eu posso te encontrar em algum lugar. O que você costuma fazer quando tem tempo livre? 

-Hmm… A questão é justamente essa: Eu nunca tenho tempo livre. - Mika explicou. - Ou eu estou sendo empresária, ou mãe. Quando não sou as duas juntas. Tem tanto tempo que eu não sou só a Mickaelly… 

Bucky assentiu, voltando a ignorar Sam e Torres, que se acotovelavam enquanto cochichavam algo, olhando para ele.

-Entendo. Bem, nesse caso… Vamos fazer algo que você não costuma fazer! Quer ir no cinema? Ou… Sei lá…

-No motel? 

Bucky jogou uma almofada em cima de Sam, o calando, enquanto Torres ria alto, escorregando pelo sofá até estar quase ajoelhado no chão. 

-Cinema parece uma boa ideia, eu acho. - Mika murmurou, rindo. - Mas e que tal se a gente fizesse algo mais ousado? 

-Ousado? 

-Um Strip! 

Bucky pegou a mesma almofada e voltou a tacar com força em cima de Sam, o que fez Torres cair de vez de cima do sofá, no chão, servindo de almofada para Alpine, que pulou em cima dele, animada. 

-É… Tipo, um bar. Ou uma balada. Não sei! Eu to querendo encher a cara hoje até esquecer meu nome! 

Bucky encarou o telefone, com as sombrancelhas franzidas, estranhando a escolha de palavras. Não que achasse que Mickaelly não bebia, mas… Tinha algo estranho no tom animado demais dela. 

De qualquer forma, Bucky concordou e implorou para ela pegar um táxi para encontrar ele e Bucky só relaxou quando ela concordou e avisou que não era irresponsável e ainda tinha amor à vida.

Enquanto ia para o banheiro tomar um banho, ouvindo as piadinhas que Sam Wilson e Torres estavam fazendo, Bucky pegou o celular e mandou uma mensagem para Audrey, perguntando se estava tudo bem com Mika e se ela se importava dele deixar ela beber. 

No entanto, apesar dela garantir que não tinha problema e se fosse o caso da filha acordar de ressaca, que ela mesma continuaria cuidando da neta, Audrey também informou que Mila tinha tido uma semana difícil em vários aspectos e por isso que Audrey pegou Anya, para tentar dar um descanso a ela. 

Mesmo sabendo que Mika não ia falar sobre, Bucky fez uma anotação mental de tentar entrar no assunto e, sinceramente, pedir desculpas por ter se afastado naquela semana. Foi só quando estava saindo do banho, indo em busca de uma blusa limpa enquanto passava a toalha nos cabelos, que Bucky ouviu um fragmento de conversa entre Torres e Sam. 

O primeiro estava comentando algo que soava como: 

-Mas é meio impossível, não é? Foi em 2016 pelo que ele disse… 

-Sabe uma coisa que está todo mundo esquecendo? - Sam comentou, baixo, enquanto claramente brincava com Alpine em seu colo. - O Blip. Ela está dizendo desde o início a idade que a menina tem, mas não está falando hora nenhuma quando foi que ela nasceu. 

No entanto, Bucky esbarrou com o braço de vibranium na porta, produzindo um som que fez Torres e Sam se assustarem. Engolindo em seco e tirando aquilo da cabeça, Bucky se convenceu de que era só mais uma daquelas suposições esquisitas de Sam. Nem fazia sentido, na verdade. 

Quer dizer… Mickaelly não iria querer aproximar os dois para nunca contar se ele, possivelmente, foi pai de Anya. Não, ele não ia nem perder o tempo dele dando ouvidos a Sam. 

Então, ele passou reto pelos dois amigos, assobiando, como se não tivesse ouvido nenhuma uma única palavra e foi até o armário, escolher uma blusa limpa. Cheirando elas, Bucky se deu conta de que tinha que lavar roupa urgente, mas achou uma limpa lá no fundo, com cheiro de sabão ainda. Era preta e bem simples, mas Bucky pôs uma jaqueta e a corrente da dog tag, o que já tirou um pouco da simplicidade dele. 

-Olha como o homem está! - Sam comentou, passando por trás e Bucky e dando um tapa na bunda dele. - Um gostoso! 

