Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 4

Nicholas

Mais um dia cansativo de trabalho. 

Meu corpo todo parecia ter sido moído, mas minha mente fazia questão de trabalhar como se estivesse no começo do expediente. Eu era viciado em trabalho e tinha plena consciência disso. Também sabia dos motivos para eu o ser. 

Não fora sempre assim. Pelo contrário, antes eu fazia questão de desocupar a minha agenda para ter um momento saudável em família, nunca deixando que o trabalho influenciasse na minha vida pessoal. Mas isso foi antes.

Não tinha pelo que me culpar. Eu só tinha que viver em paz como ela iria querer, mas eu não conseguia, sentia que devia ter passado mais tempo com eles, que eles mereciam isso, que não tinha feito o bastante. Parece que nenhum tempo foi o suficiente. Era como se cada segundo que eu tivesse passado longe dela antes fosse um castigo para mim, para a minha dor. Uma dor que nunca ia passar. O tempo era meu inimigo. 

Eu só sobrevivia por Noah, meu filho adolescente que precisava de mim, precisava de suporte. Mesmo que já não tivéssemos mais a mesma ligação, mesmo que eu soubesse que ele precisava do pai, eu simplesmente não conseguia. Ele me lembrava ela, não pelo físico, mas pelo caráter, pela personalidade. Ele era ela, com a minha aparência.

Chequei meu celular para ver se haviam emails e mensagens, passando os olhos rapidamente por cada mensagem sem vontade nenhuma de responder. Noah estava ali também, dizendo que iria dormir na casa da amiga - que eu desconfiava ser mais do que isso. Eu queria que ele fosse mais aberto comigo, mas como poderia se eu não dava abertura? Era culpa minha, eu sabia disso. 

Deixei o celular de lado e fui tirando minha roupa em direção ao banheiro da suíte. Ter aquela casa imensa só para mim não mudava em nada, já que era como se morássemos sozinhos. Não nos falávamos muito e mal nos encontrávamos. Quando ele se levantava, eu já havia saído para uma longa jornada de trabalho.

Por mais que eu soubesse que não precisava disso, eu preferia ocupar minha cabeça do que enlouquecer com a dor. Sentia pena do meu filho por ter um pai tão covarde como eu, um pai que se preocupava com a própria dor e não ajudara o filho em plena formação do corpo e do caráter. Tive sorte por ele ser um bom menino, mas não podia ser diferente contando com quem o havia gerado. Aquela mulher era um poço de bondade e talvez seja por isso que se fora tão cedo.

Deixo que a água esquente enquanto entro aos poucos embaixo dela, sentindo cada um dos meus poros se relaxando com o contato. Quente, o mais quente que puder para causar a vermelhidão na minha pele. E eu já não sentia dor, não como deveria, não como uma pessoa normal deveria sentir.

Tento me lembrar de como era ser feliz, sorrir abertamente, sentir. Mas não sou capaz de me lembrar, não depois desse tempo todo sem isso.

Já tentei me relacionar com outras mulheres, preencher esse vazio dentro de mim, mas parece que nenhuma era boa o bastante como ela foi. Todas pareciam interessadas demais no meu patrimônio líquido e menos no sentimento, mais no prazer e menos no coração.

Talvez ela tenha me estragado já que eu nem sempre fora assim romântico. Era do tipo garanhão da escola, que todas as meninas queriam para si, o tipo que escolhia as garotas e que fora o rei do baile. Até ela aparecer.

Eu tinha um objetivo: continuar meu legado na universidade. Mas tudo mudou quando ela apareceu em uma aula de economia internacional. Aquela garota tão bonita, meiga, doce. O que fazia ali no meio daquele mundo corporativo? Não podia ser real, tinha certeza de que era um anjo.

Não demorei a me aproximar dela, querendo abdicá-la para mim como nunca. Me repreendia quando pensava em algo além de uma noite com ela, mas como poderia ser diferente se todas as minhas suspeitas se confirmaram quando ela proferiu o seu nome pelo lábios muito bem pintados por um batom líquido rosa claro - do qual eu nunca fora fã, mas que eu abria uma exceção se ela prometesse deixar os meus lábios melados com aquela coisa -: Angelique. Angel. Anjo. O meu anjo.