-Para com isso, cara! - Bucky reclamou, revirando os olhos, enquanto pegava um vidro de perfume. - Que coisa inconveniente! 

-Desse jeito a Mika vai apaixonar, hein! - Torres também comentou, erguendo as sobrancelhas para ele. 

-Ela já é apaixonada! - Sam corrigiu, enfiando uma cotovelada no melhor amigo. 

-Cala a boca! - Bucky reclamou, ajeitando uma última vez o cabelo antes de desistir. - Eu tô saindo. Se forem sair, tranquem a porta! Se forem ficar, deixem comida para quando eu voltar e… 

-Quem disse que você volta? - Sam o interrompeu, negando com a cabeça. - Nana nina não! Você vai dormir hoje com a Mika! 

-Ela já está bêbada, Sam! 

-E quem disse que isso impede de dormir agarradinho, de conchinha? Hm? 

-Eu não sei porquê ainda não matei você! 

Bucky reclamou, pegando a carteira e a chave para enfiar no bolso, enquanto desconectava o celular do carregador. Por fim, achou melhor levar o carregador também e o enfiou no bolso. 

-Se diverta e não faça nada que eu não faria! - Sam gritou para ele, enquanto Bucky abria a porta. 

-Ou faça! - Torres concluiu, o que fez Sam rir e concordar. 

-Ah, e principalmente, use camisinha! Acho que a Mika não quer outra Anya tão cedo! 

Bucky apenas bateu a porta, com certa força, enquanto respirava fundo e procurava se acalmar. As vezes, realmente planejava o assassinato de Sam Wilson em sua cabeça. Mas só às vezes. 

Então, pegando a própria moto - A que Bucky tinha comprado um ano antes e quase não usava, somente em ocasiões especiais - no estacionamento, ele levou quase uma hora para chegar no bar combinado com a mulher devido ao trânsito que estava caótico por causa de um acidente em uma das principais avenidas. 

O Bar era amplo e estava cheio, além disso, a música ao vivo era ruim. Ou a cantora que era. Ele não estava prestando atenção o suficiente para determinar. Seus olhos estavam focados em achar Mickaelly e a achou no fundo, depois da massa excessiva de pessoas. 

Caminhando até ela, Bucky ajeitou o cabelo mais uma vez e se sentou de uma vez, dando um pequeno susto na mulher, que estava distraída. 

-Oi! 

-Ah! Minha Nossa! 

-Desculpa! - Bucky sorriu, de lado. - Não quis te assustar… 

-Eu estava um pouco distraída. - Mika justificou, empurrando para ele um shot de uma bebida azul neon. - Quer? É bem doce! 

Bucky assentiu e a virou de uma vez, fazendo Mickaelly não conseguir tirar os olhos do movimento que a garganta dele fez para engolir. Pigarreando, Mika falou um pouco mais alto e se inclinando para frente, na cadeira. 

-O Sam e o Torres não quiseram vir? 

-Preferiram ficar assistindo beisebol. - Bucky mentiu. - Acho que o time deles está na final! 

-Ah… - Mika hesitou, então, pôs o cabelo para trás da orelha e perguntou. - E a Jude? Achei que vocês iam sair hoje de novo… 

Bucky fez um beicinho com os lábios e negou, olhando pela janela, distraído. Ou fingindo distração. Mas para seu desgosto, Mika continuou no mesmo assunto. 

-Então… Você não me disse nada sobre seus encontros! 

-Não tenho muita coisa para dizer. - Bucky simplificou, brincando com o canudo de cima da mesa. - Foi meio sem importância. A gente saiu… Se divertiu… Mas não vai rolar. 

-Hm… - Mika assentiu, coçando a nuca. - Vocês transaram? 

Bucky estreitou os olhos azuis para ela, assentindo, de leve. 

-Ah… Entendi. Legal. Ela é legal, né? 

-É, até é. Mas… Não sei. Falta algo ainda. 

Mika assentiu e o silêncio se instaurou no lugar. Bucky estava prestes a mudar de assunto quando Mika, subitamente, declarou: 

-Fiz a besteira de aceitar sair com o John. 

-Quando?! - Bucky perguntou, surpreso, arqueando a sombrancelha. 

-Semana passada. Não foi bem um encontro… - Mika deu de ombros, encarando as próprias unhas. - Tive que levar a Anya e o Philip junto e a Anya chorou querendo ir para casa na metade do caminho. Por falar nisso, ela têm sentido sua falta. 

Bucky abaixou a cabeça, sentindo o rosto queimar e com vontade de responder que quem ignorou as mensagens foi ela, mas Mika voltou a falar e Bucky finalmente entendeu porquê ela estava estranha. 

-A gente se beijou. 

Silêncio. As mãos de Bucky se fecharam em volta do canudo e ele as pôs debaixo da mesa, forçando um sorriso. 

-Ou melhor… Ele me beijou. Eu não sei exatamente se queria, eu só… Acabei deixando e fugi assim que deu. 

-Foi tão ruim assim, é? - Bucky ironizou, revirando os olhos. 

-Foi péssimo! - Mika assentiu, fazendo uma careta de nojo. - E eu tô me sentindo péssima de ter deixado. Mas é que meu pai está insistindo tanto para eu ficar com ele… 

-E você vai ouvir seu pai? - Bucky perguntou, levemente irônico. - Achei que você era dona do seu próprio nariz, sabe? 

Porém, Bucky se arrependeu no mesmo segundo quando percebeu que Mickaelly enxugou, discretamente, uma lágrima, olhando pela janela. Suspirando, ela murmurou um "Eu também achei" e ficou em silêncio até o momento em que Bucky o quebrou. 

-Então… Beijar bem não é uma característica do John. Se o Sam souber disso, vai zoar ele por cinquenta anos! 

Mika sorriu e encarou Bucky, como se fosse falar algo, mas tivesse pensado melhor. Então, negou com a cabeça e se ajeitou na cadeira, voltando a falar de outro assunto, ficando mais séria. 

-Então… Conseguiram falar com aquele cientista. 

-Nada. Sinceramente, acho que o cara não vai ligar. Vamos ter que tentar descobrir sobre o que era o Projeto por outros meios, eu acho. 

-E… Você tem certeza que ainda é seguro? Não para mim, mas para a Anya e o Phil? 

-Claro! - Bucky assentiu, mesmo que não tivesse cem por cento de certeza. - Era só o seu nome que estava lá, Mika. E mesmo assim, pode nem significar nada! 

Mickaelly pegou um guardanapo, amassou fazendo uma bolinha e arremessando em direção a Bucky, que desviou, rindo, enquanto ela exclamava: 

-Nem você acredita nisso, seu Palhaço! 

-Errou! - Bucky provocou, pegando a bolinha na mesa e jogando em cima de Mika, que revirou os olhos. 

-Quanta maturidade, Sargento Barnes! 

-Foi você quem começou! Eu só revidei! 

-Foi, né? 

Mickaelly começou a rir e Bucky a acompanhou na risada, antes de Mika decidir pedir mais um drink. 

Os dois, inicialmente, tinham combinado de se encontrar no bar e depois, irem para outro lugar, mas, apesar da música de péssimo gosto e dos drinks de aparência duvidosa, os dois estavam se divertindo demais para lembrarem de ir para qualquer lugar. 

Sendo assim, cerca de três horas passaram voando, entre conversas sérias e descontraídas, além de risadas e implicâncias que faziam Mika se sentir, de novo, com vinte e um anos na Romênia. E saber que, mesmo após quase dez anos e muitos desencontros, não tinham perdido aquele jeito único e exclusivo de conversarem quase em um dialeto próprio, fazia Mika sentir o peito aquecer e inflar de felicidade. 

Quer dizer, era surreal a idéia de depender de alguém para ficar feliz. Não, na verdade, não era bem isso que acontecia. 

Era surreal a ideia de que alguém podia ser seu porto seguro a ponto do dia se tornar melhor só porque você viu ou falou com aquela pessoa. Era surreal um problema que durava já há dez dias sumir como em um passe de mágica porque alguém deixava seus dias mais leves e dividia o peso contigo. 

E Bucky entendia muito bem esse sentimento, já que não tinha se lembrado de problema algum ou pensado em mais ninguém enquanto estava ao lado de Mika. 