Todos os meus planos foram por água abaixo. Eu estava apaixonado por cada centímetro dela, pela voz, pelo jeito de ser. Me arrastei aos seus pés até que atingisse meu objetivo - e não, não era tê-la em minha cama. Quando ela aceitou namorar comigo, eu achei que poderia estar sonhando. Éramos novos na universidade, nos beijávamos vez ou outra - quando eu ousava roubar um beijo dela - e nos conhecíamos há poucos meses. Mas eu não podia deixar que ela escapasse.

Eu me deitei com ela muito tempo depois disso, sabendo que ela era pura, e cuidei dela. Por muitos anos eu cuidei dela. Mas, a nossa primeira noite, eu nunca esqueceria.

Desliguei o chuveiro e passei a me secar, sem me importar com a correnteza de vento que aparecera naquela casa. Me enfiei embaixo das cobertas depois de devidamente vestido e fitei o teto branco acima da cama de casal que ainda parecia tão vazia para mim. A dor de não tê-la assolando meu peito mais uma vez. Me estiquei sobre a cama para pegar sua foto na mesa de cabeceira embaixo do abajur.

Ali estava ela, sempre carregando um sorriso inocente nos lábios, os olhos brilhantes em um dia de outono feliz no parque. Umedeci os lábios me lembrando de quando vira aquele sorriso sumir pela primeira vez, quando a vi chorar em desespero e prometi à mim mesmo nunca mais deixar que isso acontecesse. Estávamos em período de férias no sexto semestre da faculdade, ambos com seus vinte anos completos. Me assustei quando a vi entrar em meu apartamento aos prantos, imaginando que algo muito pior havia acontecido. Mas não. Era algo maravilhoso e que mudaria nossas vidas para sempre para melhor: ela estava grávida de Noah. 

Ela ficou assustada com a minha reação positiva, mas eu não poderia fazer diferente. Estávamos encaminhados, tínhamos bons empregos e ela deixaria a faculdade para mais tarde finalizá-la - o que ela nunca pôde fazer, envolvida demais em cuidar de seu único e amado filho. Não deixei de me casar com ela às pressas e não me esqueço da festa linda que fizemos para celebrar o nosso amor.

Nós fomos bons pais, soubemos nos virar, e Noah era um bom garoto. Dormia a noite toda e nunca fora um garoto chorão. Pelo contrário, fazia questão de sempre trazer um sorriso no rosto mesmo quando ainda não possuía a dentição. Era a nossa felicidade, estávamos finalmente completos.

Por mais que tentasse, eu não me lembrava de nenhuma discussão a ponto de um dos dois mencionar a separação. É claro que tínhamos nossos momentos, mas nunca conseguíamos dormir de costas um para o outro. Jamais eu permiti isso. Amava demais aquela mulher para perdê-la.

Por isso não dei ouvidos à "amigos" que pediam para que eu me divertisse por ser novo demais. Eu estava me divertindo. Tinha a vida perfeita, a vida que muitos almejavam. Tinha sorte de encontrar alguém que me amava e que eu amava de volta, tinha sorte da família linda que havia formado tão cedo.

Como não planejamos Noah, também não planejamos nenhum outro filho. Estávamos tão ocupados em curtir a infância de Noah que não nos preocupamos em ter uma família grande. Estávamos felizes assim e, se acontecesse, seria por obra do destino. Mas não aconteceu.

O que aconteceu foi a morte prematura do amor da minha vida, da única mulher que eu tanto amei.

Me viro de lado enquanto sinto as lágrimas escorrerem, sabendo que aquela seria uma longa noite como todas as outras eram depois.

Meu celular toca e tenho certeza que é um domingo de manhã bem cedo. Atendo ainda de olhos fechados, murmurando um "alô" a contragosto.

- Senhor Hayes? - Resmungo. - É o Jeff, do financeiro, será que podemos dar uma palavrinha?

O que o Jeff queria? Ainda mais à essa hora da manhã de um domingo. Aliás, que horas eram mesmo? Me sentei na cama, abrindo os olhos aos poucos e deixando que a retina se acostumasse com a claridade que adentrava pela janela do quarto.

- Claro, pode falar, Jeff. - Falei, a voz grave de quem acaba de acordar de um sono mal dormido.

- Senhor Hayes, temos alguns problemas com o investimento no Clube Renovación. Não estamos tendo lucros e acho que isso pode ser um custo desnecessário para a empresa. -

O Clube? Mas ele parecia tão bem e estávamos lucrando depois das reformas.

- Hm, OK. - Respondi simplesmente, incapaz de formular mais alguma resposta por meu cérebro ainda estar no modo "iniciando".