E, maldito fosse Sam Wilson, mas… Se isso não fosse paixão, Bucky não sabia o que poderia ser. 

Tirando o pensamento de que queria beijar Mika novamente, Bucky encarou o relógio e percebeu que eram meia noite, já. E tudo bem, Mika não tinha hora para voltar e nem ele, mas quando Bucky comentou a hora em voz alta, ela estava bocejando e assentindo, enquanto fazia sinal para o garçom trazer a conta. 

Então, quando ele apareceu com a comanda e Mika se embolou para pegar dentro da bolsa a carteira, Bucky foi mais rápido e esticou o cartão para o rapaz. 

-Aaaaah, James! 

-O que foi?! 

-Eu que te convidei, homem! Além disso, eu bebi muito mais que você! 

-E daí? - Bucky deu de ombros, batucando os dedos de vibranium na mesa. - Eu sou o homem! 

-Isso é extremamente sexista e babaca! 

-Isso se chama gentileza, Mika. Não tem nada demais! Na próxima, você paga! 

Mickaelly cruzou os braços e assentiu, contrariada, o que fez Bucky rir. Isso atraiu a atenção de Mika, que ergueu uma sombrancelha para ele. 

-Que foi? 

-Não tem nem como negar que a Anya é sua filha! 

Sorrindo, Mika assentiu, mas o garçom interrompeu ela no momento em que falaria algo e ela acabou deixando passar, seguindo Bucky para fora do barzinho. E é claro que ela não pôde deixar de reparar que ele atraia muitos olhares, mas… Era justificável. 

Ainda mais naquela roupa apertada que deixava a bunda dele em bastante evidência. Mika fechou os olhos por um segundo, irritada com o fato de que ainda lembrava da sensação de o puxar pela bunda mais para perto enquanto transavam. Malditas lembranças sexuais… 

No entanto, o pensamento foi interrompido quando Bucky pegou uma chave no bolso e desligou o alarme de uma moto. Era gigante, mas parecia rápida. Ou talvez só parecesse gigante porque Mika não entendia de moto. 

De qualquer forma, seu pensamento foi cortado no momento em que Bucky esticou um capacete para ela, em um tom divertido. 

-Normalmente, esse é o do Sam. Mas se você gostar de andar de moto, eu compro um rosa para você. Serve? 

-Azul! - Mika corrigiu, girando o negócio entre suas mãos. - Isso entra na minha cabeça? 

-Na verdade, sua cabeça que entra aqui. E fica tranquila: Se cabe o cocão do Sam, cabe o seu também! 

Mika riu, mesmo sem intenção e Bucky a ajudou a subir na moto, percebendo que ela tremia um pouco e estava nervosa quando começou a falar: 

-Olha… Não sei se você sabe, mas não costumo andar de moto. Além disso, tô bêbada e meio tonta e ainda tenho uma filha e um irmão para terminar de criar, então se você puder não nos matar, eu agradeço e… 

Bucky interrompeu o falatório pegando as duas mãos dela e cruzando em sua cintura. Mika engoliu em seco, sentindo o calor e a dureza do corpo dele, amaldiçoando o homem mentalmente por ser tão… Tocável. E gostoso.  

-É simples, quando eu inclinar pros lados, você inclina junto. E eu vou bem devagar, tá? Não queremos a Anya sem mãe! 

-Maravilhoso! 

Bucky sentiu que Mika ainda estava com um certo receio de o tocar e, de propósito, ele acelerou a moto o suficiente para ela o agarrar de verdade, o que fez ele sorrir, satisfeito consigo mesmo e com a situação. 

Porém, como prometido, Bucky andou bem devagar, principalmente nos primeiros minutos do trajeto até a casa de Mika, aumentando um pouco a velocidade quando ela disse que podia.

-Uau! Isso foi incrível! - Mika exclamou assim que Bucky estacionou a moto em frente ao prédio dela. - Hey, espera… Por que você não entra na garagem com a moto? 

-Ué? - Bucky tirou o capacete e olhou para trás, a encarando. - Mas… 

-Mas nada. Sobe comigo! Anda!

-Mika, você bebeu demais. Não vou subir, não! 

-Eu não vou te atacar, Bucky. A não ser que você peça. 

Bucky riu, em dúvida se deveria subir ou não. Mas também, não precisava, exatamente, passar a noite lá. Ou com ela. Embora ele soubesse que passar a noite no apartamento seria uma tentação. De qualquer forma, subir não faria mal, certo? 

Então, o homem esperou Mika ligar o portão da garagem que se abriu, deixando o casal passar. Ele estacionou bem ao lado do carro dela para ninguém implicar com a vaga ocupada e os dois foram de braços dados e conversando até o apartamento. 

Levou quase dez minutos para que Laila deixasse Bucky em paz e parasse de lamber a cara dele. Enquanto isso, Mika tinha ido tomar um banho para tirar o cheiro de álcool e trocar de roupa. No caminho para o apartamento, os dois decidiram assistir uma série até Mika dormir e aí, ficou combinado que Bucky ia embora, pois deu a desculpa de que precisava ir cedo em um lugar. 

E quando o próprio Bucky já estava quase dormindo no sofá, apoiado na Husky, Mika finalmente apareceu. Os cabelos estavam presos em um coque no alto e ela vestia um roupa bem comum: Calça larga, de moletom, uma regata preta, pantufas nos pés. 

Mas algo na carinha de sono dela e no jeito como se jogou ao seu lado, praticamente grudada em Bucky, enquanto ligava a televisão, fazia ele ter aquele mesmo pensamento, de anos antes, de que ela era a mulher mais linda do mundo todo. 

E talvez, Bucky tenha ficado encarando por muito tempo, já que Mika, de repente, começou a corar e, sem jeito, ergueu o olhar para ele, desconfiada. 

-O que foi? 

-Nada… - Bucky deu de ombros, desviando o olhar, enquanto se ajeitava. 

Conseguia sentir a coxa de Mika encostada na sua e o calor do corpo dela contra o seu. De repente, o apartamento começou a ficar quente e até a cachorra ao seu lado parecia encarar os dois, esperando que algo acontecesse. 

-Você estava me olhando de um jeito… 

-Não era nada. 

-Você me olhou assim, já. - Mika respondeu, baixo, talvez, influenciada pela bebida. - Na Romênia. Enquanto a gente… Você sabe. 

Bucky encarou a garota, devagar, como se qualquer movimento pudesse a assustar. Ou o assustar. 

-É que eu estava pensando que… Bem, que você é linda. 

Mika sorriu, desviando o olhar rapidamente, antes de voltar a olhar para ele, sorrindo.

-Eu me lembro de você dizer exatamente isso. Sabia? 

Bucky sorriu e percebeu que eles estavam perto demais. E por Deus… Ele queria aquele beijo. E como queria. Mas… Uma parte dele sabia que seria errado. Mika tinha bebido e claramente não era ela falando. Talvez, estivesse só carente de novo. Mas não conseguiu chegar para trás quando Mika chegou ainda mais perto, fazendo ele contar as bolinhas azuis na íris cinzas. 

-O que você está pensando agora, James? 

-Eu to pensando que… Eu devia… 

Bucky desviou o rosto, tentando ouvir os últimos resquícios de sanidade que ainda tinha. No entanto, ele paralisou, sentindo todo o seu corpo gelar e o coração acelerar. Provavelmente, ele empalideceu o que fez Mika recuar e franzir a testa, confusa e decepcionada pelo corte brusco do clima. 

-Bucky? 

-O que é aquilo? 

Mika seguiu o olhar dele para a estante ao lado da televisão e por um segundo, Mika achou que ele estivesse ficando louco. No entanto, o corpo inteiro de Mika gelou quando ela, finalmente, percebeu o que ele tinha visto: Uma foto em um porta retrato. Era Philip com um ano e meio, sentado em um sofá, segurando Anya em seu colo. Claro que a bebê estava nos braços da mãe, mas claramente pousava no colo do menino. 

Bucky levantou do sofá, indo até o porta retrato e o pegando. 

-Isso é… 

-Eu posso explicar. 

-Você pode, não. - Bucky se virou para ela, com lágrimas nos olhos, parecendo magoado. - Você deve! 

-Bucky… 

-Isso é a Anya bebê! E isso é o Philip bebê! Mika… A Anya é minha filha?! 

Mika abriu a boca diversas vezes, mas nada saiu, a não ser lágrimas pelos seus olhos. Bucky pousou os olhos no porta retrato de novo e balançou a cabeça, a encarando. 

-Ela não tem quase quatro anos, não é? Ela tem quase oito… Como eu fui burro! Eu acreditei em você, Mika! 

-Eu não queria ter mentido, eu só…! 

-Você mentiu! Eu perguntei várias vezes! - Bucky se estressou, falando mais alto. - Eu perguntei inúmeras vezes sobre o pai dela! Perguntei várias vezes a idade dela! Você mentiu para mim! 

Mika não falou nada, apenas abraçou os joelhos e encarou o chão, deixando as lágrimas rolarem enquanto Bucky andava de um lado para o outro. 

-Mika, eu… Por que você não me contou?! - Bucky perguntou, com o tom de voz decepcionado. - Por que você mentiu para mim?! 

-Você não vai entender, tá legal?! - Mika esbravejou, deixando tudo que sentia há anos em seus sentimentos saírem. - E quer saber?! Qual seria a merda da diferença?! Eu não planejava te encontrar… Não ia fazer diferença nenhuma para mim porque eu já estava acostumada a cuidar dela sozinha! A Anya ser minha filha e de mais ninguém! 

-Ela é minha também, porra! 

-E você não esteve aqui em nenhum momento! Entende onde eu quero chegar?! Qual ia ser a porra da diferença?! Você nunca esteve aqui…! 

-Eu não fazia ideia! 

-E seria melhor se continuasse não fazendo! 

Bucky e Mika se deram conta de que estavam aos berros e, para não continuar a berrar, Bucky respirou fundo. Bem fundo. E a encarou, sério. 

-Você por acaso pretendia me contar um dia?! Ou achou que ia conseguir me enganar pelo resto da vida?! Porque olha… Você realmente tem um talento e tanto para mentir porque conseguiu me deixar bastante confuso! 

-Não foi difícil… Você mesmo não se interessou! 

-Você pediu para eu não fazer perguntas e eu respeitei como você me respeitou na Romênia! E eu fui um grande idiota de achar que você conversaria um assunto tão sério desses se eu fosse realmente o pai dela. Quase dois meses e você não disse nada… Eu cheguei à conclusão de que era eu que estava fantasiando porque… Nossa, eu nunca achei que você ia mentir dessa forma justo para mim. 

Mika engoliu em seco e negou com a cabeça, parecendo cansada. 

-Como eu disse; Você nunca entenderia os meus motivos, Barnes. 

-É… Acho que nunca vou entender mesmo. - Bucky passou por Mika e pegou o casaco que tinha tirado, em cima do sofá. - E se realmente não faz a menor diferença, então… Acho melhor eu não te ver mais. E nem a Anya. 

Mika concordou com a cabeça e Bucky sentiu o peito rasgar em um milhão de pedacinhos enquanto saía do apartamento, batendo a porta com força e bastante raiva, deixando Mickaelly para trás, chorando tanto que Laila deitou em seu colo, choramingando junto da dona. 

E pela primeira vez, em oito anos, Mika finalmente se arrependeu de ter decido se entregar para um amor de verão, o qual ela sabia que não teria futuro. 


E FINALMENTE VEIO AÍ, PESSOAL!

Bucky descobrindo finalmente que é o papai da Anya é tudo para mim, sério! Tipo, eu sei que a cena foi tensa e eles brigaram e tal, mas eu me controlei dezenove capítulos para poder, enfim, escrever essa cena que foi uma das primeiras que eu pensei, lá atrás, quando a fanfic ainda tava no comecinho!

Inclusive, tem uma cena lá no próximo capítulo  (que deve vir na semana que vem) que foi a que me fez ter vontade de escrever esse plot e a que me fez chorar igual um bebê 🥺🤏🏻❤ Tô ansiosa demais para vocês verem, sinceramente 🤭

Mas agora, quero saber as teorias de vocês... O que vocês acham que vai acontecer agora???

Bem, espero que tenham gostado!

Até o próximo!

Beijos! ❤

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