- Senhor, as saídas são: - Ah claro, eu tinha que perguntar quais medidas eu deveria tomar. - Ou suspendemos a sociedade ou tentamos arrecadar fundos de algum outro modo.

Eu gostava do Renovación. Sabia o quanto meu filho e os amigos se divertiam naquele lugar. Não poderia deixar de tentar salvá-lo. Eu poderia fazer isso, então por que não fazer?

- Jeff, junte a equipe para uma reunião na segunda às 14 horas, tenho algumas ideias para levantar esse Clube. - Com um murmurio positivo e uma despedida breve, nós finalizamos a ligação.

Desci calmamente as escadas depois de fazer minha higiene matinal, vestindo ainda a camiseta de dormir e a calça de moletom. Comecei a preparar meu café da manhã sozinho, como sempre fazia.

Depois da morte da minha mulher, eu não aguentei as expressões tristes que via meus empregados sentiam de mim, por isso direcionei-os para as unidades do clube. Não deixei nenhum deles sem emprego, eu só precisava de um tempo sozinho, sem precisar que ninguém me lembrasse a perda que sofri.

Aprendi a me virar sozinho, andar com as próprias pernas e viver sozinho. Tinha um filho ajuizado que se mostrava um ótimo cozinheiro e confiava nele de olhos fechados. Por vezes, ele fazia suas refeições e deixava um pouco para que eu comesse também. Não sei o que seria de mim depois que ele ingressasse em uma universidade.

Sabia que, depois que ele fosse estudar, perderia totalmente o contato com meu filho. Aí sim eu estaria sozinho como sempre quis. Amargurado pela vida, era isso o que eu era. Não podia culpá-lo pelo abandono, eu o entendia. Como ele poderia vir atrás de um alguém que não fora seu pai quando ele mais precisou?

Não deixei de trabalhar, criando medidas para recriar o Renovación. As aulas de ginástica e as academias já não eram um atrativo para os mais jovens ou idosos. A ideia era fazer festas temáticas. Festa a fantasia, baile de máscaras, bingos e tudo o mais que me viesse à cabeça. Era um ótimo jeito do Clube voltar a ser atrativo, das pessoas voltarem a frequentá-lo e novos sócios se juntarem à nós.

O Clube Renovación era de alto padrão, apenas a alta sociedade participava dele, e era por isso que ficava no nosso bairro residencial. Não que não aceitássemos os mais pobres, pelo contrário, se a pessoa conseguisse manter a mensalidade em dia estava dentro.

Finalizando a apresentação do dia seguinte, pude deitar a minha cabeça no travesseiro enquanto procurava algo de interessante para ver na televisão do quarto. Ouvi a porta da entrada se abrir e permaneci no lugar. Lá fora estava escuro, constatando o óbvio.

Noah subiu as escadas e deu três batidas na minha porta, enquanto eu autorizava sua entrada.

- Hey pai. - Ele deu um meio sorriso na minha direção.

- Oi filho. - Olhei na direção dele, vendo que ele segurava as alças da mochila com os polegares enquanto me olhava. - Está tudo bem? Já jantou? - Perguntei em um murmúrio.

Ele assentiu, se virando para a televisão, mas sem realmente ver o que passava ali.

- Como foi na casa da sua amiga? - Perguntei.

- Bom. - Ele se virou na minha direção, seu rosto se iluminando. - Nos divertimos bastante.

- Que bom. - Assenti, a expressão sempre séria. Será que eu não conseguia dar nem um sorriso pro meu único e amado filho? Eu era um lixo de pai mesmo. - Quando vai me apresentar essa namorada?

Seus olhos se arregalaram e, mesmo com a pouca luz, eu vi suas bochechas se avermelharem pelo rumo que a conversa havia tomado. Gaguejou algumas vezes antes de responder:

- Ahn, pai... Ela é só uma amiga. - Deu de ombros, o olhar perdido no piso de madeira. - De qualquer forma, ela só me vê como isso, um bom amigo.

Assenti uma vez, pensando que poderia contar à ele a minha história com a sua mãe, mas não sabia como fazer isso sem me derramar em lágrimas. Então decidi apenas me ajeitar na cama e voltar a mudar os canais. Vendo que eu não falaria mais nada, ele me deu as costas, não sem antes me murmurar um boa noite contido.

- Boa noite, meu filho. - Murmurei de volta.

E era à isso que se resumia a minha relação com meu filho.


xxx



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro